Love Scars escrita por Grape Booi


Capítulo 5
El Diablo


Notas iniciais do capítulo

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—Neji! Eles só vão sair, deixe sua prima se divertir ao menos um pouco! -tentava convencer o namorado ao telefone, ele era o único que poderia enrolar sua tia até que Hinata chegasse. E também, sua amiga havia lhe pedido para tentar falar com Neji, afinal, ela estaria em aula, diferente de Tenten que estava com o horário mais flexível, embora tivesse trabalho a fazer no conselho estudantil.

 

—Se esse imbecil magoar a Hina, viro ele do avesso. - declarou, irritado. Ela revirou os olhos, o namorado era sempre assim. Não que isso fosse ruim, mas, às vezes ele era muito rígido.

 

—Que isso, amor... Vocês nem se conhecem direito, pare de julgá-lo assim.

 

—Por que isso do nada, hein? Não eram só amigos? - o Hyuuga mais velho era sempre desconfiado. E talvez super protetor demais com a mais nova... Mas só talvez. Além de uma leve antipatia em relação ao Uzumaki.

 

—Ah, a Hina não me contou direito por que não tivemos tempo... Mas alguma coisa tem aí.

 

—Então esse safado já tá passando a rola na minha prima tem mais tempo? - falou, ouvindo Tenten gargalhar do outro lado da linha.

 

—Pelo amor, Neji! Você está exagerando, até parece que não conhece a Hinata. 

 

—Só estou preocupado com ela.

 

—Ela já é bem grandinha pra se cuidar, não acha, general? - brincou, ouvindo-o suspirar pesado. - Então, o que vai ser? 

 

—Tudo bem, tudo bem... Eu volto pra casa mais cedo e falo com a louca da minha tia. Vou dar uma desculpa qualquer. - se deu por vencido.

 

—Ótimo. - sorriu, feliz pela amiga. - Ela vai ficar muito feliz, amor. Obrigada.

 

—Não sei o que ela vê demais nesse cara... - passou a mão na testa, suada. Havia tido um dia corrido no hospital. - Você... Vai lá pra casa mais tarde, né?

 

—Vou... Sabe se sua tia vai ficar lá a noite toda?

 

—Não sei não, amor... - seu olhar estava distante, pelo vidro da janela.

 

—Queria ficar um pouco só com você... - um bico fez-se presente na face da moça.

 

—Podemos ficar, ué... - riu, baixo. - Eu tranco a porta, ela não é nem doida de tentar entrar.

 

—Preciso desligar, agora... Tenho que resolver mais algumas coisas no conselho estudantil. 

 

—Tudo bem, até mais tarde. Um beijo. 

 

—Pra você também, te amo.

 

—Eu também. -desligou o telefone e sorriu, seguindo para dentro da escola. Teria que resolver mais algumas coisas para depois ir pra casa.

 

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—Devíamos matar aula assim mais vezes, Yamanaka. - o rapaz ruivo deu um chupão no pescoço da loira, que gemeu baixinho. -Gostosa. -ele a encarava com lascívia, com aqueles olhos verdes... Lindos, na opinião dela. Gaara tinha 18 anos, repetiu o segundo do ensino médio. Tinha músculos muito bem definidos para sua idade, os quais arrancavam muitos suspiros das meninas mais novas, e das de sua sala também. Os cabelos ruivos, bagunçados, e uma tatuagem vermelha na testa.

 

—Devo concordar, mas precisamos ir, agora. - falou, enquanto se levantava do colo de Gaara, tentando ver se encontrava seu uniforme, o qual jazia em algum lugar da sala. Ele, que estava sentado num colchão, estava com o lençol no colo, mas também não vestia nada. Estavam nos fundos do colégio, havia um depósito com algumas coisas velhas que a instituição já não usava mais. Teriam que cuidar para sair dali e não serem pegos.

 

—Não mede esforços pra conseguir o que você quer, hein. - o rapaz comentou, enquanto observava-a de longe.

 

 Ino roubou um beijo dele, que ainda permanecia sentado ali. - Não tenha dúvidas... E você também é uma delícia, não me incomodaria de fazer outras vezes, mesmo sem os favores. - falou, sendo puxada pela cintura pelo outro, que sorria. A colocou na cama de novo, dando mais um chupão em seu pescoço. - Ahh, Gaara... Ai... 

 

—Vamos só mais uma vez, vai... - pediu, com as mãos na cintura dela.

 

—Nem pensar, temos que ir. Tá ficando tarde, vamos perder a hora. - ela se levantou, começando a se vestir. Tentava desamassar o uniforme, para depois abotoá-lo.

 

—Que bom que se vestiu, não sei se iria aguentar muito tempo te vendo sem nada. -disse, provocante. Mordeu o lábio inferior enquanto a observava. - Mesmo de roupa, já me deixa doido...

 

—Você é ousado, diabinho. - passou a mão no queixo do rapaz sentado à sua frente. - Gosto da sua tatuagem. 

 

—Difícil dizer só uma coisa que gosto em você. - ele disse, se levantando e vestindo-se também. - Sobre o favor... É só aquilo mesmo?

 

—Só. -a Yamanaka falou, ríspida. Só de lembrar-se da cena de mais cedo, já ficava furiosa. Sentiu dois braços musculosos a envolverem por trás, e uma boca mordiscando sua orelha. 

 

—O Uzumaki é mesmo um idiota... Trocando você por aquela esquisita da Hyuuga. - Ino se arrepiou com os toques do ruivo. - Prefiro você.

 

—Qualquer um em sã consciência prefere à mim em relação à ela. - declarou, convencida, enquanto se soltava dele.

 

—Não me afasta não... - disse, espalmando a coxa direta dela.

 

—Para, Gaara! Vão nos ouvir. - o repreendeu, tirando a mão dele dali.

 

—Está com vergonha agora? No colchão, você não teve nenhuma. -ele riu, lembrando-se de antes. 

 

—Não é isso, não quero que nos peguem. - revirou os olhos.

 

—Se não te ouviram gritando antes, não é agora que vão ouvir. - parou ao receber outro beijo dela. 

 

—Fica quietinho um pouco, amor. - saíram dali e foram em direção ao muro, observando em volta para ver se não havia ninguém olhando. Gaara ajudou-a a subir, e pularam para o lado de fora. Agora, era só esperar a hora da saída até o plano ser executado.

 

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—Tenten, não sei nem como te agradecer! - Hinata disse, abraçando a amiga. - Ele reclamou.

 

—Você conhece Hyuuga Neji tanto quanto eu, Hina. - elas riram. - Me conte tudo mais tarde, hein.

 

—Certo, obrigada mesmo! - ela sorriu, estava muito feliz. - Tenho que ir, o Naruto-kun tá me esperando. 

 

—Tchau, aproveita. - a Mitsashi despediu-se dela, e deu uma piscadinha. - Lembre-se das minhas dicas!

 

—Pode deixar, Tenten. - Hinata suspirou e fechou os olhos, tinha tempo que não se sentia feliz dessa forma... Muito tempo. Chegando no portão, viu um Naruto sorridente a aguardando, segurou na mão dele.

 

—Vamos? - sorriu para ela, e fez um carinho em sua cabeça, para depois lhe dar um beijo na testa. 

 

—Não me disse aonde... - a Hyuuga comentou, curiosa. 

 

—Ah... Eu queria ir no Ichiraku, mas ramen é normalzinho, quero te levar num lugar diferente. - passaram do portão do colégio e começaram a caminhar. - Conheço um lugar que tem uns doces excelentes. - os olhos da Hyuuga chegaram a brilhar. - Já vi que gosta. - ela riu, corando um pouquinho.

 

—Pode escolher, Naruto-kun... Se quiser comer ramen também não tem problema. - ele suspirou.

 

—Podemos ir outro dia, queria sair com você mais vezes... - passou um dos braços por trás dos ombros dela. 

 

—E-Então tudo bem... - praguejou-se internamente. A maldita timidez e a insegurança a faziam gaguejar constantemente. Respirou fundo, tentando concentrar-se para que não acontecesse de novo. 

 

—Já disse que fica linda vermelha? - riu da expressão dela, a achando fofa. - Você é bem tímida, né Hina?

 

—Eu sempre fui assim... Desde pequena. - arregaçou a manga de um lado só do casaco. - Acho que já éramos da mesma turma, nessa época.

 

—É, éramos sim. Tô nesse colégio desde que eu nasci, mas as outras crianças não gostavam muito de mim por eu ser neto do diretor. - suspirou, não gostava muito de se lembrar naquela época.

 

—Jiraya-sama? - perguntou, sem entender. Sabia que Naruto era neto de Tsunade, mas não sabia que a mesma era casada com Jiraya.

 

—É... Na verdade, eles são meus padrinhos. A velha e o ero. Meus pais morreram, quando eu ainda era um bebê. - quando ele terminou de falar, ela ainda demorou um pouco para processar a informação, imaginando que aquilo era uma coisa um tanto quanto pessoal, além de uma memória ruim.

 

—N-Nossa, Naruto-kun... Sinto muito por eles. - colocou uma das mãos sobre a boca, chocada. 

 

—Nah, tudo bem... Eu já me acostumei. - Hinata o encarou, com aquele olhar de "tem certeza?" - É sério, tudo bem. - sorriu e fez um carinho no ombro dela. Se sentiu meio mal de estarem falando sobre aquilo, não queria deixá-lo triste, então resolveu mudar o assunto.

 

—Você era bem amigo de uma menina naquela época também, não era, Naruto-kun? - ouviu-o tossir, tinha ficado visivelmente nervoso. Hinata se lembrava que ela tinha cabelos rosa... Mas não conseguia recordar-se de seu nome. "Não devia ter falado, pelo visto..." -pensou.

 

—É, eu era. - ele disse, curto e grosso. Definitivamente não queria falar sobre ela. Tudo menos se lembrar de Sakura... Para sua sorte, ela havia se mudado há alguns anos. Mas sempre que comentavam sobre a Haruno, ele sentia alguma coisa... Ainda mexia com ele. E o Uzumaki não gostava nada disso. Notou o desconforto da morena ao seu lado, nem havia percebido que tinha sido um pouco grosseiro. - Foi mal... É que não gosto muito de falar disso.

 

—T-Tudo bem, eu é que peço desculpas. -ele sorriu amarelo, passando a mão atrás da cabeça.

 

—Acabei deixando o clima meio chato, e logo na primeira vez! Espero que não pense mal de mim, Hina-chan. - ela sorriu, tinha gostado de ter sido chamada daquele jeito. 

 

—De jeito nenhum, Naruto-kun. - o abraçou pela cintura, ganhando um beijo na bochecha. - Fico muito feliz de ficar um pouco com você.

 

—Eu também, pequena. - roubou um beijo da morena, o coração dele estava a mil... Tinha se imaginado com aquela bela menina tantas vezes, e agora podia abraçá-la, beijá-la... Bem ali. Segurou na mão dela novamente. - É bem ali. - apontou pra uma loja do outro lado da rua, atravessaram, e Hinata observou o nome do estabelecimento, curiosa. "Akimichi Doces" Já tinha escutado esse sobrenome em algum lugar...

 

—Naruto-kun, esse nome... - pôs sua mão no queixo, pensando.

 

—É a padaria dos pais do Chouji. Eles fazem doces ótimos, nunca veio aqui? - perguntou, sorrindo. - Vai adorar. -quando Naruto iria abrir a porta para que entrassem, ouviram palmas atrás deles... O que poderia ser? Ele franziu o cenho, achando aquilo muito estranho.

 

—Meus parabéns, Uzumaki. - Gaara estava ali, atrás dos dois. Encarava Naruto com um sorriso meio estranho no rosto, que não estava entendendo nada. - É, você ganhou. Não achei que conseguiria.

 

—Desculpa, Gaara, mas eu... -iria falar algo, mas o ruivo nem o deixou terminar. 

 

—Toma, o dobro. - o estendeu um maço de dinheiro, Hinata olhava tudo aquilo muito confusa, na verdade, os dois estavam muito confusos. - Foi o combinado, não foi?

 

—Hã? Não, tá me confundindo, Gaara, nós temos que ir... 

 

—Apostamos, se você aguentasse pegar a Hyuuga esquisita, ganharia o dobro. -Gaara sorria, e Naruto arregalou os olhos, sem saber de onde aquilo poderia ter vindo, jamais faria uma aposta tão horrenda dessas. 

 

—O QUE? - perguntou, estava mais perdido que um cego em tiroteio. Parou ao ver a expressão da moça ao seu lado, desolada. - H-Hinata, isso não... - ele tentou dizer algo, mas nem deu tempo, seus olhos marejaram, se soltou do braço do Uzumaki e nem olhou pra trás, saiu correndo...

 

Hinata se sentiu um lixo ao ouvir aquilo. Tinha acreditado nas palavras do loiro ao seu lado, dito o quanto gostava dele, ele a tratou tão bem... Mas tudo não passava de um jogo. Ela era a peça de um... Jogo.

 

—QUE PORRA FOI ESSA, GAARA? -agarrou a gola do rapaz à sua frente, o levantando. O ruivo acabou deixando o maço de dinheiro cair no chão. - Droga... - Largou Gaara na calçada de forma violenta e seguiu pelo mesmo caminho que a Hyuuga, correndo atrás dela. Ainda conseguia vê-la, sentiu-se aliviado por não tê-la perdido de vista. Estava puto da vida pelo o que tinha acontecido... Não tinha nem ideia do que tinha se passado. Que história era aquela? Tava tudo tão bem, tão perfeito, pra vir um babaca e estragar tudo.

 

Ela corria... Corria o mais rápido que podia. Mas a cada vez se tornava mais e mais difícil, por que não conseguia parar de chorar e soluçar. Já estava anoitecendo, queria ir pra casa, ficar na banheira e não sair de lá nunca mais. Não depois do que tinha acabado de ouvir... Aguentar? Ela era tão ruim assim, a ponto de alguém precisar aguentá-la? "Burra, idiota..." -pensava, parou no meio do caminho e colocou uma das mãos sobre o rosto, já não conseguindo mais correr. Encostou-se no muro da rua, provavelmente não havia notado que estava sendo seguida.

 

—Hinata! - ouviu seu nome ser chamado por ele, estremeceu. O Uzumaki parou, com as mãos sobre os joelhos, ofegando. - Você corre, hein. - ia se aproximar dela, mas a mesma se esquivou na hora, secando as lágrimas.

 

—V-Vai embora, eu vou pra casa. - falava, tentando permanecer firme. Mas estava quase explodindo... De raiva, de tristeza, de tudo.

 

—Hina, eu não sei do que o Gaara tava... - parou ao receber um sonoro tapa na cara, colocou a mão sobre a região, olhando surpreso para Hinata. Jamais esperaria isso vindo dela.

 

—Não sabe? - ela praticamente gritou, furiosa. - Vai continuar mentindo até agora pra que, Naruto? - só desciam mais lágrimas pelo rosto dela. Já ele se sentia péssimo por vê-la chorando... E também estava com muita raiva daquela brincadeira de mau gosto. - Tem um prêmio melhor caso me "aguente" por mais tempo, é isso? - passou o braço na frente dos olhos, enxugando as lágrimas. Seu nariz estava parecendo de rena, vermelhinho.

 

—Me escuta, não é... - ela já ia desferir outro tapa na cara dele, mas Naruto a segurou. - Calma. Você precisa se acalmar. - a olhou nos olhos, afim de mostrá-la que estava falando sério.

 

—S-S-Sai! - ela dizia, soluçando, enquanto chorava. - Me solta!

 

—H-Hina, me deixa falar, por favor. - ele pediu, já quase chorando também. Tinha esperado tanto por encontros como aquele, por poder passar um tempo com ela... - Eu não sei de nada daquilo, acredita em mim.

 

—N-Não devia ter acreditado em uma palavra desde o começo. - o empurrou, conseguindo se soltar. Caiu sentada no chão, sentindo uma dor no quadril. Enquanto isso, as lágrimas não paravam, secou-as novamente. Um carro preto chamou a atenção dos dois, o mesmo se encostou perto da calçada. Saíram dele dois homens, armados. Ambos estremeceram, o Uzumaki aproximou-se de Hinata quase que instantaneamente, a ajudando a levantar. Ela estava com os olhos arregalados, nem piscava de tão assustada.

 

—Esperem aí, pombinhos. - um deles riu, sarcástico. Era ruivo, alto e vestia roupas surradas, não parecia estar em seu estado mais são. Seus olhos estavam muito vermelhos, e ele tinha um cheiro forte de bebida. -Acham que nesse horário não tem bandido? Tem hora pra isso não, menor. - retirou uma pistola de dentro da bermuda que usava, a mostrando. A Hyuuga gelou na mesma hora,não conseguia parar de tremer, Naruto havia a deixado atrás de si, colocando um braço em sua frente. 

 

—C-Calma, cara. O que você quer? - o loiro também tremia, com medo do assaltante.

 

—Mostra o que tem aí, quero grana. - cruzou os braços.

 

 O outro aproximou-se também, com a aparência idêntica à do primeiro, pareciam até gêmeos. Foi aproximando-se de Naruto, tentou colocar a mão atrás dele para puxar Hinata, que agarrou-se no Uzumaki na mesma hora, estava apavorada. - NÃO ENCOSTA NELA. - berrou, segurando o braço do cara e o apertando com força, só parou quando ele gemeu de dor.  

 

—Bora, playboy. Não tenho a noite toda não. - retirou todo o dinheiro que tinha no bolso e o entregou, nervoso. - Só isso? - ele o encarou, arqueando as sobrancelhas. Ficou em silêncio, com medo do que ele podia fazer.- O que tem na bolsa?

 

—L-Livros... Vim do colégio. 

 

— Vai ter que nos deixar brincar com a gracinha um pouco, então. 

 

—Não vão relar um dedo nela. - falou, sério. A pistola foi posicionada na cabeça do loiro, estremeceu.

 

—Passa a princesa pra cá, ou estouro seus miolos. - se virou para o outro. - Kenta, você pode começar. - sorriu, malicioso.

 

—Tira esse casaco, gracinha. - Kenta passou uma de suas mãos pelas costas de Hinata, que estremeceu, já não conseguia nem raciocinar mais. 

 

—JÁ DISSE PRA NÃO ENCOSTAR NELA. - acertou um soco na cara do outro assaltante, que apagou no chão. Hinata permanecia tremendo, abraçada em Naruto, só querendo que tudo aquilo passasse... 

 

—FICOU DOIDO, IRMÃO? - destravou a pistola, furioso. - PASSA ELA PRA CÁ AGORA OU VOCÊ MORRE. 

 

—ATIRA, ENTÃO. - encarou o assaltante, desafiador, que ficou sem reação. - BORA, ATIRA. -a Hyuuga chorava, muito nervosa com a situação. Ele podia morrer, e seria por causa dela. Mesmo sabendo disso, a morena não conseguia fazer nada a respeito, estava com medo, muito medo. "Não atira, não atira" -pensava, desesperada.

 

—N-Naruto-kun, para...- ela murmurou, baixinho. Foi um alívio inexplicável quando ouviram o som da sirene da polícia. O homem à sua frente guardou a arma na mesma hora, encarou seu parceiro apagado no chão e olhou pro carro... Não pensou duas vezes, foi direto pro carro. Ele arrancou dali, dirigindo igual a um desgovernado. Naruto abraçou Hinata assim que ele saiu, forte. Começou a fazer um carinho nela, a beijou na cabeça, ele tremia também. As lágrimas caíam, e não conseguia fazê-las pararem. 

 

—Hina, você tá machucada? - segurou o rosto dela com as duas mãos, preocupado. Ela fez que não com a cabeça. - M-Mesmo? Nada? - a abraçou novamente, chorando. - Que bom, meu anjo... - sentia que ela estava assustada também, e tentava acalmá-la como podia, mas ele também precisava ser acalmado. O carro da polícia logo aproximou-se, parando logo na frente deles. O Uzumaki afastou-se do abraço, para falar com o oficial que havia descido. 

 

Ele ainda soluçava, seu nariz também estava vermelho. Não queria demonstrar para deixar Hinata segura, mas estava apavorado também. O oficial era um homem de média estatura, moreno, aparentava ter lá pelos seus 40 anos de idade. Usava um chapéu de policial preto e as roupas eram azuis, carregava um distintivo no peito e um cinto com uma pistola de um lado e um cassetete do outro. Ele logo acendeu a lanterna para cima do homem apagado no chão, dois outros oficiais desceram da viatura e foram verificá-lo.

 

—Tratem de chamar uma ambulância logo. - ordenou, os vendo assentir com a cabeça. - Sou o delegado Akira. Pois não, acompanhem-me. Vamos até a delegacia, ouvimos queixas da vizinhança, disseram que um casal estava sendo assaltado aqui na região.  - ele falava, sério. - É importante fazermos um B.O., e teremos de comunicar aos seus responsáveis, imagino que sejam menores.

 

—S-Sim, senhor... - Naruto disse, ainda nervoso. - Muito obrigado por chegar à tempo... - ainda chorava, soluçando. Hinata estava segurando forte no braço dele, com medo.

 

—Vamos, entrem na viatura. - abriu a porta para os dois jovens passarem, logo indo para o banco do motorista. Ele deu a partida com o carro, em direção ao destino. - Tomem mais cuidado por aí, as ruas de Konoha estão a cada dia mais perigosas. - silêncio. O caminho pareceu longo, a morena ficou o tempo todo encostada nele, Naruto esperava que desse tudo certo em relação aquilo que aconteceu antes do assalto. Estava aliviado de estar bem agora, mas poderia ter morrido, e só agora lhe caiu a ficha... Mas quando tentaram ir pra cima dela, não pensou duas vezes em se arriscar. Chegaram aonde deviam. O delegado abriu a porta para que saíssem, e os três entraram na delegacia, seguiram o delegado até sua sala. - Então... Preciso dos documentos dos dois. - falou, enquanto se sentava em sua cadeira, atrás da escrivaninha. 

 

Era uma sala bem simples, havia um computador acima da escrivaninha, alguns papéis e materiais de escritório, o branco das paredes era quebrado pelas estantes de cor preta, assim como a escrivaninha. Nelas, encontravam-se livros e mais livros. Ambos sentaram-se nas poltronas à frente da escrivaninha e fizeram o que lhes foi requisitado, entregaram suas identidades ao delegado. -O que aconteceu, podem me explicar? - o Uzumaki assentiu, e lhe contou toda a situação, detalhe por detalhe. -Levaram mais alguma coisa, ou só alguns trocados?

 

—S-Só isso, senhor. 

 

—Entendo... Estão feridos? - os viu balançar a cabeça, em negativo. O delegado digitava algumas coisas em seu computador. Suspirou pesado e devolveu os documentos. - 17 anos, os dois. Só saem daqui com responsáveis. - ele disse, batendo de leve na mesa, Hinata estremeceu. Se sua mãe sabe disso, levaria uma grande surra em casa... O dia só ia de mal a pior, pensava.

 

—Tudo bem. - Naruto pegou o celular, discando um número, ligaria para Jiraya. - Desculpe, seu delegado, ela pode ir comigo? - segurou forte na mão da morena ao seu lado, que permanecia abatida.

 

—N-Naruto-kun...

 

—A gente te dá uma carona, não precisa chamar sua mãe. - ele disse, já mais calmo.

 

—Podem ir com um maior de idade responsável de um dos dois. - assentiu, concordando. Explicou toda a situação a Jiraya quando ele atendeu, que quase teve um treco, chegaria na delegacia logo. 

 

—Meu padrinho virá nos buscar. 

 

—Certo, muito obrigado pela contribuição. Procuraremos esse tal assaltante. - falava, concentrado em suas anotações. 

 

—N-Nós é que agradecemos, seu delegado. - a Hyuuga disse, já se levantando. Naruto também levantou-se, iriam para a sala de espera. Sentaram-se nas cadeiras de frente para a porta que dava pra rua, o loiro suspirou pesado, cansado. 

 

—Ei... - a chamou, segurando em uma das mãos dela, que ainda estava molhada de suor. - Tá mais calma, Hina?

 

—M-Mais ou menos. - sentiu a mão pequena dela apertando a sua. - Por que fez aquilo? - perguntou, sem encará-lo.

 

— O que?

 

—V-Você podia ter morrido, Naruto-kun! - começaram a cair lágrimas dos olhos dela, de novo. Ele suspirou, preocupado. - Eu fiquei com muito medo, não consegui fazer nada, mas e se tivesse acontecido alguma coisa com você? - ela fungava e limpava as lágrimas, com a manga do casaco.

 

—Calma, Hinata... - fez um carinho no rosto dela, de leve. Levantou-se para pegar um copo d'água para a morena, que bebeu. Ele sentou-se ao seu lado novamente. - Calma, calma... - passou um dos seus braços por trás dos ombros dela, a trazendo para perto. - Eu tô aqui agora, inteiro. Não aconteceu nada comigo, pode ficar tranquila.

 

—Não faz mais isso. - murmurou, com a cabeça encostada no ombro dele.

 

—Se precisasse te proteger, eu faria de novo. 

 

—N-Não quero que se machuque por minha causa. - ainda soluçava e tremia um pouco. Ele segurou forte em sua mão.

 

—Prefiro me machucar ao ver alguém ferindo esse seu rostinho lindo. - ela ficou toda vermelha, Naruto sorriu da timidez dela. - É sério. - arqueou uma das sobrancelhas. - Não acreditou naquela brincadeira de mau gosto do Gaara, né, Hina? - perguntou, vendo-a ficar em silêncio e desviar o olhar. Estava desconfiada, ainda assim. - Sabe que eu não mentiria pra você.

 

Ela não sabia bem o que dizer... Querendo ou não, ele tinha arriscado sua vida por ela, não teria como estar mentindo. Se não fosse por ele, era bem capaz de estar em maus lençóis agora.

 

—Mesmo? Não concorda com nada do que ele disse, não é?  - mordeu o lábio inferior, estava nervosa... 

 

—Não vou nem te responder, Hinata. - a olhou com reprovação, não aguentava que duvidassem dele. 

 

 - Desculpa... - desviou o olhar, envergonhada. Não devia estar perguntando essas coisas, xingou-se internamente.

 

—Olha... Foi um dia cheio hoje, pra nós dois. Não vamos discutir isso agora, tudo bem? - ela assentiu com a cabeça, sem dizer nada. - As coisas não saíram bem como eu queria, mas... A gente pode tentar marcar de novo, se você ainda quiser. - o celular dela tocou, chegaram até a levar um susto. O pegou para atendê-lo.

 

—Neji?

 

—Hinata! Já está tarde, onde você se meteu? Te mandei umas 10 mensagens, mas você não respondeu nenhuma! - o primo ralhava ao telefone, visivelmente irritado. A Hyuuga o explicou toda a situação, o que fez com que o mais velho quase virasse do avesso de tanta preocupação. -O-Olha, fico aliviado sabendo que está bem, mas precisa tomar mais cuidado, mocinha. Eu mesmo vou aí te buscar, não vai voltar de carona nenhuma. - Hinata revirou os olhos, sabia que ele faria isso.

 

—Não precisa sair, Neji, o padrinho do Naruto-kun pode me levar.

 

—Tem certeza, Hina? Mesmo?

 

—Tenho, Neji.- suspirou.

 

—Lembre-se de dizer à ele que é pra você ir pra Tenten, e não aqui pra casa.

 

—Falou com a mamãe? - perguntou, incrédula. 

 

—Ah, eu disse que vocês iam estudar, e aquela doida deixou. - falou, ouvindo Hinata rir. - A Tenten disse que queria falar com você, também. É melhor ficar lá do que aqui, disso eu tenho certeza. 

 

—É, verdade.

 

—Me avisa quando chegar?

 

—Aviso sim, obrigada. - sorriu, gostava muito do primo, mesmo ele sendo exagerado às vezes. -Um beijo, até.

 

—Até mais, Hina.

 

Ela guardou o telefone na bolsa, novamente. Naruto estava a encarando, meio curioso, como se esperasse alguma explicação.

 

—Era o meu primo, Naruto-kun.

 

—Primo... - falou, pensativo. - Ele mora com você?

 

—Mora. - riu da cara do Uzumaki, que parecia não gostar muito da ideia. - Ele só se preocupa muito comigo, sempre foi assim.

 

—Hm, entendi... - suspirou, o clima tinha ficado meio esquisito. - Bem, continuo no aguardo da resposta pro meu convite. - falou, sorrindo de canto. Ela sorriu também, meio sem jeito.

 

—Eu aceito sim. - abraçou o loiro, sorrindo. Ele, por sua vez, roubou um beijo dela, a vendo corar. Naruto sorriu de volta, e segurou na mão dela. 

 

—Vamos, o velho ero já chegou. - disse, apontando para a porta. Quando saíram, Jiraya sorriu ao vê-los de mãos dadas. Encheria o moleque de perguntas, quando chegassem em casa.

 

Continua...


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Notas finais do capítulo

quero ver



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