Somebody to Love escrita por Candy S


Capítulo 13
Capítulo 13




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 Acordei no hospital. Meu pai estava sentando em uma cadeira ao meu lado.
— Oi, minha pequena.
— Pai, o que aconteceu?
— Você estava em um evento e um meta roubou um quadro.
— Eu me lembro disso. - falei, me sentando na cama. 

Senti meu tornozelo doer. Tirei o lençol de cima e lá estava ele, todo enfaixado.
— O que aconteceu, pai?
— Ninguém sabe muito bem filha, mas dizem ter visto um raio vermelho entrando no salão. O Flash te salvou.
— O lustre. O lustre ia cair em cima de mim. Pensei que ia morrer ali.
— Graças ao Flash, você está viva, apenas com um tornozelo machucado.

Minha mãe e Octávia entraram no quarto do hospital. 
— Meu amorzinho! Como você está?
— Com um pouco de dor de cabeça, mas bem, mãe.
— É verdade que um lustre ia cair em cima de você?
— É sim, Octávia.
— Eu... eu tive medo que algo pior tivesse acontecido com você. - ela estava com os olhos cheios de lágrimas.

Minha irmã caçula não demonstrava muito os seus sentimentos. Por isso, ao ouvir ela falar, me emocionei.
— Vem cá.

Ela se sentou na cama.
— Eu estou bem. E não vou a lugar nenhum. Ainda vou te aperrear muito nessa vida.

Nós rimos e depois à dei um abraço.

Iris entrou no quarto. E meus pais e Octávia nos deixaram a sós.
— E aí, como você está?
— Fisicamente? Bem, apenas um tornozelo machucado. Emocionalmente? Bagunçada totalmente.
— O que aconteceu?
— Você sabe que o Barry e eu fomos a um evento no Museu, não é?
— Sim.
— Eu perdoei ele, Iris! Parecia que tudo ficaria bem de novo. E quando pensei que ele diria algo, apenas disse que tinha que ir embora. O pior de tudo é que o Barry viu o cara que estava roubando o Museu, Iris. Ele viu, e me deixou ali, sozinha. Eu quase morri e ele apenas foi embora.
— Daphne...
— Não, Iris. Eu não posso mais! É como se tudo tivesse acontecendo de novo.
— Acontecendo de novo?
— É uma outra história. Mas, o que aconteceu hoje... Eu não posso, Iris. Não posso.
                                              ...

No dia seguinte eu já estava liberada. Não fui para o CCPN, por isso estava sozinha em casa.

Assistia TV na sala, quando alguém bateu na porta.
— Oi!

Era Barry.
— Oi.
— Como você está?
— É engraçado você perguntar isso, já que me deixou sozinha lá.
— Eu sinto muito!
— O que aconteceu?
— Eu realmente não tenho uma boa desculpa.
— Nada!? Nada? Caramba, Barry! Qualquer coisa é melhor que... nada. Você tem noção que eu quase morri ontem? - falei chorando. - Você disse que queria estar comigo sempre, lembra?
— Olha, me desc...
— Não Barry! - falei, com a voz alterada. - Não... eu não quero mais ouvir suas desculpas. Eu não quero... - disse chorando.

Ele se aproximou, tentando me abraçar. Mas, recuei.
— Preciso de um tempo. Eu preciso pensar no que está acontecendo.
— Daphne, não...
— Barry, por favor, vai embora.

Ele hesitou, mas fez o que pedi.

Ao fechar a porta, desabei no chão. Eu o amava. Eu o amava como nunca havia acontecido antes. Eu não queria acabar com tudo aquilo, mas era inevitável. Lembranças do passado me assombravam cada vez mais.

Alguém bateu na porta novamente. Pensei que era Barry, mais ao abrir vi um homem, era o mesmo do Museu. Tentei fechar a porta, mas ele era mais forte. Tentei correr, mas  devido ao meu tornozelo machucado não consegui ir muito longe. Ele me alcançou. 

Depois disso, acordei em um lugar estranho, presa em uma cadeira. O homem estava mexendo em algo em uma mesa. Ao me ver acordada veio até mim.
— O que você quer comigo?
— Eu quero que pare de se mexer. Para sempre.
— O que ganha se me matar?
— Não vou te matar. Isso é... muito complicado.
— Por favor, não me machuque!
— Isso não é sobre machucar você. Isso é sobre machucar alguém que se importa com você.
— Quem? A minha família? - disse confusa.
— Não. O Flash.
— O que ele tem a ver com isso?
— Eu vi o jeito que ele te salvou.
— Sim, isso é o que ele faz. Ele é um herói. Ele salva pessoas que precisam ser salvas. 
— Isso é perda de tempo. Salvar pessoas. Elas levam tudo que importa.

Vendo que poderia enrolar ele de alguma forma, continuei a conversa.
— Então você pega as coisas que mais importam para elas?
— A minha esposa, Roseline, tirou o que me importava. Ela queria... me deixar. A coisa que eu mais amava...

O passado vinha na minha mente novamente.
— Então é disso que se trata? Você está chateado porque sua esposa te deixou?
— Eu não podia deixar isso acontecer. Então a fiz minha. Para sempre. - disse puxando um pano.

Atrás dele, havia uma caixa de vidro. A mulher estava lá dentro. Com o seu nome escrito em um papel no vidro. Ela estava imóvel. Morta.

Ele puxou outro pano. A outra caixa estava sem nada dentro. Ele colocou um papel no vidro.
— Espero que tenha escrito seu nome certo.

Ali o desespero tomou conta de mim.

Ele se aproximou com uma agulha para injetar algum líquido em mim.

De repente ouvimos um barulho. Era o Flash. O homem lançou algum tipo de campo de força contra ele, fazendo-o ficar mais lento, paralisado. Ele se aproximou do Flash, dando alguns socos nele, que apenas foi embora correndo.
— Acho que ele não se importa com você tanto quanto pensei.

Ele pegou uma faca e se aproximou de mim. Iria me matar ali, a sangue frio.
— Não... por favor, não! - eu dizia desesperada.

Flash entrou novamente no lugar. Foi parado novamente, mas de alguma forma conseguiu passar por aquela coisa, derrotando o meta.
— Tudo bem. Vai ficar tudo bem.
— Obrigada! - falei o abraçando. - Quem quer que você seja. Obrigada!
                                              ...

Quando entrei em casa, vi minha mãe abraçada ao meu pai. Parecia cansada.
— Filha?
— Ai meu Deus! Daphne! Meu amor, o que aconteceu? - minha mãe veio chorando até mim.
— Eu fui sequestrada. - falei com lágrima nos olhos.
— O quê? - Octávia desceu as escadas correndo ao ouvir a minha voz. - Como assim sequestrada?
— Aquele meta de ontem. Ele me sequestrou achando que eu era importante para o Flash porque ele tinha me salvado.
— E o que houve lá?

Contei tudo o que aconteceu a minha família.
— Foi horrível. Eu pensei em tanta coisa. Ele matou a esposa porque ela queria deixá-lo. Foi como se tudo tivesse acontecendo de novo.
— Filha. - meu pai falou cautelosamente. - Sobre isso, sobre o passado, a Felicity ligou. Não faz muito tempo. Ela disse que... que o Alex fugiu da prisão.

Me levantei do sofá assustada.
— O quê?
— Calma filha, ele não sabe onde nós moramos agora.
— Pai, ele vai me achar. Ele já me achou uma vez. Eu não acredito...
— Calma filha, calma. - falou me abraçando. - Ele não vai nos achar aqui. Ele nunca mais vai te fazer sofrer novamente, entendeu? Eu te prometo.

Essa era uma promessa que meu pai não poderia fazer.
                                              ...

Mais tarde naquele dia, Barry veio até a minha casa. Eu estava no meu quarto, então minha mãe apenas o mandou subir.
— Oi. -ele estava na minha porta.
— Oi!
— Você está bem? Quero dizer, depois de tudo que aconteceu com você.
— Ahm... se eu dissesse que sim, estaria mentindo.
— Eu... acho que temos que conversar. - falou, dessa vez entrando no meu quarto
— Também acho.
— Você estava certa sobre tudo. Eu tenho estado distante e estranho. Mas, principalmente, eu não tenho sido honesto.
— Barry, olha só, eu já te dei inúmeras oportunidades de se justificar e na última delas, você simplesmente me deixou, do nada, sozinha... Então Barry... eu não... nós não podemos ficar mais juntos.

Ele parecia confuso.
— Mas eu quero me explicar, falar o que realmente está acontecendo...
— Eu sinto muito! - disse, tirando e lhe devolvendo o colar que me deu no Natal. - Eu não queria que fosse assim.
— Mas, Daphne... eu...
— Barry, quero que vá embora.
— Então é isso? Essa é a sua decisão?
— Sim.

Ele foi embora, chateado, por não poder ao menos argumentar. Eu queria que tudo ficasse bem. Mas, eu não podia depois de tudo que aconteceu e eu o odiava por isso. Eu o odiava por ter roubado meu coração daquela forma. Eu teria que tirá-lo dos meus pensamentos a força. E mesmo que eu o tivesse perdoado,  não era mais uma escolha minha. Com Alex a solta, ficar comigo nesse momento seria perigoso para ele. Pelo menos era o que eu pensava. Se quisesse deixá-lo em segurança, era isso que teria que fazer.


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