Emily P.O.V

Estava admirada com minha coragem, estava confrontando Sebastian diretamente quanto a seus sentimentos por mim e numa posição nada convencional diga se de passagem. Retirei minhas pernas de sua cintura, coloquei minha mão sobre seu peito e o empurrei levemente para trás. Estava levantando para ajeitar minhas roupas, quando ele me puxou de volta para o chão, manteve - me sentada diante dele.

— Emy, está mais corajosa que o normal, perguntando sobre amor para alguém como eu. – Sebastian disse com pesar, seus olhos encarando os meus. – Alguém que nem se lembra como é sentir isso, o único amor que experimentei foi o de minha mãe. Com todas as outras garotas foi apenas algo físico. – Fico triste ao ouvir está confissão.

— Sebastian... – começo a falar pronta para repreendê-lo, mas ele me interrompe.

— Se amor for o fato de eu me importar mais com você do que comigo mesmo, de ficar a maior parte do tempo me perguntando se está bem e o que anda fazendo, ficar preocupado quando te vejo quieta demais ou pior quando não te vejo durante um dia inteiro. Se tudo isso significa amor... – Sebastian falava muito rápido e sem me encarar, ele olhava o chão como se estivesse envergonhado, como se tivesse acabado de confessar uma fraqueza. Ergui minhas mãos e coloquei uma em cada bochecha dele, obrigando-o a me encarar.

— Assim que se sente? – perguntei séria, encarando seus olhos.

Sebastian assentiu a cabeça afirmativamente. Aproximei-me e toquei levemente meus lábios nos dele, um beijo casto, não urgente como o último. Por fim, me afastei um pouco, apoiando minha testa na sua.

— Eu pensava conhecer o que era amor, mas o que sinto por você me prova que eu estive enganada por muito tempo. Eu quero ficar com você, quero que se sinta se bem comigo, não quero que trate nosso amor como fraqueza, nem que sinta triste ou perturbado por esse sentimento. - digo encarando-o.

Dessa vez, Sebastian aproximou seus lábios dos meus, em mais um beijo leve, repleto de ternura.

— Oposto de triste, me sinto vivo, finalmente encontrei uma motivação. Até parei de me meter e provocar brigas por aí. – Sebastian disse e sorrimos um para o outro, o clima melhorando e ficando leve de repente.

— Então, vamos ficar juntos? – perguntei em expectativa.

— Sim. – ele respondeu com firmeza.

— Namorados? – perguntei em dúvida, queria uma definição para esse relacionamento.

— Não sou um homem de uma mulher só... – Sebastian começou a dizer em suspense- mas por você irei abrir uma exceção. – conclui convencido.

— Metido, está se achando não é?! – digo sarcástica.

Sebastian me puxou, de modo que fiquei sentada em seu colo, de frente para ele.

— Vai dizer que não está louca pra desfilar de mãos dadas comigo pela cidade?- perguntou em tom de deboche. Pensei nisso por um momento e enrubesci com a constatação de que gostaria muito se algo do tipo acontecesse. – Sabia! – Sebastian diz lendo meus pensamentos.

Mais que depressa, levantei-me e comecei a caminhar em direção a trilha que viemos, Sebastian segurou meu braço quando estava chegando próxima as arvores.

— Namorados. – Ele disse esticando um pequeno objeto com um das mãos.

— O que é? – digo segurando. Era uma pulseira, com dois pingentes. Um coração que parecia ser feito de cristal e um lobo esculpido em madeira.

— Para os da minha espécie equivale a uma aliança de compromisso. – ele respondeu, colocando em mim a pulseira. Quando terminou, eu admirei os pingentes.

— É linda, obrigada! – agradeci sorrindo para ele – Mas... – digo pensando um pouco – se você já estava com isso, quer dizer que estava preparado para se declarar a mais tempo? – pergunto.

—Bom, na verdade, estou com isso há umas três semanas. – Sebastian, diz coçando a cabeça sem graça.

— Então, você é meu fã incubado durante muito tempo, parece quem quer desfilar comigo por aí é você! – digo convencida, rindo dele.

— O jogo virou. – ele disse aproximando-se. –Emy? – ele perguntou, aproximando e colocando suas mãos em minha cintura.

— Sim? – digo em dúvida.

— Eu te amo. – Sebastian disse finalmente. Encarei-o abrindo um enorme sorriso, fiquei desnorteada, aquilo parecia mais um dos meus sonhos bizarros! – Não tem nada pra me dizer? – ele pergunta estreitando os olhos para mim.

— Sabe que você estraga o romance com esse tipo de pergunta? – pergunto irônica. Acabo com a distância entre nossos lábios e lhe dou um beijo longo e tranqüilo.

— Já é tarde para estragar, você está em minhas mãos. – ele diz quando nos afastamos.

— Convencido. – digo apoiando minhas mãos em seus ombros.

— Emy? – Sebastian insiste.

— Eu também amo você. – finalmente confesso.

Aprecio o enorme sorriso que se abre em seu rosto, ele está feliz por me ter e eu por ter ele. Depois de muito tempo, finalmente sinto-me completa.

Adam P.O.V

— Não foi tão ruim quanto você fez parecer. – reclamei com Mia. Estávamos deitados em sua cama, nos recuperando do banquete que sua mão havia nos obrigado a comer para comemorar nossa futura união.

— Ela é louca, nunca sei que tipo de reação esperar. – Mia diz sem me olhar.

Minha sogra em um primeiro momento parecia chocada, ela nos encheu de perguntas e pareceu mais tranqüila quando eu lhe confirmei que terminaríamos o colégio antes de nos casarmos oficialmente.

— As mulheres dessa família me amam. – digo convencido, olhando para o teto.

— Até parece. – Mia, estica uma das mãos e dá tapa leve em minha barriga. - Emily tem outro preferido. – ela conclui e sei bem de quem ela está falando.

— Devem estar se dando bem. – digo pensativo.

— Como sabe? – Mia pergunta.

— Pelo gênio forte dos dois, se algo tivesse dado errado já teriam voltado. – explico.

— Tem razão. Você acha que nos dois vamos dar certo? – Mia pergunta de repente, viro meu corpo de modo que ficamos ambos deitados de lado, um de frente ao outro.

— Está com um pé atrás? – pergunto um pouco deprimido.

— Não, só quero um casamento tão cheio de amor quanto dos seus pais e dos seus irmãos. – Mia explica.

— De minha parte, nunca irá faltar. – afirmo, dando-lhe um beijo leve.

Mia abre um sorriso e diz:

— Nem da minha.

O futuro é sempre incerto, mas com ela ao meu lado tinha certeza que teria uma vida plena e cheia de amor.