A Garota e o Lobo escrita por Manusinha Mayara


Capítulo 10
O segredo que ele não pode contar...


Notas iniciais do capítulo

Oii genteee!!

Tudo bem com vocês??

Aproveitem!!



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Ele continuou a me arrastar até onde estavam os carros estacionados, todos ficaram nos encarando no caminho. Tentei soltar minha mão, mas ele segurava bem forte, percebendo minha tentativa ele diz zangado:

— Vou te levar pra casa! – diz sem me olhar.

— Não posso, tenho que achar sua irmã. – digo preocupada com Lia que sumiu com um cara que acabou de conhecer.

— Ela sabe se cuidar muito bem sozinha. – ele retruca.

Quando chegamos até seu carro, ele abre a porta do carona e fica esperando-me entrar.

— Adam! Ela sumiu com um cara que conheceu hoje. Irmão não tem instinto de proteção ou algo assim? – pergunto incrédula, apelando para sua consciência.

 Ele suspira refletindo por um instante.

— Você entra e me espera aqui. Eu cuido da Lia. – Adam diz.

— Eu não sou criança pra ter que ficar no carro! – Reclamo. Ele se aproxima de mim de modo que fico imprensada entre seu corpo e seu carro.

— Por favor, faça o que estou te pedindo Mia. – ele diz baixo, seus olhos encarando os meus.

— Não me trate como criança, por favor. – reclamo novamente. Adam aproxima-se mais ainda, seu nariz quase se encostando ao meu.

— Eu já perdi a cabeça uma vez hoje, se acontecer mais alguma coisa com você não respondo por mim Mia. – ele explica-se, praticamente suplicando para mim.

— Eu fico então. Que droga! – retruco entrando no carro.

Ele fecha a porta e volta em direção para a multidão de pessoas.

Meia hora depois...

Adam volta caminhando tranquilamente, entra no carro e sem falar nada dá a partida.

— Achou ela? – pergunto impaciente.

— Avisei meus irmãos, eles vão procurar. – ele responde friamente.

Ele me humilha em público me tratando como uma menina mimada e agora age como se estivesse com raiva de mim. Esse garoto só pode ser louco!

Quando mais pensava, mais irritada fui ficando.

Não conseguia nem sequer olhar em seu rosto. Todo mundo ficou nos olhando, ele me tratou feito criança. Que ódio!

— Vai ficar emburrada até quando? – ele perguntou, e eu pude sentir o sorriso zombeteiro em sua voz.

Não respondi, não ia falar mais com ele.

 Parecendo entender meu silêncio, ele ligou o rádio e uma música country bem romântica ecoou pelo carro.

— Não sei como era em Dakota, mas sair com um idiota daqueles por aqui é se colocar em perigo á toa. – continuou, com um tom de voz diferente, parecia sério agora.

 Virei meu rosto e ousei dar uma olhada nele. Estava compenetrado olhando para frente. Os cabelos negros agora praticamente secos, a testa um pouco enrugada e lábios contraídos em uma linha fina, parecia irritado ou preocupado talvez. Mas com o que?

 Segui a direção de seu olhar, alguns garotos haviam parado uma picape antiga na beira da estrada e estavam entrando na floresta logo à frente.

 Para minha surpresa, Adam reduziu e parou logo atrás do veículo dos garotos. Ele desligou o rádio e olhou diretamente em meus olhos.

— Pode me prometer uma coisa? – Perguntou sério. Refleti por um instante sobre sua pergunta.

— Depende. - respondi desconfiada.

— Pode ficar aqui me esperando no carro, e prometer que independente do que ouça ou veja não irá descer? – ele questiona. Seus olhos não desgrudavam dos meus, pareciam estar avaliando se poderia confiar realmente em mim.

— OK. – respondi finalmente. Não tinha o menor interesse em entrar no meio do mato no escuro para ir atrás de adolescentes. Isso era tarefa pro tão adulto Adam, que parecia adorar se intrometer na vida dos outros.

 Ele refletiu por um momento, deixou a chave na ignição e desceu do carro. Observei ele dar a volta pela parte da frente e entrar apressado na floresta, pelo mesmo caminho que os garotos. Não sei por que, mas ali sozinha no escuro, comecei a ficar tensa.

 Liguei o rádio novamente e fiquei ali me concentrando na música. Depois de 15 minutos e com uma chuva leve caindo, fiquei preocupada com Adam. O que ele teria de tão importante para resolver no meio do mato que valesse a pena se molhar e congelar afinal?!

 Estava começando a reavaliar minha promessa, quando os garotos finalmente saíram do meio do mato, estavam sujos e alguns sem camisa.

— Que estranho. – sussurrei comigo mesma, entraram arrumados e saíram desse jeito, devem estar congelando. Um deles olhou pra mim com desdém, tinha a sensação de que já os tinha visto em algum lugar.

Observei eles entrarem na picape e irem embora, novamente estava sozinha.

Fiquei preocupada, se tivesse acontecido uma briga. Adam podia estar encrencado. Decido quebrar a promessa, nem éramos amigos afinal, não devia nenhum tipo de lealdade a ele.

 Estico-me para tirar a chave da ignição, tomando cuidado para fechar a janela do motorista que está um pouco aberta. Quando me viro para descer, vejo olhos castanhos enormes me encarando do outro lado do vidro.

Um grito abafado fica preso em minha garganta, aquilo era..era... um lobo enorme, maior que eu, nunca havia visto um tão grande na vida.

 Foi demais para minha cabeça, senti meus olhos perdendo o foco enquanto encarava o animal, eu estava perdendo a consciência.

Um uivo alto quebra o silêncio da noite.

***************************************************

Abro meus olhos, estava em meu quarto, em minha cama. Mas como?

Levanto-me de uma vez. Adam esta dormindo sentado no pufe há minha frente, parece exausto. Levanto-me e vou até ele.

— Adam! Adam! – chamo-o sacudindo levemente seus ombros. Ele abre seus olhos e encara-me por um longo estante antes de se levantar.

— Você gosta de interromper o sono dos outros ou é só o meu? – ele pergunta cínico, levantando-se.

— Você viu? – pergunto indo direto ao ponto.

— Vi o que? – ele pergunta conferindo as horas, três da madrugada.

— O lobo gigante perto do seu carro, depois que você sumiu no meio do mato. – respondo impaciente. Ele parece ponderar por um momento, então coloca sua mão em minha testa.

— Está com febre? – ele pergunta zombeteiro. Reviro os olhos impaciente.

— Fale sério, por favor! – suplico. Ele suspira impaciente.

— Não vi, mas ouvi um uivo. Voltei correndo e encontrei você apagada dentro do carro. – respondeu. Parecia estar dizendo a verdade, mas algo ainda estava me incomodando.

— O que foi fazer lá? – pergunto curiosa.

— Aqueles garotos, costumam arrumar muitos problemas por aqui, queria saber o que estavam aprontando. – respondeu desviando seu olhar do meu.

— Descobriu algo? – pergunto.

— Nada para ser sincero. Quando me viram eles foram embora. – responde sua voz falhando um pouco. Percebo imediatamente que está mentindo. Mas por quê?

O encaro, e pela primeira vez vejo Adam enrubescer. Ela sabe que eu percebi a mentira e está encantadoramente constrangido por isso.

— E você? Pode explicar o que está rolando entre você e o Sebastian? – pergunta mudando rapidamente para um assunto nada agradável para mim.

— Nada. Eu estava atrás da sua irmã e ele apareceu e me ofereceu uma bebida e depois deu no que deu. – respondi lembrando-me da cena.

— Ele te agarrou não foi? – Adam perguntou. Senti-me um pouco ofendida, por acaso ele pensa que faria aquilo por vontade própria.  

— O que você acha? – pergunto irritada.

— Não sei, eu o acho um imbecil, mas na mente das garotas este é o estilo “bad boy” atraente. – ele responde, parecendo magoado.

— Posso dizer o mesmo sobre você e a sua Barbie. – retruco, caminhando em direção a porta. Estava faminta.

Adam seguiu-me em silêncio até a cozinha.

Preparei dois sanduíches, Adam sempre estava com fome, então seria inútil perguntar se ele queria ou não. Podia sentir seu olhar sobre mim, enquanto movia-me pela cozinha em busca dos ingredientes.

Quando terminei, coloquei o seu sanduíche em um prato e estiquei sob a bancada para ele.

— Valeu! – ele agradeceu animado. Eu gostava de como as coisas simples o deixavam satisfeito.

Terminei meu sanduíche e sentei-me ao seu lado. Iria tomar um banho assim que terminasse de comer, o cheiro de Sebastian parecia impregnado em minhas roupas.

— Ela não é minha. – ele diz.

— Quem? – pergunto sem entender.

— Ashley. – ele responde.

— Vocês pareciam bem íntimos na festa hoje. – retruco acidamente.

— Você e Sebastian voltando da aula caminhando juntos também. – ele diz magoado. Encaramo-nos.

Ele havia nos visto? Ou algum fofoqueiro havia lhe contado? Mas nos apenas conversamos – pensei.

— Ele me acompanhou, nos só conversamos. – digo, olhando para ele.

— Mesmo? – ele pergunta.

— Você me irrita quando dúvida de mim! – digo levantando-me. – Você flertar com a loira durante toda a semana e ainda levá-la para uma festa é inocente?! – ele levanta-se e vem em minha direção – Sinceramente, eu não sei qual é a sua! Qual o seu problema comigo... – sou interrompida no meio do meu ataque.

 Seus lábios sobre os meus, que sensação maravilhosa era sentir o hálito de Adam envolvido com o meu. Esqueci minha raiva e joguei meus braços ao redor de seus ombros. Uma de suas mãos repousava em minha cintura, enquanto a outra segurava meus cabelos com uma firmeza arrebatadora. Estávamos juntos como um só, seu calor irradiava por meu corpo, eu queria mais dele, muito mais.


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Notas finais do capítulo

Bom final de semana!!



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