Hearts Of Sapphire escrita por Emmy Alden


Capítulo 1
¨p r o l o g u e¨


Notas iniciais do capítulo

O capítulo de mapas teve de ser excluído mas vou deixar os links em dois dos 3 símbolos ao fim do capítulo :)



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O burburinho começou antes do sol aparecer no horizonte.

Corinna Lestat extraía o possível de leite vindo da vaca magra, que ela e seu pai criava no quintal do fundo, tomando cuidado para deixar algo para a bezerra recém-nascida que lutava para sobreviver desde o dia que nasceu. Não muito diferente da própria Corinna.

O casebre onde ela morava era localizado em um dos limites da cidade com a floresta que cercava todas as fronteiras de Fortuna com os outros nove vilarejos. A estrada principal era a vista que poderia ser apreciada das poucas janelas presentes na estrutura precária.

Muitos dos habitantes de Fortuna eram obrigados a passar por ali a fim de chegar no centro do povoamento. Geralmente apenas os barulhos das carroças e dos cavalos eram ouvidos naquele horário. Contudo, naquele dia, era possível ouvir vozes e ruídos de exasperação. Aquilo só acontecia em uma época do ano.

Quando o Sacrifício se aproximava.

Corinna franziu a testa para si mesma enquanto fazia as contas e carregava a garrafa de leite preenchida até a metade — não fora possível tirar mais uma gota da vaca sem que isso comprometesse a alimentação do filhote— para dentro do casebre.

Não havia nem mesmo completado quatro meses desde que o último Sacrifício acabou. Ela ainda conseguia ouvir claramente o choro da família Bayou quando a notícia da morte em combate do filho de apenas quatorze anos chegara. Conseguia ouvir claramente as lamentações da família Covencut quando a filha mais velha voltou sem os movimentos das pernas.

O som do chicote como uma ameaça se as famílias não parassem de amaldiçoar os poderoso também podia ser ouvido com algum esforço.

O Sacrifício acontecia todo ano normalmente a escolha dos participantes ocorria logo no Solstício de Verão e a competição perdurava até o fim da estação.

Um trotar familiar de cavalo soou quando Corinna se virou no último degrau desgastado da entrada de seu casebre.

Kallien Steros desceu do animal com uma expressão séria o suficiente para que algo de agitasse na menina.

Não, aquele não era um dia comum.

— Já está sabendo da novidade?— o garoto disse como cumprimento enquanto ajustava sua camiseta de linho grosseiro com uma mão e equilibrava um pacote marrom em outra.

— Bom dia para você também, Kallien.— Corinna respirou fundo ao encarar o amigo a sua frente. Ela ficava impressionada como ele poderia parecer tão exuberante antes mesmo que a manhã raiasse. O garoto rolou os olhos, mas tinha um sorriso brincalhão nos lábios.

— Bom dia, Cori.— ele segurou o rosto da menina com todo o cuidado com a mão que estava livre e beijou sua bochecha. Na verdade, bem mais próximo dos lábios do que da bochecha propriamente dita. Corinna não se incomodou a repreendê-lo pela milésima vez. Kallien se afastou estendendo o pacote marron que exalava um cheiro delicioso.— São da primeira fornada. Vim o mais rápido que pude para que chegassem aqui com uma temperatura agradável.

Foi a vez dela dar um beijo em sua bochecha. Realmente na bochecha.

— Sabe que não precisa continuar fazendo isso. Meu pai e eu conseguimos viver algumas semanas sem o trigo para o pão.— a pequena plantação nos fundos havia ficado arrasada depois de uma tempestade tão intensa que assustara Tabbris, a égua de Corinna, fazendo com que ela esmagasse com os cascos grande parte do trigo.

— Eu sei, mas não vejo nada demais em prover alguns para você enquanto a plantação se regenera.

— Duvido que o seu tio, o padeiro da cidade, também não veja nada demais.— a garota retrucou enfim dando as costas ao amigo quando ele deu de ombros e abrindo o mais silenciosamente o possível a porta do casebre. Seu pai ainda dormia no minúsculo andar de cima. Kallien a seguiu com seus passos largos até a simplória mesa de jantar com lugar para dois. Ele apoiou o pacote marrom sobre o móvel enquanto puxava a cadeira oposta à de Corinna.

O sorriso simples ainda percorria o rosto do rapaz enquanto ele observava atentamente cada gesto da menina ao pôr um pouco de leite em um dos copos, oferecer a ele bocado e voltar à mesa depois de receber uma negação de cabeça. Seus dedos ágeis abriram o pacote tão silenciosamente que Kallien quase ficara hipnotizado.

Corinna deu a primeira mordida no pão macio quase querendo fazer um culto de adoração a qualquer divindade que a permitia comer algo de boa qualidade de vez em quando.

— Sabe que eu não tem o suficiente para te agradecer.— ela disse ao jovem que ainda a observava com admiração estampada. Seu sorriso simples se tornou malicioso quando ele se inclinou sobre a mesa e sussurrou para que apenas ela ouvisse:

— Tenho ideias de meios igualmente prazerosos para nós dois em que você pode fazer isso.— Corinna revirou os olhos, mas sorriu.

— Espero que não esteja postergando a novidade que veio trazer com comida e flertes.— ela disse em tom de brincadeira, mas ficou apreensiva quando o sorriso de Kallien sumiu quase que instantaneamente.

Ele coçou a nuca de um jeito que Corinna sabia que uma notícia bem ruim se aproximava.

— A Praça dos Anúncios.— Kallien disse como se não pudesse formular uma frase coerente.— Pregaram novas datas durante a madrugada.

A garota arqueou as sobrancelhas quando minutos se passaram em silêncio. Ela se obrigou a perguntar mesmo já sabendo a resposta.

— Novas datas para quê?

Kallien respirou fundo.

— Datas para a Audição. Em dois dias se iniciará um novo processo de seleção para o Sacrifício.


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Notas finais do capítulo

Hey, pessoal. Essa é minha mais nova e primeira história de fantasia. Espero que se interessem pela jornada de Corinna e a acompanhem até o fim.

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