Runaway Love escrita por Saturn


Capítulo 4
Aquele da roda gigante


Notas iniciais do capítulo

Hello peoples, cá estou eu com o penultimo capítulo da fanfic, depois tem só mais o epílogo e bye Runaway Love.
Aproveitem!



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Ele faz o motor roncar audivelmente e acelera, cortando as ruas antes silenciosas, neste breve momento, me permito analisa-lo, olhos verdes, pele morena, cabelos curtos, estava de camisa branca amassada e jeans escuros, o que claramente era sinal de que eu havia arrancado ele da cama para partir em uma viagem totalmente sem planejamento. Quando saímos daquela rua onde ficava a casa que foi minha prisão a domicilio por tanto tempo, eu abro um leve sorrisinho, e Blaise repete a pergunta anterior, e desta vez eu respondo:

— Eu já estava cansada de ser só uma marionete, crescendo a sombra de pais famosos e irmãos bem sucedidos, depois de discutir com a minha mãe, fiquei pensando no que você tinha me dito, resolvi fazer o que eu queria uma vez na vida, então, aqui estou eu!

Ele ri, e nós continuamos a conversar, até que o sono me domina e eu durmo com a cabeça apoiada no vidro do carro.

Eu acordo com fracos raios de sol atingindo meu rosto, e Blaise conversando com alguém:

— Sabe, é irônico saber onde eu estou hoje, ontem eu só estava discutindo com meu irmão e brigando pelo controle da TV e sobre qual série nós íamos assistir, e olhe para mim hoje, eu estou viajando ao lado de uma garota bonita, totalmente sem rumo e...

— Blaise? Com quem você está conversando?

Ele desvia os olhos da estrada por um momento, olha para mim e diz:

— Bom dia bela Adormecida, dormiu bem?

Ele me joga uma de suas famosas piscadelas, eu fico corada e respondo a ele:

— Dormi muito bem, mas voltando a minha pergunta, com quem é que você estava conversando?

Ele dá uma risada, o que faz alguma coisa se revirar no meu estomago que eu não sabia descrever, talvez fosse só fome mesmo.

— Com o meu belíssimo carro, você estava dormindo e eu precisava conversar com alguém.

Eu dou uma risada alta, e então falo, olhando provocativamente:

— Uma garota bonita?

Ele fica com as bochechas vermelhas e eu rio do seu desconforto, o clima agradável que se formou nos possibilitou longas conversas, brincadeiras, e antes da primeira parada, já tínhamos criado até algumas piadinhas internas.

Nós paramos em uma cidade pequena, estacionamos em frente a uma cafeteria, e fomos tomar café da manhã. Tinha umas poucas pessoas sentadas nas mesas de madeira clara do local, era 06h15min, Blaise dirigira a noite toda, combinamos que depois de tomar café, iríamos procurar um hotel qualquer e ficaríamos naquela cidade pelo menos por um dia, para nos recuperarmos da viagem.

Blaise vai pedir café para nós, enquanto eu sento em uma mesa vaga ao lado da janela grande de vidro, ele chega com dois cafés pretos fumegando e um prato com bolinhos, enquanto comíamos, assoprando o café, nós observávamos a paisagem, apareciam uns fracos raios de sol no horizonte, cortando as nuvens, ainda havia uma leve neblina na cidade, deixando o clima fresco e agradável. A cidade era pouco movimentada, talvez isso fosse em decorrência de quão cedo era, então meus olhos pousaram sob o carro de Blaise.

Com a penumbra e a adrenalina da madrugada, eu não conseguira ver o carro em toda a sua magnificência, agora nos primeiros raios de sol da manhã, eu via claramente porque o moreno babava no seu carro. Era um carro preto, de modelo antigo, robusto, espaçoso e imponente, que com certeza chamava a atenção por onde passava. Não havia um risco sequer sob a superfície brilhante de metal, e as calotas prateadas brilhavam, limpas mesmo depois de uma longa viagem. Ele com toda a certeza era um carro charmoso, combinando perfeitamente com o seu dono.

— Admirando meu bebê?

Eu sorrio com a frase, desviando os olhos do carro e encontrando um par de belos olhos verdes me analisando, o carinho que ele tinha com aquele carro era simplesmente admirável.

— Ele é realmente bonito.

Ele sorri largamente, fazendo covinhas aparecerem no seu rosto.

— Eu sei, igual ao dono.

— Convencido.

Nós rimos, e ele sequer sabia que eu tinha pensado a mesma coisa em relação a ele e o carro, eu o observo sorrindo por trás da xicara azul de café, ele tinha um sorriso brilhante, do tipo que poderia iluminar o lado escuro da lua, eu sentia definitivamente coisas novas, sentimentos novos, que nunca havia sentido, e eu estava mais feliz do que nunca.

Pagamos a conta na cafeteria, fazendo questão de dividir a mesma, apesar dos protestos de Blaise. Entramos no carro e dirigimos pelas vielas calmas até um hotel sugerido pela simpática moça da cafeteria, na recepção, pedimos um quarto para dois, dizendo claramente que não éramos um casal, como o homem que nos atendera pensou.

Subimos as escadas, com chave na mão, e arrastando as malas atrás de nós, nosso quarto era no segundo andar, logo após um longo corredor acarpetado, paro em frente a porta do cômodo e enfio a chave na fechadura, girando para o lado, tentando abrir, porém, por mais força que eu fizesse, eu não conseguia abrir. Blaise se encostara na parede e ria das minhas tentativas fracassadas de tentar abrir a porta, eu olho debochada para ele e falo:

— Uma ajudinha ia bem, folgado.

Ele se desencosta da parede rindo e coloca a mão sobre a minha, e com um movimento rápido, vira a chave, abrindo a porta. Eu fico lá parada por um instante, com a mão quente dele ainda sobre a minha, nossos olhos se encontram, e eu vejo como estamos próximos um do outro. Então uma porta batendo mais à frente nos acorda do nosso torpor, eu avermelho e me abaixo para pegar a mala que está jogada no chão, e entro no quarto logo depois do moreno.

O quarto era espaçoso, com papel de parede preto e branco, duas camas de solteiro próximas, o que me fez julgar que elas juntavam-se para formar uma de casal, com lençóis e colcha brancas. Um painel de madeira em frente as camas apresentava uma TV grande, no canto, perto da janela, tinha uma escrivaninha, um frigobar e duas cadeiras confortáveis. Uma porta levava ao banheiro, que continha um grande espelho, uma pia de mármore preto, e uma banheira grande.

Quando eu termino de ver o quarto, Blaise já está jogado de bruços na cama mais próxima a janela, respirando profundamente, eu sorrio levemente, ele dirigira a noite toda por um plano completamente maluco de alguém que ele conhecia a pouco, e embarcara no carro sem saber onde iríamos parar, ele merecia dormir.

O mais silenciosamente possível, eu abro a mala, pego uma muda de roupa e me dirijo ao banheiro. Encho a banheira, e entro na agua quente relaxando os músculos. Fico na banheira até meus dedos começarem a enrugar, então levanto-me, me seco com uma das toalhas empilhadas na pia, coloco um calção jeans, moletom e fico descalça. Saio do banheiro secando os cabelos na toalha e me deparo com Blaise acordado, zapeando pelos canais da Tv, procurando algo para assistir.

— Hey – Eu o chamo – Dormiu bem?

Ele sorri e abandona o controle em cima da colcha amarrotada.

— Dormi muito bem – Eu sorrio de volta para ele, pendurando a toalha nas costas de uma cadeira – Vamos achar algum lugar para almoçar? Estou morto de fome.

Eram 12h24min, e nós não comíamos desde as seis, então eu concordo com ele e me apresso em achar um sapato e uma blusa que não seja um moletom furado na mala, enquanto ele vai tomar banho.

Quando ele sai do banheiro com jeans limpos, uma camiseta azul claro e pés descalços, eu já troquei minha roupa por um vestido qualquer e sapatilhas. Ele calça tênis e nós saímos pela cidade a pé, procurando um restaurante para almoçar. A tarde, saímos passear na cidade, tirando fotos e comendo porcarias. Voltamos para o hotel tarde da noite, depois de ir no cinema assistir um filme qualquer, quando chegamos no quarto, desabamos na cama e dormimos quase imediatamente, de tão cansados que estávamos.

E foi assim por três semanas, dirigíamos até uma cidade qualquer, passávamos a noite nela, e depois pegávamos a estrada novamente. Eu e Blaise ficávamos cada vez mais próximos um do outro, já era quase natural pedir exatamente o que o outro gostava nos restaurantes e cafeterias, sabíamos os locais que mais agradavam o outro para passar o tempo, nos conhecemos intimamente apenas neste tempo.

Em um dia no qual estávamos na estrada cantando músicas aleatórias em voz alta, ao longe enxergamos uma placa de um parque de diversões. Blaise me olhou travesso e acelerou o carro naquela direção, estacionando em frente a um lugar colorido, com musiquinhas irritantes tocando alto, ele desce do carro e me puxa pela mão como uma criança para a fila da roda gigante, eu deixo ele me puxar, rindo da situação.

Nós entramos em uma cabine da roda gigante, só nós dois, eu sorria até a roda começar a se mover e eu me lembrar o porquê eu não ia em rodas gigantes. Eu morria de medo de altura. Porém Blaise não sabia disso, nunca surgira oportunidade para revelar este medo. Quanto mais nós subíamos, mais nervosa eu ficava. Quando chegamos ao topo, eu estava de olhos fechados, e a roda gigante simplesmente parou. Eu solto um grito abafado de medo e agarro a mão de Blaise, que ria da minha possível expressão de pânico e cantarolava uma musiquinha qualquer. Então ele diz:

— É lindo daqui de cima, não?

— É muito bonito mesmo- Digo, ainda de olhos fechados, mordendo o lábio e agarrando a mão dele com força, ele ri baixinho e sussurra ao pé do meu ouvido, me fazendo sentir arrepios:

— Abre os olhos Gi, confia em mim.

Eu aperto mais a mão dele, e ele pousa a mão livre na minha cintura, me dando o restante da coragem necessária para abrir meus olhos, e então eu entendo o que ele estava dizendo.

— Blaise... É maravilhoso aqui! – Digo, me virando para ele. Quando faço isso, percebo como estamos próximos, como os olhos dele são milhões de vezes mais bonitos vistos de perto, olhos que agora estão olhando no fundo dos meus. Então, ainda no topo da roda gigante parada, o nosso primeiro beijo acontece.

Era um gesto apaixonado, que falava tudo o que nós dois não expressávamos em palavras. E então eu soube o que era aquele sentimento que fazia parte de mim e até agora não havia identificado.

Eu estava perdidamente apaixonada por Blaise Zabini.


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Espero que sim!
Comentem pessoinhas, não sejam fantasmas.
Até o próximo ( E ultimo) capítulo!



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