Me sentei no meio da cama, enquanto Jake sentou-se aos pés da cama. Peguei a caixa e a abri, lá estavam todas as cartas, e também os presentes, dos meus dois aniversários, dos dois natais, dos dois dias dos namorados. Ele jamais se esqueceu de mim. Também estavam lá os presentes que eu havia comprado para ele. Peguei esses e lhe entreguei, ele olhou-me sem entender.

- São seus presentes! – expliquei.

- Você comprou presentes pra mim, enquanto estive fora? – ele perguntou incrédulo.

- Claro! – respondi sorrindo.

Primeiro veria os presentes, estava adiando o máximo possível abrir aquelas cartas, no fim das contas, nem sabia o porquê disso, pois já era certo que ali no mínimo existiam declarações de amor, saudades e sofrimento.

Os presentes eram as mais lindas jóias, anéis, pulseiras e colares, os mais belos que já vi. Agradeci por todos eles, e Jake sorria toda vez que eu demonstrava ter gostado de algum dos presentes.

O que mais me agradou foi uma pulseirinha de ouro fininha, o mais simples dor presentes, mas ainda assim o mais valioso, tinham nossas iniciais nos pingente e um pequeno coração de rubi. Chorei ao vê-la, e pedi que ele mesmo a pusesse em meu pulso.

Era a hora de abrir as cartas. Jake perguntou se eu queria que ele as lesse, mas recusei, queria eu mesma ler o que estava escrito ali.

“Querida Nessie, porque não foi se despedir de mim no dia em que vim para a Europa? Está zangada comigo? Fiz algo que não lhe agradou? Por favor, se fiz me perdoe não era minha intenção lhe magoar. Tenho algo importante a lhe dizer, mas não sei se por carta será o melhor meio. Sinto sua falta, não sou o mesmo sem você. A Europa é linda, mas parece morta, deve ser porque não te tenho ao meu lado. Esses primeiros dias estou em Paris na França, tudo aqui me lembra você. Em nossa lua de mel, quero lhe trazer aqui, é lindo e tem a sua cara. Tudo delicado e sofisticado, assim como você! Tenho certeza de que irá gostar muito quando vier. Mandarei mais cartas, não se preocupe. Te amo, seu Jake.”

Não sei se sorria ou se chorava, acho que estava fazendo as duas coisas, mas não chorava de tristeza, e sim de emoção e felicidade, ele me amava. Porque não li as cartas antes? Porque me obriguei a sofrer durante todo esse tempo? Tomei coragem e abri outra carta.

“Nessie, não queria falar por carta, mas não poderei viver se não lhe disser o que tanto me atormenta. No dia de meu aniversário vi Leah chorando na biblioteca da escola, ela parecia realmente muito triste. Fiquei com pena e fui conversar com ela. Ela me disse que era porque não se conformava de eu já ser prometido a você e que me amava. Eu claro disse que era melhor ela me esquecer, pois eu já estava comprometido e alem de tudo te amava mais do que qualquer coisa. Ela me fez um pedido, um beijo, um único beijo, a principio achei uma péssima idéia, mas ela me olhava com dor nos olhos e pude ver a tristeza entranhada nela, então a muito custo e muito contra gosto aceitei, e lhe dei um único beijo. Saiba que nada senti. Você é a única que quero beijar, por toda a minha vida! Não fique brava comigo minha linda amada, pois eu sempre irei dedicar todo o meu amor à única e exclusivamente você! Amo-te!”

A essa hora eu já estava totalmente chorosa e sem conseguir nem respirar devido a tantas as lagrimas, Jake fora tão honesto comigo, e eu o julguei mal, ele não havia beijado Leah por falta de amor a mim, mas sim por pena, coitada deveria estar mesmo muito abalada, mas eu no lugar dela faria o contrario, é melhor não ter nada, do que ter algo por dó.

- Nessie? Agora me conte, porque você estava brava comigo? – ele me perguntou.

- Eu vi quando você beijou a Leah. – respondi.

- Viu? – apenas assenti. – Oh, minha amada, desculpe fazer você passar por isso! – ele disse afagando minha mão.

Apenas sorri e voltei a ler as cartas.

“Nessie, porque não responde minhas cartas? Não quer falar comigo? Por favor, diga-me o que se passa, estou desesperado por saber de você. Não me deixe nessa aflição, são seis meses sem noticias suas e não agüento mais. Por favor! Espero que não tenha ficado brava pelo que lhe contei na carta anterior, juro amar somente a ti e a mais ninguém, nem a mim mesmo! Quero saber de você, escreva-me, por favor, sinto saudades.”

“Linda amada, feliz aniversario. Hoje você completa dezesseis anos e o que eu não daria para estar a seu lado em um dia tão especial. Como você deve estar mudada, deve estar tão mais madura... sinto sua falta, você não respondeu outra vez. Porque não escreve? Se não quer mais falar comigo diga-me. Escreva-me nem que seja para pedir que pare de lhe enviar estas cartas, pois enquanto não me disser para parar, as enviarei sempre. Agora já são sete meses sem noticias suas, quero saber como está. Bec me dá informações, mas ela não pode dizer o que eu quero saber, ela diz não saber o porquê de você não responder as cartas. Escreva-me, por favor! Amo-te!”

Não sei quantas cartas li, eram muitas e nem quanto tempo demorei as lendo, Jake durante todo o tempo ficou calado, ouvindo saírem de minha boca, as palavras que ele havia escrito nesses últimos dois anos. A ultima carta era de dois meses atrás.

Nela Jake dizia o de sempre. Que me amava, e que sentia saudades. Coloquei todas as cartas de volta à caixa e a fechei pondo-a de lado. Jake me olhava com um olhar sereno e repleto de amor e saudade. O abracei o mais forte que me corpo permitia e ele afagou minhas costas beijando meu ombro, como de costume. Minhas lagrimas acabaram por molhar todo seu paletó preto.

Quando me afastei de seu abraço, Jake beijou cada uma das lagrimas que havia em meu rosto. Uma sensação gostosa e tranqüila passou por meu corpo. Naquele exato momento descobri que Jake sempre foi e sempre seria MEU!

- O que vocês estão fazendo? – mamãe perguntou adentrando o quarto.