A Garota e o Lobo escrita por Manusinha Mayara


Capítulo 16
Tormenta


Notas iniciais do capítulo

Oi pessoal!
Escrevi de uma forma diferente, eu gostei.
Espero que gostem também.



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 Quando despertei, estava zonza, demorei uns segundos para me lembrar de tudo que acontecera nas últimas horas.

Meus pés e minhas mãos estavam soltos. Mas uma grossa corrente estava em meu tornozelo, prendendo-me no que parecia ser um trator velho. Estava em um celeiro.

 Olhei em volta e nem sinal do psicopata do meu ex-padrasto por ali. Levantei-me devagar e comecei a explorar o lugar. Havia duas portas, a maior era o único modo de entrar e sair do lugar, a menor um banheiro imundo. Olhei meu reflexo no espelho e choquei-me com hematoma enorme em minha testa, resultado da bancada que havia levado.

 Queria chorar, mas tinha que me controlar, manter a calma e criar uma estratégia era a única maneira de me livrar de todo este tormento.

 Jack não era estúpido, ele havia retirado tudo que eu pudesse utilizar como arma para me defender dele. A corrente na qual eu estava presa era grande o suficiente para que eu alcançasse as duas portas ali.

O que ele pretendia comigo? Se fosse me matar já poderia tê-lo feito logo no inicio!

Ouvi o barulho das correntes que trancavam principal de movendo, corri de volta para o lugar onde estava deitada e fingi ainda estar desacordada. Ouvi a porta se abrir e seus passos à minha volta. Ele colocou algo pesado no chão ao meu lado, mas não ousei me mover ou abrir os olhos para ver do que se tratava.

Ele saiu do celeiro, mas não ouvi o barulho das correntes, provavelmente estava por perto e iria voltar. Mantive-me quieta pelo que pareceu um tempo logo demais. Ele retornou e colocou mais alguma coisa no chão, então se retirou, trancando a porta.

Abri meus olhos, em frente a mim estava minha mãe, com sangue escorrendo pelo rosto, fiquei petrificada por esta imagem horrível, tentava me lembrar de como poderia fazer para me lembrar de respirar.

Para meu alivio, ela abriu os olhos desnorteada, soltei um suspiro de alivio e a abracei com força, chorando descontroladamente.

— Mãe? Mãe? – Digo, preocupado por ela não dizer nada. Afastei-me um pouco e olhei para seu rosto parecia apática. Ela sorria como se estivesse aliviada, como se estivesse em paz.

Olhei para meu corpo e estava coberta com seu sangue. Levantei sua blusa e vi as marcas de facadas por todo seu abdômen.

— Mãe? Por favor, não faz isso comigo. Eu só tenho você, por favor. – dizia apertando seus ferimentos, tentando conter o sangue que ela perdia.

Seus lábios se moviam, mas não conseguia entender. Aproximei meu ouvido de seu rosto.

— Eles... Estão... Vindo – ela disse com dificuldade.

— Então fica comigo. – digo desesperada.

Ela vira-se devagar com a barriga para cima, eu iria ficar ali até a ajuda chegar, eles iriam salvar ela.

Olhei para o chão em busca do que ele teria trazido, havia uma pequena caixa, puxei com uma das mãos e a abri.

Dentro havia fotos minhas com minha mãe, com meu pai e com Jack. Havia fotos mais antigas, quando meus pais eram jovens. Uma foto em especial chamou minha atenção, meu pai abraçado com Jack. Não sabiam que eles se conheciam...

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P.O.V Adam

— O que foi? Parece preocupado. – Mamãe perguntou durante o jantar. Todos que estavam conosco na mesa, viraram-se para mim.

— Mia e eu estávamos conversando por mensagem está tarde, ela parou de me responder de repente, seu celular está desligado. Estou preocupado. – Respondi, optando pela sinceridade.

— Também estou. – Lia emendou, agora todos se voltaram para ela. – Fui a casa dela, havia umas marcas estranhas na entrada, não havia ninguém lá. – ela concluiu.

— Marcas estranhas? – Meu pai perguntou.

Lia olhou diretamente em meus olhos, parecia bem apreensiva em dizer o que havia visto.

— Sangue. – ela diz finalmente.

Perco o ar por um segundo, saio correndo, transformo-me sem me preocupar com as roupas que acabo se rasgar e corro até a casa de Mia.

 

‘Calma meu filho, não pense o pior’ – meu pai invadia meus pensamentos de terror.

Ele e Luan corriam junto comigo. Chegamos rápido a casa dela, ao chegar a entrada principal, vi as marcas estranhas. Farejei e tive certeza de que era sangue, mas não de Mia, era sangue de sua mãe.

Olho apreensivo para meu pai, ele solta um uivo alto, e sei que está convocando os outros.

Estranho’ – Luan comenta.

 

Vejo através de seus olhos e sei o carro de Mia e de sua mãe estão ali, elas não poderiam ir a lugar nenhum andando, não há essa hora.

Várias vozes em minha cabeça, meus irmãos estão vindo para ajudar. Caminha no entorno da casa, enquanto meu pai faz um breve resumo mental da situação para eles.

A porta da cozinha estava aberta, empurrei com meu focinho e entrei, farejei o cheiro, esperava encontrar vestígios de Sebastian por trás disso, mas o rastro ali não pertencia à dele.

Fui em direção a sala, próximo a porta de entrada, senti o mesmo cheiro, mistura agora ao de Mia no chão.

Subi as escadas, voltando a minha forma humana, entrei no quarto de Mia, não havia nada incomum ali, busquei em seu closet minhas roupas que havia deixado ali, as vesti e continuei por minha busca.

A cena mais aterrorizante eu vi no quarto da Sra. Steele. Marcas de sangue na cama, banheiro e por todo chão do recinto. Fiquei aturdido com a cena, sentia-me perdido, não podia, não queria imaginar que algo pior tivesse acontecido com as duas.

Senti mãos em meu ombro, meu pai estava ali e olhava para o quarto preocupado.

— Leve o cheiro dela para eles. Eu vou chamar a policia. – ele disse assumindo o tom autoritário de xerife.  

— Policia? – ri desacreditado, nenhum policial normal poderia lidar com alguém de nossa espécie.

— Quem fez isso é tão humano quanto sua namorada. – ele diz com firmeza.

Olho para ele sem entender, ele parece saber algo que ainda não sei.

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P.O.V Sebastian

 Depois do chute que levei, acho que me apaixonei ainda mais por Mia. Seu jeito feroz me encantava.

 Caminhava despreocupadamente com um sorriso maroto ao lembrar-me dela. Passei próxima a sua casa e vi quando sua mãe desceu do carro. Ela parecia agitada, tão agitada que parei por um momento para observa - lá.

 Ela correu em direção à porta de entrada e entrou na casa gritando por Mia. Observei enquanto ela ascendia às luzes uma a uma. De repente, um grito alto no segundo andar, seguido pelo barulho de objetos caindo.

 Não costumava me meter, Adam e eu tínhamos um acordo para não aproximar-me da casa, mas que se dane, não devia nada ao santinho.

Joguei minha mochila em uma arvore próxima, retirei minha camisa, quando me preparava para transformar vi um homem, ele estava com carregando à mãe de mia.

 Ele a jogou na caçamba se sua picape, cobrindo-a com uma lona que havia ali. Logo em seguida, adentrou dentro da casa novamente. Era minha chance, então me aproximei do carro.

 Para minha surpresa ela estava acordada, apesar de bastante machucada.

— Eu vim ajudar à senhora – digo com urgência, começando a puxá-la pelo braço.

— Não, deixe que ele me leve, ele levou minha falha. – ela retruca. Senti meu corpo estremecer, queria matar aquele desgraçado. – Nos ajude. – ela suplicou.

— Não se preocupe, estarei seguindo, vou ajudar vocês. – digo com firmeza.

Deixo-a ali e volto para a escuridão das arvores, transformando-me.

Depois de alguns segundos o homem entra no carro, e vai embora. Eu os sigo com cautela, agradecendo por ter velocidade suficiente em minhas patas para acompanhar um veículo.

Aquente firme Mia, é tudo em que eu penso.


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Notas finais do capítulo

O que acharam deste formato?
Pfvr me digam!
Bjos



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