Lila e Tony tinham entrado em um acordo, Tony permitiria que ela ajudasse nas pesquisas do cubo enquanto ela decidia sobre seu futuro, os Stark ajudariam na pesquisa do cubo cósmico, fariam aquilo como família, Tony tinha o prazer de estar ao lado de Lila ensinando cada detalhe a ela da forma como o seu pai nunca tinha feito com ele, era justamente o que ele sempre quis, que Howard cuidasse dele, que desse atenção, que não fosse ocupado demais para passar a Tony tudo que sabia, vê-la interessada deixava seus olhos lacrimejando só de pensar, já que ele se via na filha.

As planilhas estavam abertas e Lila forçava os olhos e ajeitava o óculos tentando verificar se os números estavam certos, haviam tantos livros sobre a bancada, assim como tantas xícaras de café vazias, o cabelo bagunçado e o bocejo mostrava que a jovem Stark estava ali a um tempo longo demais e que talvez devesse ir dormir um pouco, Tony fazia alguns ajustes na armadura e ela, como sempre, estava por perto para não perder nada.

— Você deveria ir dormir, está aí a muito tempo. — Ele lustrava uma peça antes de devolvê-la para a bancada. — Um cientista sabe a hora de ouvir seu corpo pedindo pra parar.

— Só mais uma horinha. — Ela nem desviou o olhar da tela. — Ou duas.

— Sem nem vinte minutos. — Ele se levantou indo até ela e colocando as mãos em seu ombro. — Desde que você pegou aquele diploma você não sai mais desse laboratório.

— O combinado era o diploma, ele já está no seu escritório. — Ela virou o rosto para encarar o pai. — Eu posso terminar isso se você me deixar estender até de manhã.

— Nem pensar. — Ele riu tocando a testa dela. — Vai comer alguma coisa decente, toma um banho e cama.

Lial torceu os lábios, ela sabia que era pro seu bem, que Tony só queria que ela estivesse saudável, feliz e bem sucedida com o que fazia, uma boa noite de sono colaboraria com tudo isso, ela balançou a cabeça de forma positiva, o últimos meses tinham sido ótimos pra ela e olhando para o ano de 2010 estampado no calendário ela via como tudo passava tão rápido, se tudo continuasse tão rápido assim logo 2011 chegaria.

Ela pondera com a cabeça, abrindo um enorme sorriso, Tony beija a testa de Lila e a abraça, aquele momento é preciso, pai e filha estavam juntos, estavam bem, era isso que Tony queria, que sua menininha estivesse bem, ser um bom pai pra importante pra ele, tanto pelo que passou com Lila como em relação a própria experiência de vida, compartilhar experiências era importante para os Stark.

— Tudo bem que você está com medo de que eu fique melhor que você logo. — Ela suspirou se livrando dos braços dele. — Mas tudo bem, eu vou dormir.

— Você está achando que é quem? — Ele ri olhando pra filha. — Quer ser como eu? Estude bastante ainda.

— Estou nesse caminho. — Ela sorriu cruzando os braços. — Sou o futuro das Indústrias Stark, não sou?

— Sim. — Tony mordiscava a bochecha. — Um futuro que me deixa muito mais tranquilo pra dormir a noite.

Lila revirou os olhos, mesmo que tivesse um sorriso no rosto, ela sabia o quão pai babão Tony poderia ser, ela se esforçava pois sabia que ela era o futuro da companhia, as Indústrias Stark seriam seu patrimônio em um futuro, ela não sabia como, mas sabia que faria, não era tão inteligente como ele ainda, mas seria, nem que fosse perdendo dias e noites de estudos para deixá-lo orgulhoso.

— Falando sobre futuro. — Ela colocou as mãos para trás ainda pensando em como dizer aquilo. — Você bem que poderia pensar duas vezes e deixar que eu participe daquela equipe de cientistas da SHIELD, eu estou me esforçando pai e nós já estamos trabalhando com eles e também é o Nick.

— Nunca é apenas só o Nick, Fury é uma formiguinha em um grande formigueiro. — Tony tentava negociar com ela. — Me preocupa te deixar ser operária nesse sistema.

— Eu tenho potencial para ser a rainha do formigueiro, isso seu o meu papai querido deixar. — Ela segurava a risada.

— Você é uma formiguinha sonhadora. — Ele ponderou com a cabeça. — Tenho uma reunião com Fury em alguns dias, vou conversar com ele e depois eu penso se deixo você fazer isso, okay?

— Eu já disse que te amo? — Ela sorriu depois de abraçar o pai com força.

— Eu não disse que permitiria. — Tony abraçou Lila também com força. — Mas você merece um pensamento mais apurado.

Lila estava ansiosa e ficava perguntando quando Tony veria Nick Fury, o Stark ria vendo a filha tão animada com a situação, mas até mesmo ela teria que esperar, eles tinha outros compromissos, Lila ficou triste ao saber que o pai teria que viajar e ela não poderia tê-lo ao seu lado para ajuda-la em seus estudos, mas ele tinha que cumprir os compromissos de diretor das Indústrias Stark, era uma realidade que ela tinha que lidar, mas não significava que ela gostasse daquilo.

— Mas a Pepper bem que poderia ter ido, né Happy. — Ela resmungou com o segurança andando de um lado ao outro do cômodo. — Ela sabe tudo que ele faz, ele poderia ter ficado em casa comigo.

— A Srta. Potts foi com ele, mas seu pai ainda é o presidente da empresa. — Happy tentava tomar seu café vendo Lila andar de um lado a outro. — É engraçado ver o seu ciúme para com ele, que tal sair com o Steve ou o Connor ...

— O que você disse? — Ela estreitou os olhos o encarando. — O nome desse aí não é dito dentro dessa casa.

— Okay, saia só com o Steve. — Happy bufou tomando seu café. — Espero o dia em que você e o filho do prefeito façam as pazes de novo.

— Quando ele deixar de ser um idiota arrogante e orgulhoso talvez. — Lila encarava o celular sobre a mesa até que ele tocou. — É ELE!!!

— Connor? — Happy espiou a tela, mas não conseguia identificar.

— Não! — Lila falou com certo desdém e tomou o celular em mãos. — Meu pai.

— Oh! Ele, já estava na hora mesmo. — Happy olhava seu relógio. — Vamos, atenda.

— Oi pai. — Lila atendeu o telefone com um enorme sorriso. — Quando você volta?

A resposta de Tony não foi nenhum pouco agradável aos ouvidos dela, ele ainda levaria quase uma semana para voltar e isso deixou a jovem Stark chateada e irritada, havia uma pontada de tristeza, mas ela com toda certeza não deixaria transparecer, Tony pediu a filha que levasse uns papeis a Rhodes, a jovem Stark tinha tirado a sua primeira licença de direção a algumas semanas e seria algo bom pra ela, um pouco de vento no seu rosto sem Happy no seu pé, Tony até autorizou que ela fosse passar uns dias com Angelica, apesar da falsa animação, ela torcia para que tudo desse certo pra ele.

Os dias, no entanto, não foram usados muito fora de casa, Tony deixou Happy decidindo os horários de sono e outras coisas de Lila enquanto ele estava fora, a jovem Stark queria virar noites no laboratório, mas Happy não permitia e sem Tony não tinha muita coisa que ela pudesse fazer. A única companhia de Lila era Phil Coulson, o agente se desdobrava entre os seus afazeres para mente-la entretida, mesmo que fosse apenas por telefone em todas as vezes.

— Você realmente não sabe me ajudar com astro partículas. — Ela suspirou passando mais uma página do livro.

— Desculpe querida, mas já te indiquei todos os livros que consegui sobre o tema. — Ele terminava de ler alguns relatórios enquanto falava com ela. — Nada te ajudou?

— Algumas coisas sim, mas ... — O suspiro de Lila era característico e autoexplicativo. — Sem ele por aqui as coisas são um pouco difíceis, tem coisas que eu não entendo e ele explica de forma tão mais fácil.

— Liga pra ele então. — Phil tentava animá-la.

— Não! — Em um salto Lila ergueu-se da cadeira onde estava e respirou fundo. — Ele é ocupado demais pra mim, tio Phil.

— Liz ... — Não tinha como não rir daquele drama todo. — Seu pai é um cara ocupado sim, mas ele te dá atenção, ele só precisou viajar alguns dias, não é como quando você chegou aí.

— Eu sei, mas gostava mais quando a gente fazia tudo junto. — Ela suspirou voltando a acomodar-se na cadeira de antes. — Como eu vou poder ir pra uma boa faculdade se ele não me ensina as coisas?

— Meu anjo não é assim também, você já sabe muita coisa e em uma faculdade com outras pessoas que sabem tanto quanto Tony você vai aprender mais. — Phil ficava pensando em como poderia ajuda-la, mas não tinha tantas ideias. — Enquanto ele está ausente talvez uma pessoa possa te ajudar.

— Quem? — Lila se apoiava na bancada curiosa.

— Já tentou ligar para Bruce Banner? — Happy sorriu e Lila também mesmo que não vissem o sorriso um do outro. — Eu sei que tem tempos que não fala com ele.

— É uma boa ideia. — Ela riscava um papel com a anotação de ligar para o homem, poucos segundos depois ouviram Jarvis avisando que Tony havia chegado. — Meu pai chegou, meu pai chegou!

— Vai lá e boa sorte! — Phil se despediu finalizando a ligação.

Lila recebeu o pai com um grande abraço, ela e Tony pediram pizza e ele contou sobre a viagem, sobre como algumas novas ideias tinham surgido e mesmo que ele tivesse que explicar com detalhes a mais a ela, Tony não se importava. Os dois não demoraram a ir dormir, depois que Lila soube que ambos teriam que estar na SHIELD no outro dia de manhã para algumas pesquisas sobre o cubo cósmico ela logo fez questão de fazer ambos irem cedo para a cama para garantir um dia seguinte bem mais proveitoso.

Na manhã seguinte a jovem Stark estava animada, Tony teve a brilhante ideia de deixar a filha dirigir, Happy ia no banco de trás do carro enquanto o Stark estava do lado da filha, não precisava dizer nada para saber que o motorista não gostou da ideia, a sua cara já dizia tudo. No enorme prédio os dois foram recepcionados por Nick, Lila tentava manter-se séria, mas era difícil enquanto olhava para Tony e se sentia radiante de animação. No laboratório os dois liam alguns relatórios dos testes que haviam sido feitos por outras pessoas, Tony reclamava constantemente de cálculos errados e isso não tirava o sorriso do rosto de Lila.

— É bom fazer isso com você. — Ele comentou olhando a filha de relance. — Sinto que isso nos aproxima.

— Gosto de aprender com você, isso fortalece o nosso laço. — Ela deixou o tablet que analisava sobre a bancada para olhá-lo. — Vou poder contar para os meus filhos que aprendi com o melhor.

— Isso vai demorar né? — Tony coçou a cabeça, se imaginar avô era meio absurdo.

— Espero que sim, crianças são horríveis. — Lila torceu os lábios e os dois riram. — Mas ...

— Sr. Stark, Srta. Stark. — Uma voz masculina interrompeu a conversa dos dois. — Desculpe atrapalhar vocês, mas o Diretor Fury está chamando o Sr. Stark.

— E a conversa. — Os olhos de Lila até brilhavam. — Não esqueça do que eu te disse!

— Okay querida. — Tony riu beijando a testa dela. — Não mexa em nada na minha ausência, ficaria pessoalmente ofendido se soubesse que fez uma descoberta sem mim.

Lila revirou os olhos e ficou observando o cubo, por um tempo ela ficou em silêncio, começou a reler as anotações, mas depois de quase uma hora sem o retorno de Tony ela já estava ficando impaciente demais, escrever coisas, ler artigos, nada, absolutamente nada a mantinha entretida, até que ela se pegou olhando par ao cubo. Ele soltava uma espécie de faísca, ela estreitou os olhos, seu pai disse para se manter afastada e não fazer nada na ausência dele, mas que graça isso teria? Também não havia mal nenhum em simplesmente ir dar uma olhada.

Ela puxou a cadeira de rodinhas para perto do cubo e ficou observando, o azul dele refletia nos olhos âmbar de Lila, era quase uma espécie de hipnose, ela sabia que não poderia tocar ou testá-lo em algo, mas Tony não havia dito nada sobre olhar não é? Olhar não era errado nem nada. Depois de minutos encarando aquela imensidão azul que parecia se mover dentro do cubo ela tinha a ligeira impressão de ouvir alguma coisa e a ideia de tocar lhe pareceu muito interessante, o que de mal poderia acontecer? Era a pergunta que rebatia na sua mente, só um toque, o cubo emanava um frescor, quão frio seria? Eram tantas perguntas que ela tinha enquanto aquela imensidão azul ainda refletia em seus olhos, era perigoso, mas ninguém tinha descoberto algo sem arriscar, então ela tocou o cubo.

O que aconteceu depois não foi nada confortável, foi como se um choque percorresse todo o corpo de Lila e a jogasse contra uma das bancadas, mas antes dela acertar qualquer coisa o cubo pareceu explodir, como se emanasse uma energia muito forte, o estrondo foi ouvido em todo o prédio e as janelas da sala se quebraram chamando a atenção de vários agentes. Aquilo, com toda certeza, chamou a atenção de Nick e de Tony, algo no coração do velho pai sabia que tinha dedo de sua filha no meio e ele estava certo. A garota estava caída no chão do laboratório com um corte na cabeça, o coração de Tony parecia estar em pedaços e ele se punia por tê-la deixado sozinha.

No hospital as notícias não eram das melhores, a jovem Stark não respondia aos exames e sua mente parecia vagar em algum lugar profundo que ninguém sabia dizer onde era, Tony passara dias e noites ali ao lado dela, pagaria o melhor tratamento do mundo, mas ela iria acordar, tinha que acordar, não havia outra chance se não fosse aquela, ele teria sua filha de volta. Steve e Phil estavam lá todos os dias quase, algumas vezes para Tony descansar, de uma forma ou de outra todos passaram por lá, Angelica, Pepper, Happy, até mesmo Nick e Peggy ligou, não estava bem de saúde, mas uma pessoa levou um tempo para ir até lá, era Connor.

— Achei que você não iria vir mais. — Tony estava sentado na poltrona a frente da cama. — Na verdade eu sabia que uma hora ou outra você ia vir, você se preocupa com ela.

— Eu amo sua filha mais do que tudo, Sr. Stark. — Connor tinha um pequeno buquê de flores amarelas em suas mãos. — São as favoritas dela, pensei que ...

— Ela vai amar, tenho certeza, pode colocar junto as outras. — Tony apontou para um móvel perto da janela com alguns vasos de flores, todos eles tinham nomes. — Ela gosta muito de você Connor, independente do que aconteça com a minha filha e se ela vai ou não acordar ...

— Mas ela vai acordar, Tony! — Connor se virou para o Stark. — Quer dizer ... Sr. Stark.

— Tudo bem. — Tony sorriu se levantando. — Eu também quero acreditar que a nossa Lila vai voltar, que vou tê-la no meu laboratório, mas a explosão deixou sequelas e ela ode nunca acordar, então você tem que me prometer.

— Não, não, Tony, não. — Connor se aproximou de Lila se afastando do Stark. — Não me pede pra desistir dela.

— Não estou pedindo. — Tony olhou a filha. — Só estou te pedindo para viver sua vida, você é jovem, ela iria querer isso, não é filha?

Tony olhava para Lila deitada na cama, queria que ela acordasse e desse a ele uma resposta, algo que confirmasse o que ele falava a Connor, mas por alguns instantes nada aconteceu, ele se preparava para sentar de novo na poltrona quando percebeu que algumas coisas no quarto flutuavam, ele olhou para Connor e a expressão na face do rapaz era bem autoexplicativa, ele também não estava fazendo aquilo, era interferência externa.

— O que é isso? — Connor perguntou pegando um dos vasos de flores segundos antes de tudo que flutuava cair no chão.

— Chame o caolho lá fora. — Tony sorria colocando as mãos sobre as de Lila assim que Lila assim que se aproximou dela. — Chame o Phil e também a Pepper, ela está respondendo Connor, nossa Lila está respondendo.