Quartevois escrita por Lily


Capítulo 21
Barry




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Pelas cortinas abertas os pequenos raios de sol banharam o quarto, ela dormia tranquilamente em seus braços, encolhida contra seu corpo, sua respiração calma e controlada. Ele sabia que ela ainda não o havia perdoado por completo, ainda tinham um longo caminho pela frente, mas o primeiro passo havia sido dado. Ainda teria que conversar com Íris, colocar em pratos limpos tudo o que estava acontecendo, embora ainda gostasse muito dela, seu sentimento por Caitlin era mais forte.
A doutora se remexeu em seus braços, acariciou o cabelo dela a acalmando.
—Volte a dormir, ainda é cedo. - sussurrou.
—Se ainda é cedo, por que você está acordado? - ela contrapôs em um resmungo sonolento.
—Eu não sei.
—Volte a dormir Bar, se você não dormir, eu não durmo. - ela falou se afastando e se virando para ficar de frente para ele.
—Então acho que ficaremos os dois acordados.
Caitlin sorriu. Deus como ele amava aquele sorriso.
—O que foi? Por que você tá com essa cara de bobo? - ela perguntou, tocando a ponta do nariz dele.
—Por que vocês insistem em dizer que eu tenho cara de bobo? - virou de barriga pra cima e encarou o teto.
—Porque você tem cara de bobo, os olhos perdido, a boca presa em um meio sorriso, o jeito como seu rosto todo fica meio...bobo. - Caitlin disse sussurrando, eles pareciam dois adolescentes em um encontra as escondidas. - Até que é meio fofo, mas também é estranho.
—Pois saiba minha Cait, que você é o motivo da minha cara de bobo. Porque todas vez que eu te olho simplesmente não consigo não me impressionar com o seu jeito, com todas as coisas que descubro sobre você a cada dia que passa. - falou olhando pelo canto do olho, Caitlin se arrastou pela cama e deitou a cabeça sobre seu peito. - Você me encanta.
—Obrigada.
—E isso vale também para Natali, minha pequena. Me surpreende o jeito como ela encara o mundo, sempre de cabeça erguida. Ela pode ser pequena e ter pouca idade, mas ela já é tão imponente e destemida como a mãe.
Ela riu.
—Você é um galanteador, sr. Allen. Deve conquistar muitas mulheres com essas suas cantadas.
—Não muitas, mas a que eu quero já está aqui. - assegurou. - E desta vez não a deixarei escapar.
—Como tem tanta certeza?
Deu de ombros.
—Ela é especial para mim. Muito mais do que ela imagina.
Caitlin pareceu abrir o maior sorriso que conseguia, Barry passou o braço ao redor da cintura dela e a puxou para si. Suas bocas se chocaram em um beijo apaixonado, ela riu meio sem jeito. Um celular tocou em algum canto do quarto, Caitlin levantou a cabeça em busca do som.
—Não. - gemeu em protesto enquanto ela se levantava e ia em busca do celular.
—É o Julian. - ela falou lhe entregando o celular.
Suspirou pesadamente antes de se sentar e pegar o aparelho.
—Bom dia Julian.
—Bom dia Barry.
—O que devo a honra de sua ligação há essa da manhã? - indagou enquanto observava Caitlin vestia a camisa que ele usava na noite anterior.
—Queria te pedir um favor.
—Peça o que quiser porque hoje eu estou de bom humor.
Caitlin o encarou balançando a cabeça em descrença, então se aconchegou ao seu lado.
—Posso ficar com seu turno hoje na parte da manhã?
—Claro, mas por que?
—Terei que viajar para resolver alguns assuntos e provavelmente só voltarei amanhã a tarde. - Julian explicou.
—Resolva o que tenha que resolver, eu cuido de tudo.
—Obrigado parceiro.
—De nada. Agora com licença que eu vou voltar a dormir.
Desligou o celular e o jogou em cima do criado mudo.
—Então você vai ter a manhã livre hoje. - Caitlin bocejou e se encolheu ainda mais.
—Acho que sim. - falou acariciando a coxa desnuda dela.
—Você pode ficar com Natali então.
—Acho que sim.
—Tenho que ligar pra Raíz e avisar a ela.
—Mas você pode fazer isso mais tarde. - falou apertando a coxa dela, sorrindo a beijou.
—Uhum. - ela concordou enquanto ele descia os beijos pelo pescoço dela.

[...]

—Então, como a reconciliação depois da primeira briga? Quente? - Cisco perguntou. Eles estavam sentados em uma lanchonete próxima ao apartamento de Caitlin, a doutora havia se recusado veementemente a ir ao Jittler por medo de Íris ou outro conhecido aparecer, era um pouco de  paranóia de sua parte, mas ele obviamente não iria contesta-la depois dos últimos acontecimentos.
—Não irei discutir esse tipo de coisa com você na frente de certas pessoas. - Caitlin apontou com a cabeça para Natali que comia seus waffles com cobertura de chocolate. - E também isso não é de sua conta.
Cisco sorriu e inclinou o corpo na direção dela.
—Então foi quente. - Barry teve que respirar fundo antes de bater na nuca dele. - Vocês vão passar a manhã com Natali? - ele indagou massageando a nuca.
—Barry vai. - Caitlin disse.
—Ela não consegui tirar uma folga do trabalho nem que seja o fim do mundo. - resmungou fazendo-a revirar os olhos.
—Não exagere, você e Natali teram uma ótima manhã, não vão precisar de mim. Aliás, o que vocês vão fazer hoje?
—Pensei e darmos uma volta pelo shopping. - deu de ombros, sabia que no fundo eles acabariam parando em alguma loja de brinquedos e Natali ganharia algumas bonecas novas.
—Eu vou com vocês. - Cisco falou, Barry o encarou.
—Tem certeza? Muito provavelmente acabaremos à manhã no meu apartamento assistindo A pequena sereia.
—Cara, eu assisti isso tantas vezes que sou capaz de falar cada frase do início ao fim.
Bufou.
—Impossível.
—Dúvida? - Cisco ergueu a sobrancelha em desafio.
—Claro.
—Então vamos apostar.
—Quanto?
—Quanto você quiser.
Esticou a mão e Cisco apertou.
—Pelo amor de Deus, não me digam que vocês realmente estão fazendo isso. - Caitlin pediu deixando a xícara com café em cima da mesa. - E eu pensando que Natali era a mais infantil daqui. Lembre-me de nunca duvidar de garotos que não tem nada para fazer.
—Não exagerada, Cait. - disse olhando para a ela e sorrindo.
—Papai canta a música da Bela e a Fera.  - Natali pediu deixando o resto do waffle no prato.
—O que? Por quê?
—Porque eu quero. - ela falou como se fosse óbvio, então juntou as mãozinhas na frente do corpo e piscou os olhos. - Por favor.
—Ok, mas qual música? Eu realmente não me lembro de ter assistido à esse filme.
—Aquela, Tales as old as time true as it can be.— Natali cantou, ele a encarou surpreso, a voz da pequena era maravilhosa. - A mamãe conhece, porque é o filme favorito dela.
—Sério? - virou-se para Caitlin, ela deu de ombros.
—Gosto de como a Bela é independente.
—Então mamãe canta, por favor. - Natali pediu novamente.
—Não sei meu anjo.
—Mamãe por favor.
Caitlin mordeu o lábio inferior.
—Vamos lá Cait. - Cisco insistiu. - E apenas uma música. Somente uma música.
—Ok. Mas não riam, está bem? - eles assentiu e começou. - Tale as old time, true as it can be. Barely even friends then somebody bends. Unexpectedly.
Caitlin cantava de olhos fechados, seu rosto estava calmo e tranquilo. Natali a acompanhou.
Just a little change. Small, to say the least.
—Both a little scared. Neither one prepared. Beauty and the Beast.
Eles bateram palmas antes dela terminar, Natali riu encantada, Caitlin abriu os olhos sorrindo. Cisco pegou a flor no pequeno vaso em cima da mesa e jogou para ela.
—Bravo! Bravo! - exclamou alto. Algumas pessoas viraram para olha-los, mas eles não se importaram. Sabe qual a parte mais legal de estar com as pessoas que você ama? É não se importar com que os outros vão pensar, já que as pessoas que realmente importam para você estão bem a sua frente.


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