Positivo escrita por South Paradise


Capítulo 7
Capítulo 7


Notas iniciais do capítulo

Chegando bem louca, afoita e precipitada com esse capítulo. E galera, é o último. Espero que desfrutem. Foi incrível e divertido fazer isso junto de vocês! Até a próxima!



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Apesar de um pouco decepcionada, no somar das contas o meu sentimento maior era o de alivio. Nestes dias, me acostumei com a paranoia de estar esperando um bebê, e bom... acho que acabei me apegando a ideia. Em certas ocasiões, até me pegava pensando em nomes. Nos que eu gostava, nos que talvez Sasuke pudesse gostar. Não que eu realmente tivesse planos imediatos, mas era algo que eu gostaria de realizar em algum momento da minha vida.

Mas eu também entendia, que não era assim que uma gravidez devia funcionar. Não era algo que tínhamos que empurrar garganta abaixo, como se fôssemos obrigados a lhe dar com ela, para finalmente aprendermos a aceitar, antes do nosso tempo. Eu e o Uchiha tínhamos sim, nossas questões. Mas não seria dessa forma apressada e forçada, que eu o faria entender como eu me sentia.

Isso era algo que eu tinha aprendido com toda essa confusão. Eu precisava conversar com ele sobre a forma como eu me sentia, as experiências que eu gostaria de ter, a família que por mais que negasse, que eu queria construir. Com Sasuke. Mas isso não era algo que eu poderia idealizar sozinha, e bom... depois de 2 anos de relacionamento, eu achava que estava pronta para ter essa conversa.

Não como algo imediato. Eu não tinha fantasias com meu namorado de joelhos a minha frente, como uma aliança e toda a pompa possível. Sempre nos achei um casal pratico, e que quando estivéssemos prontos, apenas escolheríamos em qual apartamento iríamos ficar, no meu ou no dele, e então não sairíamos mais de lá.

Também não imaginava que, depois da conversa que eu pretendia ter com ele, que seria em breve, fôssemos nos transformar em coelhos reprodutores. O que eu almejava, era apenas que acrescentássemos mais um sonho na lista de planejamentos que fazíamos juntos.

Foi com certa surpresa que recebi a mensagem de Sasuke, dizendo que viria jantar aqui em casa. Na verdade, pedindo permissão para isso. Normalmente, ele só aparecia na minha porta.

Por mais eu que tivesse culpa em toda a situação esquisita que havia se instalado entre nós, com meu comportamento confuso, eu ainda estava um pouco chateada com sua última visita.

Eu nunca imaginei minha vida com outra pessoa e pensava que sempre tivesse deixado isso bem claro. Então a insinuação de que, talvez, eu o estivesse traindo me ofendeu bastante, ainda mais, levando em conta, quanto tempo eu levei para convence-lo do contrário.

Claro que aquele ainda era o meu apaixonada namorado, então ele acabou associando isto a alguma falta dele e assumindo a culpa. Então no final, o que eu senti foi uma mistura de ultraje com consciência pesada. Apesar de tudo o que tínhamos vivido até aquele momento, ele nunca havia sido um companheiro ruim. Quando tínhamos um problema, sentávamos e conversávamos, procurando nos resolver. E tinha sido dessa maneira que ele tratou a minha esquisitice, mesmo que tenha levado pelo caminho errado. Eu não poderia culpa-lo. Ele pelo menos foi honesto com todo o seu desconforto.

“A porta está aberta, estarei na cozinha te esperando”

Me – 21:50

Iria espera-lo com seu prato favorito e faria de tudo para ajeitar as coisas. Agora com a mente mais tranquila, eu poderia fazê-lo entender de uma vez por todas que nunca existiu ninguém entre nós. Quer dizer, ninguém além de Ino, que sempre gostou de fazer a linha “participativa” no relacionamento alheio.

Quem sabe, eu já não aproveitasse o gancho e contasse a história toda, fazendo uma boa piada, e emendasse com um “Então... quando começamos?!” Ele engasgaria com a comida no início, mas depois tudo ficaria bem. Nós sempre faríamos tudo ficar bem.

Cantarolava uma música que passava no rádio, enquanto me balançava no ritmo e consequentemente fazia a frigideira que estava em minha mão chacoalhar para tudo quando era lado. Sem prestar muita atenção na coisa toda.

— Sua falta de destreza na cozinha sempre me assustou — quase movi meu pulso com mais força, derrubando o conteúdo da panela, as mãos de Sasuke já estavam lá, contendo meus movimentos e impedindo qualquer acidente – ainda mais porque, quando tudo fica pronto, o resultado é muito bom.

— Jesus Amado Uchiha, quer me provocar um infarto prematuro?! – reclamei só por reclamar mesmo, porque já estava encostada em seu peito rígido, o olhando de esgueira – o que foi...?

Desliguei o fogo para poder me virar e o analisar por completo. Eu podia ser uma alienada as vezes, mas quando o assunto era meu namorado, qualquer linha fora do lugar era percebida.

Estreitei os olhos, ele era um conjunto de olhos injetados, mãos frias e suadas, cabelos despenteados, gravata frouxa, um leve tremor no lábio inferior, e muito, muito atrapalhado.

— Só tive um dia difícil, querida. Não é nada.

— Querida?! E você ainda quer que eu acredite que não foi nada...

— Estou treinando alguns termos carinhosos, pensei que esse fosse funcionar – arqueei uma sobrancelha, cética. Ele me pegou pela mão e nos guiou até o sofá.

— Eu preciso aderir a campanha? Porque, veja bem, eu gosto muito de “babaca” e não tenho planos futuros de altera-lo.

Eu estava com a cabeça baixa, colocando meu copo no chão. Sasuke não me deu resposta e estranhei. Nunca em nossos joguinhos de provocação, ele perdeu a chance de me retrucar.

Percebi que o lugar ao meu lado não afundou e levantei os olhos para procurar meu charmoso namorado. Mas nada no mundo havia me preparado para a cena que me esperava.

Uchiha Sasuke, no meu tapete felpudo, de joelhos. Suando em bicas e apavorado. Segurando uma caixinha de veludo e um anel. Um anel não, uma aliança! Com o maior diamante que eu já havia visto em toda a minha curta vida. Eu dei um gritinho. Ele se assustou ainda mais.

— Haruno Sakura...

— Não!— cortei, pulando o sofá e o colocando entre nós, como proteção.

— Dessa forma você me ofende, sabia.

— Não é questão de ofensa e sim e bom senso, querido...

— Naruto já me contou tudo, não precisa esconder – franzi a testa, quando ele contornou minha barreira e se ajoelhou na minha frente novamente. Enterrando a cabeça na minha barriga. Me abraçava como se a vida dependesse disso— não precisa ter medo. Eu vou conseguir.

— Seja o que for que ele tenha dito, acredite, é mentira, e eu nem preciso saber o que é para ter certeza disso.

— Ele ouviu vocês conversando hoje, Saky. Da própria boca de Ino.

— Mas um motivo para não acreditar, aquela lá é outra doida.

— Eu sei do bebê... – e então todos os pontos de conectaram.

— Francamente Uchiha...— dei um tapa em suas mãos, tomando a caixa da aliança. A fechei e o levantei do chão. Balançando a cabeça e me sentando mais uma vez no sofá. Sasuke me olhava sem entender muito bem o que acontecia. – Não é assim que se resolve esse tipo de situação.

— Mas você está grávida... – me olhava como uma criança, sem saber o que fazer.

— Isso não é motivo nenhum para contrair um casamento... E essa fofoca, tal qual, qualquer outra coisa que saia boca a fora do Uzumaki, é falsa! Não tem bebê nenhum...

— Não?! - não soube dizer para qual das duas afirmações esse "não" era dirigido.

— Não, não tem — vi seus ombros curvarem, quase como se estivesse decepcionado, mas eu sabia que era por alivio aquela reação e algo dentro de mim se apertou — eu achei que estivesse, por isso a confusão toda...

— E a conversa que ele ouviu?

— Eu fui a casa de Hinata fazer o teste e levei aquelas esquisitas comigo. Não queria fazer isso sozinha.

— Você poderia ter me contado... podíamos ter resolvido isso juntos.

— E acabar em um noivado precoce? — tirei uma com ele, tentando espantar a sensação ruim que me rodeava.

— Por não me disse nada Saky?

— Porque eu tive medo...

— É... eu entendo... Não tive a melhor das reações quando Naruto me contou – apertou minha mão entre as dele — Desculpe por fazer com que você sentisse como se não pudesse contar comigo.

— Eu fiquei apavorada. Tão apavorada, que procurei a porquinha.

— É preciso estar mesmo desesperada... – rimos juntos— Por favor, fale comigo da próxima vez. Me fale qualquer coisa. Me falei tudo. Tudo o que acontece aqui. – e assim afundou o dedo indicador e médio na minha testa. Como Itachi sempre fazia com ele.

— Eu prometo— afundei minha cabeça no seu pescoço, me perguntando se esse seria o melhor momento para ter aquela conversa.

— Querida...— o chamado dele cortou minha linha de pensamento. Ele tinha um sorriso sincero no rosto. Diferente do sarcástico ou sacana que sempre carregava – Posso passar a noite aqui?

Escolhi apenas assentir com a cabeça e deixa o clima ameno por enquanto.

Acordei no meio da madrugada com meu namorado me chamando. Ainda grogue pelo sono, só rosnei de volta qualquer coisa, mostrando que estava relativamente acordada.

— Sabe Sakura... no final eu até fiquei um pouco desapontado...

— Humnn?— me virei ficando de frente para ele e encontrei o sorriso mais bonito do mundo – o que foi agora?

— É que, depois do desconcerto inicial, eu me acostumei com a ideia.

— São 3 horas da manhã Uchiha, eu preciso que você seja um pouco mais claro do que isso.

O seu riso me balançou e ele aninhou-se na volta do meu pescoço. Acontecesse o que fosse, aquele seria sempre o meu lugar favorito no mundo.

— Me acostumei com a ideia de uma miniatura minha, talvez com os teus olhos. Correndo pela casa e me chamando de pai.

Pisquei os olhos, sem saber se estava escutando direito ou havia ficado surda pelo sono. Decidi descobrir só no outro dia.

— Shiii Sasuke-kun, você pensa alto demais...

Porem dessa vez, eu é quem não conseguiu dormir.

— Sasuke...— chamei depois de um tempo. Sabia que ele ainda estava acordado pelo ritmo de usa respiração.

— Hn.

— O que você teria feito se eu tivesse dito “sim”— deixei escapar um risinho abafado. Nunca o tinha visto tão impulsivo ou desajeitado na vida.

Sasuke afundou o rosto nos meus cabelos, entrelaçando nossos dedos.

— Sakura... eu ainda estou esperando o seu sim...


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