Shit, my glasses! escrita por gaby


Capítulo 4
Capítulo três


Notas iniciais do capítulo

Caralh* WS, qual o nome daquela magia?
Eu esqueci véi, avada kedava?
Lembrei
AVARA KÉRABA

Desculpa, gente! Mas eu tinha que começar com o melhor funk de 2017, né? Essa bosta não sai da minha cabeça, alguém me ajudaaaa.
Falando seriamente agora: espero que curtam esse capítulo, estou num amorzinho com ele. ♡

Boa leitura e não esqueça o comentário ♥




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Shit, my glasses!

Capítulo três

***

 

[TERÇA-FEIRA (01/08) - PRÉDIO DO PROFETA DIÁRIO]

— Bom dia – cumprimentou sorridente.

— Bom dia – Lily sorriu de volta. – Chegou primeiro. Como?

— Consegui acordar antes do despertador – olhou-o desacreditada, enquanto ele oferecia uma caneca. – Ok, na verdade, Merlin não parou de subir na minha cabeça e eu acabei levantando mais cedo – ela riu antes de tomar um gole do café, percebendo que a bebida estava exatamente do jeito que ela gostava. Reprimiu outro sorriso.

— Eu trouxe sua jaqueta – disse, erguendo uma sacola. – Te entrego agora ou depois?

— Eu provavelmente vou perder em algum lugar se você me entregar agora.

— Depois então – o observou por um tempo, até Clearwater entrar no local.

***

— Obrigado – disse, quando a ruiva lhe devolveu de fato a jaqueta.

— Eu que deveria agradecer, não? – sorriu de um jeito entre o maroto e o inocente. Como ela consegue fazer isso?, James pensou, seus olhos fixos nos lábios dela.

— Claro! – respondeu, um pouco perdido, após perceber que tinha ficado em silêncio por muito tempo. – Quero dizer, eu não sei... D-digo... – Lily gargalhou; ele passou a mão pelos cabelos, sem graça. Que diabos foi isso?, se perguntou.

— Nos vemos amanhã – falou, com aquele sorriso-cura-do-câncer que fazia alguma coisa em James sair do lugar. – Boa noite.

— Até amanhã – conseguiu dizer antes que ela fosse embora.

 

[QUARTA-FEIRA (02/08) - EDIFÍCIO SALVIO HEXIA]

Lily colocava os utensílios na lava louças ao mesmo tempo que relembrava sua conversa com James, uma hora mais cedo. Na calçada do Profeta Diário, como de costume, eles tinham contado um ao outro algumas histórias engraçadas da época de escola. Ela descobriu que o rapaz não tinha mudado muito: continuava sendo o popular, um tanto autoconfiante e desastrado.

Chegava a ser estranho o fato de terem se tornado tão próximos em menos de dois meses, começou a refletir; sua espinha de repente gelou. Quero dizer, já vamos sair! E se eu tiver fazendo merda? Afinal, seu último relacionamento não tinha sido lá essas coisas, e as expectativas para começar algo novo eram sempre exageradas.

Afastou tudo aquilo da mente, se forçando a acreditar que cada pessoa era diferente, porque isso era verdade, e se pondo a lembrar daquele sorriso que despertavam as mariposas do seu estômago.

— Lily? Tá em casa? Eu trouxe sorvete... – Marlene ia dizendo, até chegar a cozinha. - Por que você tá sorrindo pro garfo?

— Quê? – Lily tentou fingir-se de desentendida, mas a loura a conhecia bem demais para aquilo.

— Você é péssima em disfarçar as coisas – enfiou um pote dentro da geladeira. – O que aconteceu com "eu não estou afim dele", hein? – Lily bufou. Era impossível esconder as coisas de Marlene, ela acabava descobrindo, mais cedo ou mais tarde.

— Vamos sair no sábado – declarou.

— Eu sabia que não resistiria a James Potter!

— Você resistiu, por que eu não poderia? – arqueou a sobrancelha, num gesto típico.

—Porque eu não resisti ao Sirius primeiro.

—Ah, verdade: "meu Deus, Lily, eu não acredito que encontrei esse homem! Nos encaixamos perfeitamente, em todos os sentidos, e posições" – imitou a voz da amiga. – Eu ainda estou traumatizada, se quer saber.

—Eu só trabalho com verdades, meu anjo – afirmou. – Inclusive, super recomendo a coisa do relacionamento aberto.

—Dispenso. Não funcionaria para mim.

Marlene deu de ombros antes de sair do cômodo, deixando a ruiva a sós. Não demorou para que a mente dela viajasse em James Potter novamente.

 

[SÁBADO (05/08) - EDIFÍCIO SALVIO HEXIA]

O restante da semana passou num piscar de olhos e, no sábado, Lily se via perdida no meio das roupas novamente; dessa vez Marlene estava lá para ajudá-la – isso não quer dizer que tenha sido mais fácil/rápido, pelo contrário.

— Toma, veste esse – a loura dizia, entregando outro vestido. – Não. Definitivamente, não – comentava em seguida.

Para sua sorte, James se atrasou, como de costume, o que lhe deu mais tempo para finalmente estar pronta. A campainha tocou, às 19h20, e Lily sentiu o estômago rodopiar. Marlene só faltava empurra-la em direção a porta, quase mais ansiosa que ela própria.

— Hey – disse, assim que o viu. James a escaneou, de cima a baixo, de um jeito que fez a ruiva sentir sua pele queimar.

Ela usava uma blusa preta de mangas longas, com um decote sutil, junto a uma saia de botões e uma botinha preta. Estava bonita, mas não era nada muito sensacional, foi o que pensou antes de o rapaz chegar.

— Wow... – expressou devagar, fazendo-a sorrir.

Ele também não estava mal. Na verdade, estava maravilhoso. Com uma calça preta e uma camisa de botões, tendo alguns deles abertos; fixou os olhos ali por uns instantes.

— Precisa de um babador, James? – ele ainda demorou uns segundos pra sair do transe.

— Acho que sim, Lene – revelou; Lily corou de leve.

— Vamos? – ela falou, tentando ocultar o breve constrangimento.

— Cuide bem dela, Potter – a loura ordenou e o rapaz bateu continência antes de então descerem as escadas. – E usem camisinha! – gritou, antes de fechar a porta.

— E então, para onde vamos? – Lily perguntou, assim que entraram no carro.

— É surpresa – sorriu ao dizer; ela semicerrou os olhos. – Mas antes vamos ter que passar no meu apartamento. Esqueci a droga da carteira... De novo – Lily riu.

Em minutos, estacionaram em frente ao prédio onde se podia ler, em fontes grandes e douradas, "EDIFÍCIO LUMUS SOLEM". Tinha muitos andares e era bem mais bonito e conservado que o prédio em que Lily residia. James buscou a carteira com uma rapidez extraordinária e eles enfim seguiam para sabe-Deus-onde.

— Você podia me dar uma dica – falou, curiosa. Ele pareceu pensar.

— O pôr do sol é lindo de lá.

— Não ajudou muito – riu, encarando-o. Seu perfil era bastante atraente, ela reparou.

— Talvez isso ajude – disse, virando à esquerda numa rua.

Quando Lily olhou pelo para-brisa, a vista era a London Eye, com toda a sua grandiosidade. Boquiabriu-se, realmente admirada. Lembrou-se imediatamente de uma de suas conversas com o rapaz, quando lhe disse que nunca havia visitado o ponto turístico. Ela podia facilmente beijá-lo naquela hora.

— Se importa se eu tirar umas fotos da vista? – ele perguntou, logo que parou o carro. Ela acenou que não. – Au! – reclamou quando bateu a cabeça, na tentativa de sair do veículo, com a câmera em mãos.

— Tudo bem?

— Acho que sim – ela deu uma risadinha.

— Você é sempre tão surpreendente nos seus encontros? – questionou durante a caminhada até a roda gigante.

— Só quando a garota tem cabelo ruivo e olhos verdes – olhou-a com um sorriso de lado. Ela corou mais uma vez; se sentia patética quando corava. – Tenho uma pergunta para você.

— Faça.

— Você parecia tímida na casa do Frank, mas não foi tímida comigo, nem da primeira vez que conversamos. Por quê? – contraiu o cenho. Ela riu.

— Céus, você é muito míope! – o rapaz pareceu ainda mais confuso. – Você esbarrou em mim no meu primeiro dia. Eu achei que tinha me visto, depois descobri que não.

— Aaaah! – lembrou-se de imediato. – Então o seu cabelo era a coisa meio laranja – disse para si; Lily arqueou uma das sobrancelhas. – Eu sabia que te conhecia de algum lugar!

Coisa meio laranja?

— Devo acrescentar que é a coisa laranja mais bonita que já vi – passou a mão pelos cabelos enquanto ela jogava a cabeça para trás no meio de uma risada.

A fila para a London Eye não estava muito longa e não demorou para que os dois tivessem adentrado uma das trinta e duas cápsulas. James tinha os lábios curvados num sorriso leve, observando a animação de Lily. Os olhos dela brilhavam conforme a London Eye girava e a vista se ampliava. Ele se sentia hipnotizado, algo nela o deixava meio bobo. Talvez fossem as sardas espalhadas pelas suas bochechas, ou o cabelo, ele nunca viu um cabelo tão ruivo na vida.

— Isso é incrível, James! – confessou, saltitante, e o abraçou. Ele retribuiu tirando-a do chão por uns instantes.

— Fico feliz de ter sido o primeiro a trazer você aqui – respondeu, ainda próximo ao ouvido dela. A ruiva sentiu sua nuca arrepiar e então se afastou.

— Eu também – o fitou.

Naquele ponto, o sol começava a se pôr e o tom alaranjado tomava conta do céu. O rapaz ligou a câmera e passou a fotografar o cenário. Foi a vez de Lily admira-lo; seu maxilar tinha o ângulo perfeito, a maneira como ele molhava os lábios com a língua era tentador, as ruguinhas que se formavam no final de seus olhos, quando os apertava, eram fofas e ele fazia algumas caretas engraçadas inconscientemente.

A ruiva chegou a sentir inveja daquela câmera, tamanha a paixão com a qual ele a manuseava, e suas expressões de total concentração por trás da lente podiam facilmente se tornar um novo fetiche para ela.

— Quer tentar? – indagou, lhe oferecendo a máquina fotográfica.

— São muitos botões – ele sorriu e chegou mais perto. Pôs a alça em volta do pescoço dela.

— Eu te ajudo – colocou-se atrás dela, segurando suas mãos. – Você pega aqui, e aqui – demonstrava. Sua respiração fazia cócegas no pescoço dela. – E então aperta aqui.

— Só isso?

— Posso te dar uma aula avançada, se quiser.

Depois de algumas tentativas, fotos e risadas, um garotinho se aproximou dos dois e cutucou James. Ele não devia ter mais de seis anos e Lily teve vontade de apertar suas bochechinhas morenas.

— Ela é sua namorada? – o garotinho “cochichou” para James. Lily o encarou e sentiu seu coração falhar uma batida com a resposta que veio a seguir.

— Ainda não – ele disse, esfregando a mão nos cabelos encaracolados do garoto, que saiu correndo quando ouviu sua mãe o chamar.

Depois daquilo, não tardou para que a volta se completasse e, em pouco tempo, eles chegavam ao solo. O rapaz ainda tirou umas fotografias do rio Tâmisa, conseguindo capturar alguns momentos de uma Lily distraída, e então eles caminharam até o carro e seguiram para um restaurante não muito distante dali. Sentaram numa mesinha, na calçada mesmo, e comeram uma pizza, conversando sobre qualquer assunto que surgisse.

Lily gargalhava quando percebeu que seu celular estava vibrando sem parar dentro da bolsa, em seu colo. Quando finalmente o encontrou, já não vibrava mais. Contraiu o cenho ao ler as notificações; cinco chamadas perdidas da sua mãe e muitas mensagens.

— Algum problema? – James perguntou.

— Ligações e mensagens da minha mãe. Tudo bem se eu retornar?

— Claro! – ela se levantou, digitando, e se afastou um pouco da mesa.

James a assistiu andar de um lado para o outro diversas vezes. Era tão linda que, em alguns momentos, ele achava que poderia enxerga-la perfeitamente sem os óculos. O perfume dela ainda estava impregnado em suas narinas, desde a hora em que se abraçaram; queria repetir aquilo o quanto antes. Se recompôs, fechando a boca entreaberta e fingindo que não a contemplava, quando a viu voltar para a mesa.

— James, eu preciso de um favor – disse, séria.

— É só dizer – sorriu.

— Pode me levar até a King’s Cross? – seu tom de voz continha uma nota de agonia. O sorriso do rapaz murchou.

— Agora?

— Por favor, James – de repente ela parecia prestes a chorar. Ele se levantou rápido e se aproximou.

— Ei, calma – acariciou sua bochecha. – O que houve?

— Eu preciso ir para Cambridge. Agora – seus olhos se encheram de água.

— Cambridge? – contraiu o cenho. – O que está acontecendo, Lily?

— Meu pai... – as lágrimas começaram a cair. O rapaz não podia estar mais confuso. Sentiu o peito apertar e apenas a abraçou. – Ele está no hospital – disse em meio ao choro.

— Acalme-se. Vai ficar tudo bem – afagava os cabelos dela. – Eu levo você.

Lily não pensou em recusar, ou dizer que seria suficiente leva-la a King’s Cross. Só queria chegar o mais rápido possível, agradeceria o gesto dele mais tarde. Deixaram o restaurante e nem sequer passaram em casa. James dirigia o mais rápido que podia, dentro dos limites da lei e, quando a ruiva se acalmou, o admirou muito pelo que estava fazendo. Ele podia simplesmente tê-la levado para a estação de trem, mas não o tinha feito, e eles só estavam no primeiro encontro.

— Está melhor? – ele perguntou, olhando-a, quando pararam num semáforo.

— Um pouco – o moreno sorriu tênue. – Não precisa me levar até lá.

— Não preciso – confirmou. – Mas eu quero.

Passaram mais um tempo em silêncio.

— Ele é alcoólatra – contou, olhando pelo para-brisa. James contraiu o cenho, sem entender logo de cara sobre o que ela estava falando. – O meu pai.

— Por isso você não bebe – disse, após alguns segundos sem saber o que responder. – Ele está doente?

— Cirrose. Descobrimos no ano passado, quando apareceram os sintomas.

— Ele ainda bebe?

— Não. Quando eu nasci ele se internou numa clínica, durante a minha infância ele teve algumas recaídas, precisou ser internado de novo, mas agora está há nove anos sem beber.

— Vai ficar tudo bem – segurou a mão dela quando mais um semáforo fechou.

Em menos de duas horas eles chegaram em Cambridge. Conseguiram encontrar uma vaga no estacionamento do hospital e o rapaz acompanhou a ruiva até a recepção. Assim que entraram, uma mulher – também de cabelos ruivos – apareceu e tomou Lily para um abraço.

— Eu quero vê-lo, mãe.

— Você não precisava vir, Lily. Eu te falei. Ele está bem.

— Quando posso visita-lo?

— Ele está dormindo. Só podemos entrar amanhã – elas ainda não tinham se soltado quando a mulher viu James estacado ali. – Como chegou tão rápido? – Lily se afastou.

— Esse é o James – apresentou-o. – Ele me trouxe.

— Muito prazer, senhora Evans – lhe apertou a mão.

— Elizabeth, por favor – sorriu para ele. – Já que foi teimosa e veio para cá, leve o moço lá pra casa, filha. Descansem e voltem amanhã.

— A senhora não vai ficar aqui – contestou. – Eu passo a noite aqui e a senhora vai pra casa.

— Pet está chegando. Ela vai ficar no hospital.

— Petúnia vem pra cá?

— Sim. Não se preocupe. Assim que ela e Vernon chegarem eu vou para casa – sorriu carinhosa.

Lily se deu por vencida e logo seguia de volta para o estacionamento; James ainda ao seu lado.

— Nunca estive em Cambridge – ele comentou.

— Não queria que sua primeira vez aqui fosse assim – ela respondeu. – Nem que nosso encontro tivesse acabado pelo meio.

— Ainda teremos muitas oportunidades – se fitaram até serem interrompidos.

— Lily? – a ruiva virou a cabeça no mesmo instante.

— Olá, Petúnia.

— O que está fazendo aqui? – a morena perguntou, num tom pouco amigável.

James a encarou, se perguntando quem ela era; tinha um pescoço ligeiramente comprido demais e era muito magrela. O homem ao seu lado era baixinho e gordo; diferente dela, parecia não ter pescoço algum. James até riria, mas isso seria muito errado e ele não era mais um adolescente.

— Como assim “o que estou fazendo aqui”? – Lily retrucou. – Também vim ver o papai – elas são irmãs?, James se perguntou na mesma hora.

— Se eu fosse você, sairia daqui agora mesmo – a outra respondeu, claramente irritada.

— Quê?

— Você não tem vergonha na cara?! Foi embora e agora vem vê-lo como se nada tivesse acontecido! – falou. A voz um pouco alterada.

— Do que diabos você está falando?!

— A culpa é sua! – Lily sentiu como se Petúnia a tivesse esbofeteado. – Não era pra você ter ido para Londres! Era pra ter ficado com ele e mamãe! Você sabia que ele não estava bem! – acusava. – Você devia cuidar dele!

— Eu também tenho uma vida, Petúnia! As coisas tinham se estabilizado quando eu saí daqui. Você viu os exames, não tinha com o que se preocupar – a outra fazia sinal de negação com a cabeça.

— Claro que tinha! A mamãe não dá conta de tudo sozinha, Lily!

— Por que você não veio então?! – as duas se encaravam de uma maneira que fez até mesmo James ficar com medo. – Por que eu tinha que cuidar dele, e não você?

— Porque eu tenho um marido, tenho uma casa. E você já estava aqui mesmo – Lily sentiu-se extremamente ofendida. Ela também queria essas coisas, e não era morando na casa de seus pais que iria conseguir.

— Você é uma egoísta detestável, Petúnia – a ruiva cuspiu as palavras e já ia passar pela irmã, quando essa a segurou pelo braço.

— Solta ela – James disse; Lily nunca o viu tão sério.

— Pet? – o marido disse num tom meio medroso. Petúnia apenas olhou James com cara feia antes de obedecer, vendo que nem Vernon teria chances contra ele.

— Tudo bem? – perguntou, quando já tinham se afastado.

— Sim, obrigada. E me desculpe, você não devia estar no meio disso – soltou um suspiro.

— Eu quero estar com você, Lily – parou na frente dela, impedindo-a de andar. – Quanto mais eu te conheço, mais certeza disso eu tenho – se abraçaram, pela terceira vez naquela noite.

A ruiva indicou o caminho até sua casa e, sem demoras, estacionaram na frente dela. Era uma casa modesta, de dois andares, com um pequeno jardim e muito aconchegante por dentro. James reparou nas várias fotografias de família espalhadas pela sala; Lily foi uma criança muito fofa, não deixou de notar.

Elizabeth não tardou a chegar; entregou ao rapaz cobertores e um travesseiro, dizendo que ele podia dormir no quarto que era de Petúnia. Eles ainda comeram alguma coisa antes de irem para suas devidas camas. Lily se revirou nos lençóis, mas não conseguiu dormir, então desceu para tomar um copo de leite, encontrando James na cozinha.

— Vim pegar um copo d’água – ele disse.

— Não consigo dormir.

— Quer conversar? – ela fez que sim e destrancou a porta. Os dois sentaram nos degraus que levavam à entrada da casa, observando a rua deserta. – Como era morar aqui?

— Era bom. Às vezes conturbado, por conta da doença de meu pai, mas eu gostava daqui. As bibliotecas e lojas de vinil são muito boas – contou. – Tinha alguns amigos legais também.

— Namorava alguém? – olhou-o.

— Terminamos no meu último ano da faculdade.

— Por quê? – estava bastante interessado.

— Descobri que ele tinha me traído numa festa.

— Sério? – perguntou, abismado. Ela fez que sim. Como alguém é capaz de trair essa pessoa?, ele pensou.

— E você, por que terminou com a Emmeline? – pareceu surpreso com o fato de ela saber sobre seu namoro com a morena.

— Bem, num belo dia, acordei e me dei conta de que nosso relacionamento era uma merda. Ela não me dava espaço, queria controlar tudo a todo segundo, discutíamos por qualquer besteira e eu tinha quase certeza de que ela só estava comigo para conseguir emprego na empresa dos meus pais.

— Uau. Acho que você ganhou – riu.

Eles se fitaram com intensidade por um tempo indefinido, até James passar um dos braços em volta dela. Lily deitou no ombro dele, recebendo um beijo carinhoso no topo da cabeça. Ficaram quietos por longos minutos.

— Sei que nos conhecemos há pouco tempo, mas estou realmente gostando de você, Lily.

— Eu também gosto de você, James.

 

[DOMINGO (06/08) – RESIDÊNCIA DOS EVANS – CAMBRIDGE]

Na manhã posterior, Lily, James e Elizabeth tomaram café juntos, antes de saírem para o hospital. Petúnia, que os esperava lá, parecia ainda mais carrancuda que no dia anterior, enquanto Vernon roncava no banco de espera.

— Bom dia – uma voz masculina se dirigiu ao grupo. – Lily?

— Ethan? – ela contraiu o cenho; só pode ser um pesadelo, pensou. – O que está fazendo aqui?

— Eu soube do seu pai e queria ver como sua mãe estava. Achei que a encontraria aqui, mas você não... – James tinha uma sobrancelha arqueada.

— É muito gentil da sua parte, Ethan. Eu estou bem – Elizabeth falou, com um sorriso meio cansado.

Naquele momento, uma enfermeira veio avisar que o horário de visita tinha começado e Lily logo se prontificou para ser a primeira. Assim que ela saiu, acompanhando a enfermeira, James caminhou para fora do hospital. Refletiu sobre o quanto a ruiva era forte, em tudo o que ela já devia ter passado devido ao alcoolismo do pai e em como devia ser doloroso ouvir aquelas coisas horríveis da própria irmã. Seus pensamentos foram interrompidos por um pigarro.

— E aí – o tal Ethan disse.

— E aí.

— Ethan Mclaggen – estendeu a mão.

— James Potter – retribuiu o cumprimento.

— Vi você com os Evans. É algum parente do Antony? – falou, olhando para uma direção qualquer. 

— Não. Eu trouxe a Lily. E você? Parente?

— Não. Eu sou o ex da Lily – James finalmente o encarou. – Vocês estão... juntos? – ele claramente ainda tinha interesse pela ruiva; obviamente, o outro não deixaria nenhuma brecha, por mais que soubesse que Ethan não tinha chances.

— Estamos – respondeu com propriedade, sorrindo por dentro. Queria que Sirius estivesse ali, ele com certeza faria um comentário para fortalecer sua resposta.

— Hmm.

Lily demorou menos do que o esperado para sair do quarto, e voltou um tanto mais animada do que quando entrou. Ela e James saíram para caminhar pelo estacionamento.

— Como ele está?

— Melhor do que eu imaginava – respondeu com um sorriso. – O médico disse que não foi nada demais e que em menos de duas semanas ele estará recuperado.

— Isso é ótimo! – sorriu para ela. – Você vai mesmo ficar?

— Sim. Petúnia vai embora amanhã, não posso deixar minha mãe cuidar dele sozinha.

Eles pararam de caminhar quando alcançaram o Jeep Renegade de James. O rapaz encostou no porta-malas e Lily se aproximou, apoiando a cabeça em seu peito. Ele acariciou seus cabelos e contornou sua cintura com a outra mão; ficaram assim por alguns minutos. Não queriam se afastar.

— Eu posso te buscar – ele disse.

— Não precisa. Já fez muito me trazendo aqui.

— Posso te buscar na King’s Cross— a ruiva sorriu.

— Eu te ligo.

Selaram seus lábios num beijo carinhoso, antes de James dar partida no carro e ir embora.

***


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Notas finais do capítulo

♡ Não seja um leitor fantasma, comente! ♡

Ai gente, eu sou daquelas que fica surtada depois que lê o que escreveu KKKK (e que, depois de um tempo, fica assustada também). Fala se Jily não tá um xodózinho? Quero colocar eles num pote e proteger!
Aaaah, eu já ia esquecer! Criei uma pasta de fotos da fanfic (faço sempre) no We Heart It, sigam lá: https://weheartit.com/gabyramllo/collections/136644954-shit-my-glasses-fanfic

Obrigada por ler até aqui e nos vemos no próximo! ♡


*Agradecimentos especiais à SrtaProngs, minha beta maravilhosa ♥

Para outras histórias como essa, visite meu perfil: https://fanfiction.com.br/u/693020/
Se gostaram da fanfic, adicionem aos favoritos e indiquem a um amigo; façam uma ficwriter feliz :D

xx