— Você precisa comer Helena.- mandou Lívia seriamente.Helena negou com a cabeça.Livia suspirou e esfregou o rosto.Faltava 3 dias para a formatura.E mais quatro para irem embora de Hogwarts para sempre.Pelo menos os Viajantes do Tempo.

         Helena, apesar de ter alta, não mostrou nenhum interesse em retornar às aulas, nem de se alimentar direito, nem de se socializar com os amigos.Estava fazendo escolhas que antes não faria assim tão rápido e estava um tanto depressiva.

            Além da Tarefa ter a abalado por completo, a história que seu braço não iria mais voltar a lhe ajudar no dia a dia mais a vontade de Draco agir como um completo bosta, os sentimentos de Helena estavam entre tristeza e tristeza.

           Havia descoberto coisas que não queria ter que descobrir.Sonhava com coisas que não queria sonhar.Imaginava coisas que não queria imaginar.Estava sendo dura com ela mesma, mas o sentimento de culpa lhe assolava sempre.

          Por sua culpa que havia perdido o braço.Não havia sido de Harry ou os outros, reconhecia isso.Ela fora teimosa ao não contar sobre o cemitério, não eles.Por sua culpa Cedrico estava deitado em uma cama na Ala Hospitalar, ainda em coma.Em algum momento, algo no cemitério o fez ficar assim.Se martirizaria e isso não iria mudar.

             -Criatura, o que Diabos está fazendo?- Jack perguntou irritado.Lena olhou em volta e viu que a mãe já não estava mais ali.Encarou o amigo que se deitará ao seu lado e acariciou o pelo de Nestlé.A ruiva deu de ombros.Até mesmo para falar estava difícil.-Sério mesmo?Há 20 pessoas preocupadas lá embaixo com você, que gostam de você, e que assim como você estão sofrendo ao ver você desse jeito.- ele disse sério.Lena o ouviu atentamente, seus olhos se enchendo de lágrimas.- Poxa vida, acha que ninguém está sentindo a sua dor?Lívia cai no choro toda vez que o jantar acaba e você não aparece.Os gêmeos não fizeram mais nenhuma brincadeira desde que você se trancou aqui.O grupo está destruído emocionalmente.- ele murmurou um tanto triste ao ver a amiga chorar.

      Se a culpa era grande antes, agora estava maior.Se ela fosse ao poço, levaria todos os outros junto.Porque era isso que aconteceria ali.Se um fosse ao poço, todos iriam junto.E o primeiro que caiu tinha que sair ou o resto não iria sair junto.

     Quando Jack se foi, Helena se levantou.Ainda era difícil de andar, mas seguiu até o banheiro e tentou tomar um banho.A ardência a fez chorar.A dor a fez se encolher no canto e sentar.A culpa a fez dormir ali mesmo.

         Quando acordou, Thiago dormia ao seu lado.Tinha olheiras debaixo dos olhos e a pele branca.Ela estranhou.Thiago era um cara de ficar no sol mesmo que não houvesse sol.Ele estava sempre bronzeado.

      -Lena...- murmurou ele calmamente.Seus olhos encararam os castanhos de Helena de volta.Havia uma certa dor ali que fez Helena trincar a mandíbula.Fechou os olhos rapidamente e fungou.Não queria chorar na frente dele.

           - E...- sua voz saiu rouca e dolorida.Não falava a quase seis dias.Não comia a quase seis dias.Apenas tomava água.-Eu...- ela não olhava Thiago.Não queria ve-lo nem ver sua dor.-Ten...tentei.-murmurou ainda mal.Thiago também fungou.Lena não abriu os olhos.Não estava pronta.

        - Eu sei.Eu sei que tentou.E vou estar aqui até conseguir.- ele murmurou e deu um beijo singelo na testa da ruiva.

                               ###

        No dia seguinte ninguém apareceu.Helena acordou com um prato de torradas e geleia ao seu lado, mas apenas duas horas depois que ela mordeu um pedaço de uma delas e voltou a dormir.

                                 ###

              De noite, ela acordou com barulhos sutis e calmos ao seu redor.Era a colônia francesa de Fleur misturado com seu passo discreto sobre o saltos pontiagudos.Ela dormiu novamente em poucos segundos.

                               ###

               Seus olhos observaram as cores brancas e sem graça do teto.Estava ali a quanto tempo?Observando e pensando?A dor a consumindo aos poucos.A fraqueza, a solidão, e a culpa a mantendo na cama como se fosse amarras fortes e inquebráveis.Helena não tinha vontade de se levantar e viver.

             Virou levemente a cabeça, escutando miados aborrecidos.Felpudo arranhava a porta desesperado, querendo sair.Lena fechou os olhos e se entregou mais uma vez ao mundo dos sonhos.

                             ###

               - Está melhor...definitivamente melhor.- murmurou Madame Ponfrey tocando levemente seu braço.Lena piscou os olhos confusa e o cheiro invadiu suas narinas.Estava na Ala Hospitalar.O cheiro de desinfetante a fez mal.Apenas se envergou e vomitou.Não sentiu que estava sobre o soro ou algo assim.Logo voltou a dormir.

                                ###

               Helena piscou os olhos e viu seu quarto em Hogwarts.Franziu a testa.Já?Pigarreou um pouco.A sua garganta a fez gemer de dor.Estava dolorida.Toda arranhada.Fez uma careta.O cheiro também a fez tentar se levantar.Se apoiou o máximo possível em apenas uma mão e se sentou.Seu corpo todo estalou e trouxe uma sensação de alívio para Helena.

              -Oi Lena.- uma voz disse baixinha no canto.Eliane estava ali na cadeira.Estava de pijama e agora coçava os olhos.Lena ficou confusa por um minuto.A garota se levantou e se espreguiçou.Fitou Lena com carinho e calma.-Quer água?- perguntou calmamente.A ruiva assentiu levemente.Eliane agarrou um copo e uma jarra ao lado da cama de Helena e se sentou ao lado da ruiva para ajudá-la.

                 A umidade tomou conta da garganta de Lena e foi inevitável gemer de prazer.Eliane sorriu e observou a ruiva tomar mais água.

                -O...- Lena engoliu em seco.Sua voz estava um trapo.-O que...f...faz...a- a- aqui?- Lena gaguejou.Sentiu um pouco boba, mas tentou não pensar nisso.

                -Bem, todos estavam cansados Lena.Não aguentavam mais passar as noites e manhãs com você, perdendo aula e tudo mais.Estavam esgotados e eu me ofereci para passar esses dois últimos dias com você.- a menina acariciou os fios ruivos de Lena.A ruiva abaixou a cabeça.- A formatura é hoje.Eles estão se preparando.Arrumando seus pertences também.-Lena olhou em volta.Tristemente, os delas já estavam arrumados.Havia apenas algumas peças de roupa no armário, mas o resto já estava empacotado.-Você quer ir?- perguntou a Lufana.Lena franziu a testa.-Á formatura.- disse baixinho.

              Lena pensou.Pensou muito.Se ela não fosse agora.Se ela não se esforçasse Agora, perderia o melhor momento de seus pais e amigos.E o pior, a culpa iria afunda-la novamente.Assentiu.

             Eliane não falou muito.As duas tomaram banho juntas, Eliane ajudando a ruiva como podia.Lavaram seus cabelos, suas intimidades e cada uma ficou em silêncio.Lena queria falar.Queria ouvir sua voz de novo.Mas não estava conseguindo.

              Eliane a ajudou a colocar o robe e juntas foram até a cama.A Lufana surpreendeu Lena ao mostrar que havia um vestido para ela dentro do armário.Um azul rodado e curto.Era simples e delicado, e o melhor, escondia seu braço danificado.

              A pior parte foi sair do quarto.A vergonha, a falta de coragem e o pior, a vontade vieram como um tapa em sua cara.Tinha que se mostrar bem e forte.Aquele era um momento especial e não o estragaria.Todos estavam a caminho do salão.Grande parte já se encontrava lá.Alunos, professores, formandos e seus pais.A ruiva e Eliane se sentaram na última fileira de cadeiras, passando despercebidas por todos.Isso ajudou Lena a ficar mais confiante.

           Quando todos estavam sentados, a nostalgia tomou o ar.Dumbledore se levantou da cadeira que estava sentado no palanque.Havia três alunos ali.Lena reconheceu Lívia e Thiago.Havia um garoto da Sonserina também.

             -Eles vão discursar.- murmurou Eliane para a ruiva, a Lufana explodindo de animação.Lena sorriu um pouco.É claro que iriam discursar.

            -Bom dia meus queridos alunos.Mais um ano se passou.- Dumbledore fitou a multidão.Seus olhos brilharam mais quando perceberam Helena.-Um ano cheio de novas pessoas, novas amizades, novos amores, novas intrigas, novos desejos, novas ambições.Vocês ultrapassaram metas e limites e aqui estão, formados!- Dumbledore aplaudiu e todos aplaudiram juntos, gritando e se emocionando.

          Os diplomas foram entregues.Foram risadas atrás de risadas, aplausos e muito choro.Livia e o garoto, Oliver, discursaram e arrancaram mais choro da multidão.A vez de Thiago chegou e Lena percebeu que ele surtava por dentro.Algo em seus olhos a fez sorrir.Ele iria fazer uma loucura, mas não se arrependeria depois.

             -Hum-Hum...Bom dia a todos!- ele começou meio nervoso.- Esse ano...foi uma loucura!- ele riu e todos riram.Era verdade.-Conheci pessoas que me mudaram.Que me fizeram repensar todas as minhas ações ao longo dos últimos 7 anos.Que me fizeram quem eu sou hoje.Hoje, eu sou Thiago Powers, um garoto americano, rico e bruxo, se formando em 1995 e prestes a ingressar em um curso para me tornar Auror.- ele tagalerou um pouco.

          - ISSO AE POWERS!- Sower berrou da multidão de alunos que usavam a beca.Risos.

           -Sempre fui um arrogante, mas um arrogante inteligente.- ele sorriu danado e os professores riram um pouco.- Me exibia pelos corredores, me metia em confusões com meus amigos, aproveitava o máximo meu tempo na escola, porque ela sempre foi minha segunda casa.- sorrisos e confirmações de cabeça.- A única coisa que pensava nas férias eram:" Vai demorar?Será que meus amigos estaram lá me esperando?Será que esse ano vou receber detenções?" Porque, vocês se perguntam.Porque os professores são demais, a magia é demais e a vida é demais.- ele fungou um pouco.- Vivi ao máximo minha vida nesses sete anos.Fiz várias coisas que me arrependo, mas se eu não tivesse as feito teria me arrependido bem mais.Me preocupei menos com imagens, títulos e me concentrei em viver intensamente e sem medo de cair.A vida é como uma montanha russa, tem altos e baixos, mas a adrenalina no final é a mesma para todos.É só usarmo- as com sabedoria.- ele sorriu e foi aplaudido de pé, mas seu discurso não havia acabado.

            Então todos tornaram a se sentar e observaram o rapaz descer do palanque.

               -Estou a cerca de 1 ano pensando nisso.Calculando, treinando, fazendo listas de pros e contras.Imaginando como seria, se Seria perfeito o suficiente.Mas se eu escutasse o Sim, já bastava.- ele andava e falava com as mãos, mas sempre olhando para alguém lá nas primeiras fileiras.Lena sorriu mais ainda.- Eu tinha 11 anos.Foi meio estranho.Eram como se borboletas dançassem em meu estômago.Minhas mãos suavam tanto.E eu nunca sentia isso.O nervosismo.- ele sorriu mais.-Eu tinha 13.Foi estranho, mas foi mágico e eu gostei.- um soluço foi ouvido lá na frente.Lena quis se levantar.Queria sorrir para sua mãe nesse momento.Queria que ela soubesse que ela estava bem.-Eu tinha 16.Eu gritei e pulei tanto.Lembro-me de achar que era o cara mais sortudo do mundo.E eu sou.- ele murmurou e sorriu mais.-Lívia Evans, te conheci aos 11, te beijei aos 13, e pedi que você se tornasse minha as 16.5 anos de segredos, de sorrisos, de beijos roubados, de tapas e até mesmo um pouco de sofrimento.Mas estamos aqui hoje, 7 anos depois e juntos.Tive poucas certezas em minha vida e você foi uma delas.-ele se ajoelhou e Lena se levantou para ver.Andou entre as pessoas e parou ao lado deles.Sorriu ao ver que não foi notada.-Quer se casar comigo?- a ruiva já o beijava quando terminou o discurso.Lena sorriu e se jogou em cima deles.

      -Lena!- exclamaram felizes e abraçaram a ruiva juntos.-Só faltava você para meu dia ficar melhor.- Lívia sussurrou e beijou a testa dela.

            - Eu amo vocês.- a ruiva murmurou e Thiago e Lívia a abraçaram mais.

                          ###

            - Então, o que vão fazer?- Lena perguntou enquanto agarrava um punhado de coxinhas da mesa e metia no prato.

            -Auror.- Thiago, Sower, Frank, Dom, Alice e João responderam juntos.Os outros sorriram enquanto comiam.

         -Medi-bruxa.- Lívia disse calmamente.

         -Adestradora de Dragões.- Olivia disse sorrindo animada.Lena riu.

            -Moda.- Giseli ficou um tanto apreensiva no começo com essa decisão, mas ela amava moda.

         - Auror.- Matt respondeu atrasado porque estava metendo um frango enorme na boca.

          -Basicamente todos vão ser aurores.Ponto.- Fred riu um pouco e Lena assentiu rindo junto.

           Comeu rapidamente e se levantou.Seu braço ardeu um pouco, mas ela não se abalou.

          -Vou na Ala Hospitalar.- anunciou e logo Thiago se levantou preocupado, junto com os gêmeos, Mione e Lívia.-Relaxem, vou ver Cedrico.- murmurou sorrindo.Eles se sentaram, mas não relaxaram tanto assim.A ruiva saiu do salão assobiando baixinho.Murmurou uma música e sorriu ao ver que sua voz estava voltando ao normal.Claro que não estava a mil e uma maravilhas, mas tentava ser forte pelos seus amigos.

           Empurrou a porta da Ala Hospitalar assim que chegou a frente dela e entrou de fininho.Madame Ponfrey levantou a cabeça no momento que a viu.Logo sorriu e voltou a fazer suas coisas.Lena caminhou até a cama de Cedrico e se sentou na cadeira ao seu lado.O menino lhe encarou debilmente.

          Sim, ele havia acordado.Mas sua mente parecia a de um vegetal maldito.Ele reconhecia a todos, mas tinha dificuldade em falar.A ruiva agarrou sua mão e seus olhos lacrimejaram.

—        Ah Cedrico, não devia ter te arrastado para lá.- murmurou a ruiva com a voz embargada.Ele piscou.

        -Tu... Bem.- ele murmurou e Lena engoliu em seco.

—        Não, a culpa é minha.Por Merlin!Olha seu estado.- ela mordeu os lábios e Cedrico a encarou.Lena viu um olhar de deboche em seus olhos.Riu um pouco.-É, eu sei.Estou um caco também.- Ela sorriu ao ver divertimento em seus olhos amendoados.

          Lena ficou um bom tempo conversando com Cedrico, ou pelo menos tentando, até que os pais dele chegaram e Helena os encarou.Queria não ter demonstrado culpa ao ver o olhar um tanto raivoso deles, mas Lena perdia as estribeiras quando se falava em seus amigos.

         - Sr e Sra Diggory...Eu...perdão.- a ruiva se atrapalhou na hora de se levantar para dar espaço aos mais velhos.Os três ficaram mergulhados em um silêncio estranho.Lena pigarreou e abriu a boca, mas logo tornou a fecha-la.Suspirou.Cadê sua coragem, Granger?—Bom dia, Sr e Sra Digorry.- ela baixou a cabeça e saiu andando para fora da Ala Hospitalar.

            A medida que mais se afastava, mais rápido seu peito descia e subia.Era notável que o choro explodiria logo.Ou era apenas um ataque de pânico, como aquele que teve no armário de vassouras junto com Draco. Draco...

          -Babaca.- murmurou ficando com mais raiva, o que cessou o choro por hora.Fraziu a testa e estacou.Estava perto do Salão Comunal da Sonserina e da sala de Snape.Decediu ir para a Sala de Snape.Fazia um bom tempo que não ia lá.-

         Ao passar pelo corredor que levaria para o Salão Comunal da Sonserina, Lena ouviu um resmungo irritado.A ruiva observou e viu Draco sentado no chão, escostado na parede, os botões da camisa aberto e uma bebida no colo.Helena apenas levantou uma sobrancelha.

           Um sorriso lhe cruzou o rosto.Adoraria debochar um pouco.Assim já podia voltar a ativa de um jeito bem icônico.Aumentou o sorriso e o deixou mais debochado.Caminhou calmamente até o Sonserino e parou em sua frente.

           -Malfoy!- chamou com uma voz arrastada.Ele levantou os olhos e Lena ofegou um pouco.Fazia tempo que não via aquela imensidão azul.

          -Helena.- ele cumprimentou e fungou, voltando o olhar para a garrafa em seu colo.Ela revirou os olhos.

         -O que pensa que es...

         - Você não me respondeu.- ele murmurou sério.Lena o observou confusa.-Você deveria me responder no dia 24.Se queria ou não tentar.Você não respondeu.- ele esclareceu com a voz arrastada.

         - Ah...isso.- Ela fitou a parede atrás de Draco.Acho que ele não percebeu que na última semana Helena estava tendo uma crise.Ele voltou a falar.

       -Nunca senti tanto medo quanto naquele dia.- ele murmurou e ela se sentou ao seu lado para ouvir melhor.Draco soltou a garrafa e segurou gentilmente uma mecha do cabelo de Lena.-Quando eu te vi, cheia de sangue e praticamente sem vida, eu quis estar em seu lugar.Porque eu simplesmente não suporto te ver sofrer desse jeito.- ele fechou seus olhos e Lena nada disse, embora seu corpo falasse por ela.-Então, eu via Potter e os outros irritados e cabisbaixo pelos cantos, reclamando que você não tinha mais desejos e ambições.Por Merlin, seu estado era deplorável e triste.- ele fungou e Lena o olhou.Duas lágrimas deslizavam pelos olhos ainda fechados de Draco.- E então eu me fechei.Eu precisava saber se vôce queria ser minha.Precisava saber se você estava bem.Precisava ouvir sua voz, ver seu sorriso e sorrir a cada vez que você ri.-Lena segurou sua mão.Estava se segurando.Ela queria tanto dizer que seria sua.-Eu nunca pensei que me apaixonaria por uma criança quase, ainda mais ela sendo irmã do Potter e extremamente parecida com os Weasley's.- Lena revirou os olhos, mas nada disse.-A garota que não teve medo de fazer brincadeiras com Sonserinos, a garota que não foge de uma briga, a garota que compra a briga dos outros.A garota que não se importa com o que falam dela, bem, até certo ponto...- murmurou ele e Lena riu.- A garota que simplesmente me encantou, encantou aquele garoto mal-humorado e preconceituoso.E se você quer saber, ele te ama.- assumiu e Lena ofegou.

         Se afastou um pouco de Draco e pôs a mente para funcionar.Claro que aquilo a atingiu.Claro que aquilo a abalou completamente, mas Helena estava incerta.O último mês havia sido difícil.Ela achava que podia lutar contra várias coisas, como a falta dos amigos da sua idade.Havia se decepcionado com eles.Inclusive com Draco.No momento que ela mais precisava dele, ele simplesmente deu as costas.E a raiva a dominou.

           - Eu não te respondi.E sabe porque não?- falou friamente e se levantou do chão, se colocando de frente para a figura patética de Draco.- Porque você me convidou para um baile e nem teve a decência de me avisar que iria com outra.Eu tive de ouvir de terceiros isso.- rosnou.- Eu não vou simplesmente te aceitar assim facilmente.Ainda tem muito chão para ser encerado, Malfoy.Muito chão.- e simplesmente deu as costas.

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