Hearts Of Sapphire escrita por Emmy Alden


Capítulo 15
¨f o u r t e e n¨


Notas iniciais do capítulo

Mais um capítulo de HoS! Espero que gostem! Não esuqeçam de comentar/favoritar a história ♥



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A aliança recém formada reuniu-se novamente no momento em que o céu do lado de fora começara a clarear.

Dessa vez, o encontro aconteceu no vagão de Mattia.

O quarto da menina não era muito diferente do de Corinna. Todavia, diferentemente do seu, o local estava praticamente intocado, como se ela não tivesse se dignado a mexer em absolutamente nada.

Era como se a garota nem ao menos tivesse dormido na própria cama.

A arrumação não durou muito, no entanto. Conall e seus dedos inquietos fizeram toda a exploração de ambiente que Mattia se recusara a fazer.

Os três discutiam sobre no que eram bons e Corinna não fazia a mínima ideia de onde se encaixava.

Conall era bom nos combates físicos, Mattia, no combate psicológico.

A menina apenas sabia ler, caçar e… materializar canetas.

Bem...não mais. Ela se corrigiu mentalmente.

Não que aquilo fosse ajudar em alguma coisa e a jovem nem sonhava em revelar também esse pequeno detalhe ao aliados e assim como não podia revelar para ninguém no Setor Superior.

A menos que fosse altamente necessário.

Para Corinna, era visível na feições da garota e do garoto à sua frente que ela era a mais vulnerável do trio.

O alvo mais fácil.

Talvez a jovem não devesse ter suprimido seu poder e então teria um escape, afinal.

Teria a vantagem de poder perder o bom senso e materializar milhares de canetas sobre o primeiro que lhe ameaçasse.

A moça não conseguiu evitar o riso devido ao pensamento ridículo.

—Do que está rindo?— Mattia perguntou e ela riu mais um pouco. —Isso é porque estamos a menos de cinco horas do lugar onde seremos massacrados prontamente? Acha isso engraçado?

A ruiva era do tipo durona, Corinna podia afirmar. Não era de muitas gentilezas ou sorrisos. Não era de muito rodeios ou enrolações. Ia direto ao ponto.

Conall e a menina já haviam se adaptado à rispidez de Mattia quando estava nervosa. Era uma boa técnica de defesa, tinham de admitir.

—Ei, não precisa ficar assim, não é você que não tem nenhuma habilidade útil e vai ser a primeira a morrer.—Corinna comentou puxando um fio solto de tecido de sua colcha.

—Ah, tudo bem, vou fingir que continuo acreditando que você não tem nenhuma carta na manga...está bem, continue mantendo segredo de seus aliados.— a garota respondeu cética.—Quer dizer, saber ler e escrever bem não deve servir para nada.

—Eu realmente gostaria de ter algo guardado, mas não tenho.

Conall cutucou o ombro da Escolhida de Fortuna:

—Olha, você sabe caçar. Isso é uma habilidade notável.

—Nós não vamos ficar caçando uns aos outro como numa floresta.— murmurou em resposta.

—Não, mas você provavelmente tem os sentidos e os reflexos mais aguçados do que o resto de nós, além de uma resistência maior.— Mattia analisou com uma mão no queixo refletindo.—Você pode prever golpes ou até mesmo explorar uma pessoa pela linguagem corporal. Droga, garota, acabei de concluir que ser uma caçadora te faz ter vantagem sobre todos nós.

Corinna apenas revirou os olhos respirando fundo.

—Você é praticamente uma fusão entre Conall e eu, um pouco mais melhorada .

O menino abraçou a caçadora de lado:

—Você é o bebê que eu e Mattia tanto sonhamos.— Mattia fez uma cara de nojo e jogou uma almofada no engraçadinho do grupo. —Mas, sério, se algo der errado, você não vai ter tanto remorso ao enfiar uma lança em algum infeliz.

—Fala isso como se eu fosse uma máquina de matar.

—E isso não é legal? Eu queria ser uma máquina de matar.—o rapaz soltou a garota e fez movimentos estranhos com as mãos.

—Só você acha legal ser algo assim, Conall.—Mattia suspirou impaciente e o moreno soltou um som frustrado.

A maior parte do tempo era assim. Os dois sempre estavam procurando uma oportunidade de discutirem.

Corinna assistia a tudo maravilhada. Nunca tivera muitos amigos ou sequer muita interação com outras pessoas da sua idade.

Era interessante—para dizer no mínimo— observar personalidades diferentes e comportamentos diferentes do dela, Kallien ou de Callandrea.

—É horrível ser o único menino do grupo.—declarou Conall.

—Corinna talvez poderia conversar com um garoto dos vilarejo dela. Você já falou com um deles alguma vez?

A mão da jovem involuntariamente havia parado na pequena pedra do colar, que naquele momento fazia seus dedos formigarem no ponto de contato. Não podia negar que sentia falta dele.

—Nós somos amigos.—sua voz saiu quase como um sussurro. Mattia arqueou as sobrancelhas e pareceu desvendar toda a história da moça com Kallien.

Era assustador a quantidade de vezes que ela fazia aquilo.

—E ele não gostaria de se juntar a nós?— a Escolhida de Amara disse cada palavra cuidadosamente.

—Kallien já está numa aliança.— Conall disse simplesmente sem reparar em como a atmosfera do lugar ficara mais pesada.

Corinna suspirou.

—Oh,— Mattia tocou no ombro da menina como se quisesse confortá-la. Naquele momento, Corinna sentiu sua simpatia pela menina aumentar um pouco mais.—Então, Conall, o senhor se contente em ser único garoto do grupo, foi você mesmo que nos colocou nessa.

—Tudo bem, tudo bem. Estou conformado e pensando bem prefiro estar rodeado de duas belas moças, do que por marmanjos sanguinários.— o menino piscou para as duas e fez uma—das muitas— tentativa falha de um abraço coletivo.

Simpatizantes.

Corinna havia ouvido aquela palavra sendo relacionada ao Sacrifício poucas vezes na sua vida.

Estava sentada em um dos sofás olhando a tela ligada à sua frente.

A imagem do objeto era igual às dos telões do Pronunciamento: limpa, nítida e diferente de qualquer imagem transmitida que já tinha visto no vilarejo de nascença. O que mais assustava a menina era a espessura fina e a área daquela tela que cabia praticamente na palma da mão.

Laeni estava ao seu lado com um caderninho na mão anotando o que disse ser “informações importantes que fariam a jovem ganhar Simpatizantes.” Segundo a Examinadora, o que era apresentado dos Escolhidos na pequena tela era o que a maioria do seu povo pensava.

A foto de Corinna não demorou muito na tela e apenas dois adjetivos foram aplicados à garota:

Curiosa e um tanto misteriosa.

Em outras palavras: “Nem um pouco relevante para eles.”, a garota pensou.

A menina se sentiu ignorante por ter de perguntar qual seria o papel dos Simpatizantes na vida dela e por quê eles—e sua opinião— importavam tanto.

Foi Marjorie que respondeu de maneira resumida que eles eram basicamente os anfitriões dos Escolhidos que eles desejassem. Seus cuidadores.

Seus salvadores.

A maneira mais eficaz de chegar longe naquela competição. Ou sofrer danos mínimos.

—Você entenderá melhor quando chegarmos ao Setor Superior.— Laeni completou ao perceber a cara pouco esclarecida da jovem.

A outra estava na poltrona ao lado com um pequeno espelho na mão no qual conseguia enxergar todos os poros de seu rosto.

Corinna havia se isolado novamente no canto do cômodo. Tinham acabado o café da manhã há poucos minutos. Ainda tentava entender a realidade recém descoberta das duas Examinadoras serem meias-irmãs. Elas eram tão diferentes uma da outra.

—Acho que teremos que despedir Fearis.—a Examinadora dos cabelos cobre comentou passando um creme em suas têmporas.

—É o nosso primeiro ano como Examinadoras e você já quer despedir alguém?— Laeni não tirou os olhos do papel para observar a irmã — Ela está aqui há dois anos, conhece os procedimentos melhor do que nós.

Fearis era a jovem que havia entregado os utensílios de banho para Corinna quando ela chegara. 

A Escolhida também notara que era a menina que trazia a comida, arrumava os pertences e se oferecia para vesti-las, embora Corinna tivesse rejeitado sua ajuda naquela manhã.

A moça era meio atrapalhada com as próprias mãos mas parecia ter boa intenção.

— Ela quase derrubou café quente em mim umas três vezes e está sempre se escorando nos cantos ou pedindo para ser dispensada apenas para ir no banheiro e ficar horas passando mal. — Marjorie agora estava com o rosto coberto pelo creme verde e Corinna não pôde evitar o franzir de sua testa quando olhou diretamente para ela.

—Talvez a menina só esteja doente. Dê um tempo a ela.— Laeni insistiu soltando um risinho ao olhar para o rosto da irmã que fez um gesto feio e estalou a língua.

A mente de Corinna juntou as peças rapidamente. Como se algo se encaixasse, mesmo que ela não tivesse a intenção ou muito conhecimento do assunto.

—Ela está grávida. —a menina pensou em olhar em volta para ver quem tinha falado aquilo até perceber que fora sua própria boca que pronunciara as palavras acusatórias. Entretanto, aquilo não parecia apenas uma hipótese para ela e sim um fato. Embora não soubesse o porquê ou de onde vinha toda aquela certeza.

O caderninho e o espelho das duas deorum estavam agora caídos em suas coxas e elas encaravam a humana.

—Grávida?

—Como você sabe disso?— as duas falaram juntas.

Corinna falou primeira coisa que viera em sua mente:

— Ela usa roupas grandes demais para seu tamanho, enquanto todos vocês, deorum, têm roupas que cabem perfeitamente. Sempre sofre princípio de desmaio e fica horas no banheiro vomitando. Ou ela está realmente com uma doença em seu estado crítico ou, para mim isso, é gravidez.

Parecia que as três prendiam a respiração até que Marjorie disse seriamente, sem nenhuma bondade no olhar:

—Só há um jeito de descobrir.

—Marjorie, não...— Laeni tentou interceder mas era tarde demais.

—Fearis!

Como se estivesse ali o tempo todo, a garota apareceu na entrada da sala.

—Senhorita?- ela externou baixinho ao olhar para Marjorie.

Qualquer pessoa naquela sala era capaz de perceber a intensidade nos olhos iluminados da deorum.

—Vou te fazer perguntas e quero que você seja honesta nas respostas.—a Examinadora disse indo direto ao ponto.

Fearis assentiu e Corinna poderia jurar que vira suas mãos tremerem.

—Você é prometida de alguém?— a garota se encolheu um pouco e engoliu a seco negando com a cabeça. —Tem um namorado que poderá pedir sua mão no futuro? — seus olhos brilhavam conforme marejavam e a interrogadora respirou fundo —Você está grávida?

Silêncio. Silêncio. Silêncio.

Apenas o som suave do trem andando pelos trilhos foi audível durante os dois minutos de silêncio que se passaram.

—E então?— foi Laeni a primeira a falar.

Fearis assentiu novamente e, pelo modo como as garotas olhavam para ela, Corinna desejou se enfiar num buraco e nunca ter revelado sem querer o segredo.

—Onde está o pai dessa criança?— Marjorie se levantou e Laeni imitou seu movimento.

—Me abandonou quando soube e se casou há uma semana.— lágrimas agora banhavam sua face sem repressão.

—Canalha.— a jovem humana sussurrou para si mesma.

—Você sabe o que farão com você se descobrirem? — Corinna e a criada estremeceram ao mesmo tempo ao ouvir o questionamento de Marjorie.

Aquilo não era nada bom.

Fearis se atirou de joelhos ao chão tentando parar de balbuciar:

—N-não conte a eles. Eles não precisam saber. Assim que essa criança nascer, fugirei. Fugirei para o leste e se me encontrarem direi que é meu irmão ou algo do tipo, mas não deixem que façam nada conosco. —a mulher implorava aos pés das Examinadoras.

Corinna estava paralisada, não sabia o que fazer. Era culpa dela. Exclusivamente dela.

—Você sabe que não podemos prometer isso. Se descobrirem sobre você, também saberão que fomos cúmplices.—Laeni se pôs de joelhos da mesma maneira que a garota em sua frente e segurou os seus ombros. —Você sabe o que deve fazer.

—Não! Eu quero o meu filho, por favor me ajudem. Ele é toda a família que eu tenho. —Fearis chorava copiosamente.

Era o som mais terrível que a Escolhida havia ouvido. O som de uma mãe que lutava por uma criança em seu ventre. Uma mãe que não tinha mais ninguém no mundo além daquele ser que se desenvolvia dentro dela.

Ela podia relacionar sua própria história e a da sua mãe, com a da mulher.

Tinha de fazer algo a respeito.

—Tudo bem.—a voz da menina saiu mais alta do que ela desejara e todas a encararam. —Eu te ajudarei.

—O quê?— Marjorie praticamente gritou.

—Corinna, eu sei que sua intenção é boa mas...— Laeni começou, mas moça não deixou que terminasse seu pensamento.

Não poderia recuar. Tinha que fazer o que o seu coração pedia.

—Eu a ajudarei e ponto final.— declarou resoluta como nunca fora antes. —Se vocês não quiserem ou não puderem ajudá-la, tudo bem, mas eu irei até onde puder.

O olhar de Fearis se iluminou para a Escolhida como se ela pudesse, de fato, ser sua heroína. Era uma sensação boa de sentir.

—Você está louca. —Marjorie ralhou.—Acha que só porque foi Escolhida tem alguma influência nas nossas leis?

—Não,— a voz de Laeni era compreensiva. —Corinna está certa. Não deveríamos deixar a garota e o bebê pagarem porque o pai não quis assumir a responsabilidade.

O queixo de Marjorie quase era capaz de tocar o chão quando sua irmã continuou:

—Eu ajudarei também. —Fearis abriu um sorriso e abraçou Laeni, agradecendo diversas vezes.

No minuto seguinte sua expressão mudar involuntariamente e Fearis teve de pedir permissão para correr ao banheiro.

—Vocês. Estão. Loucas.— Marjorie agora tinha panos úmidos nas mãos e retirava o creme do rosto.

Sua feição além de assustadora era de incredulidade, como se ela encarasse de verdade duas pessoas que haviam perdido a cabeça completamente.

—O que há de tanta loucura nisso? Em ajudarmos uma pessoa com dificuldade?— Corinna indagou sem compreender como alguém poderia ser tão cruel a ponto de não fornecer ajuda.

Então a garota lembrou-se de com quem estava falando. Marjorie apenas reforçou o pensamento da jovem ao dizer:

—Você não sabe nada sobre nós, humana. Você não tem o mínimo conhecimento de nossas leis. — estava furiosa. —Entretanto, parece que mesmo conhecendo não adianta, certo, Laeni?— ela encarou a irmã — Por que não conta para ela o que acontecerá com vocês se alguns dos Governantes ouvir um suspiro sobre isso?

Laeni apertou os lábios em uma linha fina. A Escolhida encarou a Examinadora de cabelos pretos.

— O que acontece se eles descobrirem? —perguntou mesmo já esperando a resposta.

A mulher respirou fundo, mas não demorou muito a dizer:

— Matarão a mãe e o bebê e nós seremos consideradas traidoras e criminosas. Eu serei queimada publicamente assim como você será executada.

Corinna estava na janela há quase uma hora. Fearis havia aparecido no seu quarto um pouco antes disso avisando que o trem se aproximava do Setor Superior e que os Escolhidos geralmente gostavam de apreciar a vista.

Em seguida, agradeceu pela ajuda oferecida, deu um abraço agradecido e Corinna notou que já era possível sentir a proeminência de sua barriga.

Deixou que a criada arrumasse seu cabelo pela primeira vez e ela fez coque firme e elaborado. O único conjunto de roupas— o que havia ganhado de seu pai— foi entregue a ela limpo e passado e então Fearis se retirou.

Um grande terreno coberto por escombros e ruínas eram a separação das terras humanas para as terras superiores. O veículo percorria o caminho por uma pista elevada do chão onde estava a terra arrasada.

No exato ponto que o território se dividia claramente e as ruínas acabavam, Corinna sentiu.

Foi leve, porém foi algo novo. Já tinha ouvido descrições de como seria levar um choque e sentia-se exatamente assim. Como se uma descarga elétrica passasse por seu corpo rápida e suavemente.

Provavelmente a barreira mágica que dividia Excelsior que Laeni mencionara anteriormente. Só não sentira a sensação ruim.

Não, não. Não havia nada de ruim naquilo. Era até...revigorante.

A ponta dos seus dedos das mãos e dos pés formigavam, assim como seu colo se aquecia trazendo uma sensação de conforto.

Abraçou os joelhos e deitou a cabeça neles para voltar a observar a paisagem.

Florestas e matas atrativas e fantásticas vinham logo depois. Eram uma mistura de cores harmônicas que pareciam brilhar à luz do dia.

Depois de mais ou menos vinte minutos, residências apareceram no campo de visão. Pequenas casas que logo viraram mansões de magnitude majestosa que iam ficando cada vez mais impressionantes como as que vez ou outra eram exibidas em transmissões em seu vilarejo.

Pareciam serem feitas de outra forma, outra maneira. Chegaram no Centro do Setor Superior.

Ouvira falar sobre tecnologia. Sabia como ela era mais avançada onde os deorum viviam.

Mas aquilo...nunca tinha sido preparada para aquilo. Era um mundo novo. Literalmente.

De repente, concreto tapou sua visão e uma sensação de descida fez com que Corinna se segurasse firmemente. Olhou para a janela do outro lado, mas estava tapada da mesma forma.

—Estamos passando por túneis.— Laeni esclareceu e um segundo depois a paisagem voltou para as janelas apenas para sumir novamente.—Passaremos por mais alguns daqui para frente. Quanto mais longos eles ficarem significa que estamos mais perto de chegar.— ela sorriu solidária.

Talvez pelo quase pânico estampado rosto da menina.

Estar ali era algo que ela sempre quis, pois significava chances maiores de conseguir influenciar uma mudança no modo em que seu povo, os humanos, viviam.

Já tinha ouvido sobre aquelas paisagens e ruas e cidades rapidamente vezes, mas estar tão próxima, olhando com seus próprios olhos a poucos quilômetros de distância com toda aquela soberania e magnitude, parecia um pouco demais para a garota. Como se a dimensão de seus planos fossem muito maior do que imaginara.

—É normal se sentir um pouco intimidada pela cidade mesmo. Eu admito que fiquei na primeira vez que vim ao Centro. Eu tinha 19 anos.— Laeni se sentou no batente da janela na frente de Corinna.

—Como assim? Você não morava no Setor Superior?

—Sim, eu morava e moro. Só que eu vivia na parte campestre do Setor, não na cidade ou no Centro. A minoria da população vive no Centro na verdade.— ela mexeu em uma mecha solta de seus cabelo negro, que hoje estava metade preso e metade solto ornamentando suas vestes elegantes de cor neutra.—Logo você perceberá que os homens daqui são mais autoritários do que os de sua espécie.

—Mais? Acho impossível.—as duas riram e Laeni sacudiu a cabeça como se tentasse esquecer algo.

—Acredite. A menos que você tenha outra característica para dar ao meu pai que me prendeu em casa até minha maioridade, pois não achava correto que mulheres, principalmente suas filhas, participassem de eventos políticos, sociais e até mesmo festividades.

Corinna arregalou os olhos.

—Que absurdo. Isso é insano. —Laeni riu mais um pouco.

—Insano ele ficou quando eu e Marjorie afugentamos todos os pretendentes escolhidos para nós.

A velocidade o trem começou a diminuir.

Marjorie apareceu do nada com um vestido extravagante que parecia ser formado por feixes de luz quando ela se movia. Laeni deu um sorriso enquanto observava a irmã na peça.

—Graças aos Céus, chegamos. Eu odeio viagens de trem.— a primeira disse como cumprimento.

Foi ali que Corinna reparou que realmente rosto da Examinadora tinha uma coloração meio esverdeada, que não tinha nada a ver com seus cremes exóticos, durante toda a viagem.

Laeni tocou o ombro da Escolhida:

—Seja bem-vinda ao Setor Superior, Corinna.

Então o exterior foi tomado por luzes fortes e ouviu-se o barulho das travas das portas sendo desligadas.

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Notas finais do capítulo

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