A Garota e o Lobo escrita por Manusinha Mayara


Capítulo 11
Confissões


Notas iniciais do capítulo

Oie galera!! Tudo bom com vocês??

Um dos capítulos mais aguardados, não vão se arrepender quando lerem.



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 Uma tosse interrompe nosso momento, eu e Adam nos separamos depressa e encaramos minha mãe. Ao contrário de uma mãe normal, ela não parecia brava, por eu estar de madrugada beijando um garoto em nossa cozinha pelo contrário parecia satisfeita, um sorriso maroto brincava em seus lábios.

— Que surpresa vê-los assim aqui. – ela diz sarcástica.

— Desculpe. – Adam diz enrubescendo.

— Ele me deu carona de volta para casa. – digo, virando-me para bancada para continuar a devorar meu sanduíche.

— Entendi. Chegou cedo, achei que só voltaria de manhã. – ela continuou puxando assunto, indo para cozinha e começando a preparar seu chá.

— Não estava tão bom assim o show. O que faz acordada? – pergunto. Era no mínimo suspeito ela estar de pé àquela hora, eram quase quatro da manhã. Adam voltou para a bancada e relaxou à medida que ouvia nossa conversa.

— Clientes asiáticos vão chegar as 05h00min, tenho que buscar a tradutora e estar lá para recepcioná-los. – mamãe responde.

O resto da conversa fluiu tranquilamente, Adam foi embora e quando mamãe finalmente encerrou o interrogatório sobre o beijo, eu pude finalmente descansar.

*****************************************************

Acordar com o sol queimando meu rosto era horrível, eu estava suada e havia dormido muito mal. Aquela história de lobo gigante me fez ter pesadelos diferentes durante todo o meu sono.

 Dei uma olhada em meu relógio, já eram quase 14h00min. Levantei-me sem pressa e fui tomar um banho gelado.

 Meus pensamentos iam do lobo para o beijo de Adam. Foi uma evolução e tanto, de garota ignorada para garota do beijo, se mamãe não nos tivesse interrompido sabe-se lá o que poderia ter acontecido.

 Estava feliz por ser domingo, como tinha meu dever de casa enorme para fazer, fiquei entretida com isso o resto da tarde. Sou tirada de minha concentração quando meu celular toca, era Lia.

— Olha quem apareceu. – repreendo-a logo de cara.

— Perdão Mia! Desculpe! Perdi a noção do tempo com aquele gatinho. Você ficou bem? – ela perguntou preocupada.

— Sim, seu irmão me deu carona. – respondi. Não sabia até que parte Adam havia lhe contado da complicada história da noite anterior.

— Ele me contou o problema com Sebastian. – ela diz.

— Sim, ele estava bêbado e veio para cima de mim. – retruco explicando o ocorrido.

— E então? – Lia pergunta curiosa.

— Adam não te contou? – pergunto, não queria ficar repetindo a mesma história.

— Não. Ele chegou todo misterioso dizendo que estava com você. – Lia responde.

— E? – pergunto, quero saber aonde ela pretendia chegar com esse interrogatório.

— Vocês fizeram as pazes? – Ela pergunta.

— Sim, foi tudo um mal entendido. – respondi.

— Vai ser minha cunhada então? – Lia pergunta e nos duas rimos.

— Não sei, mas ganhei um beijo pelo menos. – respondo.

— Finalmente! – Lia retruca e rimos de novo. Escuto o barulho de algo caindo no andar de baixo. Mamãe não estava em casa, senti meus pelos se arrepiarem.

— Lia, escutei um barulho lá embaixo. – digo para ela.

— Que tem isso? – ela pergunta sem entender. Lia não sabia que meu ex-padrasto nos perseguia, Adam e seu pai eram bem discretos pelo visto.

— Estou sozinha aqui, mamãe está trabalhando. – respondo.

— Quer que eu vá te fazer companhia? – Lia pergunta.

— Não precisa, não deve ser nada. – respondo tentando parecer tranqüila.

— Tudo bem então, qualquer coisa você pode me ligar ou vir pra cá. Vou ficar curando minha ressaca o dia inteiro. – ela responde divertida.

— Obrigada! Até mais. – despeço-me desligando.

Eu não podia ficar paranóica achando que todo barulho significava que ele estava aqui. Tomei coragem e sai do quarto, olhei todos os cômodos do andar de cima, preparando-me psicologicamente para descer.

Desci cuidadosamente tentando fazer o mínimo de barulho possível. Na sala, tudo estava no lugar, mas sentia um frio anormal, e um vento gelado parecia invadir toda casa. O sol já estava se pondo.

Indo contra o vento, cheguei à cozinha, meu corpo ficou petrificado ao ver a porta dos fundos escancarada. Mamãe nunca deixaria aberta assim comigo sozinha em casa e eu não havia descido depois que acordei.

Respiro bem fundo, caminhando lentamente em direção a porta, olhando em todas as direções, sentia que alguém iria saltar em cima de mim há qualquer momento.

Quando me virei para olhar através da porta, dei de cara com ele, o grito que estava segurando finalmente saiu.

— Mia! Mia! Calma! – Adam disse sem se aproximar, parado na porta escancarada. Há um segundo não havia ninguém ali.

— Que droga Adam! – reclamo estapeando seu braço.

— Que foi? – ele perguntou olhando sob meu ombro.

— Ouvi um barulho aqui embaixo, desci e essa porta estava aberta. – respondo, lembrando-me que poderia ter mais alguém ali conosco.

— Chamou alguém? – ele pergunta fechando a porta atrás de si.

— Quem iria chamar? – pergunto seguindo-o enquanto ele caminha pela casa.

Adam não encontrou nada suspeito, disse que poderia ter sido apenas o vento abrindo a porta, porém tenho certeza que minha mãe jamais deixaria uma porta destrancada comigo sozinha em casa, era sua regra número um. Além disso, era obvio que nem o próprio Adam acreditava em sua história do vento.

 Joguei-me no sofá, ele sentou-se na poltrona de frente para mim. Reparei finalmente em como estava bonito, jeans preto, camiseta branca e uma blusa de flanela xadrez vermelha por cima da camiseta. Seus cabelos molhados estavam desgrenhados, o que lhe dava um charme especial.

— O que veio fazer aqui? – pergunto encarando-o. Nossa primeira conversa depois do beijo e não sabia o que esperar.

— Ver se está bem depois de ontem. Com a confusão com o Sebastian, sua mãe nos dando o flagra e tudo mais – ele responde enrubescendo um pouco. Não consigo segurar o riso, sua expressão está muito engraçada. – Que foi? – ele pergunta incomodado por ser o alvo de minha piada interna.

— Você fica uma graça quando está tímido. –respondo me sentando no sofá para observá-lo melhor. – Não se preocupe com a minha mãe, ela gosta de você.

— Gosta é? – ele pergunta levemente curioso.

— Sim. Eu gostar de alguém, quer dizer que estou me adaptando, isso à deixa feliz. – respondo sincera.

— Então... - ele começa a dizer levantando-se e sentando ao meu lado – você gosta de mim? – ele pergunta seu rosto bem próximo do meu agora.

— Não sei por que, mas gosto. – respondo. Não conseguia raciocinar com ele assim tão próximo, desvio meu olhar para o chão, isto ajuda em minha concentração.

— Como assim não sabe? – ele pergunta aproximando-se mais ainda. Respiro fundo e preparo-me para responder.

— Você nunca me tratou super bem, sempre foi cordial e educado como com qualquer outra pessoa. Mesmo assim, com você tudo é simples, não tem dramas ou joguinhos, você diz o que pensa e não perde tempo com besteiras. Eu confiei em você para contar minha história e olha que não confio em alguém sem ser minha mãe já há bastante tempo. Eu sinto que posso ser feliz, que posso sentir-me segura com você por perto. Sinto-me preocupada quando o vejo perder a cabeça, igual na briga de ontem. Fico incomodada quando te observo desfilando com outra garota por ai. Sei que você me esconde algo, mesmo assim não posso afastar-me ou odiá-lo, nem sequer posso confrontá-lo para descobrir o que é, porque não quero vê-lo em uma situação difícil. – respondo soltando um suspiro profundo.

 Ficamos em silêncio depois dessa “declaração” se é que posso chamar assim. Como explicar um sentimento que não tem explicação? Como fazê-lo entender algo tão complexo que se passava em minha mente e em meu coração?

— Vem comigo. – ele disse me puxando pelo braço, o que me pegou totalmente desprevenida, saímos de casa e estávamos entrando na floresta.

— Aonde? – pergunto tentando acompanhar seu ritmo apressado. Ele para abruptamente, segurando-me pelos ombros me encosta junto a uma arvore.

— Mia, não faz idéia do quanto eu quero você. Desde a primeira vez que a vi, quando te segurei em meus braços, penso em você o tempo todo, fico louco quando te vejo perto do Sebastian ou de qualquer outro. Quero que você seja minha, mas esse segredo é algo que faz parte de mim e que não posso me livrar. Não sei se você vai querer ou se pode lidar com isso, mas vou te mostrar e deixar que faça sua escolha. – ele diz.

 Estou feliz e confusa, fico contente por ele me querer tanto assim, mas ao mesmo tempo não consigo imaginar um segredo tão pesado que me fizesse desistir dele.

 Ele encosta sua testa na minha, sinto seu calor, sua respiração acelerada. Repentinamente ele me larga afastando-se. Observo-o sem me mover.

— Mantenha a mente aberta, eu nunca te machucaria. – ele diz a uma distância boa de mim.

Surpreendendo-me totalmente Adam começa a tirar suas roupas. Primeiro sua camisa, depois a camiseta deixando sua barriga perfeita a mostra em seguida ele começa a tirar sua calça.

— Adam, o que é isso? Está louco? – pergunto assustada.

Quando fica apenas com sua cueca Box a mostra, ele começa a tremer, parece que vai explodir suas veias saltando de seu pescoço. Os segundos passam como em câmera lenta. O que ele pretende com isso?!

 De repente um emaranhado marrom de pelos, surge onde antes estava Adam, não consigo entender. O animal enorme me encara, ele se aproxima e automaticamente dou um passo para trás. Ele então para e me encara, os mesmos olhos castanhos que havia visto ontem na estrada.

Ele solta um uivo alto e fico parada ali sem entender o que significa aquilo tudo.

Aquilo era parte de que Adam não podia se livrar?


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Notas finais do capítulo

Mortaaaaaaaaa kkkkkkkkkkkkkkkkkkk

O que vai rolar agora?

Até a próxima.



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