Quartevois escrita por Lily


Capítulo 26
Caitlin




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Caitlin nunca havia entendido o significava da calmaria antes da tempestade. Tanto pelo fato de sua vida ser uma eterna tempestade, como também pelo estado em que a calmaria se instalou em sua vida.
—O papa vem? - Natali indagou espiando por detrás da grande cortina vermelha em busca de Joe.
—Claro que sim meu anjo. Ele está apenas um pouco atraso. - Barry se ajoelhou ficando da altura dela, acariciou a bochecha de Natali. -Houve um problema na delegacia.
—Mas ele já está chegando. - assegurou, mas isso não pareceu convencer Natali, que olhou para baixo  começou a brincar a borda do tutu lilás. - Mas Cisco veio.
—Isso não é novidade.
—Olha meu anjo, se você quiser a gente pode ir a sorveteria ou a pizzaria quando isso acabar.
Natali assentiu e um pequeno sorriso surgiu em seus lábios. Raíz avisou a todos os pais que o show estava prestes a começar e que eles deviam voltar aos seus lugares, deu um beijo na testa de Nat e voltou para a platéia de mãos dadas com Barry. Cisco segurava câmera para filmar todos os movimentos de Natali, ele era um tio babão e ela duvidava muito que isso fosse mudar, principalmente com a chegada do novo bebê.
Olhou por cima do ombro em busca de Joe.
—Se acalme, logo ele chega. - Barry sussurrou.
—Não tenho tanta certeza disso. - virou-se para frente, as cortinas se abriram, várias garotinhas usando tutus coloridos entraram no palco. Ela acenou para Natali e acabou se sentindo uma verdadeira mãe coruja.
Os primeiros acordes da quinta sinfonia de Beethoven começaram a tocar. Caitlin não conseguia tirar os olhos de Natali, a pequenina seguia os passos da professora e tentava ao máximo fazer parecido.
—Ela está linda. - Barry falou sorrindo.
E ela realmente estava linda, Natali tinha aquele brilho no olhar e o sorriso que podia derreter até o mais duro dos corações. Colocou a mão sobre a barriga inchada, no primeiro mês ela normalmente não era visível, porém a sua parecia ir contra essa regra, talvez pelo fato do bebê ter gene meta-humano ou pelo fato dela estar comendo como uma condenada a forca, o gene Allen parecia gritar mais alto, ela não estava comendo por dois, mas sim por três e às vezes quatro. Ficava imaginando como seria a gravidez de Natali e Ralph, se com um bebê só -assim ela esperava- estava comendo por três, quando estivesse grávida de gêmeos comeria por sete? Oito?
Sorriu ao pensar nisso, mas parou quando sentiu a pontada abaixo do seu útero, as cólicas eram normais, mas seu médico havia recomendado o máximo de cuidado possível, nada de estresse ou nervosismo, isso poderia prejudicar o bebê.
De repente Somewhere over the raibonw começou a torcer, as criancinhas rodopiavam ao som da canção arrancando suspiro e exclamações encantadas.

And the dreams that you dreamed of Dreams really do come true ooh ooooh

[...]

Se alguém perguntasse para Caitlin qual fora o momento mais divertido das últimas três semanas, ela não teria como escolher apenas um. Poderia escolher o dia em que foram ao parque ou ao aquário, o jantar que ela queimou e todos acabaram comendo pizza e tacos, a festa de aniversário surpresa de Barry, que na verdade fora apenas ela, Natali e um bolo mal feito. Mas talvez tivesse sido a primeira ultrassom, em que pela primeira vez virá o seu bebê, menor do que uma azeitona, era apenas um óvulo fecundado, porém logo ganharia forma e dentro de alguns meses estaria com ela.
Terminou de arrumar os papéis quando sentiu ele entrar, não precisou daquele vento casual que ele sempre trazia com sigo assim que chegava. Caitlin havia aprendido a senti-lo antes de vê-lo, porque toda vez que ele voltava ela se sentia completa, era como se ele completasse uma parte dela, que nem sabia que faltava.
Barry a abraçou por trás e estendeu a frente dos seus olhos uma caixa com chocolates.
—E antes que você fale alguma coisa, esses chocolates são meio amargo, o doutor falou que coisas doces demais a faziam vomitar, então resolvi trazer algo diferente.
—Obrigada. - sussurrou e virou para encara-lo.
—De nada. Vamos?
—Apenas deixe eu terminar de ajeitar esses papéis. - apontou com a cabeça para a pequena pilha em cima da mesa.
—Quer que eu faça isso?
—Não, quero ser útil pelo menos com isso, já que vocês estão me barrando de todas as tarefas como sua médica. - resmungou se afastando dele.
—Você sabe que chegamos a esse acordo apenas para o seu bem. - ele disse e ela se segurou para não revirar os olhos. Aquele acordo entre cavalheiros que a excluía de suas atividades normais pelo seu estado frágil.
—Isso é ridículo, Jesse veio me perguntar se eu estava com alguma doença crônica já que vocês me impede de fazer qualquer coisa normal aqui.
—Cait, meu amor. É para a sua proteção e a do bebê. - Barry a puxou pela cintura, virando-a para si. Suas testas se encontraram, ela fechou os olhos, andava mais cansada do que era de costume, culpava a gravidez por isso. - Ei, Natali vai passar a noite com Cisco por causa daquela festa do pijama improvisada, então temos a noite só para nós.
—Grease à noite toda? - ele se afastou a encarando confuso, Caitlin riu. - Estou brincando.
—Ótimo, porque por mais que eu ame Sandy e Danny, eu amo mais você. 
—Own, você sempre fala as coisas certas na hora certa. - zombou, Barry balançou a cabeça em descaso antes de encurtar a distância entre seus lábios, Caitlin deixou um gemido escapar enquanto ele mordia seu lábio inferior.
—Então é por isso que você me ignora. - a voz soou amargurada e irritada, eles se afastaram bruscamente.
Caitlin nem precisou olhar para a porta para saber de quem se tratava.
—Íris, o que faz aqui? - Barry indagou, então a empurrou gentilmente para trás de si.
—Vim conversar, mas parece que você está ocupado. A quanto tempo isso vem acontecendo?
Caitlin levantou a cabeça encarando Íris.
—Há algumas semanas. Depois que vocês terminaria.  - falou deixando claro que o envolvimento deles só havia acontecido depois do término abrupto. - Quase um mês.
—E eu estou fazendo papel de trouxa nessa história toda.
—Não Íris.
—Papai falou para eu vir aqui e conversar com você.
—Joe não sabia que eu estava aqui. - falou. - Se ele soubesse não teria te mandado vir.
—Então meu pai sabe sobre vocês? - Íris indagou, seu rosto se contorceu em uma careta de desgosto. - Claro que ele sabia.
—Íris me escuta. - Barry pediu. - Eu posso explicar.
—Você era a minha melhor amiga, Caitlin. - ela falou ignorando-o. - Você deveria estar do meu lado e não me apunhalando pelas costas.
—Íris.
—Eu confiava em você, como pode?
—Eu posso explicar. - insistiu.
—Não, não precisa. Já entendi tudo, espero que vocês sejam felizes. - Íris saiu correndo pela porta, Caitlin colocou a mão sobre a barriga sentindo uma pontada forte.
—Íris espera. - Bary tentou ir atrás da West, mas quando viu seu rosto contorcido de dor parou. - Caitlin?
Ela se curvou para frente, era como se tivessem enfiado uma faca na sua barriga e depois lhe dado um tiro. Era uma das contrações mais fortes que tivera durante aquele curto período de gravidez. Sentiu algo escorrer pelas suas pernas, olhou para baixo, uma poça de sangue começava a se forma aos seus pais.
—Não, não!


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