Born to be free escrita por hidechan


Capítulo 8
Capítulo final: I wanna Love forever


Notas iniciais do capítulo

Yeeeeey chegamos ao fim! o/ obrigada para todos que leram!!!!

O amor é uma linha invisível que não podemos controlar por onde vai se enroscar s2



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Aomine entrou no pequeno avião observando seu interior luxuoso: bancos de couro bege, detalhes em madeira lustrosa e o tapete verde musgo traziam harmonia e aconchego aos passageiros. Ele se sentou em um dos bancos acolchoados com receio, já que não era seu, mas acabou se sentindo melhor de depois de alguns minutos. Havia ali muitas revistas e um DVD para serem usufruídos durante a viagem e o piloto Ryota Kise deixara para seu ilustre passageiro uma cesta com frutas, guloseimas e bebidas a fim de que o mesmo passasse as horas de voo o mais confortável possível.

A voz de Kise começou a ser emitida pelas caixas de som avisando que decolariam em poucos minutos e que era necessário o uso do cinto e a permanência nos assentos. O comando regular fez Aomine pensar em como seu namorado havia se tornado um profissional digno, até ontem ainda o via como o modelo de 17 anos que adorava ficar perdendo tempo na agência mesmo depois de ser dispensado (não que aquilo fosse realmente desnecessário, só se divertiu com o pensamento); Kise crescera tanto e o moreno nunca se dera conta disso. Sorriu. Queria que o mesmo saísse de sua cabine e viesse lhe fazer companhia, mas isso não seria possível naquela curta viagem, apenas esperaria paciente até o destino.

— Tenha uma boa viagem, Aomine-san _soou por fim atraindo ainda mais a atenção do mesmo, com certeza aquilo não estava no roteiro.

— Obrigado, capitão Kise _resmungou para o nada, um pouco envergonhado.

 Aomine pegou uma latinha de seu refrigerante preferido e colocou um filme qualquer no DVD, era hora de se distrair ao máximo. 

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— Repetindo... _Daiki abriu os olhos lentamente, tudo estava escuro do lado de fora e agora sentia frio, mas antes de qualquer outra coisa, se atentou a voz de Kise que soava pelo ambiente _entraremos em uma turbulência em 10 minutos, por favor colocar o cinto e permanecer no assento até segunda ordem. Obrigado _sua voz era calma, porém firme.

— Uh? Turbulência? _se sentou estalando o pescoço, passava das 19 horas e pelas suas contas pousariam em pouco tempo, não esperava ser pego por aquilo justo agora.

Obedeceu ao comando e esperou. Aviões não era seu meio de transporte preferido – sempre que podia usava o shinkansen (trem bala) ou o carro – mas por Kise estar no comando da aeronave se sentiu um pouco melhor. Muito mais seguro do que em qualquer outro voo, diga-se de passagem. O primeiro tremor veio sem aviso, silêncio e em seguida outro e outro até se tornar constante, ele respirava fundo a cada vez que precisava se segurar no braço da poltrona (mesmo que sem real necessidade) para a sensação de falsa segurança. Ok, ainda detestava aviões trepidando mesmo que Kise fosse o piloto. Ele olhou para fora vendo apenas a escuridão, o relógio pareceu parar.

— Kise! _murmurou.

Naquele meio tempo de terror psicológico Aomine ficou a imaginar muitas coisas, principalmente em desastres aéreos com falhas humanas, terrorismo ou falhas técnicas. Seu trabalho como policial era arriscado, claro, mas Ryota não trabalhava em nada realmente seguro também. Sua responsabilidade era enorme, levando de 2 a 300 passageiros em sua categoria atual de aviões, o loiro tinha que manter o sangue frio e o psicológico tranquilo o tempo todo mesmo com decisões de risco. Quantas emergências o mesmo já deve ter passado? Kise nunca contava nada grave para o namorado pelo simples fato de que isso o deixaria em parafusos; já bastava Kise não dormir a noite enquanto Aomine tinha suas rondas, ele provavelmente não quis que o mesmo sentimento passasse a adiante.

O orgulho estufou seu peito. Nesse exato momento, por mais que a situação fosse corriqueira, o piloto com certeza estava sobre intenso estresse com medo de fazer mal à pessoa amada que estava levando, além de seu copiloto e a ele mesmo. A melancolia o invadiu, não havia nenhuma profissão sem riscos, porém ao deixá-lo chegar em casa depois de quatro dias fora, com mais de 300 passageiros em sua responsabilidade num voo de ida e volta fora do país, ele viu o monstro que fora. Foi muito mais do que uma traição ou uma mancada qualquer, fora uma ferida profunda no psicológico de Kise; um apoio que necessário que não existiu.

A trepidação diminuiu, graças a Deus nada de máscaras de oxigênio ou coisa parecida, tudo simplesmente passou como mágica e agora o silêncio reinava novamente. Daiki soltou o cinto e se levantou, iria até a cabine ver se estava tudo bem, mas antes que pudesse fazer algo a voz de Kise voltou a ressoar.

— Entraremos na pista de pouso em 20 minutos, por favor, permanecer no assento e obrigado por voar com a White Star Line.

— Idiota _disse em bom tom. Com certeza Kise sabia que o mesmo ia importuná-lo assim que a turbulência passasse.

     Estava tudo bem afinal.

O avião pequeno pousou sem maiores problemas, deslizou graciosamente até parar à frente de algumas grades que indicavam o final da pista. Aomine não quis mais esperar então simplesmente abandonou seu lugar e correu até a cabine, teve que esperar alguns segundos até Kise abrir a porta e lhe receber com um sorriso tímido.

— Você não pode entrar aqui _desligou o último botão antes de se levantar _vamos descer.

— Uh... uhum _concordou com um aceno. “Ele fica tão lindo com esse uniforme branco” _literalmente saiu de si imaginando muitas cenas por segundo naquela cabine apertada.

— Pare de sonhar ai! Sua cara está dando medo _murmurou _e deixando meu copiloto envergonhado.

— N-não é nada... eu... _olhou para o jovem rapaz de cabelos castanhos que já descia da aeronave _culpa sua! Pra que esse headphone? Meu Deus, Kise. Me deixa tirar essa luva ai _abriu a boca já com a intenção de perversidade.

— PARA! _Kise estava meio excitado, meio desesperado _vamos logo, o Mashiro-san está nos esperando.

— Ok, ok... sem graça—resmungou.

— Eu ouvi.

O moreno riu apesar de realmente ter ficado animado com a ideia do sexo no avião, seguiu o namorado pela pista até o encontro de um Rolls Royce preto. Ventava muito, estava frio com ameaça de chuva, parecia um cenário de filme de mafiosos e sua imaginação foi longe ai pensar em que tipo de “serviços” a companhia onde Kise trabalhava, prestava de vez em quando. O homem que se encontrava no banco traseiro desceu imponente com seu terno inglês de risca e os sapatos lustrosos. Imediatamente Aomine teve um vislumbre de Akashi, pela sua rispidez e postura, mas estava muito longe de se parecer com o mesmo fisicamente: apesar de também ser muito jovem, tinha os cabelos tão claros que pareciam brancos, porte atleta e sorriso aberto.

— Muito obrigado, meu estimado Kise _o inglês fluente fez Daiki estreitar os olhos, o que aquele magnata estava dizendo ao seu Kise? _como foi a viagem? _logo avançou até suas mãos as segurando na altura do peito _está com frio?

— Uma pequena turbulência, nada de mais. Estou bem, Maa-san, obrigado por se preocupar _sorriu, seu melhor sorriso de modelo.

— Excelente!

O homem misterioso deu um abraço apertado no loiro e como se não bastasse ainda tirou seus óculos escuros – revelando lindos olhos azuis – e os deu para o mesmo. Pareciam dois bons amigos, se ao menos Daiki entendesse melhor aquele inglês arrastado... o ciúme costumeiro subiu como fel em sua garganta.

— Ah e-eu não...

— Ficou ótimo em você, como sempre tudo combina perfeitamente com seu rosto _não teve receio de elogiá-lo e ainda ficou ajeitando seus cabelos para dar um charme especial aos óculos franceses _meu piloto modelo.

— Obrigado _voltou a agradecer agora um pouco envergonhado.

E depois de mais alguns segundos constrangedores, Mashiro finalmente olhou para Daiki como se tivesse percebido sua presença apenas naquele momento. O olhou fazendo um rápido gesto o cumprimentando sem real interesse para logo voltar sua atenção ao loiro.

— Vou deixá-lo descansar, my cutie pie. Até breve, Kii-chan.

— Até... uh!

Kise respondeu já sem fôlego, com apenas um fio de voz. Sabia que seria tratado daquela maneira na frente de Aomine, mas trabalho era trabalho e Mashiro se encantara com ele quando fora até a White Star Line, além de pagar muito mais do que qualquer outro. 

 Mas Mashiro poderia ter evitado chama-lo de “Kii-chan” assim como ter lhe dado um estalado beijo na bochecha antes de partir.

 Daiki quis morrer com a cena. Kise quis morrer com a cena. Ainda bem que ambos entendiam perfeitamente como funcionava o mundo dos magnatas: mimados e totalmente sem noção. Era muito mais prudente deixá-lo satisfazer pequenos desejos do que comprar uma briga. Óbvio. Assim, o casal atravessou a pista de pouso, um pouco tensos, e só foram relaxar ao saírem totalmente do campo de visão de Mashiro.

— Ele...  cresceu no Japão, é mestiço _Kise começou olhando para trás instintivamente _se aposentou como patinador russo, dança no gelo, duas olimpíadas e milhões de eventos.  

— E foi ficar logo de olho no meu namorado _cruzou os braços _você é foda.

O loiro sorriu e em seguida o abraçou.

— Não fique com ciúme, ele nunca tentou absolutamente nada. Só fica fazendo elogios e me dando presentes. Acho que me trata como uma distração, sabe... um brinquedo. Não ligo _deu os ombros _mas me desculpe por isso.

— Não foi sua culpa meu amor _deu um beijo rápido em sua testa _agora vamos, você precisa prestar contas com a empresa e depois estaremos livres, certo?

— Certo!

O casal continuou a caminhar pelo minúsculo aeroporto até a secretaria, Kise deixou que Aomine ficasse na cafeteria local até terminar de vez seu trabalho e logo apareceu, já sem o uniforme, com um sorriso lindo no rosto: as coisas iam voltar ao que eram, ou melhor, agora elas seriam até melhor do que antes. Um recomeço. Aomine não tinha vergonha de admitir que até agora as coisas estivessem indo por um caminho torto, quer dizer, ninguém é perfeito. Se tudo está dando errado então por que não recomeçar? Corrigir os erros e tentar coisas novas; ninguém morre por isso.

Ele queria que aquela viagem fosse maravilhosa, que o loiro se sentisse amado, muito mais do que em qualquer momento em sua vida. Queria também que o próprio Aomine descobrisse coisas novas, sentimentos ainda não explorados.

Estava ansioso e mais uma vez Kise era a razão daquilo.

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1º noite – The same

O hotel era perfeito, a comida também, mas o clima entre eles não estava totalmente reestabelecido, então Kise começou a beber, Aomine também. E eles beberam, beberam e beberam até começarem a falar tudo um do outro. Repassaram suas vidas, boas e más lembranças até finalmente começarem a falar sobre Kagami Taiga.

Aomine contou todos seus momentos preciosos, coisas não tão antigas assim, mas que já traziam a ele total nostalgia e Kise apenas ouviu calado, em seu coração o vazio. Não sentia nada em relação a Taiga e ao mesmo tempo tudo passava como um borrão em sua mente; queria gritar com Aomine, queria beijá-lo, queria ouvir mais e se martirizar mais. Os efeitos da bebida não deixam pensar claramente, apenas começaram a se expor ao nível mais íntimo possível; as palavras já não eram mais o suficiente. Depois de horas num misto de sentimentos, Daiki avançou sobre o corpo quente de seu amado e o devorou como se nunca tivesse experimentado sensação mais maravilhosa.

Foi bruto. Cruel em certos momentos. Chupou e lambeu a detestável cicatriz até Kise implorar para que o mesmo parasse, eram tantas dores num único ato. Não era para ser assim, não era para Kise ser exposto à vergonha de seu passado, ser sucumbido ao nível de uma prostituta. Mas de repente o que era para ser apenas sexo virou um ato de luxúria incontrolável, como uma desculpa para jogar toda sua frustração fora de uma só vez, explodindo em raiva, ódio e sadismo.

A cada marca roxa em sua pele, Kise gemia talvez por prazer, talvez pela dor. Era difícil explicar uma vez perdido dentro de sua própria loucura. Quem sabe o que estava pensando? Quem sabe o que o álcool estava lhe dizendo para acreditar? Ele só queria continuar a sentir, era muito melhor do que ser uma máquina. Era muito melhor do que se afundar no vazio. Do que Kise tinha medo? Além da solidão? Tudo. Nada. Ele não sabia dizer o que era real, o que era fruto de sua imaginação. O sentido da vida lhe escava por dentre os dedos como areia, mas Aomine estava ali então o que realmente importava?

Sua voz falhou, estava ficando sem ar. A dor agora se misturava com o prazer.

                Mais.

                Mais.

                Mais!!

Era o que pediam um ao outro. Daiki gritava, chorava, ria acompanhando Kise na mesma loucura.

— A-amo você. Amo... ah...!

As vozes se sobrepunham, não importava mais de quem vinha a confissão. Eles se entregaram por completo.

No dia seguinte Kise levantou com dores em todo o corpo. Seu pescoço estava marcado de forma brutal (não via marcas assim desde o dia de seu incidente) vestiu uma blusa preta de gola alta mesmo com a temperatura não estando muito de acordo; olhou ao redor do quarto não conseguindo se lembrar de muita coisa, apenas que eles passaram do limite. Uma linha invisível que o loiro jamais imaginou que a teria. Sabia que Aomine não estava lá por peso na consciência, mas estava tão cansado que simplesmente respirou fundo e saiu do quarto em passos curtos e leves deixando se levar. Se sentia aéreo, de ressaca.

O que acontecera ontem fora além da racionalidade, ambos estava isentos de culpa afinal. Apenas largaram todas suas frustrações em atos desmedidos; o moreno talvez ainda não tivesse se dado conta disso ou ficara com medo de sua própria brutalidade. Kise caminhou até o jardim, atrás do hotel, e o encontrou agachado ao lado de um pequeno lago, ele observava as carpas coloridas que pediam comida incansavelmente.

— Sabia que elas podem viver até 100 anos? _a voz doce de Kise o fez estremecer. Logo estavam lado a lado.

— Acho que podemos ter algumas então... _estendeu a mão para tocar em uma delas, o peixe se afastou assustado enquanto outros vieram curiosos.

— Você está bem?

— ... _fez um aceno positivo com a cabeça _me desculpe por ontem. Te machuquei.

— Não machucou.

— Sou um idiota, nunca vou conseguir ficar com você assim... me desculpe. Lógico que sente medo de ficar comigo. Instável, desonesto...

— ...Aominecchi você nunca foi desonesto. Toda sua frustração ontem, pude senti-la intensamente. Mas sabe, precisava daquela dor para fazê-la passar.

— Não!  Não diga isso.

— Você se livrou de todas elas agora?

Kise acariciou seus cabelos macios.

— Não quero te machucar _voltou a repetir.

— Não machucou.

O encarou por um momento sem saber como continuar. Por que o silêncio com Ryota Kise era sempre tão ruim? Daiki tossiu e limpou a garganta tentando quebrar o clima. Não precisou se preocupar, Kise voltou a falar.

— Queria te dizer que...  _começou lentamente, escondendo seu rosto com os braços, Aomine os afastou gentilmente pedindo que continuasse a olhar para si _não sou a pessoa que pensa, sinceramente sou muito mais errado do que parece... ah... você pode errar, claro que pode, eu também erro. Também faço muitas coisas que não te agradam. Por isso, por favor, não precisa me agradar 100% do tempo... você é tão humano quanto eu. Tão livre quanto qualquer um.

Daiki estava atônico. Como assim Kise percebeu aquilo? Algo que guardou pra si com tanta força. Será que deixou tudo tão evidente ontem a noite?... não, fora apenas um ato regado a muito álcool. Nada de poético saíra de lá. Kise apenas estava confessando algo que tentou lhe dizer uma dezena de vezes, encontrou aquela oportunidade.

— Ontem você achou que mais uma vez estava se distanciando do cara certinho que acha que deve ser, porém eu realmente não... estou nem ai. Me apaixonei por você como você é e não pelo o que deveria ser. Tenho um lado bruto dentro de mim também, um lado mau... um lado horrivelmente egoísta _murmurou _era isso que queria te dizer. Minha última confissão... eu acho.

— Ah Ryo...

O moreno não soube o que responder. Kise aceitou.

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2º noite – The only

 

Hum... acho que é ali _o loiro desceu um pouco mais a rampa estreita de concreto, olhou com pesar para os lados antes de confirmar. Estavam chegando à lápide certa.

Eles se aproximaram e prestaram respeito. Kise deixou o ramalhete de lírio rosa sob o túmulo antes de dar meia volta. Era uma visita extremamente rápida, mas significativa para si. Aomine apenas o acompanhou por acompanhar, sinceramente não sabia muito a respeito daquela pessoa e não tinha o menor interesse em saber. Tudo o que sabia era que Kise admirava o cantor profundamente, coisa de ídolo, coisa de fã. O seguiu até a saída do templo, o tempo todo observou seus ombros curvados e o sorriso que sumira de seu rosto. Não queria vê-lo triste, mas a situação o obrigava a ficar quieto. Ficou a refletir sobre a personalidade do namorado, não só a dele, mas também das outras pessoas que conheceu: coisas que para elas eram superimportantes, para Daiki não fazia a menor diferença. Estranho pensar como os seres humanos são únicos.

Ele já vira o loiro chorar por seu ídolo falecido, e apesar da dor, decidiu continuar a admirá-lo. Amar alguém que nunca chegou a conhecer. Claro, o amor não é apenas o toque, o olhar, as palavras... o amor é uma linha invisível que não podemos controlar por onde ela se enrosca; Kise sempre teve o sonho de ser um ícone de admiração. Era fácil compreender o que sentia. Daiki se aproximou o abraçando pelos ombros, caminharam juntos até à praia.

Mais tarde era a vez de Kise esperar pelo namorado: compras e mais compras. Depois um jogo de baseball. Aomine usava o boné do time e gritava para cada ponto marcado.

Tão diferentes. Tão parecidos ao mesmo tempo.

O dia terminou com ambos passeando pelo festival das estrelas que acontecia num templo local. Amarraram seus desejos nos bambus, o mais alto possível, e então assistiram a queima de fogos. A cada luz colorida um sorriso, um beijo apaixonado. Eles dividiram um lanche, depois compraram bebidas, caminharam pelas barraquinhas de mãos dadas e Daiki lhe pagou um doce. Riram de coisas fúteis, Ryota lhe contou sobre sua viagem ao sul do país enquanto Daiki lhe cortava dizendo o quanto queria conhecer tais lugares.

Um mundo fechado de Aomine Daiki e Ryota Kise. Um mundo onde ninguém poderia interferir. Era aquilo que a viagem queria dizer para todos, os que estavam de fora apenas sentiam o gosto amargo do abandono temporário: nada de amigos, nada de família. A inveja da utopia crescendo no peito de cada um.

Quem não desejava um momento como aquele? Uma bolha de proteção e amor. Até mesmo Kagami Taiga, que dizia não precisar de ninguém, sentiu vontade de se apaixonar novamente e naquele exato momento esperava por sua felicidade.

Mas será que todos serão abençoados um dia? Kagami Taiga duvidava.

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A melancolia de Kagami Taiga - Desfecho

Estava segurando o celular sem a menor expectativa: Himuro tinha lhe prometido avisar quando tivesse tempo para saírem – depois de uma longa conversa pelo telefone – dissera ao ruivo que estava extremamente atarefado por conta do trabalho. Exaustivo. Não gostava de desculpas como aquela, mas Taiga resolveu acreditar que as coisas por fim seriam diferentes pelo menos com aquela pessoa. Esperou a semana toda um tanto aflito, tentando manter uma conversa calorosa para não perder o contato, às vezes até se expondo muito mais do que gostaria deixando claro seu interesse. Infelizmente as coisas já tinham mudado demais. Naquele momento a frustração o invadia e a certeza de que seu azar seria uma constante: um dos dias que Himuro lhe dissera estar ocupado, declinando gentilmente sua oferta de encontro, de repente estava livre, mas não para Taiga.

Estava livre para o mundo ao que parecia, porém não se lembrara (claro que não? Claro que sim, o moreno se lembrava perfeitamente do convite) do amigo. Taiga torceu os lábios ao constatar que fora deixado de lado. Seu orgulho lhe subiu à cabeça e largou o aparelho de lado. Não iria correr atrás mesmo que ele fosse sua felicidade. Quer dizer, não existe nada pior do que uma falsa promessa, uma segunda opção.

Foda-se. Já perdera Aomine (ou melhor, nunca o tivera de verdade e isso também estava acabando com seu humor) estava triste o suficiente. Amargurado o suficiente. Não passaria por aquilo outra vez.

Taiga olhou para o quarto onde havia crescido, ali era sua casa? Realmente ali o esperavam com todo amor e carinho, mas não se sentia confortável.

Porém ali era sua casa, sua maldita/bendita casa.

O medo tomou conta de si como uma sombra e as lágrimas vieram sem aviso. Era o medo, era a frustração, era a inveja, era a saudade. Era tudo, ou era nada? Apenas birra ou algo profundo? Deveria sair pelo mundo mais uma vez...? Na época que sentiu tudo aquilo a resposta lhe parecia tão óbvia agora não mais. Aomine lhe mostrou que sair por ai é quase a mesma coisa que fugir; seja aqui ou na índia, irá existir alguém que vai te deixar de lado, que não será seu. Isso independe do lugar.  

Sem respostas, Taiga se sentiu mergulhando em seu profundo mar de desespero. A escuridão estava ali o sugando e o sufocando. Ele sabia que uma hora iria acabar, ainda assim sentir todas aquelas coisas era um jeito horrível de se viver. Preferia talvez então ser apenas um boneco, frio e sem vida. Amado superficialmente por alguém? Sim, mas e daí? Não sentiria nada mesmo. Era o suficiente.

Seus olhos se fecharam, estava pensando em coisas sem sentido... sempre que ficava chateado deixava sua mente vagar sem rumo com dilemas idiotas, isso era bom. O sono chegou como um milagre. Ele adormeceu e decidiu então que jamais ouviríamos seu nome novamente; poderia terminar com aquele ‘talvez’. Talvez tenha saído pelo mundo, talvez tenha voltado atrás e convidado Himuro para um encontro novamente.

Estava tudo bem, bastava dizer que tinha encontrado seu lugar quando Daiki eventualmente atravessasse a linha, quando a promessa tivesse sido cumprida por ele. A mentira é algo que nos segue durante a vida inteira, um mal necessário.

Mas tudo o que queria naquele momento era dormir e entrar em seu mundo utópico. Caminhar por ai sem barreiras, flutuar, correr e saltar.

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3º noite – In love

Kise abriu os olhos lentamente, ainda estava escuro lá fora, mas o sono havia o abandonado. Ficou a admirar as costas largas de Aomine, sorriu, depois de dois dias vivendo intensamente num mundo só deles Kise parecia mais aliviado com o peso que a vida lhe colocou em seus ombros: o medo fora contido, as dúvidas sanadas. Estaria pronto para aceitar o pedido de casamento? Ele jamais imaginou que a pessoa que fosse ficar em dúvida seria ele e não Daiki. A vida dá voltas, mas são elas que nos fazem seres humanos tão complexos.

Seu coração estava acelerado, então o relacionamento aberto finalmente tivera um fim, achou que seria impossível Daiki voltar a ser somente seu, porém... aconteceu. Aconteceu e isso o fazia querer chorar de felicidade. Era algo tão bom, tão mágico. Não resistiu e abraçou o mesmo tirando pequenos resmungos.

— Acorde meu amor _sussurrou _você voltou pra mim, isso é tão... estou tão feliz.

As palavras chegaram um pouco embaralhadas na mente do moreno, ele se virou para o lado dando um beijo cálido nos lábios gelados de seu amado.

— O que está dizendo a essa hora? Me deixe dormir mais um pouquinho... _balbuciou já se rendendo.

Kise apenas se acomodou entre seus braços, queria senti-lo e esperaria até de manhã para então ter sua devida atenção.

 

Estava estupidamente apaixonado. Sempre esteve.

 

Desde o primeiro dia, quando levara aquela bolada na cabeça, seu coração já era de Aomine Daiki. Não tinha vergonha de admitir que fora impulsivo, imaturo, talvez ainda fosse de certa forma, porém aquilo fazia parte de sua história. Seu primeiro amor se tornou realidade, tentem imaginar o quanto isso é mágico.

Depois de um tempo no time de basquete o clima já não era apenas de amizade, podia-se sentir um algo a mais entre os garotos. Uma faísca. A qualquer momento a tensão se tornaria tão insuportável que aquilo ia acontecer e de fato aconteceu: atrás da quadra, depois de um treino pesado, enquanto ambos se recuperavam Aomine se aproximou com suas brincadeiras de sempre, empurrava Kise com os ombros para em seguida o abraçar e então deixava seu rosto se aproximar de forma desnecessária, entretanto diferente das outras vezes, o loiro não se afastou, tomou coragem para continuar a encará-lo até que finalmente o beijo veio naturalmente. O selinho fez a mente de ambos girar, de repente os sentimentos ali surgiram como um tornado.

Não era só amizade. Nunca poderia ser.

Obvio que não teve a tensão sexual que teriam semanas mais tarde, Kise estava assustado, Daiki também. Mas sempre guardaria com carinho aquele momento em seu coração. Sua vida começara com aquele beijo. Graças a Daiki pode começar a engatinhar para sua vida adulta, superando a morte com os pais, seus problemas com os tios... domando a si mesmo pouco a pouco. Agradecia por Aomine Daiki ser a pessoa que estava ao seu lado naquele exato momento.

— Daikicchi...

Daiki só acordou três horas mais tarde, encontrou seu namorado agarrado em seu torço com um sorriso aberto e os olhos um pouco vermelhos pela insônia. Afagou seus cabelos macios apertando um pouco mais o abraço em seguida.

— Não conseguiu dormir?

— Uh-um _resmungou.

— Você está bem?

— Sim! Vai me dar sono mais tarde, mas por enquanto estou bem. Vamos tomar café da manhã?

— Claro _beijou seus lábios macios, depois seu pescoço _claro, depois que você gozar uma vez.

— O-o que?!

Daiki riu alto, não era comum ele dizer aquele tipo de coisa logo pela manhã. Bom, eles faziam sexo logo pela manhã, mas era sempre tão silencioso e começava com um deles ainda dormindo... quase um ritual.

— Então me fode bem gostoso _Kise respondeu já se esfregando no outro, Daiki pode sentir sua ereção crescer rapidamente.

— Meu caralho...!

Depois da explosão no primeiro dia, Aomine e Kise passaram a provar outro tipo de “explosão”. Eles se fecharam num mundo exclusivo deles, nada mais importou naquele dia: foram ao festival, se comportaram como um casal recém-formado com beijo a todo o momento e trocas de olhares apaixonados. Não tinham certeza de onde estavam tirando aquelas coisas, um pouco confusos talvez depois de tudo o que passaram; como se estivessem com saudade um do outro.

De fato passaram muito tempo negligenciando aquelas pequenas coisas, caíram no comodismo, na rotina. Aomine de certa forma agradecia por ter se forçado a mudar. Estava se sentindo infinitamente bem e arriscava a dizer que nem mesmo o tempo que passara com Taiga fora tão bom assim. Tinha vontade de cantar (cantar?!). Até fizera compras.

Olhou de canto para Kise rindo em seguida, ele ficou meio sem entender rindo também por reflexo.

— Eu te amo tanto! Eu... como é possível?

O loiro fez um gesto de mãos significando dúvida.

Era impossível não confiar. Era impossível continuar com medo. Era impossível provar todas aquelas coisas e não aceitá-lo. E quando se deu conta disso, lágrimas vieram sem aviso, suas – talvez – primeiras lágrimas de felicidade. As primeiras que não doíam.

— O que foi meu amor? _Daiki se alarmou.

— Não sei _as limpou _aqui dentro algo de repente... cresceu, aflorou e elas saíram sem que eu percebesse. Sei que estou sempre chorando. Me desculpe.

— Se eu me importasse com isso não estaríamos juntos com certeza, por que... né _ergueu uma das sobrancelhas.

— Ah cala boca _riu _deixa pra lá. Está tudo bem.

— Sexo e café da manhã. Urgente _Daiki espantou qualquer outra divagação que poderia ter naquele momento e avançou em Kise _depois a gente pensa nisso.

— Uh... seu idiota _beijou sua testa afastando os cabelos macios _hey... _segurou seu rosto com ambas as mãos, Daiki ficou esperando paciente _...eu aceito.

Kise sentiu a respiração de Daiki falhar, demorou até que soltasse o ar novamente. Ele queria ter certeza do que estava ouvindo.

— Repete _disse fraco, ainda imóvel _repete, por favor...

— Eu aceito _sussurrou encostando testa com testa, fechou os olhos por um momento _vamos nos casar.

— Vamos... ah meu Deus! Vamos sim! CLARO QUE VAMOS... uh...

Os soluços ficaram abafados com o abraço. Era tempo de sorrir. Apenas isso.

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Kise atravessou as portas de vidro com certo tremor, ajeitou inconsciente a gravata azul bebê olhando para os lados sem saber o que fazer. Daiki tinha marcado consigo no restaurante local para comemorarem o noivado e não tinha aparecido mais desde então. Claro que estava aprontando alguma coisa e ficara com medo de descobrir o que, o moreno sempre o fazia passar vergonha (num bom sentido).

— Ele vai aparecer no microfone _murmurou olhando para o palco _espero que não.

— Senhor? _o garçom apareceu lhe oferecendo ajuda.

— E-estou esperando uma pessoa, obrigado.

— Não deseja esperar acomodado na mesa?

— ...ok, acho.

Kise se sentou logo no meio do salão, onde tinha mesas disponíveis (não teve outra escolha). Ficou olhando para a entrada visualizando o espaço que Aomine tinha até ele, um bom espaço. E os minutos estavam passando lentamente, então depois de um copo de água e uma taça de champanhe ele o viu aparecer pelas mesmas portas de vidro que passara mais cedo.

Aomine estava vestindo o habitual terno preto que carregava consigo na viagem, os cabelos penteados para trás também não eram novidade, ainda assim estava muito mais elegante do que de costume. As pessoas o acompanharam com o olhar todo o caminho que fizera para encontrar Kise, em suas mãos um ramalhete de rosas vermelhas e uma pequena caixinha na outra. Clichê. Ryota Kise amava coisas assim afinal. 

— Boa noite, meu amor. São pra você _estendeu as flores lhe dando um selinho em seguida. O salão pareceu suspirar.

— O-obrigado _seu rosto tinha o mesmo tom carmesim das pétalas_ são lindas.

Eles deram outro selinho rápido então ocuparam os lugares, Kise deixou as flores na cadeira ao lado ainda as admirando por mais um segundo.

— Vou pedir mais um champanhe pra nós _anunciou chamando o garçom e fazendo o pedido.

— Por onde andou a tarde toda?

— Fui fazer compras, você disse que não queria visitar lojas. Comprei umas camisas novas e um boné do Golden State pra você.

— Mentira! _Kise estreitou os olhos _duvido.

— Eles ainda são os segundos melhores, mas eu comprei.

— Eles ganharam o campeonato _cruzou os braços _admita Daikicchi.

— Tsc _estalou a língua _ok, vai...

 O garçom encheu a taça de ambos e se retirou. Aomine pode perceber seu olhar demorado em Kise e respirou fundo. Ciúme maldito!

— Antes de brindarmos _pegou a caixinha prateada que ficara esquecida sobre a mesa e a abriu, um par de anéis dourados estava acomodado na almofadinha vermelha _não poderíamos ficar sem trocar nossas alianças.

— Ah... são lindas. Lindas demais!  

— São da cor de seus olhos _piscou, tirou o anel menor pedindo que Kise estendesse o anelar _gostou? Oh serviu.

— Exagerado, meus olhos não são dourados _ergueu a mão _amei, ficou perfeito.

Kise fez o mesmo por Daiki e depois ambos guardaram as alianças antigas na caixinha. Brindaram com um erguer de taças para em seguida beberem o líquido doce. Tocava algo romântico ao fundo, mas eles não deram atenção, ficaram apenas admirando um ao outro.

 

Você me faz sorrir como o Sol

Cair da cama, cantar como um pássaro

Tonto na minha mente, girar como um disco

Louco num Domingo à noite

Você me faz dançar como um bobo

Esquecer de respirar

Brilhar como ouro, zumbir como uma abelha

Só pensar em você já me deixa louco

Ohh, você me faz sorrir

 

Mesmo quando não estás aqui

Você vem de alguma forma

Como uma flor que nasce de uma rachadura na calçada e assim de repente

Rouba a chuva simplesmente

 

Ohh, você me faz sorrir... você me faz sorrir.

 

Smile – Uncle Kracker

 

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Ginza – 18 meses depois.

— Alô?

                A voz macia fez Taiga estremecer, por que logo aquela pessoa atendeu?!

— Hum... Kise-san? Esse ainda é o celular do Aomine-san?

 A troca de sobrenomes o deixou meio confuso, tinha se tornado um Aomine fazia tempo e todos seus amigos mais próximos sabiam.

— Ah, Kagami-san? _sua mente deu um estalo _sim, ainda é o celular dele... _acenou para Daiki _só um momento.

— Espere!

— Hum?

— ...eu não estou ligando por nenhum motivo maior... na verdade eu só queria saber como ele está. Se deu tudo ah... obviamente que sim, já que quem atendeu foi você _riu um pouco nervoso _me senti mal na época, só queria o melhor. Juro.

— ... _Ryota olhou para Daiki que estava ouvindo a conversa da cozinha, ele não sabia que era Taiga de início, mas deixou que seu marido continuasse a conversar com o mesmo _Kagami-san, você... quer conversar comigo sobre isso?

— Quero! _disse por impulso _quero dizer... olha, não sei o que aconteceu depois daquelas quatro noites. Depois que você voltou de viagem, mas eu... terminei com o Daiki no último dia. Decidi que seria o último, realmente jamais poderíamos ficar juntos. Não depois de todos esses anos ao seu lado, Kise-san. Acho que fui muito imaturo ao pensar que poderia prendê-lo, logo eu que me achava o esperto por ter saído por ai numa viagem de autoconhecimento... como sou tolo. Sua história de vida me mostrou que não sou nada e tentei passar por cima de muitas coisas, eu via que o Daiki estava confuso, ainda assim fiquei ali fingindo que nada estava acontecendo. Enfim, me desculpe. Não é como se fôssemos nos tornar amigos, claro, mas obrigado por me ouvir. Só queria dizer a ele que estou orgulhoso por ele ter enfim atravessado a linha. Aquela linha que o impedia de ser livre.

— Bem... diga a ele você mesmo. Oe, diga alguma coisa Daikicchi.

— Ah, está no viva-voz você deveria saber Taiga.

A voz de Aomine fez o ruivo congelar. Não é como se ele não pudesse ter ouvido aquelas coisas, porém a nostalgia fez seu peito doer.

— Devia ter imaginado...

— Já que me ligou para saber como estou... _olhou para Ryota um pouco receoso _estou ótimo. Casei. Nos casamos em Shinjuku ano passado... saiu no jornal _riu brevemente _casal de gays sempre faz barulho. Bom, apesar dos pesares ficou tudo bem.

— TAIGA eu... _o loiro chegou perto do aparelho tirando-o das mãos de Daiki _não tenho raiva de você nem nada do tipo, uh? Nós dois apenas... amamos a mesma pessoa. Não temos culpa de nossos próprios sentimentos e... você nunca fez nada de ruim para mim então... fique bem. Pode ligar quando quiser.

A declaração fez ambos ficarem surpresos.

— ...Ah Kise-san, obrigado. Você realmente é como ele diz ser: gentil. Ah, aliás, eu também encontrei meu lugar. Uh, parece que cumprimos nossas metas de vida.

— Oh! Se casou?

— Na... quase, quem sabe. Um passo de cada vez... o Himuro é um pouco difícil.

Eles riram. Ryota afagou os cabelos de Aomine desligando o viva-voz.

— Vou fazer um chá _anunciou se retirando. Daiki agradeceu a privacidade mesmo que não necessária.

— Então deu tudo certo com ele?

— É... cara, faz quase dois anos. O tempo voa.

— Sim! Com certeza _olhou para trás vendo o outro coar o chá _...está tudo tão perfeito aqui.

A voz de Taiga sumiu por um momento.

— Vou desligar, foi um pouco constrangedor _riu _te ligo outro dia para conversarmos melhor. Até mais Ahomine!

— Tudo bem, tchau Bakagami. Fique bem.

— Você também.

Daiki desligou o aparelho e aceitou a xícara de chá, ficou a fitar o nada até Ryota estalar os dedos em seus ouvidos.

— Nostálgico?

— Ah... de forma um pouco estranha. Fiquei feliz que está com alguém _bebericou o líquido quente _ficou com ciúme.

— ...sabe que sim _desviou o olhar _hn... não foi por querer.

— Estou brincando, meu amor! Tem todo o direito de ficar enciumado, mas gostei de você ter sido tão honesto com ele. O Taiga ficou mesmo se sentindo culpado ao fim de tudo... meu Ryo é uma pessoa muito gentil _ abraçou fazendo carinho em suas costas _ amo você.

— Eu também te amo.

Eles se entreolharam antes do beijo, deixaram que as alianças brilhassem com a luz do sol que entrava pela janela ainda sem cortinas. Não era preciso alcançar as nuvens para encontrar a felicidade, ela estava logo ali.

 

 

 

 

 


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Notas finais do capítulo

END! Até a próxima



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