Filhos da Noite escrita por Rick Batista


Capítulo 10
Roda em Movimento


Notas iniciais do capítulo

Hora de vermos como estão cada um de nossos principais personagens, após os acontecimentos das últimas noites. Adam, Paul, Claire, Andy... habitantes dessa sombria cidade, e imersos em um rio em movimento.



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Ainda naquela noite.

Adam estava em seu velho quarto, enquanto admirava um quadro antigo.

— O senhor revelou muita coisa aqueles dois, por sua intuição e contra o meu conselho — falou Teresa, sentando ao seu lado. Face cansada e em roupas casuais. — Mas não mostrou esse quadro, nem falou sobre ela.

O quadro a que ela se referiu mostrava uma jovem mulher, de olhos verdes brilhantes, cachos dourados e um sorriso angelical. Suas roupas remetiam ao século 18, e suas feições remetiam a Claire. Ao seu lado, Adam, com um sorriso vivo e olhos brilhantes. Feliz como jamais algum deles o viu.

— Alice é um segredo que somente nós dois conhecemos, minha leal amiga — ele segurou nas mãos o colar de cruz, o mesmo que a esposa portava na pintura. O mesmo que havia dado a Claire. — Meu segredo, minha responsabilidade, meu fardo.

Caminhou novamente até a sacada do quarto, de onde há trezentos anos vislumbrou a chegada de seus inimigos. Naquele tempo, lado a lado a mulher que amava. Hoje sozinho, como talvez tivesse de passar a eternidade se quisesse protegê-la. Era outra noite de chuva, e outra vez seus inimigos chegavam às portas de sua casa.

— A roda começou a girar, Mendes — disse o vampiro, com tristeza na voz. — Avançando, lenta e inexoravelmente em direção a tudo que amo. Desejando esmagar... Reduzir a cinzas.

— Oras, deixe disso! O senhor é um vampiro poderoso, senhor Tepes. Tem dinheiro, e se estiver certo sobre aqueles dois, novos aliados — disse ela, ficando ao lado dele. — Pare de temer o destino, é só pegar a garota nos braços e defendê-la do que quer que venha!

Adam olhou para aquela mulher, tão leal e otimista quanto inocente sobre a extensão das ameaças que pairavam sobre ele.

— Não posso arriscá-la Teresa, não de novo. Talvez seja melhor que ela sofra por um engano e permaneça viva, do que seja feliz por um instante, apenas para nos despedirmos novamente.

***

Pouco tempo depois de sair da mansão do vampiro, Paul Davis entrou em sua casa. Seu corpo e mente estavam cansados, e deu passos lentos em direção à cama macia. Tirou a camisa, assim como o colete de kevlar que usou por baixo dela. Jogou a bolsa da madre em um canto qualquer e se deitou, tentando mergulhar no sono, nas poucas horas que restavam antes de lecionar na universidade.

Mas logo abriu os olhos, sentindo todo o corpo arrepiado, e a sensação de ser observado em meio à escuridão. Sentando na cama, olhando para o nada, moveu os lábios lentamente... relutando em libertar as palavras:

—... eu tinha medo que você viesse. Que se juntaria a mim, assim como os outros.

Em meio às sombras, uma mulher alta e forte, com sangue escorrendo dos buracos onde foi baleada, e com roupas parcialmente queimadas. A madre o encarou com severidade. Nos olhos: tristeza e mágoa.

— O senhor mentiu para mim. Me traiu. — Estendendo o dedo acusadoramente para ele. — Me atingiu pelas costas, se unindo aos demônios que deveria destruir.

Paul não sabia dizer se o que via era real ou não. Seu coração disparou no peito, o suor banhando seu corpo cansado.

— Estarei com você, senhor Davis, até vê-lo morrer. Até que os demônios do inferno o arrastem para o fogo eterno!

Um longo silêncio se fez enquanto Paul caminhou até uma garrafa que logo levou a boca. Quando reuniu coragem suficiente para encarar sua última vítima, lágrimas molhavam seu rosto tenso. Mas dessa vez, lágrimas verdadeiras.

— Seja bem vinda, então, e junte-se aos outros caçadores que matei. — E apontou para outras sombras de mortos que preenchiam o quarto, antes vazio.

Em cada face: ódio. Em cada olhar, desejo de vingança.

— Junte-se ao meu inferno pessoal, Pietra Ferdinari — disse ele, ao enxugar as lágrimas —, mas seja paciente! Tem muita gente que vou mandar para o inferno antes de ir.

***

Deitada em sua cama, o quarto com as cortinas fechadas e ao som melancólico de Love Is A Losing Game, da Amy Winehouse, a jovem permaneceu com as mesmas roupas dos dias e noites anteriores, assim como a mesma maquiagem borrada de choro. As batidas na porta começaram a ficar cada vez mais altas e frequentes, assim como o toque do celular e a voz da garota do lado de fora do quarto.

— Cansei, Claire. Não voltei pra casa pra dondoca não me atender — reclamou Evelyn. — Se não abrir essa porta hoje, vou arrombar na base da porrada!

A loira permaneceu olhando para o teto e calada, enquanto uma gata passeava por suas pernas, por fim se deitando sobre seu tronco.

— Eu avisei — a frase foi seguida do som de sucessivas tentativas de arrombamento, usando os pés. Como pareceram não ter resultado, logo foram substituídas pelo som de um martelo se chocando repetidamente contra a madeira e fechadura.

Fosse pelo barulho infernal, fosse pelo receio de ter que pagar por uma porta nova, ela se deu por vencida e levantou da cama.

—... tá bem, já pode parar com o quebra-quebra — a frase foi seguida por um suspiro da dona da casa, e o som de seus passos se arrastando até a porta trancada.

A jovem de grandes olhos e curvas adentrou enfim o recinto, casaco de frio e calça apertada, examinando a bagunça com ares de nojo.

— Você tá um bagaço, hein, miga — disse ela, sentando na cama onde a garota voltou a deitar. — Não adianta ter carinha de princesa se você se cuidar como um ogro.

— Veio me dar conselhos de maquiagem, por acaso?

— Sabe que não, o que eu quero saber é como tá esse seu coraçãozinho aí.

Ela passou algum tempo em silêncio, até conseguir dizer as palavras:

—... eu realmente não esperava por isso, não mesmo. — As lágrimas começaram a brotar novamente. — Não depois de tudo que me disse, tudo que fez.

Evelyn passava um lenço no rosto da amiga, limpando a maquiagem velha e secando lágrimas, enquanto afagava o cabelo dela. Após alguns minutos, Claire continuou:

— Foi na casa dele que tudo aconteceu. Eu estava fazendo um jantar pra gente, ele tomou a iniciativa e quando vimos, já estávamos sem metade das roupas, nos pegando na cozinha mesmo.

— Sério, então vocês transaram? — questionou Evelyn, surpresa. — Você enrolava tanto os outros antes de dar, não pensei que fosse tão rápida com o bonitão. E na cozinha... Safadinha.

— Cala a boca e me escuta! — reclamou ela. — A gente não chegou a fazer, embora chegou perto. Sabe, pela primeira vez eu me senti totalmente pronta pra me entregar 100% a um cara. E foi aí, quando ele olhou nos meus olhos e declarou seu amor... Pela Alice.

— Hein?

— Foi isso, ele me chamou pelo nome de outra quando estávamos a meio minuto de consumar a noite. — E ela voltou a chorar, falando entre soluços. — Sou mesmo uma tremenda idiota. Burra, burra!

A visitante terminou de limpar o rosto da amiga, permanecendo em silêncio. Com a cabeça dela sobre as pernas, começou a fazer cafuné em alguém que precisava desesperadamente de afeto. Conforme se recompôs, Claire olhou para a amiga.

— Você está quieta demais, fala o que quer falar de uma vez — exigiu ela.

A jovem foi até o computador e desligou a música melancólica, depois abriu as janelas e exibiu um sorriso triste para a amiga de universidade, dizendo:

— Não vou deixar você sofrendo por causa de um babaca daqueles. É aquilo, miga — o cara é solteiro, sem filhos, gostoso, podre de rico e ainda tem uma droga de um casarão fodástico! Deve ter fila de mulher batendo naquela porta e querendo dar pra ele! E olha, se não fosse por você, eu seria uma delas. Você pode sair com um cara desses, transar com ele, mas não pode ficar sonhando com algo que passe disso, por que noventa por cento deles não quer. Outros nove por cento são gays, e o um por cento que sobra, é de príncipes encantados que só existem em contos de fadas.

— Acha que não sei disso, Evy? Que não tentei ir com calma, manter o pé atrás? — Claire se sentou, levando as mãos à cabeça. — Acha que não suspeitei quando ele disse que não tinha nem perfil no Facebook? Quando nunca estava disponível para atender sem ser a noite, quando resumia sua fonte de renda como "herança e investimentos no mercado de ações"? Acha que algo dentro dessa cabeça dura não apitava, alertando que tinha algo de muito errado ali?

A garota puxou os cabelos com força, como se quisesse arrancá-los. Como se fazer isso fosse lhe trazer paz.

— Eu tentei, Evelyn, juro que tentei ser racional e pé no chão... só não consegui. Essa coisa no meu peito, burra e persistente, me cegou, me prendeu, me transformou numa patinha a mercê de um idiota com boa lábia e sorriso bonito.

A amiga se aproximou dela, segurando sua face com a mão, deixando-a recostar-se a ela.

— Você é muito boa pra isso, Clarzinha. Sofrer por ele, faltar aula, estágio e coisa e tal. Você sempre foi a mais sensata da dupla, a mais esperta e mais fofa. Eu já tô vacinada, sabe, não consigo mais me surpreender quando os caras me enganam, chifram ou não me levam a sério. Talvez por isso faça o mesmo com eles... pra não me machucar. Talvez não seja um Adam Turner, mas com certeza você logo encontra um cara bom e que te mereça. E se ele vier com uma barriga de tanquinho e um carrão na garagem, é lucro.

As duas ficaram um longo tempo em silêncio, só o som do ronronar da gata por todo o quarto. Claire suspirou, e por fim respondeu:

— As vezes acho que você está certa em fazer desse jeito, só curtir os caras, sem alimentar esperanças ou fazer planos. Mas no fim eu me recuso a pensar que tudo se resuma a sexo, Evy. Tem que existir algo maior que isso numa relação, não aceito me entregar para qualquer cara mesmo sabendo que ele mente para mim e para outras também. Mais do que isso, não sou capaz de fazer o mesmo.

Evelyn riu da amiga, e então beijou sua testa.

— A diferença entre nós, Claire, é que enquanto você cresceu assistindo Disney e Pixar, eu via Two and i half man.

Elas riram e se abraçaram. Confortando-se, como tantas vezes antes já fizeram. Para alguém como Claire, que não tinha família ou namorado, aquela amizade era tudo que restava. Evelyn era aquilo ali, simples, humana, sem máscaras. Ela conhecia o melhor e o pior da amiga, e isso lhe dava segurança.

Ela não podia sequer imaginar o que seria de si se perdesse até mesmo aquilo.

***

Manhã seguinte, Escola Santa Margareth.

Hora do intervalo, e os alunos se espalhavam pelo pátio da escola e demais dependências. Andy se sentou em um canto isolado, fones de ouvido o tirando do tédio solitário de sua realidade escolar. Ele estava sozinho, sempre fora sozinho. E não podia pensar em mudar logo agora, quando descobriu ser um monstro, uma besta selvagem capaz de matar da forma mais brutal que alguém pudesse imaginar.

O garoto sempre foi impulsivo, reagindo sem medir consequências. Transformando frustração e vergonha em explosões de violência. Os sermões da mãe, os conselhos do treinador da antiga academia e as dicas do Jimmy, ele buscava usar de tudo isso para manter a fera sob controle. Mas no fundo sabia que ela não estava realmente domada, apenas presa por uma frágil e velha corrente. Mas isso serviria. Ao menos por enquanto.

Os outros alunos já haviam desistido de puxar assunto com o novato, após ele ignorar qualquer tentativa deles de aproximação.

— Não tô interessado — repetiu para qualquer um que iniciou uma conversa, e normalmente foi atendido.

Na única vez em que não foi, em que a dupla de atletas, maiores e mais populares que ele, insistiu em tirar satisfações na parte mais isolada da escola, seus punhos logo os fizeram mudar de ideia.

— Falem com alguém sobre isso, e não deixo um dente na boca podre de vocês pra contar história — disse ele para os rapazes caídos, assustados, com sangue na boca e dentes faltando.

Mas isso já fazia alguns dias, e naquela manhã ele se limitava a observar os grupos de garotas reunidas por lá, todas com o uniforme escolar padrão (blusa social e saia). Examinava as curvas e o "tipo" provável, anotando no celular sua importante análise que levaria a seleção de um possível alvo. Quatro delas conversavam próximas ao portão, a mais alta tinha cachos afro volumosos e traços de modelo. Usava óculos e parecia ser a líder do grupo. Uma dupla de irmãs sentadas competiam em tamanho de seios, as duas acima do peso e de cabelos castanhos, uma com eles longos e cacheados, a outra com eles curtos e alisados. Por último, uma garota baixinha, de pé e afastada, muito branca e de franja, sem nenhum atributo físico que lhe chamasse atenção.

Andy resumiu o grupo em: "patricinha-gata", "tetudas-gordinhas" e "tábua-branquela". Nenhuma que fosse seu tipo. Enquanto procurava outras garotas para catalogar, a notou. Afastada das outras, no extremo oposto dele e contrastando com as demais garotas, uma jovem de uniforme amarrotado balançava a cabeça ao som de música. Ele sorriu ao reconhecer de quem se tratava: Mandy Duncan, a garçonete-loba.

Ela estava deitada no banco, de olhos fechados enquanto ouvia música alta. Logo ficando alerta por conta de um pé cutucando sua bunda.

— E aí, Hello Kitty — provocou ele, sorriso de quem pouco ligava se ela não queria ser vista com ele na escola.

Ela aproveitou a posição para dar um chute na barriga do garoto, com força. Ele sentiu a dor e arriou, levando a mão ao local.

—... e aí, Scooby Doo — respondeu, irritada.

Mandy retirou os fones, e se sentou. Ele sentando ao lado e massageando a região dolorida. Sem encarar a garota e meio sem jeito, perguntou por fim:

— Qual o lance com vampiros?

Ela pareceu surpresa com a pergunta, inocente sobre o convite que o garoto rejeitou para entrar na matilha, ou sequer sobre o sequestro dele. Um pedido que Andy fez ao Jimmy, assim que voltou. Então questionou:

— Encontrou algum, foi?

Ele deu um peteleco no nariz dela, que soltou um gritinho, levando as mãos ao rosto.

— Não mete o nariz onde não é chamada, eu que perguntei primeiro.

Ela o encarou com olhar de raiva, ele devolveu o olhar e assim permaneceram por alguns instantes, isso até perceber que todos os olhos estavam fixos nos dois, e várias risadas estouraram ao fundo.

— Olha gente, a Duncan desencalhou! — gritou a líder das meninas, as outros rindo em coro ou fazendo piadas do tipo — E vocês achando que ela era lésbica.

Mandy se levantou, mostrou o dedo do meio para as colegas e puxou Andy pelo braço.

— Já que querem assunto, vamos dar a elas — decretou.

Andy ficou surpreso com o gesto, saindo sob os vivas e piadas de dezenas de adolescentes. Na quadra de esportes do colégio, agora vazia, o casal passeou, falando de assuntos impróprios para as pessoas comuns. A menina carregou uma bola de basquete que seguiu quicando.

— Como explicar? Vampiros são... Ultra-megapower perigosos. São rápidos como a gente, geralmente mais fracos, mas só que cheios de truques bizarros — disse ela, de repente jogando a bola na direção do rosto do garoto, que agarrou por reflexo.

— O Jimmy diz ter encarado um ou outro no passado, falou que a maioria deles é bom de papo e sabe manipular pessoas normais pra... — E interrompeu a frase para defender a bolada que ele devolveu no seu rosto.

— E como a gente reconhece eles? — perguntou, em seguida saltando na grade da arquibancada e se pendurando nela. — Sei que os nossos a gente sente o cheiro, mas e eles?

A jovem parou por um momento, fez mira e arremessou a bola na cesta, acertando em cheio.

— O cheiro. Meu irmão diz que eles cheiram a coisa morta — disse ela, tom de frustração pela falha na segunda tentativa. — Fora que alguns dão a maior pinta, só são vistos a noite, coisa e tal.

Ele fez sinal pedindo a bola, que ela pegou e lançou para ele. Andy mirou, acertando na cesta, e isso de um ponto da quadra bem mais difícil que o dela:

— Tá ok então, valeu pelas dicas, "sapatona".

— Se liga, ô passa-fome — disse ela, começando a se afastar. — A gente vai estar lá na praça, na festa de aniversário da cidade. Se vir o Jimmy, aproveita que ele te paga alguma coisa.

Ele deu o dedo para a garota, que virou as costas e saiu andando. Ambos rindo sozinhos.

Ele estava sozinho, sempre foi sozinho. Ainda assim, estar com ela era algo que o fazia se sentir diferente. E parando na metade do caminho, o garoto se virou em direção a ela, pensando que talvez seu nome devesse entrar como o primeiro da lista, afinal.

***

E distante de todos eles, a roda começou a girar.

Em uma velha igreja, em meio à completa escuridão, um homem de mantos carmesim se aproximou do altar. Em cima dele, uma grande bacia dourada, contendo um líquido vermelho e viscoso, receptáculo do sangue de uma mulher pendurada acima dela.

O homem se prostrou em reverência, recitando palavras em uma língua desconhecida. Depois, retirando uma adaga cerimonial, feriu profundamente a própria mão, deixando escorrer seu sangue para dentro do receptáculo. Ele fitou longamente o líquido, parecendo enxergar coisas que ninguém mais poderia.

E após um longo tempo, ergueu cerimonialmente uma taça cheia do sangue misturado, elevando diante de olhos que enxergavam na escuridão, ao menos duas dezenas de pares. Seus próprios olhos enxergavam tão bem quanto, suas presas exibindo um sorriso satisfeito.

— Irmãos no sangue e na morte, eis que o Judas ergueu-se novamente de seu túmulo. Adam Tepes, que muitos julgaram ter sido destruído, retornou do sono dos mortos. Vemos agora que o plano de Deus o reservou para esse momento. Bebamos desse sangue em expectativa, sabendo que em breve, beberemos do sangue dele.

Os mortos se prostraram e beberam do cálice, seus olhos reluzindo o vermelho da morte.

— Que a Ordem do Dragão tenha sua vingança — disse ele, olhos arregalados. — Que os cães do inferno sejam soltos sobre a terra.

***

Do alto de uma colina, na floresta de Bleak Hill, um grupo de lobos observava o velho casarão de Adam. Eram seis ao todo: duas fêmeas, três machos, e à frente, o macho-alfa, maior e mais ameaçador que todos os outros. Com olhos brilhando na escuridão, mais expressivos do que era de se esperar de animais irracionais, o líder da alcateia olhou para os outros, algo como um sorriso se desenhando em sua face. Em um instante o animal se transformou em um lobisomem grande e temível, músculos imponentes e voz gutural.

— Depois que pegarmos o vampiro, podemos trepar no castelo dele, Peg — falou o monstro, que em forma humana se chamava Malcom.

Uma das lobas assumiu a forma humana, nua, abraçando o monstro e olhando para a propriedade, entre risos. Ele uivou, alegre e impetuoso. A alcateia toda o acompanhando.

E em um salão de sua casa, Adam ouviu, algo dentro dele pressentindo o perigo. 


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Notas finais do capítulo

Parece que os inimigos do antigo vampiro estão prontos para dar as caras. No próximo capítulo, preparem-se para muito sangue, pois é hora dos lobos saírem a caça.

***Se você tem lido e gostado da história até aqui, vou ficar muito agradecido se me deixar um comentário aqui em baixo. Não precisa ser longo ou elaborado, um "gostei, continua" já é suficiente pra alegrar meu dia. Não esqueça de favoritar e marcar nos acompanhamentos ^^ ***



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