50 Tons - Sem Saída escrita por Mary Kate


Capítulo 24
Revelações


Notas iniciais do capítulo

Minhas lindonas!!!
Mil desculpas, não queria ter demorado tanto assim!
Estou sem tempo nenhum para escrever esses dias,
mas fiz um esforço madruguei e cá
estou com esse cap ESPECIAL para vocês!
Não tive tempo de corrigir, por isso desculpem
caso tenha algum erro e assim que possível vou dar uma revisada nele.
Espero que gostem e uma ótima leitura! ;*



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Já estamos em casa eu e Christian, ele próximo à janela e eu sentada no sofá. O mesmo em que fizemos amor quando tivemos a nossa conversa esclarecedora. Estamos aguardando a chegada dos pais de meu marido e de seu irmão também. Como já sabemos que Mia está bem melhor e devido à urgência dessa reunião familiar e da gravidade do teor da conversa, minha linda cunhadinha ficará algumas horas sem a companhia de nenhum familiar no hospital. Mais alguns minutos se passam e esse clima é aterrorizante. Mordo um pouco meus dedos, enquanto Christian encara a janela parado e sério, compenetrado e distante. Nesse momento algumas batidas na porta são ouvidas e depois de meu marido falar entre, vejo passar pela porta Carrick, depois Grace e por fim Elliot. Todos com a aparência muito preocupada, além de um pouco cansados, entendo já que as últimas quarenta e oito horas têm sido muito corridas e uma loucura para todos creio eu.

— Mas o que é que está havendo Christian?! – Carrick questiona o filho aflitamente. Enquanto meu marido se vira em direção a eles e dá alguns passos com um olhar mortal.

— Meu amor estou realmente preocupada! Filho o que você tem? Que cara é essa encarando o seu pai? – Grace começa a falar e ao perceber a forma como Christian vai até eles indaga confusa.

— Eu estou profundamente decepcionado com vocês! Mas principalmente com você pai! Como pôde? – Fala apontando o dedo para o pai. Fico triste por ver essa situação, ainda nem consegui colocar a cabeça no lugar depois de tudo o que fiquei sabendo, mas não quero que haja uma guerra agora entre a própria família Grey Éllenis. Eles são a minha família desde que me casei com o filho do meio e vou fazer o possível para acalmar a situação, já basta um de nós de cabeça quente. Levanto-me e vou até meu marido, me coloco a frente de seu corpo e aliso seu rosto.

— Calma meu amor, por favor. Vamos contar direito tudo o que sabemos e dar a oportunidade de que seus pais se expliquem. – Digo brandamente, ele abaixa seu olhar me encarando. Respira fundo e beija minha testa.

— Alguém pode falar de uma vez o que está havendo?! Que coisa de doido! – Ouço Elliot se expressar. Percebo pelas feições de meus sogros que eles já entenderam do que se trata. Os dois se abraçam em forma de apoio, Grace faz um carinho no ombro do marido depois de depositar um beijo rápido em seus lábios. Então Carrick caminha até o sofá onde até há pouco eu estava sentada, senta-se e passa as mãos no rosto respirando fundo. Engulo em seco ao sentir Christian ficar ainda mais tenso, seus músculos são como aço, sua pele está quente e seu coração acelerado.

— Muito bem, vejo que chegou o dia. Não queria de forma alguma que esse momento chegasse e eu sei Grace que você já quis contar algumas vezes. É, pelo visto realmente não há como adiar o inadiável! Já quero dizer de cara que sinto muito meus filhos, muito de verdade. Peço também que se sentem pois tenho algumas coisas para contar. – Todos o olhamos com atenção, Elliot tem o rosto completamente frisado pela careta de confusão, imagino que não esteja entendendo absolutamente nada. Grace abraça o filho mais novo e vejo dizer para ele baixinho que vai ficar tudo bem, ele responde que vai se sentar e ela diz que é melhor que ele faça isso, o beija na bochecha e o mesmo se dirigi ao sofá ao lado do que o pai se encontra. Então minha sogra olha para nós, percebo que seus olhos se iluminam por lagrimas e ela fica parada olhando para Christian, esperando uma reação dele. Eu o empurro levemente com minha mão que está em suas costas, ele retesa um pouco mas dá alguns passos em direção a mãe.

— Eu te amo tanto meu filho, meu pequeno Christian. – Ela diz emocionada estendendo os braços para ele, que vai ao encontro dela espontaneamente dessa vez. Os dois se abraçam por longos segundos, ao fim ela olha para mim que vou até ela e a abraço também.

— Vai ficar tudo bem Grace, estou aqui para ajudar no que precisar. – Digo a olhando nos olhos, ela sorri enxugando os enxugando, olha para mim grata ao meu apoio e depois a senhora caminha e se senta ao lado do marido. Christian parece agitado demais para se sentar e como quero dar suporte a ele só me encosto à mesa do escritório, a qual lembro de ótimas coisas ao estar sentindo a madeira em minhas mãos. Sorrio comigo mesma, mas volto minha atenção para meu marido que parado com as mãos no bolso encara o pai com muita seriedade alguns passos a minha frente.

— Como Christian já sabe vou contar a você Elliot toda a história e depois teremos uma conversa franca. Só espero que vocês não me julguem. – Explica olhando para Elliot que agora está sério também. 

POV Autora

Depois de contar todos os acontecimentos que Christian e Ana já sabiam, assim como Astolfo contou, mostrando a veracidade dos fatos e reafirmando o que o casal já sabia. Carrick narra os acontecimentos do ano em que Pietra voltou.

— Flashback ON –

Quando Pietra chegou a Atenas sabia que seria extremamente difícil se encontrar com o filho. Depois desses anos já não tinha ideia de como seria sua rotina e nem como poderia encontra-lo sozinho em algum lugar longe de Astolfo. Devido sua necessidade de ajuda, recorreu à única pessoa que imaginou que  por sorte ainda pudesse ajuda-la na Grécia: Carrick. Assim fez uma pesquisa na cidade para saber por onde andava a família Grey Éllenis, descobriu o escritório de advocacia do seu ex melhor amigo e foi até lá. Naquela época os negócios começavam a melhorar para a família, o escritório estava em expansão com cada vez mais sócios e já começavam a poder denominar-se como classe média alta da sociedade Ateniense. Certa tarde Pietra entrou no prédio, foi até o andar do escritório e lá estava falando com a secretária, pedindo de todas as formas que precisava falar com o senhor Éllenis, mas infelizmente a mesma só sabia dizer que ele estava em reunião e não poderia atender ninguém. Quando a jovem senhora já pensava em desistir, caminhando rumo ao elevador ouve vozes masculinas saírem de uma sala em que a porta estava se abrindo. Vira-se com esperança e depois de dois homens saírem pela porta vê Carrick caminhar até a secretária em sua mesa. Sente o coração acelerar, juntamente com a esperança reacender de poder ver seu amado Reymond.  Espera ele terminar de falar com a secretária e quando ele se vira para voltar para sua sala anda rapidamente até alguns passos dele e fala. 

— Olá Carrick! – O mesmo se vira imediatamente e claramente surpreso, a olha com os olhos arregalados e fica sem ação. – Desculpe, eu não quero atrapalhar. Nem te incomodar. – Fala com cautela o encarando, percebe ele ainda sem reação e volta a falar. – É que eu quero ver Reymond, e não sei como encontra-lo longe de Astolfo. – Faz uma pausa, o homem permanece estático por estar em choque. O que causa grande angustia em Pietra. – Não que eu ache que você possa ter algum contato com ele, mas por ainda morar aqui deve saber algo sobre a vida do meu filho. – A mulher aperta as mãos nervosamente tentando se explicar, não estaria ali se não estivesse desesperada. Faz uma careta devido o nervosismo de ver que o homem nada diz, o mesmo permanece calado ainda por não estar crendo em quem está a sua frente. – Eu... é ...que... eu... eu. – A jovem senhora gagueja na vã tentativa de procurar algo mais para se explicar, por fim respira fundo ao ver a passividade do homem parado como uma estátua. – Desculpe! Eu não deveria ter vindo, só vim até aqui porque você era minha única esperança. Sinto muito, adeus Carrick! – Diz, o olha sem jeito e anda rapidamente rumo ao elevador no final do ambiente. Aperta o botão e ao abrirem-se as portas entra rápido. Solicita o térreo no painel e surpreendentemente vê Carrick entrar na caixa de metal e ficar parado de frente para ela, mas lateral ao seu corpo. O homem alisa os cabelos de forma nervosa, depois sorri para a jovem senhora de forma amigável e os dois espontaneamente se abraçam. Ao final do abraço que demora alguns longos segundos as portas se abrem e eles já estão no térreo, caminham então para fora do elevador e param próximo a uma pilastra.

— Pietra desculpe-me pela forma como agi, mas nunca imaginei que a veria novamente. – O homem fala olhando em seus lindos e expressivos olhos verdes. Ele estava nervoso, tinha que reconhecer. Pois vê-la assim de supetão tinha sido um choque muito grande. E nossa ela continuava linda! Igualzinha a última vez que se viram, somente com os cabelos mais curtos. Carrick tinha ficado muito preocupado com o sumiço dela há anos atrás, afinal o que Astolfo não seria capaz?! Ainda mais sabendo que ela se foi depois daquela briga e terrível situação de descoberta do caso dos dois na festa. Porém de alguma forma tinha esperança de que ela estivesse bem, porque algumas semanas depois do ocorrido conseguiu falar com Reymond e ficou sabendo que ela havia fugido, ele contou o que o velho havia lhe falado e Carrick se sentia mal pelo menino não saber a verdade, além de se sentir imensamente culpado pelos fatos, mas tinha esperança de que ela realmente tivesse conseguido escapar.

— Eu te entendo, eu sinto muito em aparecer assim. Mas não tenho quem me ajude e eu preciso ver o meu filho! Já não aguento mais ficar longe dele! – Pietra diz e se emociona, Carrick tira seu lenço do paletó e dá para amiga que enxuga as lágrimas que rolam por suas bochechas.

— Tudo bem, fique calma. – O homem fala alisando seu braço, sentindo o coração apertado por ela. – Eu mantive contato com Reymond escondido, me preocupei muito com ele desde que você sumiu. Às vezes nos encontramos para tomar um café em uma cafeteria no centro. Você vai se orgulhar do homem que ele se tornou, com certeza puxou mais a você do que a qualquer outro. – Diz com carinho e com sinceridade. Carrick havia mantido contato com o rapaz pela imensa culpa que sentia, pois achava que por sua inconsequência tinha destruído a família do menino. Assim se via responsável em acompanhar e saber que Rey estava trilhando um bom caminho. A mulher sorri encarando o amigo, se sente aliviada pela notícia. Tudo que ela mais quer é ver o filho e já ficar sabendo que ele é um bom homem a faz muito feliz, pois esses anos a culpa e o pavor a corroeram lentamente cada vez que pensava que Reymond poderia ter se tornado uma pessoa problemática e infeliz por causa de seus erros.

— Fico tão feliz em saber que ele está bem, que se tornou um bom homem. Tinha medo de que o jeito de Astolfo pudesse ter afetado meu filho negativamente. Saber disso é um alivio! Obrigada Carrick por ter ficado por perto dele! – A mulher diz claramente aliviada e sorrindo. Não podia ter recebido melhor notícia, o jovem senhor a sua frente sorri também, pois para ele está sendo uma grande alegria rever Pietra bem, esses anos que se passaram foram de muita angústia em não saber como ela estava de verdade.

— Não tem o que agradecer! Você sabe que tenho muito carinho por Reymond, o vi crescer! Não poderia esquece-lo simplesmente, ele é como um filho para mim. Grace também o vê com certa frequência, você sabe que ela tem bom coração e nunca misturou os acontecimentos com um jovem inocente. – Ao explicar Pietra fica descansada e ao mesmo tempo sem graça, afinal se sente muito culpada até hoje por toda a situação. Cada vez que pensa que perdeu uma grande amiga, a qual ela tanto ama seu coração dói.

— Eu sinto muito por tudo Carrick! Grace é uma mulher maravilhosa, amorosa e eu nunca quis magoa-la! – Pietra afirma com tristeza, é muito difícil estar ali revivendo aqueles sentimentos todos mais um vez e ainda por cima com seu ex melhor amigo e amante.

— Pare com isso Pietra! A culpa também foi minha, provavelmente até mais do que sua. Afinal você estava muito frágil e vulnerável, eu deveria ter tido mais juízo. E eu sei que não deveríamos ter nos envolvido, mas de qualquer forma aquela foi uma fase muito difícil, tivemos nossos motivos e não queríamos magoar ninguém. E tem mais no final das contas você acabou pagando mais que todo mundo! – Carrick expressa o que sente com convicção. Os dois se olham com compreensão, afinal dividem magoa, culpa e remorso.

— Eu reconheço as minhas falhas e aceitaria plenamente perder qualquer coisa, só não queria ter perdido Reymond! –  Pietra diz com desanimo. Essa é a maior dor que ela sempre irá carregar, pois os anos que passou sem ver o filho foram os piores de sua vida e nunca serão recuperados já que é impossível voltar no tempo. Então os dois encerram a conversa combinando de se encontrarem mais tarde no apartamento que Pietra dá o endereço, onde a mesma está escondida, para poderem planejar como farão para que mãe e filho se encontrem sem que Astolfo descubra.

...***...

— Muito obrigada Carrick, sem a sua ajuda eu realmente não sei como faria. – Pietra diz encarando o amigo e tomando um gole de sua xicara de chá. Os dois estão no sofá velho da sala do seu micro apartamento/esconderijo. Já é tarde da noite pois foi o horário que Carrick conseguiu sair do escritório, foi direto para o local do encontro e teve que mentir para Grace por hora, disse que iria ficar no escritório até mais tarde o que era comum muitas vezes e não a faria desconfiar. Ele iria contar tudo para a esposa, mas só quando chegasse em casa pra ser pessoalmente. Carrick teve a ideia de que o seu garoto de recados do escritório deixasse uma carta com Reymond no café onde ele costuma ir, pois sabe que ali não há monitoração de Astolfo. E assim o rapaz poderia ir ao encontro da mãe sem levantar suspeitas.

— Não tem o que agradecer Pietra, no que puder ajudar para que você e Reymond se reencontrem farei! Não é justo uma mãe ter que ficar longe do filho, muito menos uma excelente mãe como você sempre foi, que ama tanto seu filho! – Carrick diz com sinceridade o que sente, os dois se olham nos olhos com carinho. – Bem, eu já vou! Agora que temos um plano e todos os detalhes estão acertados tenho certeza de que tudo ficará bem! – O homem diz se levantando, a jovem senhora pega as canecas e coloca sobre o balcão que divide a sala e a cozinha. E caminha ao encontro do amigo que a aguarda em frente a porta de saída. Os dois se olham por alguns segundos lentamente e de alguma forma aquele sentimento já esquecido, remoto e guardado no fundo do coração dos dois desperta. Eles ainda nem tinham se dado conta, se abraçam para despedir-se, o que dura mais minutos do que o normal mesmo sendo um simples abraço. Carrick inala o perfume do pescoço de Pietra sem querer, lentamente respira no pescoço da mulher que sente um leve arrepio percorrer seu corpo, que há anos não recebia o menor carinho. Com tudo o que houve Pietra não quis mais saber de homem nenhum, não se envolveu com ninguém e além de tudo seus dias e noites eram ocupados com a imensa saudade do filho e a expectativa de poder vê-lo novamente. Carrick também tinha voltado sua atenção total a família, não queria voltar a magoar Grace nunca mais, então nem ousava olhar para qualquer outra mulher. Mas naquele momento as peles dos dois se tocavam, algo acontecia, uma química adormecida ressurgia, assim como a enorme carência que Pietra nem se lembrava que sentia e o desejo que Carrick nem sabia que ainda existia por ela. Do pescoço da mulher o rosto do homem subiu lentamente passando o nariz muito sutilmente até chegar a bochecha dela. Nesse momento ela já estava com os lábios entreabertos pela respiração levemente ofegante. Os dois se olharam assim de pertinho e num movimento automático as bocas se encontraram, foi um beijo muito suave e devagar, como um afago despretensioso. Se soltaram do beijo e se olharam com cautela.

— Boa noite Carrick, até logo! – Pietra disse se afastando em direção a porta. Ela queria fugir do que estava sentindo, assim como sabia que ele também, nesse momento os dois estavam profundamente atormentados e querendo sair daquela situação, ao mesmo tempo em que queriam mais do carinho um do outro. O jovem senhor então caminha rumo a porta, os dois se abraçam rapidamente.

— Boa noite. – Ele diz sério com sua cabeça fervilhando de pensamentos confusos e seu coração acelerado. Ela se sente do mesmo modo e somente sorri abrindo a porta. O homem dá alguns passos e volta, os dois se abraçam novamente.

— Boa noite Carrick, tchau! – Pietra diz ao desvencilharem-se, mas os dois ficam se encarando profundamente sem se mover, até que vão ao encontro um do outro e se beijam novamente. Entram no apartamento sem se soltar, batem a porta e prosseguem se beijando. Os beijos vão se tornando cada vez mais quentes e as peças de roupa vão sendo tiradas, quando veem já tiraram a cama que fica posicionada como um armário na parede até ser colocada no chão. De repente os dois já estavam nus, abraçados na cama enrolados nos lençóis após terem feito sexo. Ficam muito tempo em silêncio, primeiro relaxando por alguns minutos, até todos os pensamentos de culpa começarem a surgir outra vez. E agora não mais só pelo passado mas pelo presente também o que faz tudo ainda pior. Os dois se desvencilham e o homem começa a se vestir. Ela se enrola no lençol e vai para o sofá se sentar passando a mão nos cabelos apreensiva. – Não deveríamos ter feito isso Carrick, ah meu Deus! – Diz colocando o rosto nas mãos e os cotovelos sobre os joelhos. Passam-se alguns segundos e sente uma mão em seu joelho, afasta um pouco os dedos dos olhos e vê o homem agachado a sua frente.

— Eu sei, estou me sentindo péssimo nesse momento! Não sei se sou capaz de contar a Grace o que houve, estou completamente perdido. Me desculpe por termos feito isso, espero que você possa me perdoar! Mas não poderemos mais no ver, através do rapaz que vai dar a carta para Reymond nos comunicamos também caso haja necessidade. Desejo tudo que há de melhor para você Pietra, você sempre será importante demais para mim, sempre terá um lugar especial na minha vida! Mas eu não posso mais fazer Grace sofrer, não posso fazer isso com ela e nem passar novamente por todo o inferno que passei naquela época, sinto muito. – Após se pronunciar, levanta-se e recolhe seus últimos pertences colocando no bolso do paletó. Pietra se levanta e sente um peso enorme em seu coração.

— Espero que você não esteja me culpando Carrick, eu também não quero que essa situação volte a acontecer. Já tenho culpa e problemas demais em minha cabeça, preciso do meu filho de volta acima de qualquer coisa! Eu já me odeio o suficiente por ter magoado Grace no passado, nunca foi minha intenção que nós transássemos outra vez. Concordo plenamente que não voltemos a nos ver pessoalmente de novo. – Faz uma pausa e segura a mão do homem, ambos se olham nos olhos. – Nunca vou poder agradecer pelo que está fazendo por mim e Reymond, desejo o melhor para você também Carrick, sempre! – Ao terminar de falar os dois se abraçam com carinho e o homem conclui.

— Não se sinta culpada, muito menos se odeie. Vamos esquecer o que houve hoje e deixar o passado para trás, ficaremos só com as lembranças de uma amizade linda e sincera. – Os dois sorriem, trocando apoio e cumplicidade. Vão até a porta e quando a mesma já foi aberta por Pietra, Carrick deposita um beijo em sua testa e ela afaga seu rosto em despedida. – Adeus. – Fala olhando a amiga e se vira para ir embora, enquanto ela fala um baixinho adeus amigo e fecha a porta. Realmente essa seria a ultima vez que se veriam pessoalmente.

— Fim do Flashback –

POV Anastácia

Todos encaram Carrick em silêncio enquanto ele termina de contar que foi a ultima vez que viu minha avó pessoalmente, até que um Elliot espantado se levanta do sofá e fala alto.

— Como é que é?! Pai você traiu a mamãe várias vezes? – Passa a mão no rosto e olha atentamente o pai que sentado no sofá fica agitado pelo nervosismo.

— Elliot eu acho que você entendeu a situação, não foi por mal ou de propósito. Nunca quisemos magoar a mãe de vocês, primeiro foi um período muito complicado e depois... – É interrompido por Christian que esbraveja furioso.

— E depois foi de safadeza não é mesmo?! Você deveria ter vergonha pai! Foi responsável por tragédias familiares e pela sua própria destruição! Eu nunca deveria ter odiado o avô da Ana, ele foi um corno raivoso que só queria se vingar. Claro que não justifica o tamanho do que ele fez, que foi roubar a empresa, mas foi você quem começou tudo! – Eu caminho até meu marido e seguro sua mão para tentar acalma-lo. Mas Carrick também se exalta e levanta-se ao mesmo tempo em que fala no tom alto do filho.

— Você não tem o direito de me julgar assim rapaz! Você não sabe tudo o que eu passei e se sua mãe me perdoou, quem você pensa que é para não me perdoar também?! – A essa altura já estão todos de pé, Grace segura Carrick com uma mão em seu peito tentando acalma-lo, Elliot caminha de um lado para o outro com uma mão no queixo e eu acarinho o braço de meu esposo, claramente transtornado.

— Christian não responda nada, por favor se acalme. – Ele prossegue encarando o pai com raiva.

— Não foi justo o que você fez com a mamãe! Não foi justo o que você causou a nossa família, não foi justo o que você causou a família deles também! – Grita e tenta caminhar em direção a Carrick, mas entro em sua frente e o abraço.

— Então eu sou o grande vilão da história?! Eu que fui culpado de tudo?! – Ouço a voz gritada de meu sogro, sinto meu marido tentar se mover. Seguro seu rosto e o faço olhar para mim.

— Amor, Christian pare, por favor! – Ele olha em meus olhos, suas pupilas estão dilatadas e seu olhar queima de fúria, mas aos poucos com nossos olhos conectados sua expressão se suaviza lentamente, ele respira fundo e o solto para que ele vá rumo a janela fechada no outro canto do ambiente.

— Por que vocês tinham que contar isso agora, depois de tantos anos? – Ouço Elliot perguntar.

— Porque há algo ainda mais importante para ser dito. – Olho para eles e Grace é quem explica, Carrick então se senta no sofá novamente. Sinto meu coração acelerar abruptamente, olho para minha sogra que sorri sem mostrar os dentes para mim e balança a cabeça como se me dissesse por telepatia o que eu já sei que está por vir. Elliot franze o rosto e Christian vem até mim, segurando em meus ombros parado atrás de mim.

—Não creio que haja mais nada mamãe! – Ouço ele dizer as minhas costas. Recosto minha cabeça em seu peito e minha sogra fala.

— O que vou contar é extremamente sério e importante. Por isso não quero mais brigas, vocês estão me ouvindo?! Estão proibidos de continuar com essas ofensas e gritos! Somos uma família e o que aconteceu no passado não nos afeta mais, já chega dessa briga idiota! Sempre tive muito orgulho de termos muito amor e união é assim que vai continuar! Estão me ouvindo?! – Pergunta muito séria, ouço todos os homens responderem que sim.

— Flashback ON (Pov Autora) –

Na noite em que Carrick chegou em casa depois de ter se relacionado intimamente com Pietra, nada disse a Grace, pois não tinha coragem para encarar a situação naquele momento. Na manhã seguinte resolveu falar, mas a conversa durante o café da manhã tomou um rumo inesperado.

— Querida, agora que os meninos já foram para escola tenho algo muito importante para lhe dizer. – O homem começa pensando que precisa ter coragem. Porém com muito medo da reação da mulher, não quer perder Grace ou destruir sua família reconstruída. Já basta os rumos que sente que Christian está tomando, mesmo sendo uma criança de sete anos é um menino rebelde, que só fala em crescer e se tornar o maior empresário da Grécia, além de dizer que vai tomar de volta a empresa do pai das mãos de Astolfo. Sente nele um menino um pouco duro demais para sua idade, além de inteligente e maduro demais. Enquanto por outro lado Elliot com dez anos é um encantador de corações, por onde passa faz amizades, doce, cheio de amor, já percebe que as menininhas de sua idade já estão sempre ao redor dele ou correndo atrás do mesmo. Seus filhos são completamente opostos, porém os ama mais que tudo.

— Sim querido, há algo grave acontecendo? – Grace responde deixando seu café de lado e segurando a mão do esposo sobre a mesa. A mesma já se sente aflita e ansiosa.

— Bem, vou dizer de uma vez: Pietra está de volta a Grécia. – Diz tentando se livrar de uma vez da informação. Um silêncio se instaura no ambiente, os dois se encaram. Depois Grace foca na parede em sua frente, digerindo a informação que a pegou completamente de surpresa. Carrick está completamente aflito pela falta de reação da mulher. – Grace...- O homem então resolve completar de uma vez com o acontecimento da noite anterior, quer se livrar do peso e da culpa, mas a mulher o interrompe.

— Carrick isso é bom! Tenho que falar com Pietra, preciso dizer que a perdoei. Depois desses anos e fazendo terapia todo esse tempo, me redescobri como pessoa, consegui passar por cima do passado e perdoa-la assim como perdoei a você. Tenho certeza de que ela sofreu muito todo esse tempo, ela não merecia ter sido afastada de Reymond! Todo o ódio que sentia passou! Hoje tenho plena confiança em você novamente, nosso casamento está sólido como nunca! As coisas estão progredindo e a nossa família está financeiramente estável novamente! Tenho o dever de perdoa-la já que as coisas estão tão boas de novo. Claro que viemos tendo alguns problemas com Christian, a agressividade latente nele é o que mais me preocupa inclusive... Mas uma vida livre de outros traumas, com um lar seguro e estabilizado tenho certeza que vai ajuda-lo muito! – A mulher dispara a falar, Carrick fica atado, não consegue dizer mais nada, principalmente ao ouvir o que a esposa fala sobre o filho mais novo, teme que se houver um divórcio Christian vire uma criança problema ou até um delinquente juvenil que possa acabar se metendo em situações graves. Por isso se cala, sente a velha culpa voltar a pesar sobre seus ombros, mas decidi que no dia certo contará tudo. – Então querido, como posso encontrá-la? – Ouve Grace perguntar, está um pouco perdido em pensamentos, se sente um pouco inebriado e não consegue responder. – Carrick? – Grace indaga olhando o marido paralisado. – Carrick! Estou falando com você! – Fala mais alto e um pouco irritada. Ele a encara finalmente, a mesma com a expressão irritada pergunta. – Por acaso ouviu alguma palavra do que falei?! – Ele respira fundo e responde.

— Sim, me desculpe, perdão! Eu me perdi um pouco em alguns problemas... Me perdoe por favor! – Diz com tranquilidade, mas Grace franze o cenho e acha graça da forma como ele respondeu.

— Por que tantas desculpas?! Eu sei que você vem andando estressado e um pouco aéreo nas últimas semanas devido a causa enorme e importante que o escritório de advocacia pegou! Não se preocupe, você está trabalhando tanto para dar um futuro melhor para sua família! Te amamos por isso! – Fala e alisa a mão do homem, que sente a culpa dar um nó em sua garganta, por isso levanta-se rápido da mesa e vai em direção a sala. – Carrick está tudo bem? – A mulher vai atrás do marido na sala. Ele totalmente confuso por dentro quer contar, mas sente que não pode. Grace sente seu coração apertado, Carrick vai falar quando a porta da casa é aberta e Gail entra no ambiente, segurando a mão de Christian, ao olhar o rosto do filho vê um lábio ferido e sujo de sangue.

— Meu Deus! Christian! – A esposa fala desesperada e se agacha para analisar o rosto do filho. Segurando o rosto do menino pergunta. – Gail o que houve? –  Questiona a babá dos filhos de forma totalmente preocupada, Carrick também está aflito, mas já que a esposa é medica deixa que ela avalie a situação primeiro.

— Mais uma briga senhora Éllenis, tinha acabado de deixar o pequeno na escola, ao atravessar o pátio começou uma briga com um coleguinha. Não deu tempo nem para que eu chegasse no carro. A diretora mandou essa carta para os senhores e disse que a situação de Christian está se tornando insustentável, pediu para que compareçam na escola amanhã para uma reunião. – Gail entrega o envelope para Carrick que não o abre, olha para Christian que está completamente enfezado, enquanto Grace o examina. Decide que realmente não pode contar nada a Grace, pelo menos não enquanto o filho estiver dando tanta dor de cabeça.

— Ele bateu a cabeça? – Grace pergunta olhando para Gail.

— Não, somente levou um soco na boca. O menino era bem maior do que ele, creio que seja umas duas séries a frente da dele. – A mulher explica. Grace faz uma careta e fala com o filho.

— Christian, de novo se metendo em brigas? Por que meu filho? – O menino permanece de cara amarrada. – Machucou em mais algum lugar? Está doendo? – Pergunta e alisa o rosto do menino que se desvencilha e anda parando ao pé da escada mais à frente no cômodo.

— Precisavam ver o outro garoto! Ele sim está machucado. Aquele merdinha! – Fala sério e depois ri no final. Todos o encaram chocados.

—Christian isso não se fala! Que horror! Aonde anda aprendendo esse linguajar?! – Grace diz horrorizada. O menino continua rindo, então Carrick vai até ele e o segura pelo braço com força.

— Escute aqui rapazinho, não estou te criando para ser esse tipo de homem! Não quero mais saber de você se metendo em brigas! – Sacode um pouco menino. Grace fica nervosa com a situação e se aproxima.

— Carrick, largue ele. Desse jeito ele não vai aprender a não agir com violência diante das situações. – Fala baixo para que somente o homem escute, para não repreender o marido diante do filho que esá errado. O marido então larga a criança que sobe alguns degraus da escada, para e olha para trás.

— Estou sendo forte como o senhor diz que temos que ser, ele queria algo meu e eu nunca vou deixar que alguém tome o que é meu, como Astolfo fez com o senhor! – Depois de dizer essas palavras corre escadas acima. Os pais ficam atordoados, preocupados e aflitos. Não sabem mais o que fazer com o menino.

— Tá vendo porque odeio tanto aquele verme do Astolfo Kaligarys! Ele está acabando com meu filho! Aquele merda inescrupuloso! – O homem diz exaltado e furioso. Grace então o puxa pelo braço, para longe da escada. Vê que Gail vai subir atrás de Christian e faz um sinal para que ela aguarde.

— Não Carrick! Ele está assim por sua causa, olha o que você acabou de dizer! Olha seu linguajar, é com você que ele está aprendendo essas coisas. Ele está seguindo o espelho dele, o homem que ele mais admira! Pare um pouco e reflita! – A mulher diz com irritação. O esposo a encara espantado, depois passa a mão no rosto com cansaço e a mesma se vira para falar com a outra mulher no ambiente. – Como está o outro menino? Se machucou muito? – Indaga preocupada.

— Saiu da briga com um olho roxo e os lábios sangrando, parece que quebrou um dente quando Christian o derrubou no chão. Mas a diretora da escola disse que ligaria para cá, para avisar o estado exato de saúde do menino. De qualquer forma creio que não tenha sido nada realmente grave, senhora Éllenis. – A babá explica com esperança ainda que o lindo e pequeno Christian tome jeito. Ela ama o menino como se fosse dela, já que desde que ele nasceu até seus primeiros aninhos de vida cuidou inteiramente dele, assim como de Elliot que era pequenino, ficou inteiramente responsável pelos cuidados dos dois dado a depressão de Grace.

— Certo. – A patroa responde e respira fundo. – Obrigada Gail, pode subir e dar um banho em Christian. Passe também as medicações no ferimento, o estojo de primeiros socorros ainda está no armário do banheiro do quarto dele. – Diz com cansaço de tantas vezes que isso já aconteceu. Gail balança a cabeça afirmativamente e sobe as escadas ao encontro do menino. Os pais da criança permanecem quietos em seus pensamentos particulares, cheios de angustia e muitas preocupações, apesar de motivos opostos também. – Ah Carrick, como faço para falar com Pietra? – A mulher se lembra então do que estavam falando antes, apesar de esquecer das atitudes estranhas do marido.

— Eu tenho o endereço dela, a mesma me deu em um papel. Acho que deixei no escritório, ao chegar lá telefono para casa e te passo. Vou indo querida, tenho uma reunião e já estou atrasado! Tenha um bom dia e qualquer coisa me avise. – Diz rapidamente, pegando o paletó e a sua pasta de couro, beija a testa da esposa e vai embora. Quer sumir logo dali e Grace preocupada com o filho nem se dá conta da situação.

...***...

No dia seguinte Grace se arrisca a ir no endereço de Pietra, quer encontra-la e conversar de uma vez com a ex melhor amiga. Ao chegar no prédio aperta o interfone do apartamento, mas ninguém atende. Quando começa a caminhar para ir embora, a mulher aparece virando a esquina a sua frente. As duas ficam paralisadas e chocadas com o encontro. Aos poucos voltam a caminhar, e então correm ao encontro uma da outra e se abraçam. Um longo abraço cheio de afeto e carinho.

— Me perdoe Grace, por favor! Eu sinto muito, nunca quis te fazer sofrer! – Pietra fala, as duas se desvencilham devagar e Grace segura em suas mãos com firmeza e carinho.

— Vim aqui justamente para isso, eu te perdoo! Aliás, já perdoei há muito tempo Pietra! O passado ficou para trás, o que importa é o presente e o futuro! Quero muito que você saiba que não existe magoa mais, de verdade. – Ao ouvir as palavras da amiga Pietra se emociona e lágrimas escorrem por sua face, ainda mais por entender que a mesma ainda não sabe o que houve ontem. Sente que não tem o direito de contar, isso cabe a Carrick por ser o marido dela. Então com grande tristeza, mas por não querer ser falsa ou enganar alguém que ela ama fala.

— É muito bom saber disso Grace. – Faz um pausa enxugando o rosto. – Eu te agradeço muito, saiba que você sempre será minha melhor amiga. Mas precisamos nos manter distantes, até que eu consiga resolver as situações da minha vida. Então aí quem sabe, poderemos recomeçar nossa amizade do zero e fazê-la ainda mais forte! – Ao dizer isso abraça a amiga que está atônita. Imaginou que sua amizade com Pietra já fosse ser restaurada a partir daquele dia, mas entende a mulher, já que não conseguiria se imaginar passando semanas longe de seus filhos, muito pior anos. A abraça com força e assim as duas se despedem.

...***...

Passam-se mais de três meses até que um dia está na sala de emergência do Pillares Medical Hospital, seu local de trabalho, e vê médicos socorristas entrando com uma maca onde uma mulher desacordada e ensanguenta está. Por se tratar de um adulto não se aproxima, já que a mesma é pediatra. Mas ao passarem próximos a ela reconhece a mulher e fica em choque, corre junto com os outros médicos que a todo vapor questionam a situação e coordenam os feitos. Grace abalada se aproxima do rosto da amiga e sente um aperto no peito.

— Eu a conheço, seu nome é Pietra. – Diz para os colegas, que rasgam as roupas da mulher para verificar todas as lesões.

— Certo. Pietra teve um trauma na cabeça, apresenta sangramento possivelmente vaginal e escoriações no braço e face. Encaminhem para sala de ultrassom imediatamente. – Um dos médicos fala, Pietra é levada e Grace chora, a médica que fica no ambiente abraça a amiga e colega de trabalho.

— Você são amigas? – Pergunta acarinhando o braço da colega depois de se soltarem do abraço.

— Sim, muito e há muitos anos. É importante que ninguém saiba que ela está aqui, ela possui um ex-marido violento e muito poderoso. Se ele a descobrir aqui pode ser terrível. – Explica rapidamente para a outra médica, a mesma assente e as duas vão rumo a outros atendimentos de emergência que surgem. Grace sabe que a amiga vem se encontrando as escondidas com Reymond e que é de máxima importância que Astolfo não saiba, pois esses detalhes são passados por Carrick para ela.

...***...

Algumas horas depois Pietra abre os olhos e dá de cara com Grace a observando aos pés da cama.

— Seu sedativo foi suspenso, imaginei que já estaria acordando. – A mesma está séria, pois já há um elefante de desconfiança em sua cabeça. Pietra ainda grogue, pisca algumas vezes e tenta se mexer mas sente que o corpo todo dói, então geme um pouco. – É melhor você não se mexer, foi um acidente de carro. Por sorte não se feriu com gravidade, nem mesmo quebrou nada, nem teve lesão cerebral, mas quase perdeu o bebê. – Ao terminar de ouvir as palavras de Grace, a jovem senhora na cama arregala os olhos, coloca a mão que está com o soro sobre a barriga que ainda não apresenta volume nenhum. – Ele está bem, ou melhor ela! É uma menina Pietra. – A médica diz sem emoção. A paciente então chora capciosamente. Mas a outra não sai do lugar, ao perceber que a acidentada se acalma aos poucos pergunta ainda séria. – De quem é esse bebê Pietra? – Por ver que a mesma só segura a barriga e aperta os olhos ao mesmo tempo em que morde os lábios claramente angustiada prossegue. – É de Carrick não é?! – Fala com amargura. – Me responda, por favor. – A essa altura algumas lagrimas rolam por sua face e sua voz falha ao final do pedido. Pietra a olha voltando a chorar e afirma com a cabeça. Grace então anda aturdida pelo quarto, depois caminha até a cama parando ao lado da mulher e puxa os tubinhos de oxigênio que estão em seu nariz com raiva, a paciente se espanta e tosse devido o choque. – Por que? Por que vocês fizeram isso de novo?! Por que insistem em me magoar assim?!! – Ela fala exasperada quase gritando. Joga o condutor de oxigênio sobre Pietra e enquanto a mesma o coloca de volta em suas narinas a médica anda alguns passos para longe da maca.

— Nós não estamos tendo um caso Grace, eu juro! – Ouve a voz da jovem senhora e se vira a encarando enquanto lágrimas escorrem pelas faces das duas.

— Então me diga com que raios isso aconteceu?! – Grace responde com revolta, enquanto a outra mulher chora mais ainda.

— Foi uma única vez, na noite em que nos vimos logo quando cheguei. Desde então nem nos vimos mais! Eu estou falando a verdade Grace, juro pela minha vida! – Explica e soluça ao chorar incessantemente. A médica alisa o rosto tentando se recompor, se aproxima da cama devagar e fala baixo próximo a acamada.

— Eu tenho nojo de vocês! – Ao falar se afasta, mas antes de chegar a porta do quarto termina. – Ah! Tome muito cuidado pois a sua gravidez é de risco, você não pode nem sair da cama. – Com essas palavras de amargor sai do ambiente deixando a mulher aos prantos.

Naquela noite ao chegar em casa Grace estava decidida a pedir o divórcio a Carrick, a pegar seus filhos e ir embora. Mas ao chegar em sua residência é inundada de notícias que a deixam de cabelos em pé. Christian que depois do ultimo acontecido já tinha sido expulso da antiga escola, mais uma vez já se encrencou na escola nova. Cortou com uma tesoura o cabelo de um coleguinha porque o mesmo quis sentar em sua habitual carteira, o que gerou uma suspensão de quinze dias. Uma grande discussão ocorre na casa dos Grey Éllenis, os pais já não sabem mais o que fazer com o menino, decidem então coloca-lo para fazer terapia. Depois disso Grace resolve não contar a Carrick sobre Pietra, somente pergunta como ela está e ele responde que não sabe, pois não se falam há muito tempo. Pela forma como ele reage com tranquilidade imagina que ele não saiba de nada e prefere que as coisas fiquem assim, já que no momento um divórcio está fora de questão. Mas diz para ele que é melhor que durmam em quartos separados, pois ela está revoltada com o fato de Christian estar daquele jeito e que a culpa é dele. Assim mesmo sem entender muito bem a situação, mas por perceber o ódio da esposa Carrick aceita para evitar mais brigas.

...***...

Alguns dias depois, chegando ao hospital Grace vê Pietra sentada em uma cadeira de rodas na calçada em frente ao lugar. Sente muita pena, pois depois daquele dia em que discutiram não se falaram mais, porém sabe que o quadro médico dela é extremamente delicado, que a mesma pode perder o bebê se fizer qualquer esforço. E é como médica e com seu dever de salvar vidas que sente em seu coração necessidade de fazer algo para ajudar. Assim se aproxima da mulher que cabisbaixa encara as mãos no colo.

— Oi Pietra, o que você faz na calçada? – Pergunta. A mulher a encara surpresa e depois fica claramente sem jeito.

— Não se preocupe Grace, não é problema seu. Já te causei problemas demais. – Diz com desanimo e realmente não querendo falar nada, sente muita culpa ao olhar para amiga.

— Pietra, vamos deixar as enrolações, problemas etc etc de lado. Quero saber por que está aí?! – Diz com sincera preocupação.

— Não posso sair daqui Grace, não tenho para onde ir. Já que Astolfo foi responsável pelo acidente por ter descoberto meu esconderijo. Pedi para que não me dessem alta hoje, mas disseram que agora preciso descansar em casa. – Pietra explica com tristeza.

— Eu não sabia sobre esse detalhe de Astolfo, sinto muito! – Grace fala com pesar, então pensa um pouco e decide. – Olha tenho um apartamento que está fechado, foi o primeiro imóvel que conseguimos comprar quando nossa situação financeira voltou a melhorar depois da situação com a empresa. Estava alugado, mas já tem alguns meses que está vazio. Carrick está tão ocupado com os montes de processos que tão cedo não vai se lembrar do lugar para alugar novamente. Ele é inteiramente mobiliado, então você terá total comodidade. Não é luxuoso, é pequeno e simples. Mas acho que por hora já resolve a situação. Estamos esperando que a localização valorize mais para vendermos e isso ainda vai demorar um pouco. – Explica com tranquilidade.

— Grace eu agradeço imensamente, mas não posso aceitar. Isso não é certo! – Responde com sinceridade, a mulher não acha correto, nem justo com a outra que tenha que ajuda-la nessa situação.

— Chega dessa conversa! Você vai sim e ponto final. É o correto, eu como médica tenho o dever de salvar vidas. – Grace fala e começa a empurrar a cadeira de rodas com a amiga até seu carro. A jovem senhora protesta um pouco falando da culpa e que não pode permitir que a ex amiga a ajude assim, mas ela responde taxativamente. – Acabou Pietra! Já está resolvido, agora entre nesse carro! – Fala abrindo a porta do veículo, a mulher a encara espantada, ao mesmo tempo confusa e pensativa. Não sabe o que fazer, mas como a sua vida, de seu bebê e a possibilidade de voltar a poder ver Reymond dependem disso resolve aceitar. Se levanta muito lentamente da cadeira e com a ajuda de Grace entra no carro vagarosamente.

...***...

A partir desse dia Pietra ficou no apartamento, sobre os cuidados de uma empregada contratada por Grace. Estava indo bem e conseguindo levar a gravidez adiante com tranquilidade e repouso. Depois de algumas semanas conseguiu voltar a se comunicar por cartas com Reymond, somente por cartas e sem dizer sua localização, já que de qualquer forma tinha que se limitar ao máximo em não fazer qualquer esforço, passando a maior parte do tempo alternando entre a cama e o sofá, desse jeito não poderia se encontrar com o filho. As coisas iam bem até que os meses passaram e em uma madrugada sua bolsa estourou. Grace foi correndo para o apartamento depois de receber a ligação de Elen, a moça que ficou responsável por cuidar da gestante, chegou lá rapidamente e encontrou a ex velha amiga sentada no chão do quarto, muito suada e gritando de dor.

— Por que ela está no chão?! – Pergunta desesperada ao ver a cena.

— Ela estava indo ao banheiro quando de repente sentiu muita dor e caiu no chão. – Elen responde com profunda agonia e preocupação, em pé em frente a mulher, de onde não tinha saído nenhum minuto. – Achei melhor não mexer nela até que a senhora chegasse. – Grace corre até Pietra e a olha nos olhos, a mulher faz caretas de dor e geme alto com algumas lagrimas escapando de seus olhos.

— Calma Pietra, vai ficar tudo bem. Vou te levar para o Pillares agora! – Diz tentando passar segurança para a mulher, que segura em sua blusa retorcendo com força e fala.

— Não dá tempo, estou sentindo que ela está começando a sair. – Elen dá um grito e se benze, Grace fica apreensiva e resolve analisar a situação.

— Eu preciso ver. – Diz levantando a camisola de Pietra, tira a cueca que a mesma está usando, por serem mais confortáveis do que calcinhas, a própria Grace tinha as comprado para ela. Então percebe a cabecinha coroando o que demonstra que realmente não dá tempo mais. – Ok, está vindo! E é uma cabeludinha! – Fala com animação e emoção, as outras mulheres no ambiente dão risada. – Vou precisar de sua ajuda Elen! Traga toalhas limpas, minha maleta de primeiros socorros que deixei aqui no armário do quarto e antes de pegar as toalhas lave muito bem as mãos. Mas antes me ajude a coloca-la na cama. – As duas então conseguem levantar Pietra e com certa dificuldade carrega-la até a cama, a deitam sobre os lençóis e tudo é ajeitado para o parto no improviso. Alguns poucos minutos se passam e Grace fala. – Vamos, respire soltando pela boca como te ensinei! – Diz repetindo a respiração cachorrinho mais uma vez. A mulher a imita e Grace a impulsiona. – Força Pietra, empurre de novo! – A encoraja, a mulher geme alto e faz mais força e a cabeça da bebê sai completamente. – Isso, muito bem! Mais um pouco agora, vão sair os ombros. – Elen enxuga com uma toalha o suor da testa de Pietra que puxa os lençóis com gana, faz força ficando muito vermelha e soltando um longo e alto gemido ao final. Os ombros passam e a médica diz. – O ultimo agora com toda sua força Pietra! – As duas respiram fundo enquanto Elen prende a respiração por nervosismo, Pietra grita se curvando ao fazer sua força máxima. Assim a bebê sai completamente e um chorinho estridente é ouvido. Todas respiram aliviadas, Grace sorri feliz olhando a linda nenenzinha de cabelos bem pretos como os de Pietra, corta o cordão umbilical, faz o procedimento de sucção e enrola a bebê nas toalhas. Observa por alguns poucos segundos como ela é linda, com aquelas mãozinhas pequeninas e rosadinhas. Depois a entrega para a mãe que está com um enorme sorriso nos lábios e diz.

— Oi minha neném, eu te amo tanto minha filha! Como você é linda! – Ao falar com a bebê a mesma para de chorar, logo Pietra retira a camisola de cima do seio e o coloca na boca da bebê que mama com força imediatamente. Grace enxuga algumas lagrimas que escorrem por sua face, então vê um flash e se assusta. Olha para Elen que com uma câmera fotográfica na mão faz um retrato da cena de mãe e filha.

— O que foi isso Elen?! – Grace repreende sem alterar o tom de voz.

— Momentos assim devem ser registrados, desculpem! Depois é só revelar o filme e será uma linda recordação. – A patroa faz uma careta, enquanto mãe e filha parecem em um mundo particular de paz e tranquilidade. Ao ver que a neném já tinha parado de mamar Grace se pronúncia.

 - Temos que ir ao hospital, vocês devem passar por exames e tudo da forma correta agora que já está tudo bem. – Pietra olha para a médica e sorrindo muito fala.

— Não tenho como te agradecer Grace, nunca poderei! Você fez demais por mim e por Mia! – Diz com alegria e profunda gratidão.

— Esqueça isso! É gratificante poder salvar vidas... Mia?! – Grace indaga sorrindo.

— Sim, era o nome de minha avó. Sempre achei lindo e sempre quis colocá-lo em minha filha, caso um dia tivesse uma menina! – Fala feliz, cheia de emoção e sensações boas percorrendo seu corpo.

— Lindo nome! Então vamos para o hospital, Elen você vem junto para me auxiliar! – Grace explana, mas percebe algo estranho. Avalia a situação e constata que Pietra está com um sangramento anormal, ainda leve mas pode ser preocupante. Decide não falar nada para não preocupa-la já que logo estarão no hospital. Rapidamente já estão no carro da médica, mãe e filha vão atrás com Elen para segurança delas. Grace dirige rápido mas não de forma afoita. Mas de repente ouve a voz de Pietra, estranha como se estivesse bêbada.

— Grace, eu... Grace, não estou bem... estou enjoada... tonta. – A médica fica em alerta imediatamente, pede a Elen que segure Mia por segurança e dirige com pressa para o Pillares. Ao chegar lá há um grande tumulto, de forma que dá a volta e entra por trás do hospital para evitar a aglomeração de carros e pessoas. Ninguém parece estar disponível, então ela mesma coloca Pietra em uma maca e corre para a primeira sala que encontra. Elen a segue correndo com a bebê nos braços.

— Eu preciso de ajuda aqui, já dei uma medicação intravenosa, mas realmente preciso de auxílio! Vou atrás de mais médicos e você fique aqui com elas! – Grace fala rápido para Elen e corre para fora do ambiente, corre pelos corredores desesperada mas não encontra ninguém disponível, parece que houve alguma catástrofe tamanho o movimento e ocupação do hospital. Acha então sua amiga e diretora do Pillares: Mey Kartter, ao lado de um balcão lendo algumas fichas. – Preciso de sua ajuda! Agora, é urgente! – A mesma nem questiona e as duas correm para a sala, lá Grace explica de forma super rápida os acontecimentos. As duas começam a conferir todos os detalhes, injetam medicações e o sangramento de Pietra piora cada minuto mais, sua pressão que estava super alta cai drasticamente, a mesma entra em choque e tem uma parada cardíaca. – Saia da sala Elen, é melhor para você e a bebê. – A médica e patroa fala para a mulher que sai chorando com a neném nos braços. Depois de alguns minutos e duas reanimações Pietra fica estável, abre os olhos confusa e chama por Grace, com sua voz muito fraca e baixa. – Não fale Pietra, fique calma. Você tem que descansar! – Diz retirando os cabelos suados grudados na testa da mulher deitada.

— Não, não. Traga Mia aqui, agora por favor. Por favor! – Pietra se expressa com dificuldade, mas ao ver a hesitação de Grace insiste fazendo um pouco de força.

— Certo, certo, Mas se acalme! – A mesma a responde e vê Mey sair da sala e voltar com a bebê nos braços. Se aproximar da maca e colocar o pequeno embrulho sobre o peito da velha amiga. Pietra sorri e beija a testinha da bebê.

— Grace, estou sentindo que as coisas não estão bem. Por isso, se algo me acontecer quero que me prometa que ficará com Mia e a criará como sua filha de verdade! – Diz com tranquilidade na voz, agora um pouco mais forte.

— Não Pietra, você vai ficar bem, tudo vai ficar bem! Não se preocupe, por favor. – Grace fala sentindo um aperto enorme no peito.

— Me prometa, estou te implorando! Ninguém pode saber que ela é minha! Ninguém, nunca! Ou Astolfo pode fazer algo contra a minha menina! Me prometa Grace pelas vidas de seus filhos, que ela será sua filha também e que Astolfo nunca vai colocar as mãos em minha filha! – Ao dizer essas palavras algumas lagrimas despontam dos olhos de Pietra, Grace sente um nó na garganta e seus olhos ardem muito. – Grace! – Pietra fala chorando e olhando nos olhos da velha amiga, que cai em prantos também.

— Eu prometo, prometo! Ela será como do meu sangue, tão minha quanto Christian e Elliot! E jamais Astolfo saberá dela! Jamais! – Grace diz e segura a mão da amiga sobre a bebê, enquanto um soluço escapa de sua boca.

— Obrigada! Eu nunca quis ferir você Grace, me perdoe mais uma vez! Você sempre será minha melhor amiga! – Dito isso o alarme que indica risco de morte da paciente dispara, Pietra respira fundo beijando sua menininha mais uma vez. – Eu te amo! – Diz olhando para ela, a diretora do Pillares retira Mia do colo de Pietra a levando para fora, enquanto a mesma diz olhando para o pequeno embrulho sendo levado. – Diga que eu a amo, muito e para sempre. – Fala e revira os olhos. Grace corre fazendo procedimentos para mantê-la viva e nivelar sua pressão, dessa forma Pietra abre os olhos mais uma vez.

— Eu te perdoo, você sempre será minha melhor amiga! Sempre! – Grace diz chorando e olhando nos olhos de Pietra que sorri e fecha os olhos para sempre. Grace se desespera, tenta reanima-la de todas as formas juntamente com Mey que já retornou, as duas fazem todo o possível, mas nada funciona. – Não! Não! – Grita fazendo mais uma vez massagem cardíaca em Pietra inerte. - Me perdoe! – Grace diz chorando muito, sente-se culpada por não ter conseguido salvar-lhe a vida, deita a cabeça sobre o peito da amiga e chora ali por alguns minutos. Por fim se levanta, dá um beijo na testa de sua eterna amiga e olha em volta da sala. Nem tinha se dado conta de que Mey não estava mais ali com ela. Sai do ambiente e vê Elen chorando muito sentada em uma cadeira no corredor. As duas se abraçam com força e em seguida a senhora Kartter se aproxima das duas. A mesma tinha ido levar Mia para fazer os exames de praxe e depois ser encaminhada para o berçário.

— Então Grace, o que faremos? Já que eu também ouvi o pedido de sua amiga. – Indaga preocupada.

— Vou cumprir exatamente o que ela me pediu, precisamos trocar a causa da morte dela e colocar Mia como filha de alguma outra paciente que tenha falecido. – Diz enxugando as lagrimas, mas com firmeza pois isso tudo é crucial.

— Hoje o hospital está uma loucura por causa do engavetamento de carros na rodovia. Vou aproveitar disso para trocar a papelada. Já fiquei sabendo que há uma mulher com seu bebê que faleceram após o parto, vou trocar a bebê de Pietra pela criança, assim você poderá adota-la com tranquilidade e vou colocar a causa da morte de sua amiga como ataque cardíaco, assim ninguém saberá que ela teve uma filha. – Explica o que fará, claro que tem um pouco de medo já que é uma atitude totalmente fora da lei. Mas como a situação não prejudicará ninguém sua consciência está tranquila.

— Ótimo, assim tudo está resolvido. Elen, quando te contratei você já sabia do sigilo sobre Pietra, agora é fundamental que nunca conte a ninguém, absolutamente ninguém sobre os acontecimentos dessa madrugada! Você me entendeu?! – Grace é extremamente taxativa com a mulher que seca as lagrimas e com a boca trêmula responde.

— Pode confiar em mim senhora Éllenis, nunca contarei para ninguém! Tinha grande apreço por Pietra, se tornou uma amiga valiosa para mim! E se é para proteger a pequena Mia, tem minha palavra de honra! – A mulher cruza os dedos na frente da boca em sinal de jura.

Foi assim que tudo ficou resolvido, no dia seguinte Grace contou tudo a Carrick que explodiu em fúria. Ficou profundamente triste com a morte da amiga, além de chocado e magoado com Grace por tê-la escondido por meses, no final aceitou a situação como ficou estabelecida por ser o melhor para a pequena Mia e entrou com o processo para que eles a adotassem. O homem chorou muito e sempre que lembrava do ocorrido grande tristeza o abatia. Assim ele e Grace ficaram brigados por meses, não se falavam ao não ser na frente das crianças para disfarçar. O amor de Carrick pela pequena foi instantâneo, a linda bebê virou a alegria da família. Até mesmo Christian deixou de ser encrenqueiro, seu jeito e personalidade não mudaram, mas com a irmã caçula em casa passou a ter uma doçura que antes não possuía.

— Fim do Flash back –

CONTINUA...


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Notas finais do capítulo

Que capitulo emocionante gente!!!
Nossa muitas lagrimas...o próximo está bombástico!!!
Então comentem muito e favoritem a fic quem ainda não favoritou!
Foi gigantesco esse ein?!
Uma linda semana para todos e Vai BRASIL!
(hoje tem jogo gente hahaha)
Beijinhuuus ;*



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