A Garota e o Lobo escrita por Manusinha Mayara


Capítulo 22
Amor de Lobo


Notas iniciais do capítulo

Oii!

Nem demorei!
Aproveitem o capítulo.



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Emily P.O.V

Senti um toque leve em meu rosto, abri meus olhos devagar, olhos negros me encaravam. Levantei em um sobressalto, estava ainda debaixo da arquibancada.

— Como você me achou? – perguntei espantada com a habilidade de Sebastian em me incomodar.

— Estou procurando há bastante tempo, você é boa nisso de se esconder. – ele responde admirado.

— O que você quer? – pergunto mal humorada.

Ele sorri levemente, levanta-se e estica a mão para me ajudar.

— Te levar a um lugar. –ele diz.

— Não obrigada! – digo levantando-me sozinha sem sua ajuda. Passo por ele há passos duros.

Sinto-o andando atrás de mim, ele sabe o quanto isso me irrita, mas recuso-me a deixá-lo me afetar. De forma abusada, ele segura minha mão e começa a me puxar em direção ao estacionamento. Tento me desvencilhar dele, mas Sebastian parece determinado.

— Dá pra parar? – pergunto irritada. Ele se vira abruptamente, seu rosto muito próximo do meu.

— Emily, eu vou dar o que você quer. – ele responde.

— Não entende. – digo confusa.

— A verdade. – ele retruca, e volta a caminhar me arrastando junto.

Fico espantada ao ouvir isto, existiam então realmente segredos tão grandes que rodeavam quase todos desta cidade. Sebastian que não se envolvia profundamente com ninguém também sabia sobre eles.

— Coloque. – ele ordenou assim que paramos, esticando o capacete para mim. Meu pior pesadelo estava ali, uma moto assustadoramente grande, eu não subiria naquilo.

— Nem pensar. Onde está seu carro? – pergunto, me afastando dele devagar.

— Emily, pode uma vez não ser teimosa? De moto é mais rápido. – ele diz irritado.

— Sabia que a maioria das pessoas que se acidentam no transito, está em cima disto ai. – digo apontando sua moto.

Sebastian solta um suspiro pesado e toma o capacete de minhas mãos, pensei que havia ganhado a discussão, mas para minha surpresa, ele começa a colocá-lo em mim.

— Vou cuidar para que não se machuque. – ele diz quando termina. – Eu prometo. – conclui.

Ele parecia estar sendo extremamente sincero, nos encaramos por um breve momento, aceno positivamente a cabeça aceitando finalmente ir com ele aonde quer que fossemos.

Quando subi em sua garupa, me senti deslocada, não queria segurar-me nele, mas não tinha outra opção. Parecendo perceber minha inquietação, Sebastian segura minhas mãos e puxa meus braços de forma que envolvam sua cintura.

— Segure firme. – ele avisa e arranca.

Eu fechei os olhos e afundei meu rosto em suas costas, odiava aquela sensação de fragilidade. Concentrei-me em seu calor, que alias era incrível, e esperei que chegássemos logo.

Adam P.O.V

Já era noite quando Mia me ligou pedindo para ir vê-la, sentia um arrepio ruim só de imaginar que isto poderia ter haver com algum pedido maluco de Sebastian.

Quando cheguei fui recebido por minha sogra, nos falamos brevemente e subi até o quarto de Mia. Ela estava linda como sempre, utilizando seus óculos de leitura sentada em frente ao seu computador.

— Oi. – cumprimento aproximando-me dela. Tinha de sentir ela em meus braços, isto me completava de uma forma incrível. Abracei-a com força e beijei levemente seus lábios.

— Oi, tudo bem? – ela me cumprimentou desconfiada encarando meu rosto.

— Sim e com você? – pergunto afagando gentilmente seus cabelos.

— Estou bem. – ela respondeu com um sorriso enigmático.

Afastei-me um pouco e me joguei em sua cama, soltei um profundo.

— Esta súbita vontade de me ver, tem haver com Sebastian? – pergunto indo direto ao assunto que me incomodava.

Mia, metodicamente desligou o computador e veio sentar-se na cama a meu lado, colocando seus óculos sobre o criado mudo.

— Falei com ele hoje no colégio, ele ficou de contar a Emily, considerando que ela ainda não voltou para casa, ele deve estar cumprindo com sua palavra. – Ela me informou, sem responder minha pergunta.

— E? – insisto.

— E ele me falou de algo que me deixou bem curiosa... – ela começou, me olhando indecisa, sorri de forma tranqüilizadora deixando a vontade – o que é isso de “amor de lobo”? – ela perguntou me encarando.

Este assunto devia ser tratado por mim e Mia na hora certa, mas Sebastian mais uma vez resolver me irritar. Por que ele não cuidava da própria vida?!

— Mia, eu ia tratar disto com você, mas não agora. – informo-a irritado.

— É segredo? Está bravo? – ela pergunta receosa.

Com um dos braços, enlaço sua cintura e aproximo seu corpo do meu, afundo meu nariz em seus cabelos apreciando seu cheiro doce.

— Não estou irritado com você, Sebastian me tira do serio falando de assuntos que não lhe dizem respeito. – respondo olhando em seus olhos.

— Vai me contar? – ela pergunta curiosa.

— Bom, não há outro remédio. – digo, ajeitando-a em meu colo para contar um pouco sobre os de minha espécie. – Mia, os Lobos dependem de sua matilha, irmandade geralmente está acima de tudo, exceto amor homem/mulher, mas isto é tão raro de acontecer conosco, que quando ocorre é algo precioso, inquebrável, bom pelo menos para nos é desta forma. – fiz uma pausa a encarando.

— Como assim? – ela pergunta ansiosa.

— O que estou querendo dizer Mia, é que quando conhecemos a garota certa, aquela que iremos ficar para o resto de nossas vidas, é como se somente ela existisse, não temos olhos para mais nenhuma. – digo, e percebo sua expressão confusa. – Eu demorei umas semanas para perceber que era você Mia, desde que a vi pela primeira vez, senti algo como um nó em meu estomago, uma sensação inexplicável. Mas quando percebi o que estava acontecendo já era literalmente tarde, já estava encantado pelo seu jeito de ser, sua força, sua beleza, sou seu de todas as formas possíveis.

— Está querendo dizer que estamos presos um ao outro? – ela perguntou parecendo finalmente entender aonde queria chegar.

— Não, estou dizendo que mesmo que você não me queira mais, vou continuar te amando. Não existe outra para mim, somente você. – respondo sincero.

Mia fica em silencio, nos encaramos, eu sabia que não era uma informação fácil de processar, éramos jovens, nossos futuros incertos, não queria que ela sentisse que tinha obrigação de permanecer comigo.

— Por que não me contou sobre isto antes? – ela pergunta.

— Não queria que você sentisse que tem obrigações comigo, sua felicidade é mais importante, mesmo que não seja comigo. – respondo sincero, ao dizer a ultima frase sinto como se uma faca entrasse em meu peito, mas não permiti que ela percebesse.

Mais silêncio...

— Me diga o que está pensando, por favor? - imploro.

Mia me encara, solta um profundo suspiro.

Talvez isto fosse o máximo de loucura que ela pudesse suportar.


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Notas finais do capítulo

Eu achei fofo, mas também bem intenso.
O que Mia irá achar de tanto compromisso assim?!
Até a próxima!



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