50 Tons - Sem Saída escrita por Mary Kate


Capítulo 16
Em meio a tempestade.


Notas iniciais do capítulo

Olá lindonas do meu coração!
É com grande alegria que surpreendo vcs com mais um cap essa semana!
Agradeço muito o carinho pois estou feliz demais!
Mas o próximo cap agora só semana que vem e para que chegue cedo quero
que a fic alcance pelo menos 30 favoritações. Pq já tem dezenas e dezenas de acompanhamentos no modo privado e isso não é justo comigo né gente?!
Vamos curtir e comentar aí, sou tão legal ;)
Esse cap está bafônico e os que vêm por aí mais ainda!
Ótima leitura ;*



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Estou no meu velho esconderijo em Seattle, meu calmo e bom terraço que fica em um prédio empresarial muito alto. Descobri há muito tempo uma forma de entrar escondidinha e quietinha e chegar aqui, onde as nuvens parecem estar tão perto de mim. Nessa manhã elas estão mais cinzentas do que nos últimos dias, o sol está escondido e talvez eu não possa ficar tanto tempo quanto gosto, pois creio que vá chover. A primeira vez que vim para cá tinha dezesseis anos, foi quando mamãe foi embora com Bob. Naquele dia senti como se o mundo me sufocasse, precisava de ar ou fugir de tudo se fosse possível. Mas como não tinha para onde ir, andei pela cidade meio sem rumo até passar na frente desse prédio e olhando do chão aqui para cima pensei como seria bom conseguir ficar quietinha perto do céu. Então entrei no prédio escondida e desde então esse terraço é meu lugar, fico feliz por ninguém nunca ter me descoberto aqui. Hoje mais uma vez como nos últimos dias, vim para cá logo cedo aonde pelo menos tenho paz para pensar sozinha e ver a vida do alto. Estou sentada numa das bordas balançando as pernas, se alguém me visse assim até pensaria que estou tentando me matar afinal não é nada seguro o modo e onde estou sentada. Mas o que importa tudo isso?! Minha vida acabou, a única coisa boa que já tive se desfez. A única pessoa que pareceu se importar comigo verdadeiramente na verdade mentiu para mim, me traiu e ainda por cima me odeia por ter mentido para ele. Nem sei quem foi pior nessa história, se fui eu ou ele. Já que eu também menti e o enganei, mesmo que contra a minha vontade. Faz alguns dias que tudo aconteceu, que eu senti que o chão faltou de baixo dos meus pés. Eu acho que nunca vou conseguir refazer dos pedaços que me tornei, já que uma parte importante de mim ficou com Christian Grey Éllenis. Respiro fundo enquanto algumas lágrimas rolam por minha face, é só o que tenho feito ultimamente vir para o terraço logo pela manhã e chorar, assim passo meu dia. Então no final da tarde ou começo da noite vou para o hotel onde estão Bob e mamãe, acabei me hospedando lá também. Foi um reencontro difícil entre nós, ao mesmo tempo em que nos abraçamos com saudade, ela também brigou comigo por ter vendido nossa casa, depois chorou e depois brigou por outras coisas. Enfim, constatei que realmente ela voltou a beber, pois suas oscilações de humor estão ainda piores. Bob está extremamente abatido e pelo que me parece terá que ser internado novamente. E claro vou usar minha mesada para cuidar dos dois, vão ter o melhor tratamento que eu puder pagar. Talvez outra pessoa em meu lugar abriria mão de tudo que Christian me deu ou ainda vai dar. Mas eu não farei isso, primeiro porque esse foi o acordo do casamento que eu teria o dinheiro que preciso, segundo que a empresa de meu avô na verdade é minha, ele nunca me reconheceu como neta mas eu sou sua a única verdadeira herdeira então tenho total direito a usufruir desse dinheiro e por ultimo e mais importante não sinto que tenha condições de trabalhar. Daqui a um tempo quando me sentir mais forte voltarei a estudar e assim quando me formar poderei finalmente buscar emprego em minha área tão amada: a literatura. Estou tão entretida em meus pensamentos que nem percebo alguém se aproximar de mim, mas de repente me assusto com um trovão o que me faz olhar para o lado e perceber um homem sentado ao meu lado. Olho para seu rosto e não posso acreditar em quem estou vendo!

— Calma Ana, por favor volte mais para trás. Você está sentada a beira de um prédio de mais de trinta andares, e não acredito que esteja tentando se matar...está?! – A voz repugnante de José me dá nojo, sua cara me dá ódio, minha vontade é de soca-lo. Mas então me dou conta que desde que o vi estou impulsionada para frente de forma que parece que vou me jogar. Endireito-me para trás para poder me levantar e sair da onde estou, não confio mais nesse homem quem sabe se não está planejando algo e pode tentar me jogar prédio a baixo. Percebo que agora me sinto um pouco trêmula, acho que meu corpo reage a ultima vez que nos vimos. Sinto medo e ando para trás o encarando, ele me olha com cara de paisagem e também se levanta caminhando em minha direção.

— O que você quer? Me deixe em paz!!! Você não tem o direito de vir atrás de mim, muito menos de estragar o meu lugar especial, o único lugar que tenho paz e posso pensar sozinha! – Grito com ele.

— Aninha... Vamos recomeçar! Eu nunca quis te machucar, foi empolgação demais naquele dia! Vamos, me dê uma chance de te fazer feliz! – Fala languidamente se aproximando de mim, segura meus braços. Olhando seu rosto assim de perto vejo uma cicatriz em cima de sua sobrancelha, foi onde o atingi com o vidro da outra vez. Quem me dera dessa vez também tivesse algo para atingi-lo, mas estamos só nós dois no topo de um prédio onde nem que eu grite ninguém ouvirá.

— Me solte por favor. – Digo baixinho, meus olhos o encaram com suplica não sinto que tenha forças dessa vez para uma briga. O moreno alto me encara com os olhos brilhando e sorri.

— Ah Ana! Você é tão linda, tão cheirosa. – Fala ao pé de meu ouvido após cheirar meu pescoço. Sinto meu corpo tremer, estou apavorada. – Me dê um beijinho, só um. Então podemos descer e conversar na minha casa com calma. – Diz olhando em meus olhos com loucura, suas mãos me apertam mais. Sinto nojo só de olhar para sua boca, como pode um homem tão bonito se tornar horrível perante meus olhos?! Para ver como a beleza tem muito mais a ver com aquilo que a pessoa representa para você. – Vamos Anastácia! Não quero te forçar, eu sei que você estava com saudades de mim, não banque a difícil. – Me diz enquanto uma mão alisa meu rosto, mas não importa o que aconteça eu não vou me render a esse maluco.

— Não!!! José me largue agora!!! – Grito juntando todas as minhas forças e o empurrando o mais forte que consigo. Assim acabo me desvencilhando e José cambaleia um pouco distante de mim, quase cai no chão. Mas se empertiga e caminha em minha direção com fúria. Agarra-me pelo cotovelo e levanta sua outra mão como se fosse me dar um tapa.

 - Você não aprende mesmo não é?! – Diz com os olhos brilhando de fúria.

— Solte ela agora, seu filho da puta!!! – Ouço uma voz que mais parece um trovão, olho para o lado e Christian se aproxima de nós, seus olhos queimam de raiva, seu caminhar parece de um soldado no campo de batalha, suas mãos já estão em punho. Ele está visivelmente furioso. Pelo susto José me solta mas não se afasta de mim.

— Quem é você?! – o meu ex-amigo pergunta confuso.

— Seu pior pesadelo! – Christian vocifera e vai para cima dele com tudo, o atinge com um murro na boca. José cambaleia e se levanta indo para cima dele, mas não tem a menor chance. Christian o soca varias vezes e o moreno cai no chão, nesse momento meu esposo o segura pelo colarinho se preparando para bater nele mais uma vez. Então me dou conta que meu choque foi tão grande que nem ao menos me mexi. Resolvo me meter, antes que Christian o mate. Não por José, mas meu defensor não merece ir para cadeia por matar um verme como esse homem.

— Christian, pare por favor! Ele já está muito ferido, aprendeu a lição. – Christian continua o segurando e o punho fechado pronto para bater mais. – Christian desse jeito você vai mata-lo. – Digo me aproximando, seguro em seu obro já que ele está agachado. – Não quero que você vá para cadeia. – Nesse momento o sinto retesar, sua mão se abre aos poucos, mas ainda não larga José. – Por favor, se levante. – Falo com tranquilidade, ele ainda demora um pouco mas aos poucos solta seu oponente o largando com fúria em direção ao chão, o mesmo se bate no cimento. Respiro fundo, aliviada. Meu marido vem em minha direção. Nos olhamos, acho que nem sabemos o que dizer um para o outro. Ele começa.

— Eu sinto muito. – Seus olhos me encaram com algo diferente, fala com tranquilidade. – Anastácia eu... – Nesse momento Christian é interrompido por José que o bate forte com um pedaço de madeira, vejo o imponente grego a minha frente cair no chão desacordado. Grito desesperada.

— Christian!!! José o que você fez? – Sinto lagrimas escorrerem por minha face, meus olhos ardem. Apressadamente me agacho para tocar em meu marido desacordado, o viro para que se deite de barriga para cima. Constato que ainda respira, mas sangue escorre devagar de sua cabeça sujando minhas mãos que o apoiam. – Meu Deus! Christian, por favor não morra. – Suplico chorando. – Seu miserável!!! – Grito olhando para José que ri jogando a taboa de madeira para longe, logo vem em nossa direção com o rosto todo machucado, inchado e sanguinolento.

— Então foi com esse merdinha que você se casou... eu vi em alguns jornais e tabloides. Quase não acreditei que fosse você. Daí quando soube que a minha doce Aninhazinha tinha voltado para Seattle vi a chance de ficarmos juntos! Mas pelo visto esse lixo vai querer nos atrapalhar ainda e você é só minha Ana! Só minha!!! – Diz gritando, suas expressões estão completamente alteradas. Acho que esse homem está completamente louco. O tempo parece acompanhar os acontecimentos, o céu está ainda mais escuro e o vento é forte ainda mais por estarmos tão longe do chão. José se aproxima de nós e puxa Christian de meus braços.

— Não!!! Solte ele!!! – Grito fechando minhas mãos com força, minha vontade é de puxa-lo de volta mas tenho medo de que ficar o sacudindo possa mata-lo. Não sei o que essa pancada causou, tenho que manter a calma. – José por favor, não faça nada com ele eu te imploro! – Falo chorando ainda agachada.

— Gosto disso Anastácia! Pela primeira vez parece estar mais maleável comigo. – Diz gargalhando e se afastando com meu marido seguro pelo peito, se afasta devagar pelo peso de Christian suas pernas se arrastam no chão. Levanto-me rapidamente, meus olhos arregalados, sinto um desespero sem igual.

— Pare, eu te imploro! O que você quer fazer com ele?! – Digo totalmente desesperada com um agonia sem igual. Tenho que fazer algo, não é possível que isso esteja acontecendo.

— Simples minha cara, vou me livrar dele assim poderemos ficar juntos, - Diz arrastando Christian até a beirada do prédio. Meu coração bate mais rápido do que qualquer vez antes, sinto que se algo acontecer a ele não vou conseguir mais viver.

— Não, não, não! – Digo desesperada. José para com o corpo desacordado a margem do terraço e me encara. – Eu fico com você, mas largue ele longe da borda do prédio. O coloque no chão. – Falo devagar.

— Você só está dizendo isso para me enganar. Eu não sou idiota! Sem ele na sua vida com certeza você poderá ficar comigo! – Diz revoltado.

— José, eu voltei para Seattle não foi?! Eu quero você sim, só não tinha coragem de admitir antes. Venha me beijar. – Minhas palavras saem compassadas, mas sinto que por dentro estou como um furacão de emoções. Ele me olha pensativo. – Vai dizer que você não tem vontade de fazer sexo comigo aqui nesse terraço?! Hoje é o dia, venha! – Jogo uma cartada mais ousada, estou desesperada. Faço qualquer coisa para salvar a vida de Christian, mesmo que meu estomago revire só de pensar em ter algo com José.

— Você faria amor comigo agora? Aqui? – Pergunta com os olhos brilhando de luxuria, parece que de alguma forma consegui atingir o alvo. Balanço a cabeça afirmativamente.

— Nós o largamos lá dentro do prédio e trancamos a porta do terraço, assim ninguém poderá nos impedir. Agora, vamos lá! – Digo com falsa empolgação. Vejo que Christian se mexe um pouco deve estar acordando, fico ainda mais angustiada. José fica pensativo, então larga Christian no chão de qualquer jeito o que me dá ainda mais pavor por ele estar ferido. Mas enfim consigo respirar com um pouco de alivio por ele não tê-lo jogado lá em baixo. O moreno alto vem em minha direção com olhos queimando sobre mim. Sinto-me totalmente vulnerável e oprimida, mas se esse é o preço que tenho que pagar para que saíamos vivos dessa situação nada me resta fazer ao não ser ter esperança de que um milagre vai acontecer para que sejamos salvos desse maluco. José me agarra prontamente com suas mãos fortes, sua boca começa a beijar meu pescoço e meu rosto, sinto que o sangue de seus ferimentos vai deixando um rastro por minha pele onde seu rosto toca, suas mãos passeiam por meu corpo apertando sem nenhuma delicadeza. O vento gelado bate em minha face me causando arrepios e outro trovão ecoa no céu. Tenho vontade de chorar ainda mais e gritar, mas tenho medo de reagir e José se vingar em Christian de uma vez. Sua mão suja de sangue segura meu rosto com força e seus olhos estão nos meus com um brilho lunático.

— Esperei tanto por isso, eu te quero demais! – Fala se aproximando de minha boca, quando ouvimos.

— Parado! Largue a moça imediatamente! – Olhamos para o lado e vários policiais invadem o terraço juntamente com Taylor que corre para acudir Christian. Mas José me puxa segurando em meu pescoço e braço com força, nos levando até a beira do terraço.

— Eu não vou larga-la! E se vocês não me deixarem ir eu vou jogar ela lá em baixo! – Diz furioso. Meu corpo volta a tremer, sinto minha pulsação tão acelerada que é como se meu coração estivesse em minha cabeça.

— O senhor está cercado, se fizer alguma bobagem não sairá daqui com vida. Seja inteligente e conseguirá ficar bem. – Uma policial a frente dos outros fala com autoridade e calma. José fica pensativo, parece que vai me largar quando vemos Christian se mexer e se levantar com a ajuda de Taylor. Percebo que José fica furioso e se vira comigo rapidamente em direção à margem do prédio, quando sinto que vou ser jogada ouço um estampido muito alto, seguido por mais dois. São tiros. Nesse momento sinto o peso de José despencar sobre mim de modo que caímos deitados no batente, meu rosto está para fora do prédio e vejo quão alto estamos. Essa altura nunca me assustou mas dessa vez um frio na barriga como um iceberg se instala em meu abdômen. Logo ouço passos e pessoas nos puxando, os policiais nos resgatam. Olho para todos os lados e vejo paramédicos chegando, alguns correm para socorrer Christian, José é colocado em uma maca e outros dois médicos vêm até mim.

— Senhora, olhe para nós! Rápido mais uma maca aqui, ela está toda ensanguentada. – Os ouço dizer, mas é como se as coisas passassem em câmera lenta, vejo movimentação para todo lado. Estou em choque não consigo me mexer. Mas acabo falando com um fio de voz.

— Esse sangue não é meu. – Eles me fazem sentar em uma maca e começam a me examinar ali mesmo para ver se realmente não estou com nenhum ferimento. Ao constatarem que não recomendam que mesmo assim eu vá com a ambulância para o hospital fazer alguns exames. Sinto que o choque vai passando e me levanto. – Eu estou bem, cadê Christian?! Preciso saber dele. – Falo aflitamente e rápido me desvencilho dos médicos, vejo que ele não está mais aqui. Há somente uma movimentação grande de policiais. Saio pela porta do terraço e desço as escadas correndo, minha aflição foi tanta que nem pensei em elevador, peguei o primeiro caminho que encontrei. Ao chegar ao térreo nem sei como consegui descer tantos degraus e tão rápido. Está tudo muito movimentando, ouço sirenes e vejo muitas luzes do lado de fora do prédio corro para fora. Trovões ecoam cada vez mais alto. Meus pulmões ardem, o ar parece me queimar por dentro de tanto que o puxo. Então visualizo sentado na entrada dos fundos de uma ambulância na calçada Christian sem sua camisa, com um cobertor sobre os ombros enquanto um médico cuida do ferimento atrás de sua cabeça. Corro para lá e o olho profundamente aliviada. Nossos olhos se encontram vejo que ele respira profundamente e sorri, sorrio de volta. Ele estende a mão e eu me aproximo a segurando.

— Você está bem? – Perguntamos os dois ao mesmo tempo. Sorrimos, então eu prossigo antes que ele dispare a falar. – Eu estou bem, doutor ele está bem? – Pergunto ao médico, o mesmo me olha rapidamente.

— Sim, houve um pequeno corte na cabeça. Mas aparentemente não é nada grave, a recomendação é seguir para o hospital para fazer alguns exames por garantia. – Fala normalmente. Respiro mais tranquila.

— E você Ana? Está toda suja de sangue... já te examinaram? – Christian fala preocupado, e tentando se levantar mas o médico o segura pelos ombros.

— Esse sangue não é meu. Estou bem, fique tranquilo! Você tem que se cuidar, vá para o hospital. – Digo sorrindo fraco, olho para ele com uma pontada de dor em meu coração mas imensa felicidade por ele estar bem. Então me viro e começo a caminhar vagarosamente para o lado oposto da calçada. Ouço Christian gritar com o médico com seu jeito mandão de sempre para parar um pouco e esperar, escuto mais trovões e olho para o céu que está cor de chumbo.

— Anastácia o que está fazendo?! Onde você pensa que vai? – O grego já está atrás de mim, viro-me não consigo não olhar para seu lindo peito desnudo, sua barriga tanquinho. Esse corpo o qual me perdi tantas vezes. Olho para seus olhos que estão cinzas como o céu.

— Estou indo embora, você precisa se cuidar. – Falo simplesmente.

— Você também precisa, vamos ao hospital juntos e quando sairmos de lá vamos ter a conversa que precisamos ter. – Fala compassadamente mas com autoridade.

— Christian... eu não sei. – Respiro fundo. – O que você veio fazer aqui? – Pergunto me sentindo um pouco triste, agora o nosso ultimo encontro começa a reaparecer em minha cabeça.

— Vim falar com você, precisamos conversar com calma. – Diz com convicção. Então algo me surge enquanto ouço um estrondoso barulho que anuncia a chuva prestes a cair.

— Como você sabia exatamente onde eu estava?! – Me sinto levemente estressada.

— Ah Ana! Não acredito que vamos começar com essas coisas! O que importa?! – Fala exaltado, franzo o cenho sentido a irritação tomar conta de mim grito que me conte. – Tem um localizador no celular que eu te dei. – Fala passando a mão no rosto com cansaço. Fico irada e retiro o celular do bolso do meu sobretudo e jogo longe o fazendo se partir em pedaços.

— Então é assim não é?! Você se acha o deus, acha que pode controlar a todos e fazer tudo o que quer! – Grito me afastando a passos rápidos, ele vem atrás de mim. Já sinto os pingos grossos de chuva começarem a atingir minha pele.

— Por que você tem que ser tão cabeça dura?! – Pega meu braço e me vira de frente para ele. – Eu sei que eu sou controlador, me desculpe, mas hoje esse fator foi sua salvação. Se eu não tivesse chegado aquele podre teria feito sei lá o que com você! – Grita enquanto nossos olhos queimam olhando-se. Faço uma careta por causa dele e pela forte chuva que lava nossos rostos.

— Sim, mas isso poderia ter matado você! – Grito sentindo meus olhos se encherem de lágrimas. – E eu não suportaria que isso tivesse acontecido! – Dou um tapa em seu peito ao mesmo tempo em que grito as minhas palavras. Christian me solta, percebo que seus olhos se enchem de lágrimas. Então me viro rapidamente e caminho a passos largos. Meus passos são pesados, minha roupa está inteiramente molhada e grudada em meu corpo. Nesse instante para maior surpresa de minha vida ouço a voz de Christian gritar para mim.

— Eu te amo! – Paraliso completamente, minha respiração se acelera e eu passo a mão em meus cabelos molhados que grudam em minha face. Lentamente me viro em sua direção. Ele está com o cobertor que antes o enrolava agora em seus pés, a chuva escorre por seu corpo, sua expressão é de felicidade e ostenta um lindo sorriso no rosto. – Eu te amo Anastácia Steele Kaligarys Éllenis! Eu nunca achei que isso fosse possível mais é! – Diz parado, começo a andar devagar em sua direção chorando ainda mais, porém sentindo uma alegria como nunca tive antes.

— Você me ama mesmo?! – Digo ao estar bem próxima a ele que sorri grande para mim.

— Amo você mais que tudo!!! – Grita olhando para cima com os braços abertos, depois olha para mim. Sorrio gigante e pulo em seus braços, nos abraçamos e ele me suspende. Então seguro o rosto dele para falar.

— Eu te amo! Te amo tanto! – Sorrio ao dizer isso, os olhos de Christian brilham de felicidade e assim nos beijamos, o beijo mais apaixonado que duas pessoas poderiam dar. É carinho, emoção, paixão, saudade e tantas outras emoções que sentimos nesse beijo. Há um alivio muito grande também, é a melhor sensação do mundo. Christian me coloca no chão novamente e nos olhamos com carinho. – Eu nem acredito que isso esteja acontecendo. – Digo feliz e aliso seu rosto, mas me lembro que ele está ferido e me preocupo. - Você tem que ir ao hospital, tenho que me certificar que está realmente bem. – Meu marido abaixa o rosto e me dá um selinho mas percebo que faz uma careta.

— Tudo bem, vamos. – Concorda e seguimos de mãos dadas para outra direção.

— Christian a ambulância está para o outro lado. – Digo confusa.

— Eu sei, mas eu não vou de ambulância. O carro está ali. – Aponta para mim, o olho com preocupação. – Fique calma eu vou para o hospital, mas Taylor leva a gente. – Balanço a cabeça pensado como esse homem é difícil, mesmo ferido só faz o que quer, sorrio comigo mesma pois ele é o meu cabeça dura. Chegamos próximos ao carro.

— Olá senhora Éllenis, é muito bom vê-la novamente e bem. – Taylor me diz com sinceridade nos olhos.

— Digo o mesmo Taylor, estava com saudade de você! – Sorrio para ele. – Agora vamos levar esse teimoso para o hospital. – Faço um biquinho enquanto falo, Christian sorri e entramos no carro após Taylor abrir a porta prontamente. Passam-se alguns minutos, ficamos de mãos dadas dentro do veiculo o tempo todo até que o smartphone de meu marido toca, penso que ele não vai atender mas depois de ler no visor que é sua mãe atende rapidamente.

— Oi mamãe! – Diz feliz. – Um longo silêncio se instala enquanto ele escuta o que Grace diz, percebo que ela fala muito rápido. Não consigo ouvir o conteúdo, mas ela está falando muito mais alto que o de costume. Christian fica tenso. – E qual é o estado? – Pergunta muito sério, fico tensa só de pensar que é algo realmente grave. – Não se preocupe, tudo vai ficar bem. Estou indo para Atenas agora! – Suas palavras saem tão tensas quanto estão os músculos de sua face. Desliga o telefone, o encaro assustada.

— O que houve Christian? – Pergunto. Ele me olha com os olhos marejados, sinto um frio na barriga imediatamente.

— Mia foi atropelada e está em estado muito grave no hospital. – Minha mão vai à boca, sinto meus olhos se encherem de lágrimas. Tenho muito amor por Mia, desde o momento em que a vi pela primeira vez me senti ligada a ela. Abraço Christian para consola-lo, estamos os dois sem palavras.

— Taylor para o aeroporto agora! – Fala comigo ainda abraçada a ele.

— Mas Christian você está ferido, precisa ir ao hospital. – É tanta coisa ao mesmo tempo, tenho medo por ele, estou aflita demais por Mia. Meu coração está apertado, temo que não seja bom para ele andar de avião após uma pancada na cabeça.

— Temos que ir para Atenas agora, eu estou bem. Lá farei os exames necessários. Não se preocupe. – Alisa meu rosto enquanto fala. Mas eu sinto muito medo por tudo, meu coração está pequenininho de tanta aflição por eles dois. Sei que não adianta teimar com ele então só me resta rezar para que dê tudo certo e cheguemos logo à Grécia.


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Notas finais do capítulo

E essa tempestade ein gente?! Foi muita emoção para o meu coração!!!
Amooo esses dois s2
Obrigada pelo carinho meus zamores! Quero ver vcs aparecendo!
Um excelente final de semana a tds, bjinhuus ;*



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