Runaway Love escrita por Saturn


Capítulo 3
Aquele em que ela decide seu próprio destino


Notas iniciais do capítulo

Oi pessoas, trouxe aqui mais um capítulo desta bela historinha clichê. Sendo esse o terceiro capítulo, estamos exatamente na metade da fanfic, contando com o epílogo.
Enfim fantasminhas, aproveitem!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/738332/chapter/3

Eu suspiro, procurando algo para calçar, eu não estava com pressa, já sabia que ia ouvir muito, pelo simples fato de minha mãe ter usado meu nome completo. Como não achei nada para usar, eu desço descalça mesmo, minha mãe não esperou nem eu chegar até o hall, ela simplesmente já começou a gritar desde que me viu na escadaria:

— Ginevra, o que raios você estava pensando? Me deixa lá falando sozinha, na frente de todas aquelas pessoas! E você ao menos prestou atenção em quem eu apresentei para você? Ah, que pergunta estúpida, é obvio que não! Você nunca presta, fica sempre em seu mundinho, como se sonhos pudessem fazer alguma coisa real, esquecendo de pelo menos ser grata pelo que eu e seu pai fizemos por você! Você fica aí, fazendo tudo o que quer e....

Então, eu explodi, a interrompi e desatei a falar:

— Tudo o que eu quero? TUDO O QUE EU QUERO? Eu sequer lembro a última vez que eu fiz algo por vontade própria, sem ter você puxando os cordões como se eu fosse uma marionete no seu maldito teatrinho particular! Você sempre quis controlar todo mundo, mas deixe-me lhe dizer uma novidade que talvez seja um choque para você: VOCÊ NÃO É O CENTRO DO MUNDO!

Ela faz menção de abrir a boca para me interromper, mas eu estava no embalo e não deixei, dizendo tudo o que eu queria dizer a um bom tempo:

— Não! Agora você é quem vai me escutar! Você conseguiu estragar até a minha infância, eu não podia ir brincar com os outros, porque não podia estragar a roupa, realmente, você acha que eu ligava pra isso? EU NÃO DAVA A MÍNIMA. Eu não podia dormir na casa dos meus amigos porque eu tinha que aprender a ter postura, e a andar de salto! SALTO! POR MERLIN, EU TINHA NOVE ANOS! E quer saber? Eu nunca quis ser modelo!

E então eu só viro as costas e subo as escadas para o quarto com passos firmes, batendo com força no chão, bato a porta do quarto com força, fazendo o espelho tremer na parede, então eu desabo na cama, chorando e amarrotando os lençóis, e depois de um tempo, tiro um cochilo sem perceber.

Eu acordo por volta de 23h30min, com os olhos vermelhos de choro, olho pela janela que está um pouco aberta, deixando uma leve brisa entrar e me deixar arrepiada, me levanto da cama e vejo minha bolsa jogada em cima da penteadeira, então eu penso, que se já fiz algumas loucuras, o que é fazer mais uma?

Pego meu celular e digito um número, e fico esperando tensa na linha;

— Alô? – Diz uma voz sonolenta e eu prendo a respiração.

— Blaise? Sou eu, Ginny.

— Ginny? – Ele parece surpreso e eu ouço um rangido, provavelmente ele sentou-se na cama ou no sofá – O que aconteceu?

Eu hesito um breve momento, pensando na consequência que teria minha atitude, e então digo:

— Bom... Eu fiquei pensando no que você me disse hoje mais cedo, e.... Aquela proposta ainda está de pé?

— Ér.. Que proposta?

Eu solto uma risada baixinha meio nervosa e respondo:

— Ainda quer partir em uma viagem totalmente sem nexo nenhum com uma garota que você conheceu faz umas cinco horas e não sabe se ela é uma assassina em série?

— Ginny... Isso é sério?

Eu fecho os olhos por um segundo e respondo a ele:

— Provavelmente eu nunca falei tão sério em minha vida.

Ele silencia por um breve momento, fazendo meu nervosismo aumentar em escalas enormes. Então a voz volta:

— Fechado! Mas eu vou com uma condição.

Eu suspiro aliviada por ele ter concordado com essa ideia louca, e então digo, brincando:

— Lá vem... Qual sua condição?

— Nós vamos com o meu carro!

Eu solto uma risada, e ele ri junto, então eu digo:

— Então... Nós vamos amanhã? Fim de semana?

— Amanhã? Não, não, em umas duas horas eu estou aí, arrume suas coisas antes que você mude de ideia.

Eu concordo com ele e passo meu endereço, então corro arrumar minhas coisas, ainda não acreditando no que eu ia fazer. Minha ideia era pegar só uma mochila, mas acabei pegando uma mala grande e jogando a maioria das minhas roupas e calçados do closet nela de maneira desorganizada. Também enfiei uma muda de roupa, artigos de higiene, maquiagem, documentos e minha carteira em uma outra mochila.

Escrevo um bilhete detalhado para meus pais, explicando o que eu estava fazendo, e o porquê disso. Então olho para o relógio, 01h09min, Blaise deveria estar a caminho. Abro a janela do meu quarto totalmente, deixando entrar o vento gelado da madrugada, fazendo minhas pernas descobertas se arrepiarem. Quando eu vejo luz baixa de faróis virando a esquina, atiro minha mala para baixo, onde ela caiu com um baque suave na grama.

O ronco do motor vai chegando mais perto, e eu passo o meu corpo pela janela e fico sentada no parapeito, fazendo meus pés balançarem no ar. Era tarde demais para desistir, coragem Ginny. Sem parar pra pensar muito, eu pulo, com a mochila nas costas. No exato momento em que atinjo o chão com tudo e caio desequilibrada, o carro preto para na frente da minha casa o mais silenciosamente possível.

Eu vou em direção ao carro parado com os faróis acesos, arrastando a mala na grama antes bem cuidada, deixando sulcos profundos por onde passava. Blaise se inclina no banco e abre a porta, enquanto eu atiro a mala na parte traseira do carro. Quando eu bato a porta do carro e me ajeito no banco, o moreno sorri para mim e pergunta:

— Então Ginny, o que a fez mudar de ideia tão rápido?

Eu tiro uns fios incômodos do meu cabelo ruivo que estão caídos na frente dos meus olhos, e respondo:

— Antes, me tire daqui, no caminho eu conto tudo.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Gostaram? Eu espero que sim!
Comentem, acompanhem, favoritem, recomendem. e até logo!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Runaway Love" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.