Pov Elijah

 —Eu a vi, Elijah. Eu vi a Tatia. —Minha irmã, Rebekah adentrou o quarto. Parando-se a minha frente. —Greta realmente não mentiu.

 Apenas suspirei com tal declaração, negando.

 —Como não? Ela tem a mesma voz, a mesma aparência. Como me nega que aquela garota não é Tatia? —Ela argumentou, seus lábios em uma linha reta demonstravam a sua irritação diante da minha negação.

—Rebekah! Ela se quer nos reconhece. Como pode ser Tatia? —Argumentei, olhando diretamente para minha irmã. —Nós não sabemos ainda se ela sequer tem a alma de Tatia.

—Engane-se a si mesmo, Elijah. Mas agora me negue que não sentiu nada quando a viu.  —Retrucou, dando-me as costas.

Eu não queria ter tal esperança. Eu ainda podia visualizar sua face em minha mente, o modo que suas bochechas ficavam coradas quando recebia um elogio ou até mesmo quando ela ficava vermelha demonstrando irritação. Tatia era minha perdição e ao mesmo tempo minha salvação. E eu sabia que meus irmãos pensavam a mesma coisa.

—Você sabe que aquela garota carrega em seu interior a alma de Tatia. Eu mesma fiz a transferência, Elijah. —A voz da minha mãe interrompeu o silêncio do quarto, fazendo-me lhe encarar incrédulo. —Não me olhe assim. Eu apenas quero minha família unida novamente. Mas, converse com Klaus e Kol, antes. Sabe muito bem como aquelas dois podem ser impulsivos às vezes.

 Eu havia chamado Greta, eu havia feito todo o processo. Eu apenas queria de voltar a mulher que me fazia sorrir. Quando apareceu Elena, uma doppelganger de Tatia, eu senti uma esperança. Talvez fosse ela, mas isso logo acabou assim que a vi nos braços do Salvatore mais novo e não senti nada, absolutamente nada.

Pov Bella

 Eu acordei assustada, meu coração palpitava fortemente em meu peito. Estava arfando, minha respiração bastante acelerada. Meus olhos não focalizavam em nada no escuro em que estava o meu quarto. Eu não tive um sonho ou nada do tipo. Apenas acordei sentindo falta de ar, como se os meus pulmões estivessem parado de funcionar.

 Eu estava com uma sensação ruim, como se algo fosse acontecer a qualquer momento.

 Eu não sabia exatamente o que era, apenas esperava que eu estivesse com o pressentimento bastante errado. Eu ainda tinha medo, tinha medo que alguém que eu amasse se machucasse a além do mais, tinha Victória.

 Ela provavelmente estava atrás de mim.

Eu sabia que não conseguiria de forma alguma voltar a dormir. Mas ainda estava cedo, bem cedo eu diria. Ainda estava escuro lá fora, era madrugada.  

—Já acordada? —Uma voz perguntou divertida ao meu lado, fazendo meu coração quase pular pra fora do meu peito.

 Eu sequer sabia quem estava ao meu lado, mas só podia sem assombração. Se existia até vampiros, porque não poderia existir também fantasmas?

—Não fique com medo de mim, meu bem. —A voz era um tom suave, mas tinha uma pitada de divertimento.

 Tarde demais eu percebi que me cobri dos pés a cabeça. Eu estava morrendo de mesmo e eu percebi que estava tremendo levemente.

—Quem é você? —Eu perguntei, mas estava morrendo de medo de ter ficado louca. Ou pior, fosse mesmo um tipo de assombração.

—Eu? Bem, docinho. Eu sou apenas uma pessoa que te quer e eu terei. —Com isso, o cobertor foi puxado de mim e um grito se instalou em minha garganta.

—Se fosse você, ficaria bem quietinha. —E com isso, senti uma mão tampar minha boca.

 Pude sentir me pegar no colo e logo em seguida um vento. Meus cabelos estavam voando. Eu estava voando. Bem, ou eu estava bastante próxima disso.

Algum tempo deve ter se passado, mas eu estava com muito medo de abrir meus olhos.

—Abra os olhos, meu bem... —A voz soou de forma carinhosa. Eu sequer sabia quem havia me sequestrado.

Mas eu sabia muito bem que era um vampiro, com certeza. Pois eu tive a mesma sensação quando Edward me carregava nas costas.

 Suspirei de forma lenta, não que eu precisasse de ar. Meus pulmões estavam cheios dele. Mas eu havia decidido obedecer, abrindo de forma lenta meus olhos.

Pude constar que estava em uma casa, mas não a casa de Elena. Havia uma lareira em minha frente e soltei um grito agudo assim que meu sequestrador fez menção de me colocar em uma poltrona. Fazendo com que eu me agarrasse mais a ele.