Hearts Of Sapphire escrita por Emmy Alden


Capítulo 8
¨s e v e n¨


Notas iniciais do capítulo

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A parte de trás da sua cabeça estava apoiada na grama. Do busto até o pé, seu corpo estava submerso na água congelante do lago.

Ela não tremia, contudo também não era capaz de relaxar.

Tabbris, sua égua, bufava regularmente como quem reclamava do frio.

—Já vamos embora... só mais alguns minutos.— a menina dizia, ainda com os olhos fechados.

Corinna realmente sairia dali logo. O seu lago favorito era o único lugar do mundo que conseguia acalmar seus ânimos e limpar sua mente, então se aquilo não estava funcionando, a garota não via motivos para continuar ali fora se expondo no frio.

Os boatos alegam que os assassinatos sempre são de garotas na idade de vocês.

Quem quer que seja parte desse grupo de assassinos, parece ter um padrão.

Eu não sei se vocês tiveram a oportunidade de conhecer a neta de Earle, mas ela, fisicamente, se parecia muito com você, menina.

Assim como a descrição das maiorias das vítimas.

As palavras daquela mulher ecoavam em sua mente como uma provocação a seus sentidos.

Sua respiração ficava entrecortada e seu coração batia muito, muito forte.

Assim como a descrição das maiorias das vítimas.

A garota não acreditava que as mortes eram por um simples capricho e gosto do assassino.

Principalmente se estava ocorrendo em toda Excelsior. Casos assim raramente eram uma motivação pessoal, e sim uma espécie de missão. Era o que ela acreditava.

Estavam caçando alguém.

Só não tinha decidido se o pior seria ela ser o alvo ou ser apenas uma infeliz semelhança física.

Um barulho de algo se quebrando foi ouvido e ela não demorou a abrir os olhos.

Tabbris ainda batia os cascos no chão impacientemente, porém não havia nenhum graveto ou galho próximo ao animal.

—Quem está aí?— Corinna perguntou se impulsionando para cima a fim de sair da água.

Seu pai sabia ser silencioso na floresta, mas não seria assim se ele estivesse procurando por ela. Além disso, ele estava no comércio.

Assim como Kallien.

Callandrea não seria nem um terço corajosa o suficiente para arriscar-se a andar por ali.

Quem quer que seja parte desse grupo de assassinos, parece ter um padrão.

Certamente era coisa de sua cabeça. Já que as palavras daquela senhora ainda vagavam em seus ouvidos, era esperado que sua mente pregasse peças daquele jeito.

A moça se aproximou da égua puxando o tecido que usaria para enxugar a si e absorver um pouco da água que encharcava as roupas de baixo que usava.

—É melhor quem quer que esteja aí dar o fora, porque se eu te encontrar, você não se safará tão fácil.

Nenhuma resposta veio. Pelo menos, não uma que ela queria.

Tabbris bufou novamente e Corinna inclinou a cabeça para observá-la. A égua não parecia impaciente, muito menos incomodada com o frio.

Parecia...ansiosa.

A menina estreitou os olhos enquanto colocava suas roupas de volta. Subiu no animal tentando ignorar os sinais estranhos que sua mente covarde implantava.

Nunca havia sido uma medrosa, não seria agora que se daria a esse luxo.

Endireitando as costas, a garota puxou as rédeas de Tabbris para que avançassem. Deu uma, duas voltas entre as árvores dos arredores o mais silenciosamente possível, porém não encontrou nada suspeito.

Chacoalhou a cabeça para expulsar aquela paranoia e pegou o caminho para casa. Tinha que se preparar para contar a seu pai sobre outra coisa estranha —e desta vez real— que estava acontecendo com ela.

O silêncio de Evian era pior do que se o homem enchesse a menina de perguntas que Corinna não saberia responder.

A pequena mesa de jantar do casebre estava repleta de cópias da caneta que a menina materializara mais cedo. Ela materializou mais uma e outra vez até que seu pai estendesse a mão e pedisse que ela parasse.

—É o suficiente.—o homem completou quando o móvel se tornou tão cheio que a caneta que a garota materializara pela última vez fez com que outras duas caíssem no chão por falta de espaço.

A ausência de som quase fazia com que os ouvidos de Corinna doessem.

—E então?— a jovem perguntou quando Evian pegou um dos objetos na mão e o analisou com cuidado. A menina poderia estar louca, mas podia jurar que o olhar no rosto dele não era de surpresa, mas apenas pura curiosidade.

O homem passou suavemente a ponta da caneta na palma da mão vendo a tinta nanquim se espalhar rapidamente.

—Desde quando você faz isso?— sua voz não indicava nenhuma emoção.

A garota queria saber se ele estava sendo acusatório, repreensivo, agressivo ou qualquer coisa. Ela aceitaria qualquer coisa.

—Desde hoje pela manhã. —e então ela contou os detalhes do episódio.

—Você simplesmente desejou uma caneta e ela apareceu ao seu lado?— Corinna assentiu com a cabeça.—Tem certeza que você já não estava com ela?

—Não temos nenhuma caneta desse tipo em casa, pai.

O homem sabia. O objeto tinha um símbolo quase que invisível da insígnia do Setor Superior, de onde os deorum governavam e onde eles habitavam. Humanos só tinham vislumbre de um objeto daquele tipo nas Audições.

—Você não contou para ninguém, certo?— o pai levantou-se da cadeira e andou em direção à filha.

—Claro que não.

Desde o dia que havia resgatado aquele bebê na floresta, ele rezara para qualquer divindade existente para que o que estava acontecendo naquele momento nunca viesse à tona. Entretanto, ele deveria saber melhor.

As divindades nunca deram ouvidos a suas preces. O homem só achou que poderia ser diferente. Achou que poderia apenas ser uma benção sem um preço a pagar.

Talvez pudera ter sido um presente que o universo lhe concedera através da mulher que dera à luz na floresta, para recompensar tudo que ele havia tirado do homem. Contudo, parecia que o universo queria lhe tirar aquilo também.

Evian não poderia deixar. Não de novo.

A filha olhava para o homem notando como seus ombros agora pareciam mais pesados, seus olhos cobertos por aquela sombra de tristeza e mistério que ela nunca se aprofundara sobre.

—Pai? Está tudo bem?

O mais velho não respondeu de imediato e quando o fez, apenas lançou outra pergunta por cima:

—Acha que tem chances de ser escolhida esse ano? Chance reais?

A menina queria amenizar o clima e dizer em tom de brincadeira que sim. Era o que ela desejava há alguns anos, mas o olhar de preocupação real de Evian fez com que Corinna apenas desse de ombros.

—Não acha que se fosse para eu ser escolhida, depois de todo esse tempo, já não teria sido?

O pai se forçou a acreditar no argumento da jovem, apesar de saber —bem até demais— que não era assim que os deorum funcionavam. Não era assim que o Setor Superior funcionava.

Não sabia se seria mais seguro para a menina se ela fosse ou ficasse.

Ele segurou o rosto da filha com as duas mãos olhando nos olhos azuis profundos e ela agradeceu internamente pelo conforto. Não sabia o porquê, mas poderia chorar ali. Tantas coisas estranhas acontecendo —tanto no seu imaginário quanto no real— que a garota tinha medo por ele. Pelo olhar de preocupação misturado com aflição genuína. O homem sabia de alguma coisa, tinha de saber.

Talvez ele soubesse como fazer tudo aquilo parar. Fazer tudo aquilo se resolver. O pai sempre sabia.

Uma humana materializando coisas. Não podia ser um peso para o homem, nunca quis ser.

—Vamos dar um jeito nisso, tudo bem? Amanhã comemoraremos seu aniversário e então acharemos uma solução.

Evian deu um beijo na testa da filha ficando cada vez mais certo que a mulher não lhe dera um bebê qualquer.

Corinna havia até se esquecido de que o aniversário em seu registro era no dia seguinte. A Escolha era no dia seguinte. Naquele momento, a jovem não tinha tanta certeza se o melhor seria ser Escolhida e deixar seu pai sozinho. Mas, aquele sentimento que a instigava a seguir adiante, a desejar ser escolhida ainda estava ali.

E cada vez mais forte.

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Notas finais do capítulo

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