A Garota e o Lobo escrita por Manusinha Mayara
Notas iniciais do capítulo
Olá pessoal!
Aproveitem o capítulo de hoje!
Eu estava em estado de choque, não sabia qual deveria ser nosso próximo passo. Minha mãe havia se trancado no quarto, e eu estava ali no sofá, paranóica olhando para todas as janelas. Quando a campainha tocou, levantei em um pulo, verifiquei quem era antes de abrir.
Droga! – pensei, era Adam, havia me esquecido dele. Não podia fingir que não estava em casa, os carros estavam na entrada e eu não queria ser rude.
Respirei fundo, sequei as lágrimas em meu rosto e abri a porta.
Vi o sorriso de Adam, transformar-se em uma expressão preocupada. Encaramo-nos por um breve momento.
Ele, sem dizer nada, aproximou-se de mim e tomou-me em seus braços. Eu tentei me controlar, mas todo o medo, o cansaço, o desespero tomaram conta de mim, desabei em seus braços e chorei tudo que havia guardado durante aqueles últimos meses. Não desejava mais ser forte, queria ser confortada apenas, me sentir segura e assim era como me sentia em seus braços, como se nada pudesse me atingir.
Ficamos ali um bom tempo, quando minha respiração finalmente se acalmou, respirei fundo, afastei-me um pouco dele e encarei sua blusa xadrez ensopada por minhas lágrimas.
— Desculpe. – digo enrubescendo. Adam olha-me sem entender. Aponto para sua camisa.
— Não ligo pra isso. – ele diz. As coisas com ele eram simples. – Está melhor? – ele pergunta.
— Vou ficar. – respondo, dando um sorriso fraco e pouco convincente.
— Mia, você quer me contar o que está acontecendo? – ele pergunta sério.
Adam não fazia o tipo fofoqueiro, mas não queria incomodá-lo com meus problemas, ele não tinha de se envolver.
Acenei a cabeça negativamente em resposta a sua pergunta.
— Acho que você não está no clima para sair. – ele disse compreensivo.
Acenei novamente com a cabeça.
— Não sei sair, mas ela precisa de companhia. – Mamãe diz de repente atrás de mim nos assustando. Estava muito bem arrumada e com uma pasta que eu reconheci imediatamente em suas mãos. Há quanto tempo ela estava ali nos observando?
— Vai sair? – perguntei com os olhos arregalados.
— Pode nos esperar aqui um momento Adam? – Mamãe perguntou a ele ignorando minha pergunta.
— Sim senhora. – respondeu Adam, com a testa levemente enrugada de preocupação.
Mamãe me levou pelo braço para o canto mais afastado da cozinha.
— Vou ir a policia pedir ajuda. – ela cochicha para mim.
— Mas isso nunca funciona! Ele é um deles, um policial! – digo desesperada pra ela.
— Aqui é diferente, por isso sua avó insistiu que viéssemos para cá. A polícia é mais independente e honesta. – ela explica.
— Mãe, você tem certeza? – pergunto encarando-a.
— Sim. Inclusive seu sogro é o Xerife. – Ela diz soltando uma risadinha leve, antes que eu possa responder, ela caminha de volta para entrada onde havíamos deixado Adam.
Ele nos olha curioso.
— Adam, eu tenho umas coisas para resolver, pode, por favor, ficar com a minha filha. – ela pede educadamente a ele.
— Mãe, eu não preciso de baba. – digo depressa. Ela estava querendo me matar de vergonha!
— Hoje precisa. – ela retruca ríspida.
— Tudo bem! – Adam interrompe a discussão que iríamos iniciar.
— Ótimo! Deixei dinheiro extra para pedirem o jantar. – ela diz saindo apressada.
Eu e Adam observamos enquanto ela estava indo embora.
Quando ela sumiu de nossas vistas, Adam me encarou.
— Você pode ir se quiser esta perdendo a festa. – Digo, sentindo-me relativamente culpada por estar estragando sua noite.
— Não posso não, eu disse que ficaria. – ele retruca, esbarrando de leve em mim e entrando em minha casa. Sua pele estava incrivelmente quente, ou talvez a minha estivesse gelada devido ao medo que senti mais cedo.
Ótimo minha mãe me deixou em casa a noite com um garoto, enquanto tem um maluco lá fora nos caçando.
Reviro os olhos para Adam e fecho a porta.
***********************************************
Observar Adam devorando uma pizza e assistindo filme de terror era hilário, a cada susto que tomava, era uma mordida.
— Tem certeza que não quer mais? – ele pergunta. Eu só havia comido uma fatia, mesmo assim porque ele me obrigou. Não estava com apetite algum.
— Fique a vontade. – respondo sorrindo pra ele.
Estávamos no sofá, fazendo uma maratona do filme pânico. Já estava ficando tarde e minha mãe não voltava. Estava distraída com estes pensamentos quando as luzes se apagaram. Soltei um gritinho abafado.
— Relaxa Mia. Sempre acontece isso por aqui. – Adam diz depressa me acalmando.
— Desculpe. – Digo sem graça por minha reação exagerada.
— Você tem velas? – ele pergunta.
— Sim. – respondo levantando-me e indo para cozinha buscar as velas.
Depois de acendermos algumas na sala, ficamos ali sem graça, meio sem saber o que fazer.
Estava tão frio, que nem as cobertas que eu havia trago do meu quarto, estavam ajudando muito.
— Ainda bem que fiquei por aqui. – Adam comenta. –A fogueira vai virar um fiasco com essa chuva. – ele diz sorrindo pra mim, e apontando para janela a nossa frente.
— Desculpe Adam, deve estar nos achando duas loucas, prendendo você aqui. – digo sem graça. Olhando a chuva que começa a cair lá fora.
— Não me importo sério, vocês duas pareciam assustadas. – ele retruca. Estou prestes a responder quando meu celular começa a vibrar, é minha mãe, atendo depressa:
— Você está bem? – pergunto. Sinto o olhar de Adam em meu rosto.
— Sim, já resolvi, eles vão nos proteger. O pai do Adam é um cara muito legal. – ela diz em um tom de reverencia.
— Está chegando? – pergunto. Escuto sua risadinha ao telefone.
— Não, estou trabalhando, cumprindo meu turno da noite. – ela diz com naturalidade. Com os olhos arregalados encaro Adam.
— Está brincando comigo? – eu pergunto em choque. Sabia que ela estava armando alguma coisa quando o pediu para ficar!
— Aproveite a noite querida. – ela retruca e desliga.
O que é isso? Ela ia me dar de bandeja pro primeiro garoto que aparecesse em nossa porta? Ele ia pensar que era um plano maluco de sedução.
— Que foi Mia? – Adam perguntou sacudindo de leve meu ombro.
— Nada, mamãe resolveu as coisas com seu pai. Ela esta no trabalho agora. – Digo enrubescendo.
— Com meu pai? – ele pergunta curioso. Droga! Falei demais!
— Sim, nosso caso precisa de ajuda policial. – digo. Soltando um suspiro.
— Podemos ajudar vocês, se alguém estiver incomodando. – Adam diz e olho para ele chocada. Como ele sabe que tem alguém?! O que quis dizer com podemos? Ele e seu pai?
— É uma história longa e complicada. – Digo.
— Pelo que percebi, temos a noite toda. – Adam retruca.
Talvez devesse mesmo desabafar, precisava de um ombro amigo, sentia que podia confiar nele.
— Promete não contar para ninguém, nem para Lia? – pergunto.
— Vai ser nosso segredo. – ele responde, segurando minha mão. Sua mão quente é reconfortante.
— Ok, você venceu! – digo desistindo.
Não quer ver anúncios?
Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!
Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
O que acharam??
XOXO