P.D.V( Snape) O-o

Comecei a arrumar alguns pergaminhos que estava terminando de corrigir sobre "Descreva os diversos e principais usos da bile de tatu". Será que ninguém consegue tirar um Aceitável? Ah, é. Granger e Hershberger. A duplinha dinâmica. 

Já faz muito tempo que ensino Poções em Hogwarts. Minha vida havia adquirido uma rotina: Ensinar, repreender, pausa para almoço, ensinar...

Não que eu me importasse com isso.

A porta da sala dos professores se abriu de repente. Se for a Sibila outra vez com aquele papo de " Oh, Severo! Grandes coisas estão a vir em sua direção! Os astros me disseram..."

Mas não era a Sibila. Era a nova professora de Herbologia. Ouvi uns comentários a respeito dela. Parece que estudou em Beauxbatons. Era a queridinha dos alunos. Ainda bem que os MEUS alunos Sonserinos não se deixam admirar por algodões - doces que brotam de rosas. Francamente.

—Ah! Olá! Você deve ser o professor de Poções? Sou a professora de Herbologia, Helena Thompson. - e me ofereceu a mão.

—Severo Snape.- falei apertando sua mão. Notei que não era calejada como a da professora Sprout. Pelo contrário. Eram macias e pareciam ser feitas de seda...Espera! Eu pensei mesmo isso?! Deve ser o clima. Está meio quente ultimamente.

—Está gostando de Hogwarts?

—Estou adorando! - e deu um sorriso radiante. É. Devia ser o calor. - Os alunos são muito esforçados. É uma pena que a Sonserina não tenha gostado tanto das minhas rosas doces...

—Eles podem ser difíceis às vezes.

—É? Bom, terei isso em mente. - e transferiu o peso de um enorme caixote para o outro braço.

— Senhorita Thompson, não... Precisa de ajuda?- falei apontando o caixote.

— Pode me chamar de Helena, Snape. Ou de Tia Lena! - e deu uma risada.

—Helena está ótimo. -falei pegando o caixote e me permitindo um meio sorriso.

Havíamos saído da sala dos professores e agora andávamos pelo corredor. Helena guardou seus pergaminhos que pegou do seu armário na sala em que estávamos e guardou em sua bolsa. Seus cabelos claros refletiam a luz do sol que entrava pelas enormes janelas. Devia ser hora do almoço.

—O que tem no caixote?

— Batatas Saltitantes da Croácia. Decidi deixá-las bem seguras para a próxima aula.

Ouvi algumas vozes abafadas. É. Era hora do almoço.

—Snape, se importa em deixar as Batatas na estufa? 

—Não. Vamos lá.

Saímos por uma das saídas laterais do castelo e fomos em direção às estufas. 

—Ouvi dizer que você tem fama de professor linha dura.

—Ah, é? Quem disse isso?

—Um passarinho me contou...

—Deixe-me adivinhar...esse passarinho é da Grifinória e atende pelo nome de Neville Longbottom? 

—Snape! Nem pense em tirar pontos da Grifinória! Nem estamos em horário de aula!

—É mais forte do que eu- Falei.

E, para a minha surpresa, Helena começou a rir. Um som doce e cativante. 

—Quê?

—Você! É engraçado, Snape...

Deixamos as Batatas na estufa. A entrada principal parecia mais próxima.  Subimos os degraus de pedra. O rosto de Helena estava corado. Será se ela também estava com calor?

Toquei a porta levemente com a ponta da varinha. Assim que ela se abriu, os alunos das quatro mesas viraram as cabeças enquanto andávamos até a mesa dos professores. Porém, antes de chegarmos, Helena tocou meu braço, me detendo.

—Obrigada pela ajuda, Snape. - E me deu um beijo na bochecha.

Os alunos da mesa da Sonserina pareciam que tinham sido estuporados. Os outros observavam de olhos arregalados. Alguém deixou cair um garfo.

—Disponha. -falei ignorando a reação em cadeia e me sentei na mesa dos professores, Helena ao meu lado.

Os alunos voltavam lentamente ao estado normal. A professora McGonagall parecia tentar esconder a surpresa. Avistei Dumbledore ocultar um sorrisinho enquanto tomava um gole de suco de abóbora.

Ora! Ela apenas agradeceu pela ajuda! Não aconteceu nada demais...

—Batatas, Snape?

—Obrigado, Helena.