Quartevois escrita por Lily


Capítulo 3
Barry




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Natali tinha um sorriso contagioso. Daqueles que chegam a doer o queixo apenas de observar, ela era especial, isso era um fato irremediavelmente e mesmo tendo surgiu de surpresa já havia conquistado um lugar no seu coração. Talvez ela fosse um sinal de como a vida podia mudar em piscar de olhos. O tempo é fluido e o futuro incerto.
—Papai por que você tá olhando pra mim deve jeito? -ela indagou docemente como se perguntasse se podia comer um doce antes do jantar.
— Não é nada Nat, apenas estou observando o quanto você é bonita.
O sorriso de Natali aumentou, ela então se levantou ficando do joelho sobre o sofá e meio sem jeito se arrastou até ele envolvendo-o em um abraço.
— Você também é bonito, papai.
—Obrigado gatinha. - a apertou forte como se temesse que ela fugisse, um medo bobo e meio irracional. Então, por fim, a empurrou gentilmente fazendo-a se sentar no sofá novamente.
—Mamãe sempre fala que você dá pro gasto, mas eu não entendo o que ela quer dizer com isso.- Natali falou, seus olhinhos brilhavam de excitação. Caitlin que estava sentada na outra ponta do sofá riu, ele a encarou e balançou a cabeça em sinal de desaprovação, era uma brincadeira e ela sabia disso. - O que isso significa papai?
—Isso quer dizer gatinha, que sua mãe acha seu pai maravilhosamente lindo, mas não quer dar o braço a torcer e admitir isso. - explicou e acabou recebendo uma almofadada na cara. - Ei!
Caitlin revirou os olhos. Natali riu.
—Papai, você é um palhaço. - ela falou em meio a espamos de um riso verdadeiro. - Não é mamãe?
—Com certeza, acho até que ele devia estar no circo, para fazer as pessoas rirem tanto desse jeito. - Caitlin falou sarcasticamente, foi a vez dele de revirar os olhos.
—Então como faremos amanhã? - questionou mudando de assunto. - Não podemos levar Nat para o laboratório.
—É, eu já estava pensando em uma solução. - Caitlin se remexeu no sofá ficando de frente para ele, Natali voltou sua atenção para o desenho infantil que passava na TV. - Tem uma menina que mora aqui no prédio e trabalha como babá. O nome dela é Raíz.
—Primeiro, que tipos de pais colocam o nome da filha de Raíz, isso é um pedido para ser zoada. E segundo,vamos mesmo deixar Natali com uma desconhecida? - indagou, um pouco incomodado com a proposta
— É isso ou a levamos para o laboratório e você diz adeus a qualquer chance de voltar com Íris e ainda ter que dar uma excelente desculpa sobre quem é ela.
A encarou e apenas assentiu em concordância, preferia ter que pagar uma babá à ter que explicar para sua ex noiva que o possível futuro deles havia sido apagado e que agora havia dado lugar a um futuro em que ele tinha dois filhos com sua médica particular.

[...]

O barulho dos saltos contra a chão já lhe era familiar, era quase com uma marca registrada de Caitlin. Estendeu o copo de café antes mesmo dela passar pela porta.
—Bom dia Cait. - desejou assim que ela pegou o copo.
—Bom dia. - ela sorriu calmamente.
—Natali está com a babá? - indagou aproveitando que estavam apenas eles na sala. Caitlin retirou o casaco e deixou a bolsa sobre a mesa.
—Ficou e elas parecem ter se dado bem.
—Ela ficará com Nat o dia todo?
—Sim. É necessário.
—Agora temos que nos preocupar com outra coisa. - puxou uma cadeira e se sentou a frente dela. - Como faremos para manda-la de volta para o futuro?
—Precisamos de uma máquina do tempo.
—Ou de uma outra solução. Porque, vamos ser sinceros Cait, não sabemos construir uma máquina do tempo, e mesmo se conseguimos, não sabemos se irá funcionar.
—Entendo, mas não podemos deixa-la aqui para sempre, temos que tentar. - ela insistiu. - Vamos lá Bar,  onde está seu espírito de cientista?
Ele gemeu a contragosto, mas deu o braço a torcer e concordou, então Caitlin explicou seu plano, que era mais uma espécie de jogo Vamos enganar Cisco para ele nos ajudar com a máquina. Que consistia em enrolar Cisco e manipula-lo para ele mesmo pensar em construir uma máquina do tempo do zero, assim, mesmo se desse errado, ele tentaria novamente até conseguir e isso também tiraria qualquer foco sobre eles, já que seu histórico  com viagens no tempo não era muito agradável.
—Você acha que Natali se deu bem com a babá? - Caitlin indagou, deixando a prancheta sobre a mesa, já era a terceira vez que ela lhe perguntava aquilo e toda vez ele respondia da mesma maneira.
—Acho que Natali se dá bem com qualquer um.
—Tipo ela acabou de conhecer Raíz. Será que ela está bem? Talvez seja melhor eu ligar. - ela voltou a insistir.
—Caitlin, faz quase três horas, se Raíz, - ele riu do nome, mas se calou sobre o olhar acusatório de Caitlin. - não ligou até agora, é porque elas se deram bem. - tentou acalma-la.
—Talvez. - ela mordeu o lábio inferior. Ele colocou a mão sobre o ombro dela.
—Não fique nervosa. Talvez possamos leva-la para almoçar, que tal?
—Pode ser, mas você não ia almoçar com Joe?
—Ele pode esperar,agora tenho que ficar em uma certa doutora que está nervosa por algum motivo bobo.
Ela riu mais calma.
—Ok, apenas vamos mante-la longe dos doces.
—Tudo bem, Natali longe dos doces. - repetiu sorrindo. - O quão difícil isso pode ser?
Uma vez Henry Allen havia falado que ele iria pagar pela sua boca, Barry nunca pensou que isso aconteceria tão cedo. Natali Nora Allen tinha a péssima tendência a ficar hiperativa com apenas uma colher de sorvete de menta com gotas de chocolate, ele podia culpar a calda de caramelo super cremosa ou os granulados de chocolate, mas Caitlin provavelmente o culparia, havia sido idéia dele leva-las a sorveteria depois do almoço e também havia sido idéia dele deixar Natali escolher seu sorvete favorito.
—É cientificamente impossível ela conseguir fazer isso sem o uso de superpoderes. - Caitlin observou Natali pular de um brinquedo para outro sem apresentar um  mínimo de cansaço. -Como ela pode ter energia depois desse tempo todo?
—Quantos anos você acha que ela tem? - indagou sem se importar com a pergunta anterior, manteve os olhos em Natali, que corria em direção ao escorrega.
Caitlin suspirou.
—Não sei, acho que cinco. Devido a estatura, mas se fosse pela sua personalidade eu dizia que ela tem uns sete. - ela falou e então se virou para ele sorrindo. - Ela sabe francês Barry.
—Sério?
—Você devia vê-la hoje de manhã quando estávamos tomando café e ela começou a dizer o nome de todos os alimentos na mesa em francês. - Caitlin disse em um tom orgulhoso. -Fiquei tão surpresa e impressionada. Barry, ela é um gênio.
Ele riu.
—Com a mãe que ela tem, não é de se surpreender. Nat é uma garota incrível, teremos sorte.
—É, teremos.
—Como esta o machucado dela?
—Sarou, hoje de manhã quando fui trocar as ataduras elas haviam sumido. Ela tem o metabolismo acelerado, e eu acho que isso é uma coisa boa, já que ela parece ser agitada.
Barry olhou para Natali que brincava no trepa-trepa, ela era incrível, tão doce e tão parecida com Caitlin.
—Você acha que devemos contar para o Cisco? Digo, ele é nosso melhor amigo, não é?
—É, ele é.
—Confiamos no Cisco, talvez seja bom ter alguém além de nós que saiba de Nat.
—É talvez. - ela disse incerta.
—Vamos lá Cait, talvez ele nem surte tanto. - tentou anima-la.
Caitlin o encarou séria.
—Barry é do Cisco que estamos falando, ele vai surtar.
Ele riu.
Natali correu em sua direção, ela não sorria, tinha no rosto uma expressão de culpa.
—Anjinho o que houve?
—Eu rasguei meu vestido papai. - ela murmurou olhando para os próprios pés, Caitlin a puxou fazendo-a se sentar em seu colo.
—Onde querida?
—Aqui mamãe. - Natali pegou a barra do vestido, único que tinha diga-se de passagem, e mostrou o rasgo. - Me desculpa.
—Não é sua culpa. - assegurou. - Certas coisas simplesmente acontecem.
— Mas era meu vestido favorito. - ela resmungou fazendo bico e se deitando sobre Caitlin.
—É se a gente procurar outro vestido novo para você, em? - Cait indagou. - Um bem mais bonito que esse.
—Mas foi o dinho Cisco que me deu mamãe, por isso que ele é especial. - Natali explicou, ela parecia uma mini adulta quando falava assim.
—E se o papai te der outro bem mais bonito, ele também iria ser especial? - perguntou arqueando a sobrancelha sugestivamente.
Natali torceu a boca, coisa que fazia quando estava em meio a uma decisão importante, então sorriu e assentiu.
—Seria sim papai.
—Ótimo, que tal irmos comprar agora? Ainda tenho tempo antes de ter que voltar para a CCPD.
Natali pulou do colo de Caitlin sorrindo animada, então logo tratou de puxa-los pela mão.
—Vamos logo, quero meu vestido tipo de princesa. - Nat murmurou enquanto caminhava os puxando. -Igual ao de Liv.
Caitlin riu e ele a acompanhou, não havia risada mais verdadeira do que aquela inspirada por momentos de inocência.


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