A Herdeira Stark - Livro I escrita por Jojs


Capítulo 11
O sucesso depende das suas escolhas




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Lizandra ainda processava o ocorrido, sua cabeça estava a mil, na verdade tudo parecia um pouco irreal demais, seu pai estava lá de manhã quando ela saiu, agora ele não estava e poderia não estar nunca mais, se aquilo doía? Doía bastante, mas era um tipo de dor que ela não entendia como agia, pois não sabia como as coisas funcionavam direito em relação a ela e a seu pai, Tony nunca foi uma pessoa tão próxima e ela sempre foi meio distante quanto a ele, não conseguia assimilar como aquela dor era tão latente e presente, como se fosse sugada aos poucos para fora de si. 

Happy e Pepper estavam preocupados com ela, não tinham conseguido contatar Phil e Lila não falava uma só palavra pelo tempo em que estivera com eles, se comunicava por olhares, gestos, mas palavras não saíam de sua boca. A porta do quarto ficava destrancada e aberta, era como se ela esperasse que alguém fosse até lá e contasse a ela que seu pai estava de volta, Lila até cogitava as piores notícias, só queria que aquele tormento chegasse ao fim. 

— Nós podemos conversar? — A imagem de Pepper Potts se fez presente na porta. 

— Espero que não seja nada sobre um testamento. — Lila nem mesmo olhava para a ruiva. — Ele não está morto. 

— Claro que não está. — Pepper tentava se manter séria, parte por ela, parte por Lila. — Mas há compromissos e você como uma Stark deve cumprí-los. 

— As pessoas esperam mesmo que na dor eu tome as responsabilidades do meu pai? — Lila se virou para Pepper com um sorriso sarcástico no rosto. 

— Ela não sabem, pois isso não esperam, mas ... — Pepper exitou um pouco. — Alguém precisa contar a eles sobre o desaparecimento do Tony.

— Porque não você, senhorita Potts? Não é a secretária dele?

— Sou. — Pepper se aproximou de Lila. — Mas não sou a filha dele. 

A cabeça de Lila doía e as palavras de Pepper ainda batucavam na mesma, Tony nunca tinha sido o exemplo de pai, ele não era muito presente, não gostava de sair com ela, empurrava para Happy a maior parte das responsabilidades, além de definitivamente gostar de irritar a filha de todas as formas, ele tinha esse prazer. Mas Lila não conseguia ignorar o fato de que Tony vinha tentando nos últimos tempos, ele tentava ser um bom pai, mesmo falhando bastante, ele realmente tentava entende-la, mas até mesmo Lila o afastava um pouco, ela na verdade sentia a falta de uma figura feminina em seus dias, Pepper era legal, mas não supria nada do que ela precisava. 

Happy ainda veio duas vezes perguntar se ela estava preparada para a coletiva, que se não quisesse fazer a Senhorita Potts o faria sem nenhum problema, mas Lila tinha que assumir a forma como Pepper havia dito fazia todo o sentido do mundo, a esguia ruiva que era secretária de seu pai com todo o seu jeito amável e sorriso branco tinha toda a razão, as sardas de seu rosto as vezes escondiam seu pulso firme, mas como o momento no quarto ela mostrara a que veio e como merecia o emprego, ela tinha conseguido levar Lila a aquele palanque, de frente com todos aqueles jornalistas que não entendiam muito bem a situação toda.

— Bom dia. — A voz rouca de Lila era a primeira coisa se se chamava a atenção. — Eu os reuni hoje para fazer um comunicado sobre o meu pai, o Sr. Anthony Edward Stark, CEO das Indústrias Stark e meu progenitor.

— O Tony morreu? — Um homem na frente do palco questionou Lila, ele tinha um bloquinho em mãos. 

— Não. — Lila falou o encarando. — Ele ...

— Ele está em coma? Com uma doença terminal? — Outra repórter loira questionou erguendo a caneta. — É uma doença infecciosa? 

— Meu pai não está doente. — Lila resmungou de forma impaciente. — Posso falar? 

— Já não está falando? — Outra repórter falou em tom de deboche com a ponta da caneta que trazia consigo entre os lábios. 

— Sem a interrupção dos senhores não. — Lila respondeu de forma ríspida, não deixaria intimidar-se por uma reles jornalista. — O meu pai está desaparecido...

— Como e... — Um repórter iniciou a pergunta, mas foi fuzilado pelos olhos de Lila pela interrupção. — Entendi, prossiga. 

— Meu pai desapareceu depois da sua última viagem, ele estava sob escolta militar, mas o seu carro foi atacado e não sabemos se ele foi levado ou se está morto, apenas sabemos que ele desapareceu sem deixar rastros de seu paradeiro. — Lila falou calmamente, era pesado dar aquela notícia. — Até que ele retorne ou eu complete 18 anos a direção majoritária das Indústrias Stark fica sob a responsabilidade do seu vice-presidente.

— A senhorita já se prepara para assumir o legado do seu pai? — A mesma mulher que antes tinha a caneta na boca questionou Lila. 

— Meu pai ainda tem muitos anos a frente da empresa da família e eu confio em seu retorno. — A jovem Stark não tirava um só segundo o olhar da mulher. 

— Mas se ele não voltar? — A mulher a instigava com os olhos. — Há essa possibilidade. 

— Se ele não voltar eu vou assumir o legado com mãos de ferro, assim como ele assumiu em 1991 após a morte dos meus avós. — A voz estava um pouco rouca ainda, tremia levemente, um especialista saberia disso. — Hoje minhas preocupações não são apenas em como assumirei essa empresa, meu pai ainda pode retornar, eu também não acabei os estudos e nem me capacitei academicamente para tal posto, é só. 

— Mas senhorita Stark...

— Ela disse que é só. — Happy tomou o microfone e falou para a repórter. — Coletiva terminada, vamos querida.

Lila tremia um pouco, seu corpo estava dolorido, muito pelas últimas noites mal dormidas, ela praticamente guiada por Happy que a mantinha em pé apoiando-a ao segurar Lila pelos ombros. Nos bastidores ela se sentou em cadeira, levou as mãos ao seu rosto, a cena seria perfeita para as lentes de qualquer fotógrafo, uma jovem abatida e de cabeça baixa, sentindo os reflexos das pressões, mas principalmente uma menina de 17 anos que sentia a dor de perder o pai, ela não sabia se ele voltaria.

Os olhos de Lila estava cobertos por suas mãos, as pessoas falavam baixo e passavam por ela como se a moça não estivesse ali, mas Happy e Pepper não perdiam o olhar dela. Um homem alto e negro passeava pelas pessoas com certa facilidade, ele parou a frente da jovem Stark que levou tempo para raciocinar que havia de fato alguém a sua frente e não era Happy ou Pepper. Quando ergueu a cabeça Lila encontrou os olhos de uma figura conhecida, o homem por sua vez viu toda a fragilidade de uma jovem que conhecia desde muito nova.

— Nick? — Ela respirou fundo, ainda vacilante, e ergueu-se da cadeira. — É você? 

— Eu não mudei tanto assim! — Fury riu abraçando a garota. — Só um olho a menos. 

— Um fuckin olho a menos, você diz. — Ela abraçou o diretor da SHIELD, em um mar de pessoas desconhecidas era bom ter alguém que ela soubesse que poderia confiar. — Não diga que veio me dar péssimas notícias.

— Não. — Ele se separou dela. — Na verdade não vim dar notícia nenhuma, vim por você. 

— Eu estou bem. — Ela limpava as lágrimas que escorriam pelo rosto. — Eu vou ficar, aliás, como ele está? 

— Bom ... — Nick sabia que ela perguntava sobre Coulson. — Phil está em missão, mas com toda certeza está com saudades, ele não te vê a um bom tempo.

— Bastante tempo. — A respiração de Lila era pesada, se via algumas olheiras começando a se formar. — Se você souber de algo, por favor me conte, eles me tratam como criança aqui, eu não sou criança. 

— Claro que não é, você era quando chegou com Phil na minha sala. — Nick sorriu lembrando-se com clareza do dia. — Ele é completamente louco por você, deve estar se sentindo muito triste de não poder estar aqui, ainda mais hoje. 

— Tio Phil tem o seu trabalho, eu o entendo. — Ela torceu os lábios. — Não desconverse, vai me contar se souber de algo?

— Claro que vou, me ligue a qualquer hora. — Ele piscou o olho que ainda era bom. — Promete a mesma coisa? 

— Com certeza. — Ela ergueu o mindinho e Nick o pegou, dando a ela o seu cartão a ela em seguida. — Eu ligo se souber de algo.

Lila foi com Happy para casa, ela tinha que descansar, mas ela só conseguia ficar olhando lá para fora, ela ficava o tempo todo com o rádio ligado, ele tinha uma sintonia particular, Tony e ela codificaram juntos, aquele era um trabalho deles, ela lembrava do brilho nos olhos do Stark ao ensinar sua filha assim como Howard havia ensinado a ele, em momento ele chegou a contar que não queria que a relação dos dois fosse como a que Tony tivera com o pai, queria muito mais que fosse como a que ele tinha com Maria, de amor e proteção, a mulher até o ensinara a lutar, ela era incrível. 

A porta estava sempre encostada, Lila nunca a fechava, esperava por uma notícia do pai, mas não tinha muita vontade de fazer algo além de esperar dia pós dia. Ela estudava em casa, a escola tinha mandado um professor específico para lady Stark não perder o ano letivo, ela fazia provas sob o olhar dele e mantinha longe dos colegas a maior parte do tempo, nunca estava disposta ver ninguém, alguns jornais e tabloides cogitavam o fato de Lila realmente não ter sido internada em uma clínica por causa do trauma de perder o pai. Happy vendo a forma como ela se encontrava optou por falar com a única pessoa que poderia ajudar a garota, Phil Coulson. 

— Toc, toc. — A voz masculina preencheu o quarto e chamou a atenção da garota. — Eu vim ver uma tal de Lizandra, ela está? 

— Talvez. — Ela comprimiu os lábios olhando para Phil. — Mas pode deixar o recado. 

— Você fala pra ela que eu sinto muito por sumir por tanto tempo. — Ele se sentou ao lado dela. 

— Ela sabe que sente. — Lila sorriu antes de abraçar Phil. — Eu senti tanta sua falta. 

— Nick me falou que você estava precisando de mim e quando Happy ligou ... — Phil beijou a testa da garota. — Como se sente? 

— Impotente. — Ela tinha voz de choro. — Completamente inútil. 

— Não fale assim. — Ele colocou o cabelo dela atrás de suas orelhas. — Você pode fazer algo. 

— Posso? — Ela encarou o tio nos olhos.

— Promete que não vai fazer nada arriscado se descobrir algo? 

— Tio Phil ... — Ela fez um silêncio sepulcral, mas Phil não mudava o semblante preocupado. — Okay, eu prometo.

Ele se preocupava muito com ela, Lila era uma garota muito inteligente, ela sempre pensou diferente e mais rápido que as outras crianças, estava sempre um passo a frente a seus colegas de sala na escola e Phil só não insistiu mais ainda para tê-la consigo por sabia que estar com Tony faria a inteligência da menina aflorar mais ainda, ele tinha a plena certeza da genialidade de Lizandra e como ela conseguiria ser uma pessoa muito mais bem sucedida profissionalmente que Tony e Howard jamais foram, ela representava o futuro em todas as formas, um futuro que Phil temia, mas que ela precisava se tornar. 

— Eu sei que você e seu pai estavam pesquisando algumas coisas juntos. — Ele se separou de Lila. — Talvez você conseguisse localizar Tony de alguma forma. 

— Como assim? — Ela arqueava a sobrancelha. — A polícia e a SHIELD já não estão fazendo isso? 

— Polícia? Por favor. — Phil revirou os olhos como se acreditasse na ineficácia da polícia americana. — Nem o FBI foi acionado, não é estranho? Quanto a SHIELD ... Ela tem interesses bem peculiares no seu pai, eu não creditaria muita esperança nela, mas ... 

— Mas? — Lila encarou Phil. 

— Se você pudesse localizá-lo por frequências de rádio? — Phil sorria de canto. — Ondas super baixas que passam imperceptíveis pela maior parte dos leitores, é difícil eu sei, mas com a ajuda de JARVIS e as anotações do Tony, talvez você consiga localizar algo dele, um celular, algum dispositivo, até mesmo o relógio dele, emitem sinais muito fracos, mas com a maestria certa ... 

— Tio Phil, você é um gênio! — Lila tinha aquele grande sorriso nos lábios, aquele que Phil costumava ver em Samantha. — Pode dar certo, VAI dar certo, eu tenho certeza, minha nossa eu tenho milhares de ideias pipocando aqui, eu tenho que contar ao Happy e ... 

— Liz, não! — Ele segurou a garota pelos ombros. — Vai me prometer que isso será secreto, quem sumiu com o Tony pode estar entre nós também, eu estou confiando isso a você.

— Eu posso fazer isso. — Ela ainda tinha um sorriso visionário, porém preocupado. — Vou acha-lo e trazer meu pai pra casa.

— Acredito que sim, querida. E Liz ... — Coulson fez uma parada ainda temeroso do que ia dizer. — Você tem que me prometer que vai continuar estudando e cogitando assumir as Industrias Stark caso ... 

— Meu pai não está morto, tio Phil! — Ela se afastou dele. — Ele não está! 

— Lila você tem que considerar tudo, por favor. — Ele estava cansado, mas precisava ser sincero com ela. — Prometa pra mim que vai fazer o certo caso as coisas não saiam como você quer.

— Eu prometo. — Ela desviara o olhar dele. — Mas as coisas só serão assim quando não houver mais esperança, não vou desistir dele.


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