O resto daquele dia foi só isso que fizemos: amor. Jake me fazia ter as mais loucas e divertidas sensações. Naquela noite Jake me levou para jantar em um restaurante magnífico. Ou como diriam os franceses: Magnific.

Comemos bem, tomamos um bom vinho e conversávamos animadamente, quando uma moça, muito vulgar, diga-se de passagem, se aproximou de nós. Ela se vestia com roupas ligeiramente decotadas e em cores muito fortes, cheirava a perfume barato e usava uma maquiagem berrante.

Ela falou algo no ouvido de Jake, o que me deixou indignada e furiosa, como aquela mulherzinha se atrevia a falar daquele jeito com o meu marido? Será que não havia notado que ele estava acompanhado? Jake ficou muito sem graça e a dispensou delicadamente, sendo bastante educado.

Eu claro gostaria bastante de ter dado uns belos tapas na cara daquela mulher. Oferecida, mal criada. Atreveu-se a falar intimamente com meu marido. Meu marido! Mulherzinha desqualificada. Jake notando minha indignação e meu nervosismo pediu a conta e depois voltamos para o hotel.

- O que aquela senhora queria com você? – perguntei seca.

- Sente-se aqui. – pediu apontando para a mesa que ficava na quina de nosso quarto, perto da sacada. – Nessie, você sabe que morei aqui por um tempo... – falou.

Apenas concordei com a cabeça, olhando-o curiosa, o que ele queria dizer? Que ele conhecia aquela mulher? Era isso? Fiquei apreensiva e amedrontada.

- Então, aquela moça que falou comigo no restaurante, - ele dizia. – ela já me conhecia.

- Hum, não sabia que você se dava a esse tipo de gente, Jake. – falei arrogante.

- Na verdade não. – respondeu. – Mas houve um dia, sai com amigos da faculdade, depois deles terem insistido muito. – continuou. – Bebi demais, e estava triste e desgostoso, por você não responder minhas cartas. Acabei por me deitar com aquela moça. – revelou. – Mas na verdade nem sei seu nome.

Meu chão sumiu. Fiquei totalmente perdida, não conseguia me achar nem mesmo dentro de minha própria mente. O abalo foi tremendo, eu desconfiava, na verdade sabia que Jake houvera tido uma mulher aqui, mas daí a ouvir essas palavras saindo de sua própria boca. Isso era totalmente diferente e me machucava demasiado.

Fechei meus olhos e senti as lagrimas sendo derramadas, não tentei evita-las, deixei que viessem talvez tirassem de mim a dor que sentia agora. Não podia se quer me mover diante daquilo, estava paralisada, sem ação ou reação. Senti-me a pior das coisas, o mais asqueroso de todos os vermes. Jake havia se deitado com aquela mulher! E agora? O que eu faria com isso?

Ele não dizia uma palavra. Sentia sua respiração batendo em meu rosto e posso apostar que ele esperava alguma reação minha. Apenas me levantei da cadeira onde me sentava e tirei meu casaco e sapatos, deitei na cama e me cobri. A dor era grande, mas eu sabia que iria passar, um dia iria passar, pena essa revelação ter sido feita bem em meu primeiro dia de lua de mel. Não sei se me perdoaria a tempo de curtirmos o que nos restava.

Continuei de olhos fechados, sentia as lagrimas descendo por meu rosto, indo molhar o travesseiro, e naquele momento todo o arrependimento por ter ignorado as cartas de Jake havia voltado. Por Deus se eu o tivesse correspondido ele jamais teria se deitado com aquela mulher, se eu tivesse ido me despedir dele no dia em que vinha para cá, ele teria me contado tudo e todo esse sofrimento tanto meu quanto dele teria sido evitado. Como fui burra!

Senti a cama se movimentar e seu calor por trás de meu corpo. Jake estava ali me abraçando com todo seu amor. Eu não o merecia. Sabia que estava dramatizando demais, só que eu não me conformava com todo o sofrimento que impusera a mim, e pior a ele.

- Meu amor, diga alguma coisa, nem que seja para me xingar! – ele pediu em meu ouvido.

- Como posso te xingar? A culpa disso tudo é minha! – falei pela primeira vez, e nem sei de onde tirei forças para dizer aquilo.

- Como assim meu amor? Você não tem culpa de nada, pelo contrario, você é a vitima. – retrucou.

- Não! – resmunguei. – Se eu tivesse ido me despedir de você no dia em que partiu... – falei.

- Não! Não acredito que esta se culpando! – ralhou. – Eu não deveria ter feito aquilo, se soubesse o quanto me arrependo de ter desperdiçado esse momento especial quando podia tê-lo aproveitado ao seu lado. – lastimou-se.

- Mas se eu... – tentei falar, mas Jake pos seus lábios sobre os meus, me calando e ao mesmo tempo me beijando.

- Vamos fazer assim, - ele disse depois de desgrudar seus lábios dos meus. – você me desculpa pelo que fiz, e eu te desculpo pro não ter ido se despedir de mim, ok? – perguntou.

Apenas assenti lhe dando um sorriso amarelo, demoraria um tempo para me conformar, mas a presença e o amor de meu Jake me ajudariam e me fariam feliz, porque eu sei que eu seria muito feliz ao lado daquele homem, na verdade eu já era feliz. Os olhos de Jake eram sinceros e muito amorosos, ele me olhava com certa... Veneração, se é que se pode assim dizer.

Aposto que meu olhar dizia o mesmo em relação a ele. Ele era como o sol, como as estrelas, na verdade ele era tudo, absolutamente tudo de que eu precisava para sobreviver, e ainda sobrava, mas claro sobrava, mas era meu nada de dividir com ninguém, e eu logo, logo esqueceria o que se passou.

- Hum, minha linda amada, - suspirou ele. – quero que você saiba que nada na minha vida que não tenha a ver com você, é levado em consideração.

- Eu te amo! – falei sorrindo.

- Eu também minha linda, eu também. – respondeu me dando mais um de seus maravilhosos beijos.

Dormimos abraçadinhos aquela noite e foi com certeza uma noite tranqüila. A brisa de Paris entrava pelas frestas da janela. O corpo de Jake me aquecia e tornava tudo melhor do que já era. Acordei no meio da noite, olhei ao relógio e marcava quatro e trinta e oito da madrugada. Jake dormia tranqüilo, com seus braços ainda em torno de meu corpo.

Sua respiração era calma e me passava uma sensação de sossego, inimaginável. Fiquei acordada ate o sol raiar, era lindo ver a claridade que entrava pelas frestas da janela logo pela manhã. Aproveitei um movimento de Jake para levantar-me e correr para ver o nascer do dia. Era lindo, acho que era a única hora do dia em que se via o sol, mas em compensação era maravilhosa a vista, o sol nascendo por trás da torre Eifel, nada mais belo.

Senti braços me envolvendo, braços quentes e aconchegantes, meu lugar favorito no mundo. Os braços de Jake.

- É uma vista linda não? – perguntou beijando-me a face.

- A mais linda que já vi. – respondi.

- Hum, eu já vi melhores. – falou com desdém.

- Melhores? Onde? – perguntei curiosa em saber que vista poderia ser mais linda e mais mágica que aquela que eu presenciava agora.

- Em você! – ele respondeu. – Cada sorriso seu é a mais bela de todas as vistas. – disse sorrindo.

Sorri encabulada, Jake me elogiava todo o tempo, mas ainda assim eu não conseguia me acostumar e não ficar corada com seus comentários. Acho que seria assim para sempre. Entramos para nos banhar e fazer nossa higiene pessoal. Jake quis tirar minha roupa e me dar banho, o que me fez ficar mais vermelha que um camarão em brasa.

Suas mãos percorriam cada milímetro de meu corpo, com a desculpa de que tinha de ficar bem limpinha. Ele parecia gostar do que estava fazendo, suas mãos corriam de forma habilidosa por meu corpo e acariciava-me toda. Ele fez questão de lavar cada parte do meu corpo, por mais intima que fosse ele disse que era meu marido e nada mais justo do que ele ter esse “poder” sobre mim.

Quando ele acabou de me banhar, por mais que tenha tentado afastar este termino, dizendo que ainda tinha uma sujeirinha aqui e outra ali. Pedi para que ele entrasse na banheira, ele ficou sem entender, mas eu disse que havia chegado a minha vez de lhe dar banho. Ouvindo isso ele sorriu malicioso para mim, fazendo-me corar.

Enrolei-me em um roupão de seda que tinha no banheiro e quando me virei Jake já estava completamente nu, me olhando minuciosamente. Já havia visto meu marido nu, mas não daquele jeito, nossos corpos sempre estavam juntos demais para que eu pudesse apreciar a linda visão que era seu corpo musculoso e robusto, sem roupa alguma.

Seus músculos bem definidos, sua pele morena, as pernas torneadas, cada músculo tão bem trabalhado, minha nossa, como ele era lindo, maravilhoso, o chamaria de deus grego, mas penso que ele era bem mais que isso. Quando com muito esforço consegui desviar meus olhos de seu corpo maravilhoso para seu rosto, vi que ele sorria um sorriso largo e muito safado por sinal.

- Gosta do que vê? – ele perguntou sem pudor algum.

- Porque faz essas perguntas inconvenientes? – perguntei.

- Não são perguntas inconvenientes. – respondeu. – Você é minha mulher, tenho que saber se te agrado.

- Agrada sim. – respondi.

- Você também me agrada muito. – comentou olhando-me de um jeito diferente, um olhar malicioso que percorreu todo meu corpo, comendo-me com o olhar, fiquei meio sem jeito, mas não falei nada, eu até gostava de ver seu desejo por mim.

- Hum, agora deixa eu te dar banho. – falei sorrindo indo em sua direção.

Peguei o sabonete e comecei por seu peitoral, ele somente me olhava. Desci para seu abdome e depois para suas pernas grossas e firmes. Jake riu quando passei direto por seu membro sem lavá-lo, mas fiquei com muita vergonha. Passei para as costas, massageando-as e depois seu bumbum, era lisinho e perfeito, uma vontade louca de apertá-lo passou por mim, e tentei me controlar, mas foi mais forte que eu e acabei por aperta-lo forte.

Ele riu e pegou minhas mãos, se virou de frente para mim e me ajudou a lavar seu membro que estava rígido e duro já. O massageei e Jake gemia baixinho e acabou por se sentar no para peito da banheira, dizendo não ter forças para ficar de pé. Jake chegou ao prazer, somente comigo ali o massageando.

Resolvi continuar lavando-o e passei xampu em seus cabelos negros e sedosos. Ele estava com seu corpo mole e não dizia uma palavra. Fiquei preocupada, mas achei melhor continuar banhando-o e deixar que dissesse algo quando e se quisesse.

Lavei seus cabelos e me levantei para ir secar as mãos. Senti as mãos de Jake em minha cintura, ele me puxou fazendo-me sentar no para peito da banheira junto a ele.

Seus olhos fixaram-se nos meus, ele brilhavam, um brilho repleto de amor, carinho, paixão. De repente ele me jogou dentro da banheira, tomei um susto grande e comecei a me debater, mas Jake era forte e não me permitia sair de baixo da água.

O ar já faltava em meus pulmões e doía ter de respirar. Senti seus lábios se colarem aos meus, e meu corpo sendo puxado para fora da água. Desgrudei minha boca da sua e respirei ofegantemente.

- O que pretendia? Matar-me? – perguntei quando já tinha ar suficiente em meu corpo para que pudesse falar.

- Desculpe, acho que foi o susto, se sente bem? – falou.

- Não! – respondi áspera.

- Desculpe-me meu amor, que brincadeira boba a minha. – lamentou-se me puxando para seu colo. – Me perdoe.

- Tudo bem. – falei vendo o arrependimento em sua voz.

Ficamos ali na banheira abraçados, Jake se desculpou milhares de vezes pela brincadeira.

- Sem problemas meu amor, mas da próxima vez que quiser me beijar embaixo da água, me avise. – falei sorrindo.

- Desculpe. – pediu. Depois nos secamos, vestimos e depois saímos para o café.

Tomamos nosso café animadamente e saímos para as compras. Jake e eu fomos a varias lojas maravilhosas, e por um momento, Jake me deixou sozinha em uma loja e foi a outra comprar algo, mas depois voltou dizendo que não havia achado o que queria. E assim foras as duas semanas que passamos na França.

Muito amor, compras, e devo dizer que Jake é um consumista nato, comprava mais que eu. Mas enfim hoje estávamos indo para a Itália. Iríamos passar uma semana nas praias Sardenhas.

Nas praias Sardenhas na Itália, definitivamente peguei uma cor, não fiquei tão morena quanto Jake, mas fiquei um pouco mais corada comparada ao tom de minha pele natural. Jake e eu fizemos algumas loucuras nessa parte de nossa viagem, ainda não acredito que fiz amor, com ele nas areias de uma praia deserta, na verdade em uma gruta, mas de qualquer maneira alguém poderia ter nos pego. Ele ria quando eu dizia que nunca mais aprontaria uma daquelas.