50 Tons - Sem Saída escrita por Mary Kate


Capítulo 27
Paraíso.


Notas iniciais do capítulo

Olá meus zamoreees!
Sei que estou mega em falta, demorei um bocado para postar... me desculpem!
Mas cá estou com um cap MEGA especial!
Estou feliz demais por ter recebido mais uma recomendação, me emocionei lendo,
porque isso toca meu coração de verdade, por isso
imaginem fogos de artificio para este momento mágico!
Muito obrigada minha querida Missy, este cap dedico a você!
Ótima leitura ;*



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Estamos eu, Christian e um piloto em um helicóptero sobrevoando o mar grego. Já faz dois dias que depois de meu desmaio acordei no sofá ainda do quarto do meu avô, tive uma queda de pressão por tanto estresse, emoções e desnutrição. Já que emagreci nos últimos dias e para completar naquele dia passei por tanta coisa de estômago vazio. Queriam que eu fosse ao hospital para passar por uma avaliação mais aprofundada, mas tudo o que eu preciso é fugir um pouco de tanto tumulto e não de mais ainda. Sendo assim no mesmo dia foi o velório e o enterro do senhor Astolfo Leíandros Kaligarys, meu querido avô, foi tudo bem intimo e breve. Não tinha porque nos alongarmos mais, já que meu avô ao longo da vida acumulou muito mais inimigos do que amigos. Ele está agora no jazido da família, ao lado da minha avó Pietra e do meu pai Reymond. Depois desse longo, tumultuado, estressante e por fim tão triste dia, fomos para casa e dormimos exaustos. Creio que eu tenha dormido muito mais que Christian, pois ele ainda teve coisas de trabalho para resolver. Na manhã seguinte fomos ver Mia no Pillares e ela está ótima. Inclusive está no mesmo andar que Ethan e os dois não se desgrudam mais, o tempo inteiro um está no quarto do outro fazendo as enfermeiras malucas por terem que ficar os levando de cadeiras de rodas, já que os dois estão se recuperando de seus ferimentos. Fiquei muito feliz de ver minha tia e cunhada saudável, sorridente e espoleta como de costume. Fiquei sabendo também que Katherine e Elliot estão juntos, o que foi uma surpresa gigantesca. Os dois estão puro amor um com o outro, não se desgrudam e ficam se olhando com aquela carinha boba. Foram ótimas boas novas, para finalmente alegrar um pouco meu coração. Ficou também decidido em família que assim que Mia tiver alta do hospital ficará sabendo de sua verdadeira origem familiar, sinto um frio no estômago só de pensar! Não vejo a hora de que ela saiba que somos parentes de sangue. Depois de mais um dia longo e cansativo fomos para casa, já era tarde da noite e eu estava extremamente exausta porém sem conseguir dormir. Meu lindo marido então fez uma deliciosa massagem em mim e assim dormimos pesado. Quando acordei essa manhã recebi um lindo café na cama e a surpresa de férias fora de época. Christian decidiu que vamos tirar uma semana de folga para podermos relaxar e nos livrarmos de tantos problemas passados.

Fiquei sabendo que estamos indo para sua ilha particular, o que é uma baita ostentação e bem a cara dele. Evito olhar lá para baixo, porque como sempre o mar me apavora completamente. Minha fobia é real, não consigo encarar essa imensidão azul. Ficaria mais feliz se ele tivesse decidido que fossemos para alguma cidade bem longe da praia, mas ele quer que fiquemos completamente isolados. E a ilha de Zeus apesar de grande, só possui a mansão construída para ele e toda uma estrutura para conforto e lazer, não possui outras casas e nem habitantes.

— Está tudo bem?! – Ouço a voz de meu marido me perguntar enquanto alisa meu pulso acelerado, estou olhando para os meus pés o tempo todo. Olho para ele que me encara com as sobrancelhas franzidas.

— Sim. – Digo simplesmente, enquanto esse helicóptero não pousar não vou conseguir desenvolver uma conversa normal. Resolvo também não falar para Christian sobre meu problema, não quero falar de coisas tristes e entrar mais uma vez no assunto da tragédia do barco. Essa viagem é para nos esquecermos dos problemas e relaxarmos. Ele resolve dar de ombros quando dou um sorriso amarelo para o mesmo e assim passam-se mais alguns angustiantes minutos. Finalmente o piloto pousa em um heliporto no alto da ilha, saímos do veículo aéreo e quando nos afastamos o helicóptero já dá partida e alça voo indo embora. Olho para Christian preocupada.

— Não trouxemos bagagem! Ou esquecemos de pegar no helicóptero?! E como poderemos ir embora caso seja necessário?! – Ele sorri da minha preocupação e responde com humor.

— Ana meu amor, não se preocupe com nada disso! Somos só eu e você nessa ilha deserta, longe da civilização e de qualquer olhar inconveniente. Tudo o que você precisa está nessa bolsa! – Fala e balança a pequena bolsa de viagem de couro marrom em sua mão. Penso comigo como pode ter tudo o que preciso dentro dessa bolsinha?! Mas como viemos para relaxar, respiro fundo e sorrio para ele que me dá um selinho demorado, cheio de calor. Essa é a primeira vez que nos beijamos mais profundamente em mais de quarenta e oito horas, os beijos anteriores foram todos de carinho, afeto, ternura, cuidado, mas a nossa habitual paixão ficou um pouco de lado, afinal quem tinha cabeça para luxuria com tanta coisa acontecendo há tão pouco tempo?! Foi tudo intenso demais e emocionante demais. Ele me olha com tranquilidade e fala. – Não se preocupe também sobre termos como sair da ilha, qualquer coisa ligo para o piloto ou para que venham de barco nos buscar e imediatamente teremos como ir embora! – Pisca para mim ao terminar sua explanação, ele é tão seguro de tudo, só consigo pensar que de barco não saio daqui nem pensar. Então Christian segura a minha mão e enquanto descemos vários degraus de madeira ele aponta a ilha e explica. – Aqui no alto é o heliporto como você viu, logo abaixo toda essa área é de vegetação e mata nativa, vir para cá e estar em meio a natureza pura é revigorante! Lá para trás da ilha tem uma cachoeira e uma lagoa espetaculares. Tem mais alguns lagos e piscinas naturais ao longo da ilha, é uma área bem grande no total. Se você quiser andar por ela toda levaremos duas horas caminhando para ver tudo, mesmo que seja sem parar para descansar. Agora vamos seguir em frente que é para onde fica a nossa casa, lá tem todo o conforto, tudo do melhor ao mesmo tempo em que é integrada com a natureza. Tem uma piscina semiolímpica também, deque molhado, sauna e área de lazer. – Faz uma pequena pausa tomando fôlego e prossegue com a mesma empolgação. – Vamos ter uma semana maravilhosa pela frente Ana! Quero aproveitar cada segundo com você! Vamos nos divertir muito! – Diz esfregando o polegar no dorso da minha mão. Sorrio de felicidade pela sua energia. Vamos caminhando e olhando tudo, é tão lindo, tropical, natural, verde, cheio de flores também. Passamos por algumas piscinas naturais de água límpida, consigo ver até uns peixes pequenos nadando, acho linda a natureza tão viva nesse lugar. Chegamos então a enorme mansão. É uma estrutura gigantesca, de paredes de pedra branca, mas a maior parte é de janelas ou enormes portas do teto ao chão de vidro transparente. É uma casa deslumbrante, fico boquiaberta admirando. Christian acaba parando porque não me movo.

— É uma bela casa não é?! – Ele diz com orgulho e um enorme sorriso no rosto.

— Sim, é incrível! Nossa! – Ele fica claramente feliz com minha fala e me puxa para irmos em direção as enormes portas de vidro da entrada.

— Vamos entrar! Senhora Grey Éllenis bem vinda ao lar! – Diz abre a porta e então me pega no colo, dou um gritinho de surpresa e ao passarmos por ela me beija. Um delicioso beijo calmo, somente com seus lábios sugando os meus mas cheio de desejo. Ao final me coloca no chão e observo como tudo é lindo por dentro também. A sala é enorme, todos os móveis são brancos e com algumas coisas em bambu marrom. O ambiente é em design aberto pois posso ver a sala de jantar e a cozinha. Todos os ambientes são muito espaçosos e decorados da mesma forma.

— É tudo tão bonito! É realmente uma linda casa Christian! – Digo circulando um pouco pela ampla sala de estar.

— Obrigado! Fico feliz que você tenha gostado! É a primeira pessoa que trago aqui, sempre vim sozinho. Comprei essa ilha para ter um lugar para me afastar de tudo e de todos. – Paro ao ouvir essa informação, fico abismada, me sinto lisonjeada e feliz, mas ao mesmo tempo penso como a vida dele era solitária. Não devia ser tão bom assim vir para um lugar desses e ficar completamente sozinho.

— Nossa... fico feliz em ser especial assim para você! – Digo e ele caminha até mim me abraçando pela cintura.

— Você é a minha vida Anastácia! – Me diz olhando em meus olhos, sorrio feliz e emocionada e respondo que ele é a minha, enquanto acarinho sua barba grossa e densa. Me dá um selinho e fala. – Aqui em baixo tem um lavabo bem espaçoso, uma suíte e mais duas salas, uma fica um piano e tem uma visão maravilhosa a noite. Lá em cima tem quatro suítes e uma varanda enorme com jacuzzi. Agora vamos subir para o nosso quarto para nos trocarmos! – Aponta os lugares depois me puxa pela mão para irmos em direção as largas escadas brancas de predaria.

— Como assim trocar?! – Pergunto parando ao pé da escadaria. Ele me olha com humor.

— Oras Ana! Viemos para cá para ficarmos à vontade, vamos colocar roupas leves! – Explica, olho para minhas roupas, pensei que já fosse o suficiente estar de short jeans e camiseta. E ele de camisa polo e bermuda caqui. Então mais uma vez ele me pega no colo nos conduzindo ao andar de cima, me coloca dentro de um quarto imenso. – Essa é a nossa suíte, tome a bolsa e escolha uma das peças para usar agora. Somente uma, nada de sobreposições! Te aguardo lá em baixo! – Me dá as ordens e fecha a porta atrás de mim. Volto minha atenção para o ambiente lindo onde estou, com uma esplêndida cama com dossel de madeira no centro, lençóis brancos, tapete peludo bege no chão, cortinas brancas esvoaçantes, paredes de vidro que circulam praticamente todo o ambiente. Tem um divã branco e algumas poltronas brancas que parecem muito fofas, ao redor de uma pequena mesa de centro inteiramente de vidro.  Coloco a bagagem sobre um baú de madeira em frente aos pés da cama, abro e fico chocada com o que há dentro da bolsa. Dois biquínis e três saídas de praia, se é que pode-se chamar disso, já que são pedaços de pano leve quase totalmente transparentes. Fico corada só de me imaginar descendo somente com um desses pseudovestidos, já que ele disse que só posso escolher uma opção de vestimenta. Opto então por um biquíni, é branco com várias flores coloridas, é bem bonito e combina com a ilha, a parte de cima é transpassada e infelizmente a parte de baixo é pequena para o meu gosto, mas como não tenho muita escolha por hora, vai esse mesmo. Desço depois de me trocar e ele está na cozinha o que me faz rir com a surpresa. Chego no ambiente, Christian está atrás do enorme balcão de granito branco cortando algumas frutas. Já posso perceber que deve estar usando somente uma peça de baixo, pois seus fortes braços, seu peito definido e seu lindo abdômen estão expostos. Observo melhor o espaço em que os eletrodomésticos são todos de inox, tem também uma parede de vidro com um lugar para sentar almofadado e uma mesa em frente com cadeiras macias brancas.

— Uau! O senhor Grey Éllenis cozinhando?! É isso mesmo ou estou num sonho?! – Digo batendo palmas, ele ri de uma forma tão linda e sensual que quase derreto instantaneamente.

— Para que a senhora fique sabendo aqui eu sempre cozinho! Não tenho empregados nem ninguém, como disse esse lugar é meu esconderijo! – Pisca ao terminar e minha vontade é ataca-lo com beijos. – Mas para explicar como os cuidados com a casa funcionam, tenho uma equipe que vem aqui de tempos em tempos manter tudo limpo e em ordem. Quando decido vir para cá, o casal de caseiros vem de barco e deixa a geladeira e a dispensa cheios. Assim tudo fica sempre nos conformes! – Levanto as sobrancelhas e balanço a cabeça em afirmação, agora entendendo melhor tudo. – Aqui meu amor, quero vê-la bem alimentada! – Diz estendendo a taboa com frutas cortadas para mim, sorrio sentindo aquele calor familiar por dentro. Sinto que suas palavras são ambíguas, além do calor e do magnetismo entre nós estar ficando cada segundo mais evidente. Estava com tanta saudade disso de sentir que estamos em uma bolha particular, livres de qualquer questão externa. Com esse clima tão gostoso de calor e intimidade. Amo estar a sós com ele, amo estar nos braços dele e estou morrendo de saudade disso. Pego um pedaço de abacaxi e solto um gemidinho de satisfação ao provar a fruta que está doce e deliciosa. Ele dá a volta no balcão e me pega pela cintura me colocando sentada em um banco alto, sorri lascivamente para mim e lambe meu lábio superior, depois o inferior, dá uma mordidinha abrindo minha boca, suga meus lábios e adentra minha boca com sua língua quente. Nos beijamos de uma forma lenta e sensual, nossas línguas se massageando vagarosamente. Sinto-me esquentar inteira, gemo baixinho e ele para o beijo me olhando com aquele olhar matador.

— Seu gosto com abacaxi é delicioso, meu amor! – Fala e pega um morango da taboa. – Agora quero te provar com morango. – Diz isso me causando borboletas no estômago. Coloca o morango encostado em minha boca, eu abro devagar e mordo a fruta doce e afrodisíaca. Depois que me assiste mastiga-la, repete o processo feito antes e dessa vez enquanto ele me beija agarro sua nuca o puxando mais para mim. Uma mão de Christian vai para minha coxa a apertando, gemo mais alto quando ele passa a beijar meu pescoço. Ele lambe o lugar e suga levemente, sinto tanto calor que posso derreter qualquer iceberg.

— Eu quero você, estou com saudade. – Digo com a voz alterada pelo desejo. Ele para olhando para mim enquanto alisa com seus dedos minha face e meu pescoço.

— Vamos comer as frutas lá fora e veremos o que acontece! – Diz enigmático, abro a boca querendo contestar afinal queria fazer amor com ele de uma vez aqui mesmo nesse banco. Mas como ele gosta de jogar comigo o acompanho. Meu marido leva a taboa de frutas e me pede que pegue uma jarra com água de coco fresca na geladeira, faço isso e logo estamos fora da casa, sentados em espreguiçadeiras que ficam na areia, há um toldo grande sobre nós que faz uma sombra gostosa. Apesar da localização estamos razoavelmente distantes do mar, resolvo não olhar para frente e só curtir o momento com meu marido. Observo como ele fica lindo somente de short de banho preto, ele combina perfeitamente com esse lugar. O sol está quente e o dia está lindo. Sirvo a água de coco para nós dois e bebemos com satisfação, já que com o calor nada melhor do que se hidratar. De repente Christian sai da espreguiçadeira dele e se senta ao meu lado na minha, permaneço recostada. – Prove esse kiwi. – Diz trazendo um pedaço da fruta até meus lábios, assim como as outras está fresco e divino. O lindo homem ao meu lado volta a fazer o processo que fez dentro da casa, lambendo meus lábios um por um, sugando e mordendo. Depois nos beijamos devagar, com nossas línguas se encontrando lentamente. Christian repete a façanha com vários pedaços de frutas diferentes, estou para enlouquecer de desejo quando ele me pega no colo e me deita sobre a areia se deitando sobre mim. – Sempre quis fazer amor com você nessa areia, sempre quis te ter assim na praia. – Fala com desejo e veracidade. Olhamos nos olhos um do outro, estamos ligados por nossas almas, nosso olhar transmite muito mais do que poderíamos dizer. Ele abaixa o rosto e me beija, nosso beijo começa lento e suave como os anteriores, mas logo estamos afoitos um pelo outro. Christian morde meu lábio quando aperto sua nuca, então para o beijo e me encara cheio de paixão. Olha meus seios e direciona as mãos para retirar a peça do biquíni que os cobre. – Você é tão linda! Quero te ver sem nada! Sabia que você acabaria escolhendo um biquíni em vez da saída de praia transparente. – Diz com luxuria e depois completa com bom humor. Dou uma risadinha, logo ele retirou o tope e me encontro com suas mãos acariciando meus seios, brincando com meus mamilos que logo estão em sua boca. Ele coloca um e depois o outro repetidas vezes, lambendo, sugando e até mordendo um pouco. Me contorço em baixo dele e sinto meu corpo todo arrepiado. Gemo alto e ele distribui beijos por minhas costelas, minha barriga chegando em minha virilha, onde deposita um beijo sobre o biquíni. Puxa o tecido com a boca e retira assim minha última peça de roupa. Volta rapidamente encarando minha intimidade com as pupilas dilatadas pela excitação, abre minhas pernas e me lambe com posse. Sua língua me faz delirar, gemo alto e minhas mãos entram na areia ao lado de meu corpo. Meu marido me chupa, lambe, suga com satisfação e quando estou prestes a gozar para. – Quero que você goze comigo dentro de você! – Diz com autoridade, retira o short de banho e vejo seu lindo membro, grosso e ereto apontando para mim, me penetra rapidamente de uma só vez. Grito ofegante e ele geme com rouquidão. Segura minha coxa direita por baixo, suspendendo a minha perna e assim se movimenta com força. Nossos corpos se chocam com volúpia, estamos entregues ao prazer e a adrenalina. Os minutos passam e sinto aquelas deliciosas contrações se apoderando de mim.

— Ah Christian! – Digo alto, ele me olha nos olhos e responde com sua voz rouca e sensual.

— Goza para mim Ana! – Não paramos de nos olhar e meu orgasmo chega avassalador, os espasmos de prazer tomam conta do meu corpo, minhas mãos agarram os braços dele o apertando com força, grito com o enorme prazer. Christian me segue, sua respiração fica entrecortada, sua boca se abre levemente e sinto seus jatos quentes dentro de mim. – Porra Ana! – Diz se entregando ao prazer como eu. Ao final se joga sobre meu corpo, ficamos alguns minutos assim parados ainda ligados. – Você me leva a loucura sabia?! – Diz no meu pescoço. Sorrio feliz e aliso suas costas com carinho. Assim desligamos nossos corpos e nos levantamos da areia, sinto que estou como um bife a milanesa. – Vamos tomar um banho para tirar essa areia do corpo! – Fala segurando minha mão como se previsse meus pensamentos, começo a andar rumo a casa, mas Christian me puxa para outra direção. – Não vamos para casa, vamos para as piscinas naturais! – Empolgado continua me guiando.

— Mas eu estou nua andando por aí! – Digo alarmada colocando a outra mão para cobrir minha virilha, ele sorri e depois do meu gesto gargalha um pouco, fico séria. – Qual é a graça?! – Pergunto enfezada.

— Você esqueceu que estamos só nós dois aqui?! Eu jamais permitiria que você se expusesse perante outras pessoas meu amor! Você é só minha Anastácia! – Para e segura meu queixo para fazer as afirmações de posse olhando em meus olhos. Sinto-me esquentar, ele deposita um selinho em minha boca. – Mas se alguns peixes ou passarinhos se encantarem por sua beleza ao natural, não verei problemas! – Declara bem humorado, dou uma leve risada. Caminhamos um pouco e confesso que depois de alguns minutos me sentindo estranha e olhando para os lados o tempo todo, acabei percebendo que realmente estávamos só eu, meu marido e a natureza pura ali. Desse jeito fui me sentindo leve e a vontade em estar andando nua com os pés na areia ou na grama. Por fim ao chegarmos numa linda lagoa rasa e transparente, quando Christian me levou em seus braços para dentro da água me senti na mais pura liberdade. Talvez seja por isso que comunidades nudistas venham surgindo tanto nos últimos anos, a nudez na natureza é libertadora.

Passamos alguns minutos ali fazendo carinho um no outro, observando os peixinhos coloridos, como a água é rasa e transparente de forma que vejo a areia branca sob meus pés, não sinto medo, ainda mais que o tempo todo eu e meu lindo deus grego brincamos, conversamos e sorrimos. Depois dali adentramos a vegetação, Christian me mostra as plantas, conseguimos ver alguns pássaros muito bonitos cantando. E quando dou por mim estou tendo um delicioso orgasmo encostada ao tronco de uma enorme árvore, com a deliciosa boca que é a minha perdição. Depois ainda nos perdemos mais um no outro na mesma árvore, com ele me segurando enquanto abraço seu quadril com as minhas coxas. Desse sexo selvagem, caminhamos mais, conversamos e rimos mais ainda. Chegamos a outra piscina natural de água salgada dessa vez, pela água ser mais azulada e não ter certeza da profundidade decido me sentar na areia enquanto vejo Christian mergulhar, nadar e brincar com a água, a visão maravilhosa dele me distrai fazendo com que eu sorria. Mas cada vez que ele some debaixo da água minha respiração falha, sinto meu peito apertado e leves tremores passam por todo meu corpo até ele emergir lindamente e mais uma vez eu me distrair com sua beleza paradisíaca.

— Venha Ana! A água está uma delícia, na temperatura ideal! – Diz sorrindo e jogando água para cima. Rio de nervoso e respondo.

— Não, estou bem aqui. – Tento soar tranquila. Ele anda um pouco dentro da água vindo mais próximo a margem.

— Venha, quero sentir você aqui comigo! – Diz com maledicência e um sorriso matador.

— Você nunca cansa senhor Grey Éllenis?! – Exclamo com bom humor levantando as sobrancelhas.

— De você nunca! – Diz andando mais um pouco, deixando o começo de sua virilha para fora da água, sinto meu coração acelerar, como pode um homem ser tão lindo, sexy e bom no sexo?! Nossa ele me leva a loucura. – Venha logo, se não vou até aí e jogo você na água! – Diz brincalhão, mas fico um pouco apavorada, então decido entrar por mim mesma. Vagarosamente me levanto, vou pé ante pé até estar com água pela minha cintura, fico de frente para ele que dá alguns passos até mim e me puxa, me segura em seus braços e beija meu pescoço. Faz carinhos em meu corpo e logo esqueço onde estou, ficamos assim nos acariciando e conversando, até que a fome nos interrompe e decidimos ir para casa. Ao chegarmos na área de lazer próximo a piscina tomamos primeiro um banho de chuveiro do lado de fora para tirar o sal e colocamos roupões. Ao entrarmos na casa vamos direto para cozinha e para minha surpresa preparamos uma refeição juntos. Fazemos um refogado de legumes e peixe assado, mais uma salada tropical e arroz selvagem. Nos divertimos durante toda a preparação e me surpreendo como estava faminta. Como mais do que Christian que sorri ao terminarmos me dizendo. – Amei seu apetite, deveria comer assim sempre! – Recolhe os pratos enquanto limpo a boca com um guardanapo de linho.

— Eu estava realmente faminta! E sua comida é maravilhosa Christian! Por que você nunca cozinha fora daqui? – Pergunto recolhendo os recipientes e levando para o balcão onde ele já prepara a louça para colocar na maquina de lavar.

— Aqui eu sou um cara vivendo uma vida livre ao natural, fora daqui sou o Christian Grey Éllenis, empresário de sucesso e cheio de empregados. Não teria porque fazer minha própria comida ou nada do tipo. – Dá de ombros, percebo que essa ilha é sua forma de escapar do peso e das responsabilidades, aqui ele é só um cara normal, vivendo de maneira simples, até fazendo a própria comida, logo ele quem diria?! A ilha de Zeus é sua válvula de escape. Sorrio me sentando num banco do balcão depois de terminar de recolher as últimas coisas da mesa.

— Fico muito feliz de estar compartilhando esses momentos com você, estou amando estar aqui! – Sou totalmente sincera ao falar. Ele sorri me olhando com profundidade. Depois de tudo resolvido na cozinha a tarde já está avançada então vamos nos deitar numa rede que parece uma cama por ser grande e acolchoada, do lado de fora na área da piscina. Conversamos até que pegamos no sono, acordo apertada para fazer xixi, olho para o céu já estrelado, aqui é como se as estrelas estivessem mais perto. Me levanto e vou para dentro da casa, ao sair do banheiro ando com tranquilidade e acabo o encontrando na cozinha.

— Vou preparar o nosso jantar, dessa vez será totalmente feito por mim. Não quero ajuda. – Diz compenetrado, acho graça de sua forma prendada e do lar. Me sento ao balcão para observa-lo, ele me pede para que sirva vinho para nós dois e dessa forma leve e descontraída a refeição é preparada. Um risoto de frutos do mar e uma deliciosa salada com folhas e abacate. Comemos a mesa e eu teço todos os elogios a respeito de sua fabulosa mão na cozinha, novamente como mais do que ele e achamos graça disso. Ao terminarmos tudo na cozinha, como ele preparou eu cuido da arrumação e ele só ajuda em alguns pormenores. Quando encerramos na cozinha ele me chama e vamos para sala onde há um lindo piano de calda branco. Combina com a casa, além da parede inteira de vidro e a clara boia que conseguimos ver a natureza lá fora e o céu coberto de estrelas. Christian se senta ao piano e toca para mim tomando whisky enquanto eu tomo um pouco mais de vinho. Ficamos assim só curtindo o momento, enquanto ele toca e até canta algumas canções. Ele é excelente nisso também, tem uma voz grave linda, toca como um profissional, me encanta. Depois de algumas melodias me chama para acompanha-lo, fico um pouco tensa, não quero passar vergonha na frente dele. Mas faço o que ele diz, tocando uma ou duas teclas do piano continuamente enquanto ele faz todo o resto. Porém quando eu canto involuntariamente ao tocarmos uma canção que eu amo, ele diz que minha voz é de anjo. Fico emocionada com a sinceridade e o carinho dele comigo, cantamos um pouco juntos e são momentos mágicos. As horas passam sem que nem percebamos e quando vemos já é madrugada, resolvemos nos deitar e vamos para o quarto. Tomamos banho separadamente, porque enquanto estou na ducha meu marido dá uma olhada na empresa pelo notebook. Ao estarmos prontos para dormir, somente enrolados nos lençóis na belíssima cama acabamos fazendo amor mais uma vez, lentamente e repleto de caricias.

...***...

Depois de uma ótima noite de sono, acordamos com o sol sobre nós no meio da manhã. Christian me beija, faz cafuné e se levanta.

— Bom dia meu amor! – Fala já fora da cama. Me espreguiço com lentidão e sorrio para ele.

— Bom dia meu tesouro mais precioso! – Sorrimos um para o outro, é tão maravilhoso esse clima leve e de amor. Enquanto meu marido se encaminha para o banheiro eu fico na cama enrolando mais um pouco, até que ao sair do toalete ele resolve ir preparar o nosso café da manhã para eu ter tempo de me levantar com calma. Depois de alguns minutos vou fazer minha higiene matinal, ao voltar para o quarto analiso o que vestir e dessa vez coloco a saída de praia azul que fica mais transparente do que realmente cobrindo minha pele, a intenção é de causar um pouco de mistério do que sair já de cara nua por todo lado, que muito provavelmente é o que acabará acontecendo.

Desço as escadas e lá está meu pedaço de mau caminho fazendo ovos mexidos e panquecas, já tem várias coisas em cima do balcão e suco de melancia em um copo para mim, imagino que seja pela cor e pela bagunça de casca de melancia na pia. Adentro o ambiente e meu marido me olha de cima a baixo, me come com os olhos, fico escarlate e dou a volta no balcão para beija-lo.

— Está estonteante Ana! Você é o meu raio de sol! – Fala ao estarmos de frente um para o outro. Agarro em seu pescoço ficando na ponta dos pés e sorrio falando.

— E você é o meu sol! Nunca imaginei que seria tão feliz! – Beijo sua boca e ele me suspende me abraçando com amor. Nos beijamos por algum tempo, depois ao me colocar no chão faço carinho em sua barba.

— Vou tira-la o que você acha?! – Me pergunta sobre a barba que acaricio lentamente, olho para ele com atenção parando o contato com os meus dedos.

— Eu não sei... desde que nos casamos você foi deixando sua barba crescer e ficar cada vez mais densa. – Faço uma pausa o analisando de olhos semicerrados, depois concluo dando de ombros. – Você fica lindo de qualquer jeito! – Digo com sinceridade, ele é o homem mais lindo que já vi na vida. Me afasto alguns passos me encostando ao balcão enquanto ele volta a mexer nos utensílios da cozinha.

— Para falar a verdade a barba foi como uma armadura para mim. Foi uma forma de me esconder de algum modo, de me proteger do que estava sentindo por você! Fui deixando ela crescer, porém desde que nos resolvemos queria tira-la para sentir que virei essa página também. Mas tanta coisa aconteceu que acabei deixando passar... Vou tira-la hoje! – Explica olhando para mim parando seus afazeres, ao final fala empolgado e vira uma panqueca no ar. Fico feliz e ao mesmo tempo pensativa, não sabia que isso tinha tanto significado para ele. Depois de alguns minutos tomamos um café da manhã a base de várias frutas, panquecas com mel e ovos mexidos. Creio que tenha comido umas quatro ou cinco bananas, na última Christian fala rindo que mais um pouco e eu viro uma macaquinha.

Enquanto eu termino de arrumar a cozinha, que ele acabou por fazer a maior parte, Christian sai do ambiente. Termino minha parte e então abro a geladeira para pegar um pouco de água de coco, me sirvo e sento a janela para observar a natureza, enquanto aguardo meu esposo voltar. Depois de mais alguns minutos ouço-o entrar no ambiente, me viro e fico extasiada. Ele para alguns metros distante de onde estou, está de short de banho branco como antes, com seu lindo corpo a mostra e agora com seu rosto também despido. Observo como ele tem o rosco esculpido com perfeição, um queixo forte e sua boca carnuda e rosada está mais a mostra agora. Levanto-me e caminho em sua direção, sorrio para ele que sorri para mim. Chego mais perto e toco em sua pele recém depilada, lisa e fresca. Passo os dedos com delicadeza em toda região que antes estava coberta por espessos fios negros.

— Você está lindo! Como se sente?! – Expresso-me sorrindo, ele para sua mão em cima da minha, pousada em sua bochecha.

— Leve! – Fala e depois respira fundo. Então se abaixa e me dá um selinho gostoso, que se alonga e passa a ser um beijo com paixão, nossas línguas logo se encontram, digladiam, se tocam, sugamos os lábios um do outro. Seguro seu rosto com as duas mãos, ele solta um gemido baixo e morde meu lábio inferior, depois o chupa. Sinto meu corpo todo aquecer, o desejo subir por minhas pernas alcançando minha virilha. Christian me pega no colo e de repente estou sentada no balcão da cozinha. Sua boca vai para meu pescoço, ele lambe e suga com delicadeza. Sinto meu corpo todo arrepiado, aperto seus braços fortes, o arranhando com minhas unhas. Ele volta a me beijar na boca, nos beijamos com volúpia, puxamos e apertamos um ao outro. Gemo ao sentir seus dedos acariciarem minha intimidade já úmida, pendo minha cabeça para trás ao sentir seu dedo médio me penetrar devagar, ele fala com a voz rouca. – Que delícia Ana! Você já está pronta! – Retira seu dedo e nos olhamos com paixão, abaixo seu short com pressa e logo seu membro está dentro de mim, duro e forte. Agarro em sua nuca, ele chupa meu pescoço e em poucos minutos gozamos juntos enquanto nos beijamos.

...***...

Depois do delicioso amor que fizemos na cozinha fomos nadar na linda lagoa que é derivada da cachoeira incrível no fundo da ilha, passamos horas ali curtindo um ao outro e fizemos amor mais uma vez e dessa vez dentro da água. Foi uma experiência maravilhosa! Depois disso voltamos para casa e almoçamos peixe feito na grelha, assado por Christian, que ficou lindo nu somente de avental. Para acompanhar o peixe eu fiz duas opções de salada com vários legumes e folhas. Almoçamos sem pressa nenhuma, rimos e conversamos sobre a vida de maneira displicente. Depois da refeição vamos caminhar pela ilha, ao passar um pouco o tempo de caminhada Christian me pergunta se não prefiro voltar e nadar na piscina, mas digo que prefiro andar pela ilha. Na verdade não penso em entrar tão logo nessa piscina, parece muito funda e eu não sei nadar, mas acho que Christian ainda não se deu conta, acho que ele não sabe muito bem a dimensão dos meus traumas já que não tocamos no assunto. Assim caminhamos pela ilha, comemos frutas direto do pé, admiramos a natureza e até fazemos amor mais uma vez na areia como no primeiro dia, depois relaxamos em piscinas naturais límpidas, cristalinas e rasas. As horas passam e observamos o pôr do sol do alto de um monte, a vista é maravilhosa, o pôr do sol mais lindo que já vi. Creio que principalmente por estar com o amor da minha vida, abraçados, lado a lado, somente sentindo o tanto que sentimos de coisas boas quando estamos perto um do outro. Ficamos um bom tempo admirando as estrelas e a lua que está enorme e brilhante e então decidimos voltar para casa. Ao chegarmos na área da piscina ele me fala.

— Vamos entrar na piscina?! Quero relaxar ao luar aqui fora! – Me olha com empolgação, sorrio sem graça e sem coragem de dizer que não quero entrar nesse buraco gigantesco cheio de água, ainda mais estando a noite o que me faz mal conseguir ver o fundo, mesmo ela possuindo algumas lâmpadas nas laterais internas.

— Vou colocar um biquíni, pode ir entrando na piscina! – Digo e nem dou tempo para que ele responda, pois corro para a casa. Coloco o biquíni preto que é cheio de tiras, acho bem bonito e sensual. Estou decidida a ficar na espreguiçadeira enquanto ele curte a piscina. Por isso ao retornar a área me deito em uma e fico o observando nadar lindamente. Em um momento ele para de nadar, vê que já voltei e para na borda colocando os braços apoiados no piso, me olha sorrindo.

— Vem Ana, a temperatura está ótima! – Fala alto pela nossa distância de alguns metros.

— Não, prefiro só te observar. – Digo sem jeito. Ele faz uma careta entortando a boca.

— Pare com isso! Vem amor! Não está fria, eu juro! – Diz me chamando com as mãos também e jogando um pouco de água em mim.

— Não Christian! Eu vou entrar mais tarde. – Dou a desculpa já ficando um pouco impaciente. Ele fica sério e bufa, depois entra rapidamente na água. Respiro fundo aliviada, olho para cima e observo o céu tão lindo e tão estrelado acima de nós. Depois de poucos minutos Christian sai da água, se enrola em uma toalha e senta ao meu lado na espreguiçadeira.

— Você está muito sensual nesse biquíni senhora Éllenis! – Fala de maneira sensual, passando os dedos um pouco frios pelas linhas da calcinha.

— É mesmo?! Você também fica muito sensual nadando nu, senhor Éllenis! – Ao imita-lo no tom de voz, acaricio sua coxa molhada, ele gargalha.

— Estamos aqui para agradar! – Diz e abaixa o rosto para me beijar, nos beijamos com carinho e paixão. – Que tal um pouco de espumante para refrescar a noite?! – Me pergunta animado intercalando alguns selinhos em minha boca.

— Claro! Por que não?! – Acaricio seu rosto e falo com empolgação. Meu marido então se levanta em busca da nossa bebida, eu aproveito e vou até o rádio na área gourmet e coloco uma música, está tocando alguma que eu não conheço mas o ritmo é gostoso e dançante, cantado em espanhol. Me movo um pouco com alegria, mexo os quadris um pouco mais sensualmente, até que sinto mãos fortes os segurarem e moverem lentamente puxando em direção ao dele atrás de mim. O clima já parece mais quente, Christian aperta seu corpo no meu, nos movemos com sensualidade e no ritmo da música. De repente ele me vira rapidamente e dançamos colados um no outro enquanto nos encaramos. Ele me rodopia algumas vezes e ao terminar a música me curva para trás e beija meus lábios com doçura. Depois ficamos eretos e ele me fala rápido, cheio de empolgação, com a feição sapeca.

— Agora vamos para piscina! – Tudo é tão depressa que não tenho tempo de protestar sou pega de surpresa por ele que me joga dentro da piscina de uma só vez. Caio feito um saco de cimento dentro da água, ouço o estrondo e ao mesmo tempo sinto a água fria me engolir, fecho os olhos pelo desespero que me abate, vou direto para o fundo da piscina sem conseguir me mexer e o pânico me toma. É como se tivesse quatro anos novamente, sinto que vou morrer, começo a me debater com aflição, abro os olhos mas não consigo ver nada, eles ardem muito, abro a boca tentando gritar sem sentido algum já que estou de baixo d’água. Bato minhas pernas e braços feito louca de forma totalmente descoordenada, mas permaneço no fundo daquela água sem nada enxergar ao não ser sentir frio, começo a engolir água e quando respiro um pouco dela também a sinto me rasgar as narinas em seu percurso. Nesse momento sinto mãos fortes me agarrarem, puxarem até eu ser retirada da água e colocada no chão na borda da piscina por braços fortes que me carregam. Meu corpo começa a tremer fora de controle e tusso com força, como se meu organismo tentasse expulsar a água que engoli, sinto pânico e medo me tomarem por completo, não raciocino direito. Me debato muito, meu queixo bate tanto que é audível, ouço a voz de Christian agachado ao meu lado mas não consigo entender o que ele diz. Me encolho abraçando meu corpo que treme sem parar, aperto meus braços, ouço a voz de Christian mais uma vez enquanto me parece que ele toca o meu rosto, mas não compreendo nada do que ele diz. Nem ao menos consigo vê-lo, minha vista está totalmente turva. Logo sinto-me ser enrolada numa toalha grande, bem grossa e assim feito um embrulho sou carregada para dentro da casa, me coloca no sofá e pega mais uma toalha, me seca, me esfrega mas não consigo responder a nada do que ele diz, suas palavras estão distantes, só ouço um zumbido alto em minha cabeça. Bato os dentes e tremo inteira sem parar. Ele retira as toalhas grossas molhadas de mim e me enrola em uma coberta espessa e ainda me cobre com mais uma ao me deitar no sofá e eu permaneço em choque. Não sei quanto tempo passa, mas de repente vejo uma figura de outra pessoa parar a frente do meu rosto. Ela faz com que eu me sente no sofá e começa a me examinar, conversa comigo, mas não consigo falar nada, aos poucos percebo ser uma mulher. Ela me dá uma xicara, bebo o chá quente com suas mãos apoiando as minhas para leva-lo a boca e aos poucos sinto os tremores diminuírem. Permaneço enrolada as cobertas e tomando o chá, quando olho para frente e vejo Christian completamente transtornado, ele está com os olhos vermelhos e toma um copo de whisky de uma só vez.

— Está tudo bem Anastácia! Consegue me responder agora? – A mulher me perguntando se agachando a minha frente novamente.

— Siii sim. – Digo tremido. Ela continua me olhando nos olhos e fala.

— Eu sou a Dra. Petrickviask, sou médica. Você teve uma crise de pânico e entrou em choque. Sua pressão caiu drasticamente, mas agora está tudo bem. Minha recomendação é que tome um calmante e vá se deitar, tenha uma noite de sono tranquila e amanhã evite entrar na piscina. Quando voltarem a cidade procure ajuda psicológica, seu trauma é realmente sério e grave. – Fala com total tranquilidade, de forma bem pausada, me passa muita paz ao falar, concordo com a cabeça. – Certo, então tome este comprimido é o calmante. E relaxe. Boa noite querida. – Engulo o pequeno comprimido e termino meu chá ouvindo a conversa de Christian com ela a porta, atrás de mim.

— Ela está bem mesmo?! Não seria melhor leva-la no helicóptero para o hospital?! – Pergunta com desespero na voz.

— Calma senhor Éllenis, ela está bem. Vai dormir à noite toda, não é necessário leva-la ao hospital. Só tenha cuidado com a fobia dela. Tenham uma boa noite e qualquer coisa estou a disposição no meu celular. – Se despede, ouço a porta bater e Christian volta a sala e me olha em pé um pouco longe de mim.

— Foi culpa minha, eu sou um idiota de merda! Eu sou a porra de um bastardo de merda!!! Eu quase matei você!!! Eu sinto muito, eu sinto muito!!! – Vocífera andando sem parar a minha frente, passando as mão no cabelo com força e aflição. Mesmo ainda um pouco trêmula me levanto e vou até ele, o abraço e ele para de se mexer. – Sinto muito, me perdoe... – Percebo que sua voz falha, olho para cima e lagrimas caem de seus olhos, sinto meu coração se apertar tanto que quase some em meu peito, o pergunto alisando sua face.

— Você está chorando Christian?! – Fico extremamente surpresa. Ele faz uma careta enquanto outras duas lagrimas pingam de seus olhos em minhas bochechas.

— Você é minha vida Anastácia, eu não suportaria te perder e me mataria se fosse eu o responsável. – Fala muito abalado, mordo meus lábios sentindo lagrimas brotando em meus olhos. O abraço e ele me retribui com força, de repente me pega no colo e estou sentada em suas pernas, aconchegada em seu peito no sofá. Ele me aperta com uma força esmagadora.

— Assim eu não consigo respirar... – Digo um pouco sem fôlego, ele afrouxa o abraço e faz carinhos em meus cabelos.

— Por que não me contou Ana?! O que houve aqui?! – Ouço sua voz perturbada. Respiro fundo me aconchegando mais a ele que não para de acarinhar meus cabelos.

— Você sabe, o acidente de barco... – Minha voz sai sem forças, sinto meus olhos arderem não quero relembrar esse momento horroroso e tão trágico mais uma vez.

— Eu sei disso, mas eu não sabia que você tinha trauma da água... nem passou pela minha cabeça! Meu Deus estamos cercados por água por todo lado... você deveria ter me dito! Me perdoe! – Sinto aflição, angustia e dor em sua voz, o aperto para conforta-lo.

— Não se sinta culpado, a culpa foi minha por não querer tocar no assunto. Desde o acidente eu evito qualquer contato com rios, lagos, piscinas e principalmente o mar... eu nem sei nadar. – Ao falar isso sinto que ele me aperta ainda mais e seu coração se acelera em seu peito.

— Você se lembra do acidente? Do dia, de como foi? – Ouço ele me perguntar num tom estranho.

— Sim, infelizmente me lembro de cada sensação que senti ao ser tragada pela água, foi o momento mais assustador da minha vida... a minha sorte é que um garoto me salvou. Dele eu não me lembro do rosto, pois sai em choque da água, mas mamãe depois me contou que fui salva por um jovenzinho... devo minha vida a ele! O pior é que nunca poderei agradecer por não saber nada a respeito dele. – Explico com um misto de sentimentos e falta de ar.

— Eu sei quem ele é. – Christian fala com sua voz totalmente séria. Me reteso e me endireito em seu colo para olha-lo nos olhos.

— Como assim?! Como você pode saber quem é?! – Digo espantada, curiosa, com o coração acelerado. Meu marido olha no fundo dos meus olhos e o tempo parece correr mais devagar, de quão profundo que nos olhamos.

— Porque quem te salvou fui eu. – Ele diz na mesma seriedade, abro minha boca em um a, em um ó, franzo os olhos sem acreditar, não pode ser.

— Isso não pode ser verdade. – Dou risada ao falar, por minha incredibilidade. Mas Christian permanece sério me encarando, fico séria também e meus olhos se juntam enrugando minha testa, não consigo crer nisso. – Eu não estou entendendo, como é possível?! – Aperto minhas mãos em meu colo enquanto indago perdida.

— Eu tinha doze anos naquela época, estava na marina com meus pais em uma comemoração de família. Sempre amei o mar e tudo relacionado a barcos... nós vimos a explosão, não foi longe da baia. Foi um momento de desespero coletivo! Imediatamente equipes de salvamento entraram na água, mas eles estavam indo para um lado da embarcação e eu vi o momento em que você caiu na água em meio os escombros que flamejavam do outro lado. Eu vi uma menininha ser atirada com violência no mar e... – Não consigo continuar o ouvindo sentada, me levanto colo de Christian, com lagrimas escorrendo dos meus olhos e paro um pouco distante dele na sala. Ele prossegue me olhando com emoção ainda sentado. – Eu senti que precisava fazer alguma coisa, sabia que ninguém me ouviria em meio aquele caos, então eu mesmo me joguei na água e nadei até você! – Christian se levanta vindo em minha direção com os olhos marejados, fico olhando-o abismada. – Foram os momentos mais angustiantes da minha vida, até há pouco... – Sorri ao comparar. – Você estava tão no fundo, foi difícil emergir com você, precisei de muito fôlego! Depois nadei com você até a praia, rapidamente vieram te socorrer e o restante você já sabe. – Explica e toca em meu rosto com as duas mãos, segurando minha face.

— Por que não me contou antes?! – Pergunto meio atordoada ainda.

— Primeiro achei que você não se lembrasse de detalhes daquele dia. Segundo porque não tivemos muita paz desde que nos casamos... tinha medo que isso pudesse nos afetar de alguma forma desde que ficamos bem, e claro antes quando nosso casamento era de fachada não via motivo para contar, já que queria te odiar e acreditava que você me odiasse! – Fecho os olhos depois de ouvi-lo, passam-se alguns segundos os abro e nos olhamos com profundidade.

— Só posso dizer que é o destino, você é o amor da minha vida! Você me salvou quando ainda nem podíamos imaginar que fôssemos nos apaixonar um dia, tudo nos liga, a vida inteira! – Digo com emoção e furor, nos abraçamos forte, depois seguro em seu rosto para falar. – Eu já era sua Christian, mas agora sabendo disso sei que sempre fui, minha vida é realmente você! – Uma lagrima rola em minha face, assim como duas rolam por suas bochechas, sorrimos com emoção e nos abraçamos.

— Eu te amo mais que tudo Anastácia! Você é a minha vida! Sempre foi e sempre será! – Me diz emocionado durante o abraço apertado, depois nos beijamos com o amor mais profundo que pode unir duas pessoas. – Bem, por hoje chega de emoções. Vamos nos deitar, você precisa descansar e o remédio deve fazer efeito logo. – Ao ouvir suas palavras é mágico, sinto meu corpo começar a relaxar. Christian me dá um selinho e me leva para o andar de cima em seus braços. Ele me dá banho no chuveiro, tomando banho junto, depois seca a nós dois e me coloca na cama. Sinto meu corpo relaxar cada segundo mais, uma sensação de paz vai tomando conta de mim, ele faz cafuné em minha cabeça e logo apago completamente indo para o mais profundo sono.


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Notas finais do capítulo

Genteeee!!!
Este cap demorou para chegar, mas valeu a pena esperar né não?!!
Gigantesco!!! Muito quente, emocionante demais e ainda baphonico!!!
Espero que vocês apareçam nos coments, porque a fic está chegando ao fim...
Cada vez que penso nisso meu coração se aperta de um tanto!
Então comentem muito, favoritem e recomendem!
Vou fazer o possível para estar de volta logo!


Ah! Já tenho uma nova fic encaminhada, mas preciso saber de vocês
se acham que eu devo postar ou não! Quero saber se acham que eu devo
continuar escrevendo minhas estórias...
Um fds maravilhosérrimo para tds!!!
Bjinhuuuss ;*



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