50 Tons - Sem Saída escrita por Mary Kate


Capítulo 18
Bip.


Notas iniciais do capítulo

Olá minhas queridas!
Resolvi presenteá-las com mais um cap esta semana!
Leiam as notas finais e ótima leitura ;*



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Estamos todos sentados novamente na sala de espera da UTI. Christian alisa minha mão em seu colo com carinho, estou extremamente aliviada por ele estar bem. Os exames e o médico constataram que ele não sofreu um trauma grave, não há sequelas ou motivos para se preocupar. Só devemos ficar atentos às próximas horas porque é padrão. Sobre Mia estamos aguardando suas reações após a transfusão, pelo que fiquei sabendo terá que receber mais sangue, mas infelizmente hoje não posso doar mais. Se amanhã ou depois ainda não houver resposta dos bancos de sangue eu serei a doadora novamente. Estou muito ansiosa para poder vê-la, mas nenhum de nós foi liberado para entrar na UTI ainda. Encosto-me ao ombro de Christian para me aconchegar e ouço sua voz baixinho.

— Você deve estar com fome, aliás todos nós precisamos fazer uma refeição. Aposto que minha família não come há horas assim como nós. – Levanto o rosto para olha-lo, tão lindo, ah como eu estava com saudade dele! Acho melhor não falar da sopa, se não terei que falar do mal estar também e não quero ser impedida de doar o sangue novamente, caso seja necessário.

— Poderíamos ir ao refeitório do hospital, enquanto aguardamos também a liberação para ver Mia. – Digo na mesma altura que ele. Meu marido sorri para mim e se levanta, me puxando junto pela mão. Os três pares de olhos familiares se voltam para nós.

— Vamos todos ao refeitório do hospital, precisamos nos alimentar porque ninguém mais aqui pode ficar doente. Mia precisa de nós fortes e saudáveis para dar a força que ela precisa. É sério mamãe, todo mundo aqui precisa repor as energias, principalmente você. – Christian os encara enquanto fala, e estende a mão para a mãe enquanto a adverte. Grace faz uma careta enquanto pensa, depois de alguns segundos se levanta o que faz com que Elliot e Carrick a acompanhem. Meu esposo dá um beijo na testa de sua mãe e seguimos para o elevador.

...***...

Estamos todos sentados em uma mesa grande no restaurante do hospital, cada um termina sua refeição em silêncio. O clima realmente não está bom, estamos todos tensos e cheios de expectativas aguardando respostas sobre o quadro de Mia. Com certeza todos comemos a pulso e sem a menor satisfação. Os homens pediram bife e salada, Grace tomou uma sopa e eu termino minha salada verde com frango empanado rolando o ultimo pedacinho de frango antes de levá-lo a boca. Então olho para o lado e vejo uma moça loira e muito bonita, com uma calça jeans rasgada e uma blusa preta cheia de cortes que acabam mostrando um pouco do sutiã preto rendado se aproximar do balcão de pedidos. A acho tão familiar, continuo encarando até ouvir Christian me perguntar.

— Por que está olhando tão atentamente para Katherine Kavanagh?! – Olho para ele que está com as sobrancelhas franzidas, sorrio.

— Ah sim, ela foi ao nosso casamento! – Penso que é daí que a conheço, mas sinto que há algo a mais. Minha mente se aperta, sinto que há algo para lembrar. Então a olho mais uma vez, a mesma gargalha para o balconista e um estalo vem ao meu cérebro! Foi ela que me ajudou aquela noite, quando fiquei completamente bêbada, além de furiosa e magoada com Christian, na boate daquela naja oxigenada. Sorrio feliz, eu tenho muita afeição por ela! A mesma foi tão boa comigo aquela noite, só que eu nunca conseguia me lembrar do rosto dela. Tenho que falar com ela! Levanto-me e meu marido segura em minha mão me parando.

— O que está havendo? – Me pergunta confuso.

— Depois te explico melhor, mas estou feliz em ver Katherine e preciso falar com ela! – Explano rapidamente e já me desvencilho para ir ao encontro da loira. Aproximo-me e a ouço falar para o atendente.

— Não tem mesmo como você colocar um pouquinho de vodka na vitamina?! – Ao terminar de falar solta uma pequena risada. O rapaz que está corado, sorri e passa a mão no rosto um pouco aflito e envergonhado. Pelo visto já foi conquistado por ela. Toco em seu ombro e a mesma se vira rapidamente.

— Oi Katherine! – Digo sorrindo. Ela parece surpresa, seus olhos verdes contornados de lápis preto se arregalam e então ela sorri e me abraça. Retribuo o abraço, damos risada. Nem sei porquê, acho que temos uma boa conexão, sabe aquelas amizades instantâneas?! Quando a gente conhece alguém e sente que já conhecia. Soltamos-nos do abraço e ela segura em meus braços enquanto fala.

— Anastácia! Uau! Nunca imaginei te encontrar aqui! Aliás, faz algumas semanas já que nos vimos... não trocamos telefone e eu não tinha como falar com você. E eu queria muito! – Sorrimos.

— Pois é! Tanta coisa aconteceu, na verdade eu tive um apagão depois daquela noite... não me lembrava dos detalhes. Mas enfim, estou tão feliz em te ver! Você foi ótima para mim num momento tão delicado, já sinto que somos amigas. – Tagarelo.

— Sim, somos sim! Como você está? Por que está aqui no Pillares Medical Hospital? – Sorri enquanto fala, mas depois fica séria e parece preocupada ao me perguntar.

— Eu estou bem sim... Mia sofreu um acidente e está na UTI, estamos a família toda aqui. – Aponto para a mesa onde estão todos nos olhando com curiosidade. Minha amiga visualiza a mesa e então aos seus olhos se encontrarem com os de Elliot se vira imediatamente para mim.

— Nossa... sinto muito! Como ela está? – Fala compassadamente.

— Estamos aguardando uma nova informação, o estado dela é muito delicado. – Fico muito triste ao dizer isso, sinto meus olhos marejarem e Katherine me abraça com carinho. – Mas e você, como está? Porque está aqui? – Falo enquanto nos soltamos aos poucos.

— Eu estou bem, meu irmão que trabalha demais, é nerd demais... bla – Fala fazendo graça e acabamos rindo. – Caiu da escada na casa dele, quebrou o pé direito. Ia ser liberado, mas o médico detectou que ele está com estafa, devido à vida tão dedicada ao trabalho que ele leva e por isso mais uma leve anemia, assim decidiu deixa-lo internado por alguns dias. Chegamos hoje pela manhã... Eu dei apoio total à internação, é claro. Porque sei como ele é cabeça dura e não iria se cuidar direito em casa, iria correr para o trabalho! – Ao final revira os olhos, me divirto com o jeito que ela fala do irmão.

— Entendo. Quer se juntar a nós? – Pergunto apontando a mesa, a mesma olha para mim pensativa mas ao encarar a mesa se volta para mim balançando a cabeça negativamente.

— Não, obrigada. Só vim pegar uma vitamina e já vou para o quarto de Ethan fazer companhia para ele que está com um humor péssimo porque o médico proibiu o uso do celular. Queria um pouco de vodka na minha bebida para me dar mais paciência para lidar com ele, mas o garotão aí não quer me ajudar! – Primeiro está pensativa, mas depois seu bom humor volta e ao se referir ao rapaz do balcão entorta a boca e olha para ele acirrando os olhos. O mesmo cora ainda mais e nós rimos. – Mas tudo bem. – Fala fazendo um biquinho torto. – Nossa mãe chega logo mais para render o turno da noite e eu caio fora! – Diz empolgada.

— Tudo bem, acho que vamos acabar nos encontrando mais por aqui... – Digo um pouco desanimada, esse não é o tipo de situação que a gente quer encontrar uma amiga.

— Sim, podemos marcar para vir conversar aqui no restaurante enquanto eu estiver de pajem do meu irmão e vocês aguardam a melhora de Mia, que eu tenho certeza que vai ser logo e ela vai ficar bem! – Seu olhar é de apoio para mim enquanto fala. – Me passa o seu número, assim a gente pode manter contato melhor. – Fala enquanto pega um celular do bolso traseiro de seu jeans.

— Estou sem celular... acabei jogando longe e quebrando. – Levanto os ombros e faço uma cara de criança que aprontou ao explicar. Katherine gargalha com os olhos espantados.

— Tudo bem, então a gente espera a sorte para nos encontrarmos de novo... ou então podemos fazer sinal de fumaça, ou usar um pombo correio como era séculos atrás! – Começa um pouco pensativa e depois dá risada. Acabo rindo também.

— Vamos fazer assim: amanhã quando você voltar para ficar com seu irmão, passe na ante sala da UTI de traumas e descemos juntas para bater um papo. – Explano.

— Claro, ótima ideia! Devo chegar antes do horário do almoço e passo lá para te buscar. – Diz feliz, o rapaz do balcão a entrega seu copo de vitamina avisando que não pôde fazer nada com relação a bebida alcoólica, a mesma fala para ele relaxar e nos despedimos com acenos de cabeça e sorrisos. A loira vai embora e eu caminho devagar em direção à mesa em que três pares de olhos cheios de curiosidade me observam. Enquanto Elliot segue atentamente Katherine até a mesma desaparecer de nossas vistas.

— Muito bem, agora eu posso saber como você e a senhorita Kavanagh se tornaram tão intimas? – Christian dispara antes mesmo que eu me sente.

— Calma Christian! – Digo levantando as mãos em sinal de rendição. Sento-me e reparo que Grace já não está mais nem prestando atenção à situação, seus olhos parecem perdidos observando uma parede, Carrick olha o celular, mas Elliot me olha com visível inquietação, parece doido para me fazer perguntas. – É bem simples. Você se lembra daquela noite que me levou para conhecer a Greeck Nights? Eu encontrei com Katherine no banheiro, acabamos conversando bastante e ela me deu muito apoio, porque você sabe como eu estava chateada... – Respiro fundo por me lembrar quão aborrecida eu fiquei com ele. O mesmo fica tenso, sei que se lembra de tudo o que aconteceu. Seu maxilar se enrijece. – Então fizemos uma boa amizade. Infelizmente desde aquela noite não tínhamos mais nos visto, mas apesar da situação foi uma grata surpresa encontra-la aqui. – Explico por fim.

— Ela te deu o número dela? – Meu cunhado dispara. Olho para ele e respondo.

— Não, não tinha como anotar. Mas vamos nos ver amanhã. – Christian vai mencionar algo e mais uma vez Elliot tagarela.

— Vocês já marcaram um horário? Vai ser aqui mesmo no Pillares? – Demonstra ansiedade em sua fala.

— Vai ser aqui sim... – Começo a explicar, mas meu marido me interrompe.

— Ah, já chega Elliot! Qual é o seu problema? – Fala e encara o irmão que revira os olhos e faz um bico de insatisfação, depois respira fundo e termina de beber seu chá gelado. – Por que ela está aqui Ana? – Christian olha para mim ao perguntar.

— O irmão está internado, quebrou o pé ao cair de uma escada e o médico achou melhor que ele passasse uns dias aqui, porque está com estafa e uma anemia leve. – Explico compassadamente.

— Vocês também precisam se cuidar, para não acabarem internados por isso também. – Finalmente ouço a voz de Grace.

— Querida eu já não trabalho mais tanto assim, faço poucas audiências e mais do que tudo somente gerencio o escritório e os outros advogados. Não precisa se preocupar. – Carrick responde a esposa alisando sua mão por cima da mesa.

— Eu sou um bon vivant! Trabalho o suficiente e estou satisfeito com o sucesso que tenho, de trabalho não morro. Já um certo executivo aqui... – Elliot entorta o rosto apontando para Christian. – se não fosse Anastácia surgir em sua vida, muito provavelmente acabaria moribundo, cercado de aparelhos e babando ordens de trabalho, enquanto as mãos tremelicavam. – Ao terminar de exemplificar, meu cunhado cai na risada, seu jeito espontâneo me dá vontade de rir também, mas coloco as mãos na boca para suprimir o riso quando Christian o encara mortalmente. Depois olha sério para mim.

— Calma crianças, parem com isso! Vocês não se comportam nem em um hospital. – Grace os repreende com doçura.

— Ah Christian não leva a sério, foi só uma brincadeira. – Digo alisando o braço de meu esposo, o mesmo bufa e eu sorrio para então beijar sua bochecha.

— Quem disse que foi brincadeira?! – Elliot diz com bom humor, jogando um guardanapo no peito do irmão, que pega e joga na cara dele de volta. O ar parece mais leve, estamos dando risada quando uma enfermeira vem até nós.

— Familiares da senhorita Grey Éllenis? – Todos paramos instantaneamente, ela nos olha com seriedade. – O Dr. Toporos gostaria de falar com a família da paciente. Rapidamente nos levantamos, seguimos para o elevador e chegamos ao andar já conhecido o mais rápido que conseguimos. Um senhor grisalho com uma prancheta na mão e uniforme de médico está parado ao lado do balcão nos aguardando.

— Senhoras, senhores. – Acena para nós, está muito sério, o clima é pesado não acho que ele tenha nada bom para nos contar. – Infelizmente a paciente não resistiu. – É como se uma bomba explodisse, sinto o sangue fugir de meu corpo. Grace grita um não e começa a chorar, Elliot levanta as mãos passando nos cabelos com força, se agacha cobrindo o rosto com as mãos. Carrick abraça sua esposa que se debate, o senhor chora ao mesmo tempo em que consola a esposa. Olho para Christian que parece em choque, seus olhos estão arregalados e vermelhos e ele não sai do lugar.

— O que o senhor está dizendo? Não, não, não! Isso não é possível! – Digo já em um tom mais alto do que eu gostaria, estou exaltada e desesperada, não posso acreditar! Me recuso a creditar. – Onde ela está? Eu quero ver Mia! – Digo andando já em direção as portas dos quartos onde há pessoas entubadas em cada um, posso ver através dos vidros. Pessoas me seguem, ando e falo ao mesmo tempo que quero vê-la. Acho então uma movimentação de profissionais saindo de um dos quartos mais a frente, corro e entro mesmo sentindo que alguém segura em meu braço, desvencilho-me com força e paro com frente a uma cama. Olho para Mia, deitada, com os olhos fechados, como se dormisse tranquilamente. Não há aparelhos ligados a ela, somente em seu dedo o plugue ligado ao monitor de batimentos cardíacos que não faz barulho e duas linhas lisas apontam a nulidade de vida em minha tão amada cunhada e tia. Aproximo-me dela e toco em seu rosto gelado, meus olhos ardem e lágrimas caem de meus olhos apavorados sobre seu rosto pálido. – Não, não! Por favor, Mia acorde! – Digo olhando para ela, seguro em sua mão. – Por favor Mia, viva!!! – Grito e choro, sinto alguém me abraçar, pelo cheiro reconheço ser Christian, o mesmo me aperta em seus braços com força.

— Eu exijo que tentem reanima-la, agora! – Ouço a voz de Grace exaltada.

— Dra. Grace, nós já fizemos todo o possível. Infelizmente... – O médico diz e é interrompido.

— Não quero saber, não quero saber! Façam alguma coisa, agora! – Grace esbraveja. Viro minha cabeça até então escondida no peito de meu marido para olhar a situação. Há médicos e enfermeiros obervando a cena entre a porta e começo do quarto, Carrick tenta segurar Grace com aflição, enquanto lágrimas escorrem pelo rosto do senhor. Já minha sogra não chora mais, seu rosto está conturbado, como de alguém em alta fúria. Percebo então que Elliot está encostado a uma parede no fundo do quarto, segurando o rosto vermelho e com lagrimas caindo sem parar. Doutor Toporos parado ao lado da cama de Mia está visivelmente mexido com a situação, tem os olhos marejados. – Se afaste da minha filha! – Grace grita e empurra o médico, vai até o aparelho desfibrilador que há do lado da cama e o liga. – Afastem. – Exclama e dá um choque no peito da filha que se move involuntariamente, faz duas vezes sem obter nenhum sucesso.

— Grace, por favor! – O médico exclama tocando o braço de minha sogra que se desvencilha, mexe no aparelho parecendo dar carga total e grita novamente.

— Afastem! – Vejo mais uma vez o corpo de Mia se mexer involuntariamente, escondo meu rosto no peito de Christian chorando alto. O barulho de mais uma descarga é ouvido, então uma tosse abafada surge. Olho desesperada para a cama, vejo minha cunhada e tia tossir com o rosto caído para o lado, mas seus olhos ainda fechados. Exclamações de surpresa são ouvidas por todo lado, as enfermeiras afastam Grace rapidamente, logo várias pessoas estão ao redor de Mia. Ouço o aparelho que mede seus batimentos cardíacos que nesse momento bipava sem parar, novamente apitar com linhas finas sinalizando sua parada cardíaca e o médico manda que nos tirem da sala.


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Notas finais do capítulo

Esse cap está intenso e cheio de lágrimas não é meus zamores?!
Fiquei aflita daqui!
Sobre o capitulo anterior, senti falta dos coments de várias
leitoras assíduas e que sempre me fazem feliz com os comentários...
o que aconteceu gente?
Comentem muitoooo, pois isso me incentiva demais!
Além de que fico comovida com cada coment, pois sinto como uma carinho
muito grande...enfim quero ver vocês ein!
Beijuuuss ;*



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