Panic 2 escrita por CAIQUE COSTA


Capítulo 7
Substituição




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— Acho que deveríamos ter voltado

 

— Ele não teria voltado por nós. Além disso, ele não parou para fugir com a gente porque ele não quis. - April respondeu a amiga, enquanto andavam, rápido, tentando achar uma saída.

 

As duas conversavam, após cruzarem com Kyle. Elas sabiam que aquela seria a última vez que cruzariam com ele, mas não impediram que o rapaz enfrentasse seu destino. Agora, Gina e April precisavam enfrentar o delas. Ambas estavam em uma casa que seria vazia, se não tivesse elas e um serial killer, a procura das duas garotas. Chamar a polícia seria uma boa ideia, mas April teria que dar um jeito de sobreviver se desse de cara com o assassino..

 

— Temos que sair daqui rápido. - Gina disse, próximo a April

 

— Você se esqueceu da Gwen. Sabemos que Dylan e Kyle estão mortos, mas ainda não sabemos se ela está viva, escondida por aí.

 

— O assassino já matou eles dois. Não duvido que com ela tenha sido diferente.

 

— Não importa. Nós vamos procurar ela, seja lá o estado em que ela esteja.

 

— Não! Eu me recuso a sair por aí nessa casa enorme para procurar alguém.

 

— Você vem comigo. Não posso te deixar sozinha, e muito menos deixar de procurar Gwen. Sabe que não tem nenhum motivo para você ficar parada aqui - April disse, iniciando uma discussão.

 

— April, você acha que devemos nos arriscar tanto assim para procurar ela? Estamos correndo perigo se ficarmos perambulando por aí.

 

— Por mais que seja tensa a situação… Vale a pena correr esse perigo pela Gwen. Você sabe disso.

 

— Eu sei sim. Mas ainda acho melhor ficarmos aqui, ligarmos para a polícia e ficar bem.

 

— Gina, agora eu me recuso. Não vou ficar parada vendo você fazendo biquinho. Vem comigo. - Assim que April terminou de falar, Gina ficou irritada.

 

— Certo. Mas se morrermos, não diga que eu não avisei. - Assim, a garota tomou a dianteira, cruzando por uma porta que levava de um corredor para outro.

 

No momento em que ela cruzou o portal, um chute no peito a derrubou. Era o assassino. April, vendo aquilo, ficou em choque inicialmente. Gina foi lançada para o chão, e ficou caída por alguns segundos. Foi tempo o suficiente para que o assassino subisse em cima da mesma, pronta para esfaqueá-la. Sua lâmina já estava pronta para penetrar o peito da garota, mas, algo aconteceu. April jogou seu corpo contra o do assassino, o tirando de cima da jovem. Agora, tanto a menina quanto o indivíduo estavam caídos. O assassino foi mais rápido. Ele tentou esfaquear April enquanto a mesma ainda estava no chão. Porém, um desvio da mesma a salvou, e a lâmina penetrou o piso de madeira. A garota ainda estava no chão quando desviou, e próxima do indivíduo mascarado. Com um chute, ela o jogou alguns metros para trás, fazendo-o largar sua faca. Mesmo podendo segurar a arma para deixar o assassino com as mãos vazias, April preferiu correr, pois sabia que logo o cara de fantasma iria se levantar, e a atacaria novamente.

 

Durante toda essas briga e luta pela sobrevivência, Gina observou o que acontecia, após se levantar. Assustada e em estado de choque, ela correu. Depois de um tempo, viu que April corria atrás dela, e que logo atrás da amiga, vinha o assassino. Ambas correram na mesma direção. Para uma porta que nenhuma delas sabia onde dava, pois a casa era realmente um labirinto de tão grande. Assim que a corrida das duas terminou, a frente da porta, ela tentaram a abrir. Mas, a porta estava difícil para ser aberta. Quando Gina ou April olhavam de relance para trás, conseguiam ter a visão do assassino, correndo rapidamente em direção a elas. A cada segundo que passava, mais perto o indivíduo estava de alcançá-las e matá-las. A tesoura que April antes pegara tinha sido deixada na escada, quando as duas se assustaram ao ver Dylan. Nisso, April correu e nem ao menos se lembrou da ferramenta. A tesoura seria muito útil naquele momento. Depois de alguns empurrões, as duas jovens abriram a porta, a tempo de serem esfaqueadas. Quando entraram no cômodo, elas trancaram com uma chave que havia apenas naquele lado. Gina estava com o rosto bem perto da porta quando ela foi fechada. Nesse momento, a lâmina do assassino atravessou a madeira, mostrando a brutalidade com que seriam atacadas se continuassem do outro lado.

 

A faca foi retirada da porta em poucos segundos. Assim que o assassino a puxou de volta, April sentiu baterem na porta fortemente. Com murros e chutes, a abertura era atingida, mas, era resistente o bastante para não rachar. Logo, as batidas pararam. Provavelmente, o assassino iria procurar uma outra maneira de entrar no lugar em que April e Gina estavam. Só depois de se sentirem “seguras”, elas perceberam onde aquela porta dava. Elas estavam na cozinha da casa. Um lugar consideravelmente grande. De início, April procurou alguma coisa para que ela e sua amiga pudessem se defender, e pediu para que Gina fizesse o mesmo. Uma procurava dentro das gavetas e a outra procurava dentro dos armários. Logo, April abriu algumas das pequenas portadas, a procura de alguma arma. Talvez Gina tivesse mais sorte que ela. Quando a garota foi olhar nas primeiras gavetas, percebeu que a grande porta de vidro estava aberta. A princípio, a mesma se assustou, pois percebeu o perigo que estavam correndo. Quando Gina foi fechar a grande abertura transparente, ela viu. Viu o corpo de Gwen. Viu uma cadeira com cordas desamarradas em volta. Viu que sua amiga estava morta. Nesse momento, a garota colocou a mão na boca, demonstrando surpresa e medo.

 

— Gina, você conseguiu encontrar… - April tocou no ombro da menina, mas, se calou quando viu o que a chocou.

 

— Ela… Está… Morta. - Gina disse, um pouco lentamente

 

— Ei, calma. Vamos sair daqui. Você podia estar certa sobre a Gwen, mas não vou deixar que o assassino toque em você ou em mim. Mas, preciso que me ajude a fazer isso. Vamos, temos que achar alguma coisa que sirva para nos defender. - April disse, dando um pequeno abraço em sua amiga, mas logo, indo fechar a porta de vidro. Elas não podia deixar nada aberto por perto.

 

A outra garota, por sua vez, acabou voltando a realidade, após ficar indignada ao ver o corpo de uma de suas amigas. Assim, ela procurou alguma coisa. Por sorte, não seria difícil encontrar. Elas estavam em uma cozinha, cheia de facas, garfos e outras coisas. Mas não conseguiam manusear tudo. A sensação de estarem sozinhas deixava amba um pouco confortáveis.

 

— Já chega, eu vou ligar para a polícia. - Disse April. As duas já haviam pego o que precisavam, e estavam com uma faca em mãos. Ambas já estavam naquele cômodo a um tempo, e não aguentavam mais serem mantidas naquele cativeiro. Logo, a menina pegou seu celular e estava pronta para discar o número da polícia. Mas, neste momento, seu aparelho eletrônico tocou. O número era de um desconhecido, porém, April já sabia quem era.

 

— Seu covarde. Venha nos pegar, se puder.

 

— Eu sou o covarde? - A voz do assassino respondeu. - Eu não me tranquei em um lugar para não morrer.

 

— Sim, você é um covarde! Não importa o que eu fiz para sobreviver, mas sim, o que você fez para matar. Matou toda essa gente sem nem elas saberem o porquê de estarem sendo mortas. Você mata com essa merda dessa máscara para esconder o lixo que você é.

 

— Não, April. Eu mato com uma máscara para tornar tudo mais divertido. Para deixar tudo mais interessante. - Ele riu maleficamente nesse momento. - Além disso, posso ver o seu sofrimento, tanto através da máscara, quanto normalmente. - Naquele instante, April percebeu que o assassino, era alguém que ela conhecia. Mas não sabia quem poderia ser. - É melhor você tomar cuidado em quem confia…

 

Neste mesmo tempo em que April terminou de ouvir o assassino, Gina deu um pequeno sorriso. Com a faca que segurava, assim como sua amiga, ela atacou April. A esfaqueou próximo a costela, e logo em seguida, retirou a lâmina de dentro da menina. April, por sua vez, ficou chocada, e soltou um pequeno grito. Assim que teve a faca retirada, ela se afastou.

 

— Não. Gina, o que você está fazendo? - A garota perguntou, olhando para sua amiga.

 

— Pelo visto não ficou muito claro, não é? - Gina riu novamente. - Olá, April! Agora se deu conta do que eu estou fazendo?

 

— Não. Isso não é possível. Eu acabei de falar com o assassino. Não pode ser você. - April disse, se afastando um pouco mais.

 

— O que importa é o que vai acontecer, não o que você acabou de fazer. - Neste instante, Gina avançou alguns passo. Nisso, April se assustou, e correu. Ela se dirigiu até uma das portas que havia na cozinha, diferente da qual antes havia entrado. Essa estava trancada também, e não demorou para ser aberta. Quando passou pelo portal, April correu, o mais rápido que podia, e logo, cruzou um dos corredores. Ali, ela foi surpreendida por mais uma facada. Logo, ela cuspiu sangue, e soltou um gemido de dor. Quando olhou para a situação, o assassino mascarado tinha a esfaqueado. A mesma, por sua vez, se afastou, e tentou ir para o outro lado, mas, o indivíduo a segurou pelo cabelo, e a puxou, envolvendo a garota com seu braço, a impedindo de fugir. April ainda estava com seu celular na mão, e tentou levantar ele pra ligar para a polícia. Quando tentou, teve seu telefone tomado por Gina, que o pegou e jogou, ainda ligado no chão. - Acha que vai ser fácil assim?

 

— Me larguem! - April gritou, com sua costela e sua barriga perfurada. Logo, ela perderia suas forças. Gina olhou para o cara de fantasma, dando-lhe um sinal. Com esse sinal, ele tirou sua máscara. Ele havia se revelado. E ele era William. April achou estranho, pois o rapaz estava no hospital, recebendo visitas, e agora, tinha se revelado um dos responsáveis por todas aquelas mortes. - Foram vocês dois, são monstros. Não acredito que fizeram da minha vida um inferno de novo. Por quê fizeram isso tudo? Por quê mataram todos os seus amigos?

 

— Oh, ela quer saber um motivo. - Gina riu mais uma vez. - Sabe, April, sua vida em CottonWood não foi nada em comparação ao que eu tinha planejado. Mason, apesar de ter sido um adolescentezinho medíocre com desejos homossexuais reprimidos, fez um bom trabalho em te fazer sofrer, mas fez um péssimo em usar minha prima para fazer isso.

 

— O que? Sua… Prima? - April perguntou, confusa.

 

— Sim. Louise Green, uma das “assassinas” da sua cidade. Ela era minha prima. Uma pessoa muitíssima importante, que você afogou naquela noite. Quando você enfiou a cabeça dela naquela pia cheia, você assinou a sentença de morte de todas essas pessoas, inclusive, a sua.

 

— Então, você fez tudo isso para se vingar de mim? Por eu ter matado a Louise?

 

— Não só isso. Fiz isso para que ela não fosse lembrada como um nada, ou como a simples “ajudante do assassino principal”, como a mídia mostrou. Eu serei lembrada. Eu serei lembrada como a única sobrevivente. E já que você ficou muito reconhecida pelo o que te aconteceu, eu vou roubar o seu lugar, e no final, vou acabar terminando tudo com uma tacada só.

 

— Sua lunática. Louca, desgraçada. Você não pode sair ilesa dessa. - Ela disse, em meio a gemidos de dor.

 

— E, o que vai acontecer comigo, Gina? - William perguntou, enquanto ainda prendia April.

 

— Não se preocupe, meu amor. Você também vai se dar muito bem. - Naquele instante, ela se aproximou do rapaz, dando-lhe um beijo, molhado e longo. Antes que o toque dos lábios pudesse ter fim, Gina esfaqueou o menino. - Ou iria, se não tivesse saído do hospital.

 

William gritou, e nisso, acabou soltando April sem ao menos notar. Gina não se preocupou, pois sabia que a garota já estava fraca, e não conseguiria correr e nem fazer qualquer outra coisa, a não ser, sentar sobre o chão, encostada na parede.

 

— O que? Não. Você me falou para sair do hospital. - William disse, após se penetrado pela lâmina. A faca que o mesmo segurava, havia caído no chão, e ele, apenas se afastou da garota.

 

— Sim, eu disse, porque eu precisava de alguém para ser o assassino. Você foi um bom “ficante” por um tempo. Mas foi um assassino melhor ainda. - Logo após terminar de falar, ela enfiou a faca em William mais duas vezes. Isso foi o suficiente para que o mesmo caísse no chão, morto.

 

Após terminar de matar seu companheiro de crime, Gina pegou um pequeno lenço de seu bolso direito, e limpou a faca que usou para esfaquear April e matar William, colocando ela no lugar em seguida. Logo depois, ela subiu para o quarto do pai de Kyle. Quando estava lá, ela viu uma arma guardada na gaveta da cabeceira da cama.

 

— Ela foi muito burra em não ver isso. - Disse a garota, referindo-se a April.

 

Assim que pegou a arma, com o lenço, ela foi para a sala, onde estava o corpo de William e aparentemente, o de April. Seu plano era: Armar uma cena de crime, onde ela havia levado um tiro, e conseguiu sobreviver em meio a matança. No momento em que ela daria um tiro em sua própria perna, ela segurou um pedaço de tecido de sua roupa e o mordeu. Logo, apertou o gatilho. Ela gemeu e abafou o próprio grito com sua roupa. Em seguida, ela iria jogar a arma para perto de William, mas, alguém tinha chego.

 

Ivy, sentindo-se culpada por não querer andar com sua amiga, foi até a casa do pai de Kyle, para acompanhar April. Mas, ela foi bem depois das suas amigas. Quando chegou lá, precisou entrar por uma porta alternativa, pois a principal estava trancada. Assim que viu a cena, ela ficou chocada. Gina olhou para a garota, e levantou a arma em sua direção, atirando 3 vezes. Ivy teve sorte em conseguir desviar, e logo, se escondeu em baixo de uma estante.

 

— Mais que droga! - Gina disse, colocando sua arma no chão, e levantando, pegando a faca que William usava. - Vou ter que acabar isso com minhas próprias mãos.

 

Ela seguiu em direção a Ivy, que após os tiros, ficou paralisada de medo. Ela queria correr, mas o medo que sentia a deixou imóvel. Uma de suas amigas caminhava em sua direção, pronta para a matar. Quando Gina chegou perto da garota, ela tentou a esfaquear, mas errou o golpe. A dor em sua perna era tanta que ela estava começando a ficar tonta. Antes que pudesse atacar novamente, ela ouviu um pequeno tossido, vindo de seu lado de trás.

 

— Você nunca vai conseguir tomar o meu lugar. - April disse, apontando a arma para a cabeça de Gina, que se virou, ao ouvir o tossido. Naquele momento, April atirou, bem no crânio da jovem.

 

Assim que viu que a menina estava morta, April sentou-se novamente no chão. Ela precisava de atendimento médico urgente. Mas, algo inesperado aconteceu. Seu telefone que antes estava jogando no chão, tocou.

 

— Alô.

 

— April, onde você está? - Era Garrett

 

— Ah… Eu estou…

 

— Eu vim no hospital visitar o William. Parece que ele sumiu do quarto dele. Ninguém sabe onde ele foi.

 

— Sim, Garrett. Eu fiquei sabendo.

 

— O que? Como? Quem te contou?

 

+++

 

Os policiais chegaram com uma ambulância, pouco tempo depois de April explicar para seu amigo a situação de como estava. Não demorou muito para os repórteres também chegarem. Eles pretendiam entrevistar April, mas viram que a mesma não estava em condições para isso. Sendo assim, eles entrevistaram um outro alguém: Ivy.

 

Garrett chegou na casa, e April já estava sendo levada em uma maca para dentro da ambulância. Ele queria saber como ela estava, mas os paramédicos não permitiram. Então, ele foi perguntar para um dos policiais:

 

— Policial, o senhor pode me dizer se ela vai ficar bem? - O jovem perguntou, apontando para a garota que entrava na ambulância.

 

— Eu não sei, rapaz. Pelo visto, as facadas foram profundas. Só precisamos esperar para saber. - Respondeu o policial Dewey Riley, transferido de uma cidade pequena em Maryland.


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