A Herdeira Stark - Livro I escrita por Jojs


Capítulo 3
Happy Lila's Day




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Phil corria de um lado a outro arrumando as coisas na pequena casa em que ele e a criança residiam. Lila por sua vez dormia tranquila no berço ao canto da sala, Phil amarrava os balões em alguns cantos da casa, só tinha chamado uma pessoa para aquela ocasião, essa era Peggy, além de esperar Samantha, ela não tinha falado em que hora chegaria, mas ele esperava que fosse breve, o homem até mesmo chegou a chamar a senhora que olhava a pequena Lila no apartamento ao lado, mas a velha tinha ido para Seattle e não poderia comparecer, era até melhor assim mesmo.

O cheiro de bolo estava invadindo todo o lugar, a barriga de Coulson roncava baixo pensando na correria que era para deixar tudo pelo menos bonitinho. O bolo agora na geladeira era de abacaxi, fruta que Lila adorava, ele tinha confeitos espalhados por todo ele, parecia delicioso, era pequeno, mas o número de convidados também não era grande. Ele até mesmo tinha comprado algumas garrafas de vinho, três, e fizera suco também, tinha até mesmo encomendado uma torta de frango que estava no forno, ela deveria se manter quente para ser degustada.

A campanhinha tocou e deveria ser quase sete da noite, Phil respirou fundo, uma, duas, três vezes, não estava preparado para ver Sam depois de um longo ano. Ele tirou o avental que usava e se olhou no espelho, tinha alguns fios de cabelo fora do lugar, ele abriu um grande sorriso ainda olhando para o espelho na estante, então abriu a porta vendo o seu sorriso sumir aos poucos depois de ver a pessoa na porta, era Peggy, ela estava com várias sacolas do que pareciam ser várias roupas para Lila.

— Me atrasei? — A senhora perguntou entrando pela porta. — Eu tive que vir dirigindo, por isso.

— Não, não. — Phil fechou a porta um pouco abatido. — A Lila ainda está dormindo, pode deixar os presentes aí sobre o sofá, obrigado por vir Peggy.

— Eu prometi não é? — Ela abriu um pequeno sorriso pegando a taça de vinho que Phil a estregava. — Pelo seu rosto esperava por outra pessoa, ela vem?

— Não sei. — Phil já estava cansado demais para pensar em discutir sobre Sam. — Ela dizer e ela fazer são coisas bem diferentes.

— Já pensou em como vai contar a Lila?

— É algo delicado, ela é um bebê, não entenderia a verdade. — Phil bebericou um pouco do seu vinho enquanto olhava para a criança dormindo. — As vezes eu queria que ela já fosse adulta, facilitaria muita coisa.

— Você teria mais dificuldade para lidar com ela, com certeza. — Peggy torceu os lábios olhando na mesma direção de Coulson. — Mas ainda teria que fazê-lo.

— Não sei Peggy. — Phil respirou fundo e prendeu o ar dos pulmões soltando de uma vez depois. — A Lila é especial, eu não sei como seriam meus dias sem ela, não depois de todo esse tempo, me entende?

— Claro. — Peggy sorria agora o olhando.

— Eu sempre acordo as sete e trinta e dois, no máximo sete e trinta e sete, pois ela é bem pontual com seu sono. Ela não gosta de pêssegos, mas estranhamente ama pepinos, ela gosta de olhar o sol se pondo e eu me pergunto o que passa naquela pequena cabeça. — Havia um sorriso no rosto o agente. — Ela fica me encarando enquanto está quase dormindo, lutando para permanecer acordada enquanto eu estou acordado, e também gosta de dormir segurando minha orelha direita.

— Você se sente pai dela. — Peggy se virou para Lila ao ouvir um resmungo vindo de onde ela dormia.

— O problema é que eu não sou. — Phil balançou a taça olhando seu conteúdo. — E a mãe dela está atrasada. — Ele limpou uma lágrima que escorria por seu rosto.

— É, Samantha sempre está. — Peggy balançou a cabeça de forma negativa.

Phil e Peggy ficaram conversando por um bom tempo, eles falaram sobre a SHIELD e algumas missões que Peggy queria ter dado a Coulson, mas agora ela estava afastada da organização, depois de tantos anos até mesmo a famosa Margareth Carter merecia o seu devido descanso, não que ela abandonasse isso por completo, ela não conseguiria, sabia disso. Phil por outro lado não conseguia imaginar-se em missões de campo, não antes de Lila realmente atingir a maioridade.

Eles desistiram de esperar por Samantha, já beirava as nove e meia da noite quando Peggy teve que ir embora, não poderia ficar para tão tarde, eles cantaram parabéns para Lila que já tinha acordado a um bom tempo, abriram os presentes e até vestiram uma camisa em Lila com “Born to SHIELD” escrito e que fez Phil rir do presente de Peggy, a mulher levou um pedaço de bolo e da torta para casa, prometeu comer assim que chegasse.

Dessa forma Phil arrumou o pouco que havia sujado, Lila brincava com uma pequena boneca que a velha senhora tinha deixado de presente para ela antes de viajar, enquanto o homem lavava as taças e alguns talheres, ele já deveria esperar o fato de Samantha não aparecer, ela era assim mesmo, inconstante, despreocupada, além de irresponsável, ele tinha sido tolo e infantil de esperar que ela aparecesse ou que pelo menos se preocupasse com a sua filha, mesmo que um ano depois, o desprendimento de Sam era algo que irritava a Phil.

Ele já tinha organizado tudo, já bebia um pouco mais de vinho enquanto Lila via algo na TV, foi quando ouviu alguém bater na porta, poderia ser só uma de suas vizinhas reclamando da altura da TV, que mesmo que baixa parecia sempre irritar a ranzinza senhora Jonhson, do apartamento de baixo, paredes finas geravam grandes problemas. Phil estava pronto para discutir com a mulher de quarenta e tantos anos, mas quando abriu a porta com a taça na mão encontrou outra mulher, mais jovem, mais bonita, com um grande urso em mãos e que fez seu coração palpitar um pouco, era Samantha.

— Espero não estar muito atrasada. — Ela tinha uma cicatriz na bochecha que parecia ter cicatrizado a pouco tempo. — Posso entrar?

— Vai adiantar dizer que não? — Phil cedeu espaço deixando a mulher passar. — Sim, você está muito atrasada.

— Não foi fácil roubar uma loja de brinquedos a essa hora. — Sam revirou os olhos. — Ai meu Deus, como ela cresceu tão rápido?

— Você está dando um urso roubado para sua filha? — Phil ia debater com Sam, mas se perdeu ao ver a cena da mulher com a criança nos braços.

Não importava quantas vezes ele brigasse com ela, o que Sam fizesse de errado e as vezes que ele quis dar uns bons tapas na amiga até coloca-la nos trilhos, até mesmo quando ela o irritava de propósito, Phil não conseguia ficar bravo com ela olhando aquela cena. Lila sentia falta da mãe e sabia que essa pessoa era Sam, pois a abraçava com uma saudade que fazia os olhos de Phil encherem se água, sua boca até mesmo secava enquanto ele olhava a cena, ele pensava consigo a falta que Sam deveria estar sentindo de sua Lila.

Ele não quis interromper o abraço de mãe e filha, apenas se moveu até a cozinha e pegou outra taça entre as que ele tinha lavado, abriu uma nova garrafa e a encheu, por mais tempo que ela ficasse longe, vinho sempre era a melhor forma de iniciar a conversa. Quando Sam colocou Lila no berço de volta a garotinha já bocejava, ela havia dormido pouco naquele dia. A mulher pegou a taça nas mãos do velho amigo e bebericou ainda olhando a criança que quase dormia de forma tranquila e sutil dentro do berço.

— Eu nunca vou conseguir agradecer a você da maneira adequada pelo que está fazendo por ela. — Sam não tirava os olhos da filha.

— Eu que agradeço por me deixar fazer parte da vida dela, o fato de você confiar a segurança da sua filha em mim já diz muita coisa. — O olhar de Phil ficava em Sam, o seu rosto ficava lindo em meia luz, na verdade a televisão iluminava a sala por completo. — Devo admitir que me apeguei muito a ela.

— Ela vai ser sempre grata ao tio Phil. — Sam segurou a mão de Phil e ele sentiu um arrepio. — Mas eu não estou aqui apenas por ela, infelizmente, estou bem próxima da verdade Phil, Howard e Maria levavam algo, só preciso saber o que.

— Sam toma cuidado, por favor. — Phil alisou a mão dela. — A SHIELD não sabe de nada?

— SHILD ... — Sam puxou a mão e Phil ficou olhando para aquele ato. — Tem muita gente mentirosa dentro da SHIELD.

— Não sabe em quem confiar não é? — O homem a encarava. — Mas pode confiar em mim, sabe disso não é?

— Não posso te colocar nessa. — Ela olhou diretamente para Lila. — Você e ela não podem correr riscos, eu não me perdoaria, me importo demais com vocês.

— Com a gente? — Phil encarava Sam que agora o olhava.

— Sim, nós três temos um futuro juntos. — Ela sorriu bebericou o vinho o olhando. — Eu, minha amada filha e meu velho amigo-irmão Phil.

— Oh! Sim. — Phil desviou o olhar.

Ele bufou baixo olhando a janela lá fora, havia música na rua lá em baixo e o homem entendera bem o que Sam dissera. Ela não ficou muito, mas quando partiu foi como se um pedaço de Phil fosse junto com ela, mas ao mesmo tempo um outro ficasse dormindo dentro do berço no canto da sala. Ele lavou toda aquela louça que sobrara, descobrira mais coisas enquanto remoía seus pensamentos a beira da pia, Sam era inconstante, tanto nele quanto em Lila, Sam fazia seu coração apertar e bater em uma frenética sintonia, Sam era uma bela melodia.


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