A Garota e o Lobo escrita por Manusinha Mayara


Capítulo 7
Minha história


Notas iniciais do capítulo

Oii pessoal!!

Espero que estejam gostando da história, esta sendo incrível para mim!
Aproveitem!



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 - Meu pai faleceu quando eu tinha nove anos de idade. Mamãe demorou muito para se envolver novamente com outro homem, até que conheceu Jack, ele era um ótimo partido, solteiro, bonito, policial e todos pareciam respeitar muito ele. – comecei a contar, parando para tomar um gole do refrigerante que estava no copo em minhas mãos.

Adam permaneceu calado, segurando minha mão, e encarando-me.

— Foi um namoro rápido, depois de seis meses eles se casaram. Minha mãe engravidou logo no primeiro ano deles juntos. Estávamos felizes. - digo, dando uma pausa enquanto todas as memórias boas daquele tempo vinham à minha mente.

— O que houve? – Adam pergunta, incentivando-me a continuar. Sua voz rouca parece cheia de compaixão.

— Naquela época eu era líder de torcida, estávamos no inicio da temporada, então depois de um jogo, eu voltei mais tarde que o normal para casa. Estava tudo escuro, então imaginei que não tivesse ninguém, quando entrei, vi um vaso espatifado no chão logo na entrada e uma trilha com pequenas gotas de sangue escada a cima, eu a segui e no banheiro no andar de cima encontrei minha mãe toda machucada e sangrando muito. – digo, agora com as lágrimas rolando por meu rosto.

Adam aproximou-se gentilmente e colocou um braço sob meus ombros e com sua mão livre, segurou a minha com firmeza.

— Ela perdeu o bebê. Essa foi a primeira vez que ele bateu nela. –respirei fundo, tomando fôlego para continuar – Depois disso tudo piorou, ele a obrigava a aceitar as amantes dele, dizia que era o preço a se pagar pela vida boa que tínhamos à custa dele. Não podíamos fazer absolutamente nada sem sua permissão. Tudo que ela fazia até as coisas mais banais se tornaram motivo para apanhar. Ela havia me proibido de interferir, com medo que ele me machucasse. Mas uma noite... Uma noite...

— Soluços irromperam por minha garganta. Adam com uma habilidade incrível, rapidamente colocou-me em seu colo e começou a me ninar como uma criança desconsolada.

Demorei um tempinho para me recuperar, quando os soluços pararam, voltei a falar:

— Eu perdi a cabeça, eles estavam discutindo no quarto, ela gritava por socorro, parecia sufocar. Subi as escadas correndo, ele a estava esganando. Eu voei em cima dele, ele a largou e jogou-me com força no chão, bati minha cabeça em uma mesa de centro e fiquei zonza. Comecei a rastejar em direção á varanda, queria gritar por socorro, algum vizinho chamaria a policia, mesmo eles não fazendo nada para nos ajudar, eles o acalmariam naquele momento, eles o conheciam. Ele percebeu minha intenção, então veio para cima de mim, agora ele estava enforcando-me, eu comecei a tatear a minha volta desesperada por algo para tirá-lo de cima de mim. Quando estava quase perdendo a consciência, escutei um barulho alto, o corpo dele desabou por cima do meu. – digo, sem coragem de encarar Adam, faço uma pausa e olho pela janela. Uma chuva forte está caindo lá fora.

— Sua mãe? – Adam questionou.

— Sim, ela o acertou com o abajur. Não o matamos, mas ganhamos tempo para fugir. Pegamos o básico e pedimos ajuda a minha avó que deu este carro que minha mãe usa. – respondo, prosseguindo com meu relato. – Contamos tudo a policia e conseguimos uma medida protetiva, eles nos enviaram para um abrigo, mas Jack tem muita influencia, nos encontrou rápido e tivemos que fugir novamente.

— Ele as encontrou de novo agora, não é? – Adam pergunta, parecendo finalmente entender toda a situação estranha de hoje.

— Sim. Ligou hoje no inicio da tarde. Vovó nos deu essa casa e disse que tinha amigos de confiança na policia daqui, que se precisássemos teríamos ajuda de verdade. – respondo.

— Ela tem razão. – ele retruca, seu tom feroz me faz encará-lo. Adam parece irritado, não sei se comigo ou pela situação toda.

— Desculpe. – digo arrependida de ter contado minha história.

— Você não fez nada de errado. – Adam diz.

— Porque está irritado então? – pergunto.

— Porque não posso acreditar nesse imbecil, porque ele não desiste e as deixa em paz?! Se eu encontrar com ele por aqui, eu mesmo dou um jeito nele. – Adam diz, e percebo suas mãos tremerem um pouco.

— Adam, não se meta nisso! – Digo num tom mais ríspido do que eu gostaria. Não queria que ele se machucasse por uma historia que não tinha nada haver com ele.

Ele me olhou com uma expressão incrédula, segurou meu rosto com uma de suas mãos e obrigou-me a encará-lo.

— Porque não quer que eu intrometa? – Perguntou curioso. Como poderia responder a perguntar sem parecer piegas. Como explicar há esse garoto que acabo de conhecer que me preocupo com ele, que não quero vê-lo machucado.

— Eu não... Não me perdoaria se alguém se machucasse nessa historia. – respondo evasiva.

— Mia, eu quero me intrometer em todos os seus problemas. Você entende isso? – Adam diz, sob seu olhar intenso, enrubesço dos pés a cabeça. Isso era uma declaração?!

— Você não precisa. Só vai complicar sua vida e da sua família. Não seria a maneira certa de retribuir todo o carinho que nos deram desde que chegamos aqui. – balbucio está resposta, fazendo-o sorrir.

— Sabe o quanto eu gosto do seu jeito de ser?! – ele pergunta mais para si mesmo do que para mim.

— Adam, eu... – comecei, mas ele interrompeu-me.

— Não diz nada, é muita coisa pra um dia só. – ele diz. De repente sinto todo o cansaço mental tomar conta de mim. Ainda em seu colo, aconchego-me a ele. Adam puxa o cobertor de modo a me cobrir completamente.

— Vai ficar comigo? – pergunto com medo que me deixe ali sozinha.

— Sim, não se preocupe com nada. – ele responde.

Começo a relaxar em meus braços, seu calor me conforta e sei que ficar sem ele deixou de ser uma opção em minha vida.


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Notas finais do capítulo

E ai? O que estão achando?
Tento sempre postar um capítulo por semana, como as aulas voltaram talvez demore um pouco mais de agora em diante.
Comentem!!
Bjos



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