Sextou escrita por Arisusagi


Capítulo 1
Uma noite muito top


Notas iniciais do capítulo

Adivinha quem estava escrevendo uma outra fanfic com um enredo super elaborado mas mudou tudo de última hora porque viu que não ia conseguir terminar a tempo? Kkkkkk
Essa fanfic foi levemente baseada num fato que ocorreu com uma amiga minha. Não ficou exatamente igual ao que rolou com ela, mas enfim.
Divirtam-se



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    “Que dia é hoje?”

    Nishinoya apertou o botão do celular para que a tela se acendesse.

    “21 de julho.”

    “Não cara” Tanaka revirou os olhos. “Hoje é sexta! E sexta é dia de…?”

    Nishinoya o encarou com a expressão mais confusa que conseguiu fazer.

    “Dia de maldade, porra!” Tanaka bateu na mesa, quase entornando um copo de água em cima de sua preciosa lista de exercícios de cálculo II.

    “Cacete, Ryuu!” Ele cobriu as folhas com os braços.

    “Vamos sair, bróder!”

    “Cara, eu tenho que entregar essa fodida dessa lista na segunda!” Noya chacoalhou o papel para enfatizar.

    “E hoje é sexta!” Tanaka tomou o papel das mãos dele. “Você tem o fim de semana inteiro para fazer!”

    É, Tanaka tinha razão. Se ele se empenhasse, dava para terminar aquela lista mais do que tranquilamente em dois dias.

    “Tá bom então.” Nishinoya levantou. “Mas é bom que essa seja a melhor noite de todas!”

    “Vai ser a melhor noite da sua vida! É sério!”

 

    Não foi, nem de longe, a melhor noite da vida de Nishinoya.

   

    Tanaka o levou para uma boate estranha do outro lado da cidade. Segundo ele, era um lugar muito bom, tinha bebida barata e não ficava muito cheio. De fato, o lugar não estava lotado, e a bebida tinha um preço razoável, mas a música era estranha, e as pessoas eram mais estranhas ainda, o que deixou Noya um pouco desconfortável.

    Para completar, uns vinte minutos depois de eles chegarem, Tanaka desapareceu por aí com uma menina, deixando Noya sozinho no bar. Bom, pelo menos um deles estava se divertindo naquele lugar.

    Durante todo o tempo que Noya passou sentado no bar, ninguém tentou se aproximar dele. Isso não o incomodou muito, já que nenhuma pessoa ali lhe parecia interessante o suficiente.

Bom, isso até ele aparecer.

Quando Noya estava na metade de sua segunda cerveja, três caras se sentaram junto ao balcão do bar, a alguns metros dele. Um deles era simplesmente o homem mais lindo que Nishinoya já vira em toda a sua vida. Ele era alto, e tinha os cabelos castanhos presos em um coque. Apesar de as roupas largas esconderem um pouco, ele parecia ter porte atlético, talvez até com um tanquinho escondido debaixo daquela camiseta cinza. Ele estava com a barba por fazer e tinha um sorriso tão gentil que fez Noya se apaixonar em exatos trinta segundos.

Nossa, que sapão.”

Nishinoya queria que aquele homem entrasse em sua casa e em sua vida naquele mesmo instante. Ele não queria que aquele fosse só um casinho de balada que ia terminar em umas pegações dentro de um banheiro fedido e imundo. Ele queria assistir um filme abraçado com aquele homem debaixo de um cobertor, mas também queria ter uma noite intensa de sexo selvagem com ele. Era estranho como ele havia mexido as estruturas de Nishinoya sem nem o dizer uma palavra sequer.

E era por isso que Nishinoya não fazia ideia de como se aproximar dele. Se fosse para ser só um casinho de uma noite, seria muito mais simples, mas agora, Nishinoya tinha medo de que uma palavra errada sequer arruinasse todas as suas chances com aquele homem. Era a primeira vez que ele se sentia tão inseguro assim em toda a sua vida.

Talvez fosse mais fácil se ele estivesse sozinho. Tomando o resto da cerveja da lata em um gole só, Nishinoya prometeu a si mesmo que falaria com aquele homem assim que os dois amigos se afastassem. Enquanto isso não acontecia, ele teria um tempo para pensar em como se aproximar dele da melhor forma possível.

    Nishinoya só se deu conta de sua ansiedade quando se viu pedindo um drink com nome estranho depois de tomar sua quarta cerveja da noite. Os amigos continuavam ali, rindo e conversando com ele, e a paciência de Noya ia diminuindo a cada gole que ele dava naquela bebida azul estranha que o bartender o serviu. Ele mal sentia o gosto daquilo, mas dava pra ver que tinha bastante álcool, e ele não sabia se isso era bom ou ruim.

 

    No fim das contas, ele passou o resto da noite sentado lá porque os dois amigos do cara não saíram do lugar. A essa altura, Noya nem estava mais vontade de falar com ele. Era bem provável que ele ia acabar passando vergonha e estragando tudo se isso acontecesse.

    “Cara!” Nishinoya quase pulou do banco quando sentiu uma mão pegando seu ombro. Ele se virou e deu de cara com Tanaka, que estava com o queixo e a boca manchados de batom vermelho. “A mina pediu meu número e falou que vai me ligar amanhã!”

    “Rapaz!” Apesar de sua noite não ter sido assim tão boa, Noya estava genuinamente feliz por ele. “E como ela é?”

    “Gata!” Tanaka deu um tapa mais forte do que o necessário nas costas de Noya. “Mano, eu nem acredito que isso tá acontecendo!”

    “Nem eu!” Nishinoya viu, pelos cantos dos olhos, o cara se levantando junto com seus dois amigos e saindo de perto do bar. Ele sentiu um aperto no peito, sabendo que provavelmente nunca mais o veria.

    “Ah, mano, será que ela vai me chamar pra sair? Será que ela vai gostar de mim?”

    “Se ela pediu o número é porque gostou, não é?

    “Tem razão! Ah é, e você? Achou alguém por aqui ou nem?”

    “Mais ou menos…” Nishinoya se levantou. “Já podemos ir?”

    “Claro.”

 

A calçada em frente ao local estava cheia de pessoas conversando entre si. Nishinoya ficou olhando para o céu nublado enquanto Tanaka chamava um uber.

“Então, como assim ‘mais ou menos’?” Tanaka perguntou sem tirar os olhos da tela do celular.

Noya suspirou, e começou a contar, nos mínimos detalhes, a história de como ele se apaixonou por um cara que nunca viu na vida em exatos trinta segundos.

“... É sério, ele era o homem mais lindo que eu já vi.” Ele passou as mãos pelo rosto, dando-se conta de que estava falando um pouco mais alto do que o necessário, provavelmente por causa da embriaguez.

“E por que você não falou com ele?”

“Eu nem sei mais por que não falei com ele.” Noya soltou um grunhido de frustração. “Agora eu nunca mais vou ver ele. Nunca.”

“Você falou que ele tinha cabelo comprido né?”

“Isso.”

“Tava de camisa cinza?”

“Tava. Por que você tá perguntando?”

Tanaka simplesmente segurou o ombro de Noya e o forçou a se virar para trás.

    E atrás dele estava, com toda a sua beleza e glória, o homem de quem ele estava falando muito alto naquele exato momento, encarando-o com uma expressão muito assustada. Ao lado dele, seus dois amigos estavam literalmente se dobrando de rir.

    Nishinoya o encarou boquiaberto, se perguntando se o cara havia ouvido todas as coisas vergonhosas que ele havia acabado de dizer para Tanaka. “É claro que ele ouviu, cacete, por que mais ele estaria com aquela cara?!”

    Todo o alívio que Nishinoya sentia em saber que pelo menos não tinha estragado tudo com aquele cara acabou de ir por água abaixo. Para ajudar, veio um enjoo repentino, que o fez vomitar ali mesmo no meio fio. Não tinha como aquela noite ficar pior, não tinha.

    Se ele tivesse ficado em casa fazendo a lista de cálculo, nada daquilo teria acontecido.

    “Ei, cara.” Ele sentiu a mão de Tanaka em seu ombro. “Nosso uber chegou.”

    Noya esfregou a boca com as costas da mão enquanto Tanaka o guiava até o carro.

    “Toma.” Uma mão o entregou um guardanapo, e Noya pegou sem nem prestar atenção em quem era.

    Tanaka abriu a porta de trás do carro para Noya, que se sentou junto à janela, com o guardanapo esquecido ao seu lado no banco.

    “Mano, você tá bem?” Tanaka perguntou depois de um longo silêncio.

    “Parece que eu tô bem, porra?”

    “Calma, cara. Você nem olhou pra essa merda de papel né?” Ele pegou o guardanapo do banco e o chacoalhou na frente dos olhos de Nishinoya.

    Só aí que ele percebeu que havia algo escrito no guardanapo. Noya o tomou das mãos de Ryuu para poder olhar com mais atenção. Era um endereço de e-mail.

    “Azumane01? Que e-mail é esse?”

    “Você não viu quem te entregou isso aí? Era alguém que tava junto aquele cara.”

    Noya arregalou os olhos. Então quer dizer que…

    “É o e-mail dele?!” Nishinoya tirou o celular do bolso no mesmo instante para salvar o contato antes que o papel se perdesse. “Caralho!”

    “Parece que não fui só eu que arrumei contatinho essa noite!” Tanaka deu um tapa no ombro de Noya e começou a rir freneticamente, ganhando um olhar bem feio do motorista pelo retrovisor.

    Se Nishinoya teria coragem para falar com o cara ou não já era outra história, mas pelo menos uma coisa boa havia saído daquela noite desastrosa.

   


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Notas finais do capítulo

Acho que essa fanfic ficou bem ruim e vários pontos, mas espero que pelo menos tenha ficado engraçada. Ultimamente não tenho conseguido escrever como gostaria, mas mesmo assim me empenhei pra escrever isso aqui porque faz um tempo que não posto nenhuma one-shot de Haikyuu e já estava com saudade de fazer o Noya passar vergonha nas minhas histórias.
Enfim, deixem comentários aí, se quiserem.



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