50 Tons - Sem Saída escrita por Mary Kate


Capítulo 1
Uma proposta sem saída.


Notas iniciais do capítulo

Olá meninas e meninos, se estiverem por aí ! rsrs Essa é minha primeira fic, estou com muitas estórias na cabeça há muito tempo. Então conforme for com essa pretendo prosseguir postando muitas outras. Sou leitora de muitas fics por isso pretendo ficar próxima as minhas leitoras, respondendo sempre ao que falarem comigo. Decidi além de deixar de ser fantasminha pôr as loucuras da minha cabeça para o mundo ver hahaha :P
Por isso tbm agora eu vou passar a comentar as fics que eu amo daqui, porque quem escreve merece um feedback né gente ?! Enfim boa leitura, espero que gostem ! Bjusss



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/738856/chapter/1

Estou a mais de meia hora no escritório da empresa do meu avô, sentada, batendo aflitamente os pés no chão, já arranquei pedaços da minha cutícula, já pensei em sair correndo e ir embora, mas não é o jeito, fugir daqui não resolveria os meus problemas. Olho para as paredes, para o teto, é um belíssimo escritório, todo em madeira em tom médio, com enormes janelas de vidro, cadeiras e sofá em couro preto, móveis de alto luxo em madeira em tom médio também, nesse prédio super sofisticado, sede da empresa dele. Justo eu Anastácia Steele Kaligarys neta legitima, única herdeira do senhor Astolfo Leíandros Kaligarys, esse senhor de olhos azuis profundos, cabelos totalmente grisalhos, bem mais alto que eu, bem eu tenho 1,62 m então é meio que fácil ser mais alto que eu, mas enfim, apesar do meu avô já estar com seus oitenta e dois anos ele não mudou muito com a idade, permanece com esse jeito grosseiro e impenetrável, duro e mal-humorado. Ele nunca quis me reconhecer como neta, porque seu querido filho Reymond Leíandros Kaligarys se casou como uma americana, de família humilde e sem titulo, ou melhor, como ele sempre fez questão de dizer uma rata americana. Enquanto meu pai era vivo ele aturava, mas depois de sua partida ele simplesmente nos riscou de sua vida abastada. Então eu estou aqui depois de perder tudo, precisando de sua ajuda, fiz tudo o que estava ao meu alcance para não precisar estar aqui nesse momento, mas depois daquele episódio traumático na casa de José tinha que recorrer à pessoa que é meu segundo único parente vivo e que tem obrigação de me ajudar, já que nunca fez nada por mim.

Nesse momento enquanto o encaro com o suor escorrendo por minhas têmporas ele fala ao telefone acertando os detalhes do fatídico encontro com o senhor Carrick Diogo Éllenis, e que irá selar o meu destino.

— Ora Carrick, seu filho sempre quis ficar com a minha empresa, desde que ele se tornou empresário e fundou a Grey-Éllenis não via a hora de encontrar uma forma de tomar o meu patrimônio ! – dá uma risada rouca acompanhada de uma tosse, então junta as sobrancelhas e prossegue- Não há o que entender, estou velho e cansado, minha neta é jovem e não entende nada de negócios além de ser bonita demais para se preocupar com eles, nada melhor do que um bom casamento para resolver as duas questões de uma só vez ! – bate a mão em punho na mesa como quem acaba de ganhar um Nóbel.

Eu olho para meu avô de boca aberta como pode fazer isso comigo ?! Vender a própria neta, ou melhor trocar, se livrar, nem sei. Eu sei que ele nunca se importou comigo mas me fazer de filhotinho em vitrine de pety shop é demais ! Minha vontade depois de ouvir suas palavras é gritar que ele é a pior pessoa que eu já conheci, mas eu realmente não tenho outra opção. Continuo ouvindo sua conversa.

— Que bom que ele está ai com você e aceitou nos encontrar amanhã, assim pessoalmente vocês entenderão melhor o assunto. Tenho certeza que é excelente para todos os lados. Não será nem o primeiro nem o último casamento de negócios, o amor surge com o tempo. – Seu sorriso é amplo e seu olhar profundo pausa sobre mim enquanto balança a cabeça afirmativamente. – Ok, amanhã às 11 horas na sua casa na praia de Sarakiniko. – Então põe o telefone do escritório no gancho e solta uma gargalhada assustadora e volta a me encarar- Muito bem ! Esses imbecis caíram direitinho, agora vou ficar livre de você e ainda poder passar o resto dos meus dias rindo daquele idiota do Christian Grey Éllenis, que se acha muito esperto e vai levar o maior cavalo de Tróia da história !!! – Meu avô ri sem parar e então começa a tossir novamente, estou tão atônita que não sei se consigo responder.

— Acorda menina ! E olha para mim, presta atenção no que eu estou te dizendo ! – seu olhar no meu é desprezo.- Amanhã você não vai abrir a boca nesse encontro, só vai concordar com tudo que eu ou qualquer um dos Éllenis te perguntarem, entendeu ?

— Olha senhor Astolfo, eu não acho que esse rapaz vá querer se casar comigo assim. Hoje em dia as pessoas se casam por motivos mais passionais, não estamos na idade média ! – Falo cruzando os braços e lançando meu olhar mais sensato possível.

— Ah Anastácia, você ainda não entendeu. O Christian sempre teve raiva de mim, acha que passei a perna no pai dele quando éramos sócios e fiquei com a empresa e toda a fortuna que ele investiu nela, fazendo ele abrir mão da parte dele de um jeito arbitrário. Bem, o que não deixa de ser verdade.- passando a mão pelo rosto, dá um sorriso de lado como se lembrasse de algo- Mas o que importa é que a sede dele de reaver o que ele acha que é do pai por direito, vai fazê-lo se casar com você e de quebra você vai estar abastada, não é por isso que veio atrás de mim ? – lança-me um olhar inquisitivo.

A raiva toma conta de mim e fico em pé - Não ! Não senhor, eu vim até aqui e estou passando pela humilhação de te pedir ajuda só porque preciso de dinheiro para poder me manter na faculdade e um lugar para morar ! – Prossigo praticamente gritando- Não é possível! Sou sua neta, única! Nunca me deu nada todos esses anos, e agora eu preciso de uma mísera ajuda para não passar fome, o que não é nada para o senhor e em vez de me ajudar quer me trocar em um negócio imundo! – Gesticulo para todos os lados enquanto falo, mas ele só me olha como se eu não estivesse dizendo nada.

— Os seus problemas não me interessam, sua mãe aquela rata americana quis dar o golpe no meu querido filho !

— O nome dela é Karla, Karla Steele Kaligarys e eles se amavam! – O interrompo ainda gritando, então ele se levanta tão abruptamente da mesa e bate firmemente suas mãos nela que tremo com o susto.

— Não me importa ! – Vocifera. -  Ela sem lenço nem documento se casou com meu filho, que ingenuamente a amava, para o meu desgosto, então o levou daqui, não permitiu que ele prosseguisse cuidando dos negócios da família, e então por culpa dela ele estava naquele barco e morreu naquela explosão ! – O seu grito com as ultimas palavras é acompanhado de uma amargura quase palpável. Vejo emoção nos seus olhos pela primeira vez, eles se enchem de lágrimas, afinal seu filho ele amava.

 Não tenho como não me emocionar, pois a essa altura fragilizada como já estou, perdida, e me sentindo usada e sem saída, ao vê-lo falar do meu pai que apesar de poucas lembranças o amava também, tinha quatro anos quando tudo aconteceu. Lágrimas começam a cair dos meus olhos e abraço o meu corpo na tentativa de me consolar, as palavras saem sem sentir. – A culpa não foi dela, como ela ia saber que tinham posto uma bomba no barco, no seu barco. Estávamos aqui a passeio, para visita-lo. – Seco os meus olhos e ele me olha secamente.

— Pois bem, mas quem mandou implantar aquela bomba só pode ter sido o Carrick, então agora estou mandando meu presentinho de vingança para o filho dele. – Enquanto fala, o senhor grisalho caminha em direção as enormes janelas que dão vista para as ruas solares de Atenas. – O contrato para essa união vai ser bem simples, ele ficará com você e com a minha empresa, e só poderá se separar de você quando tiverem filhos. – Não consigo ver sua expressão enquanto fala, mas posso sentir a sordidez.

— Mas o senhor sabe que não posso engravidar ! – Falo com amargura, sem vontade alguma de pronunciar as palavras, então num ato de nervosismo prendo o cabelo num coque, amarrado nele mesmo, meus cabelos estão abaixo dos seios, sempre que fico nervosa mexo neles.

— Touchê minha cara ! Como ele quer a minha empresa, ficará preso com você sem poder ter herdeiros para sempre ! – Começa a rir e tossir novamente, parece que fica cansado então volta a sua cadeira, suas feições estão caídas, se senta com dificuldade, está até mesmo pálido. Com evidente cansaço na voz prossegue- Não tem pior coisa para um grego do que não ter herdeiros Anastácia, você será o melhor castigo que eu poderia dar aqueles imbecís gananciosos.

— Meu Deus você é um monstro ! – Digo chocada por finalmente entender todo o plano sórdido tramado por ele. Já que não posso ter filhos devido ao acidente no barco, o tal do Christian nunca poderá se divorciar de mim, ficaremos presos num casamento sem amor, sem paixão, sem nada de bom. Não posso acreditar nisso, nunca pensei que seria obrigada a me casar, nem sei como ele é, nunca o vi na vida ! E se for um homem horroroso, grosseiro e rude como meu avô, e o pior que dever ser para cogitar se casar por um contrato. Ah que droga ! Se não precisasse do dinheiro para mandar para minha mãe, acho que sairia com uma mochila nas costas por aí, feito andarilha, para não me sujeitar a isso.

— Então escute bem. – Sua voz interrompe meus devaneios. – Vou pedir para minha secretária agora comprar umas peças de roupa de marca para você, uns sapatos caros também. Ah sim, saltos, você sabe andar de salto alto não é ? – Levanta as sobrancelhas e me pergunta como se fosse uma espécie de mico de circo, o que há de errado com meu jeans surrado e minha blusa básica ?! E tênis são extremamente confortáveis oras. Penso irritada.

— Sei sim, na lanchonete onde trabalhava as garçonetes tinham que usar salto. – Falo emburrada.

— É porque com esse nojo de roupas que você está eles não vão entender nada, a neta de um bilionário tem que estar bem vestida, tem que ser uma dondoca para ser mais exato. – Enquanto fala mexe as mãos com impaciência, e eu me pergunto se esse termo dondoca ainda é usado por alguém, aliás se não sou uma patricinha, é porque tive que trabalhar muito desde os meus 16 anos quando minha mãe resolveu viajar pelo mundo, com um hippie doido e eles nunca tinham dinheiro para me sustentar. Ela ficou muito traumatizada com o acidente, e depois de passar anos tentando se curar do alcoolismo, conheceu no AA o Bob, começaram a viajar por aí e eu tive que me virar. Agora com 22 anos prestes a me formar na faculdade de literatura, tive que vender a casinha que tinha sido a única coisa que deu para comprar com o que foi possível ficar da herança do meu pai, já que meu avô tinha tomado tudo, para poder mandar para eles o dinheiro já que o Bob está doente, aliás muito mal e devido isso eles estão na Indonésia há mais de um ano e não podem voltar para Seattle. Onde eu morava até ontem pelo visto. Somente porque mamãe me ligou chorando da Indonésia, depois de todos os esforços possíveis que eu fiz, vender a casa, mandar o dinheiro dos meus três empregos, estava já sem poder comer praticamente, e por ultimo não tive mais como ficar na faculdade, logo agora prestes a formatura tive que trancar, e ainda o episódio com José que pensava ser meu melhor amigo, só depois de tudo isso resolvi pedir ajuda do meu avô, que não via desde os quatro anos, mas apesar de saber que ele nunca gostou de nós, nunca imaginei passar por mais essa situação. Mas a gente se sacrifica por quem ama, não que eu ame o Bob, mas se ele foi quem conseguiu tirar mamãe daquela tristeza e daquele vicio, mesmo que longe de mim desde os 16 anos, não que não nos víssemos nunca, todo ano uma vez eles me visitavam, ainda ssim eu a amo, e não vou abandona-los a própria sorte nesse momento.

— Você está me ouvindo incompetente ?! – Astolfo vocifera para mim, chacoalho a cabeça e presto atenção nele, somente concordando já que minha cabeça está um nó a essa altura. – Então você vai se comportar bem, como uma dama, não vai expressar opiniões e nem dizer não a nada. Vai estar de saltos e num vestido bem justo, afinal o Éllenis tem que se sentir atraído por você.

 - Ah então eu tenho que ser uma boneca burra, é isso ? – Estou indignada.

— Olha, homens gregos não gostam de mulheres cheias de opinião e personalidade, você tem que ser um troféu e pronto. Agrade ele. Porque se ele não quiser ficar com você, eu não vou te ajudar em nada, não vou te dar um centavo. – A expressão do senhor a minha frente é séria e seu olhar é impassível. Coloco minhas mãos sobre a mesa para mostrar segurança no que vou dizer e o olho taxativa.

— Certo, já que isso é um negócio, o senhor não tem coração mesmo. Vamos ao que interessa, até agora só vi vantagens suas e desses Éllenis, e quanto a mim como vou ficar bem nessa estória ? –Seu olhar demonstra surpresa, o senhor Astolfo não esperava que eu fosse ser direta dessa forma.

— Muito simples, no contrato do casamento vai ser exigido que por mês ele deposite uma quantia de milhares de dólares na sua conta para seus gastos pessoais, você diz quanto precisa, e que sempre que você pedir valores a mais ele terá que te dar. Mais toda a segurança quanto a um divórcio que você saia multimilionária, porém como isso não vai ser possível, você vai ter uma vida cercada de todo luxo podendo ter tudo o que quiser e o dinheiro que precisar para sempre. – Seu sorriso é vitorioso no final da frase, me sinto até entusiasmada por um minuto quando penso em uma vida livre de problemas financeiros, podendo me dedicar exclusivamente aos meus livros, estudos, podendo me tornar a escritora que sempre quis sem preocupações, e que mamãe e Bob vão ficar bem, ele poderá fazer seu tratamento totalmente. Me sinto aliviada, mas no minuto seguinte penso no homem que nem conheço e que irá transar comigo, fazer sexo, não sei, mas amor não vai ser, porque pelo visto esse casamento será munido de ganância da parte dele e de frustração da minha.

— Entendi, tudo bem, vou fazer tudo que o senhor me pedir, mas quero minhas garantias uma por uma nesse contrato. – Falo o olhando seriamente, ele balança a cabeça e pega o telefone, enquanto passa as instruções para a secretária sobre minhas roupas e sapatos eu penso que em algum momento vou arranjar uma brecha para sair desse casamento nem que se passem anos.

— Qual sua numeração de sapato e roupa ? – Me olha sem paciência.

— Sapato 35 e roupa 38. – Digo tímida, sou magra, tenho seios médios, mas um bumbum avantajado, por isso também uso roupas mais largas, para não destacar muito meu corpo, sou do tipo não espalhafatosa. Ele diz o que quer para secretária e então desliga o telefone o pondo no gancho mais uma vez. Percebo que nem com a mesma ele é cordial, é sempre ríspido e sempre dá ordens taxativamente. Então me vem uma curiosidade.

— O senhor está dando sua empresa de mão beijada para o seu inimigo por quê ? Eu já entendi que eu sou uma surpresa maléfica, mas e a empresa, seu maior bem ? – O olho com curiosidade, ele balança a mão direita como quem se livra de algo e respira fundo.

— Minha empresa está com alguns problemas financeiros e também de outras ordens, então vai ser uma surpresa ruim também para ele, vai enchê-lo de dor de cabeça. Mas não duvido da capacidade do Éllenis para resolver tudo, porém de qualquer forma até lá muito dinheiro e tempo ele vai gastar, e se desgastar para acertar tudo. Além do mais estou morrendo Anastácia, esse velho está com câncer de pulmão, e acredite não há mais jeito, gastei muito da minha fortuna para resolver, mas não foi possível. Então vai ser bom poder passar o tempo que me resta livre de dor de cabeça com essa empresa. – Sua expressão é vazia enquanto me conta algo tão sério, fico atônita, mantenho a mesma postura que estava, braços cruzados e cabeça para o lado, mas não deixa de me passar algo: pena, percebo então que o único sentimento que tenho pelo meu avô é pena. Acho que se passam alguns minutos, mas ambos estamos imersos em nuvens particulares de pensamentos. Nesse momento a secretária bate na porta ele a manda entrar. A mesma adentra a sala com uma arara de roupas e duas sacolas, vejo o nome Louboutin nelas, nas roupas ainda não identifico as marcas, mas pelo visto seguem a mesma linha. Meu avô avisa que vai se retirar e que é para a secretária me ajudar a escolher duas roupas e dois pares de sapatos enquanto ele vai almoçar. Sinto-me extremamente tímida de ter que me vestir na frente da secretária, mas ela é uma senhora de meia idade que me trata com gentileza, e seu olhar é tão doce que acabo relaxando. Escolhemos para o bendito encontro de amanhã um vestido branco justo, que fica apertado demais no meu corpo para o meu gosto, além de curto, é tipo um tubinho de alças largas Chanel, e um par de sapatos pipitus preto que não tive como não me apaixonar, apesar de super altos. E como tinha que escolher mais uma combinação, fiquei com um vestido azul do mesmo estilo porem tomara que caia e um par de sandálias vermelhas fabuloso. Só tinha roupa justa nesse conjunto que trouxeram, os menos escandalosos foram os meus escolhidos os outros tinham decotes que iriam passar uma imagem totalmente diferente do que eu sou, ainda mais, aliás.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Para que eu prossiga deem opiniões por favor galera ! Bjuss



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "50 Tons - Sem Saída" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.