One for the Radio escrita por vanprongs


Capítulo 1
Aquele com garotas, banheiros e sororidade.


Notas iniciais do capítulo

Essa fanfic é uma ideia antiga que está sendo repostada - agora um plot bonitinho e bem trabalho! Espero que vocês realmente gostem e torçam pelos personagens aqui (porque vai ter draminha básico sim!).
Boa leitura amores!



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No matter how hard I try to be just one of the guys.

 

Lily Evans ouviu Dorcas rir de um comentário que Marlene havia feito sobre a festa do último final de semana e suspirou ao morder o lábio inferior rapidamente. Tudo o que ela conseguia pensar nos últimos tempos era no grupo de coral e em como eles precisavam urgentemente de um ânimo para as novas lições e para as Regionais. Seus olhos verdes brilharam com intensidade ao vê-la. Uma garota que ela nunca tinha visto antes na escola, cabelos curtos e rosas escondidos embaixo de uma touca preta e fones de ouvido. A menina de cabelos coloridos encarava um papel colado na parede, o papel que Evans conhecia tão bem.

— Vamos. – murmurou de longe com um sorriso – Coloque o seu nome.

— Você ‘tá ficando louca, Lils? – McKinnon perguntou em um tom debochado para a amiga.

— Aquela menina nova, parece que ela tem interesse em entrar para o coral. – respondeu sem sequer encarar qualquer as duas loiras que estavam ao seu lado.

As três meninas viram a desconhecida pegar a caneta em um ato desengonçado e então assinar o papel enquanto mordia o lábio.

Nymphadora Tonks.

A menina de cabelos rosa sorriu e sentiu seu fone de ouvido ser puxado de seus ouvidos, deparando-se com Sirius sorrindo para ela enquanto o outro tentava descobrir a música que ela ouvia.

— Baby do Justin Bieber, Nymphadora? Sério? – a voz tentando soar séria e um pequeno sorriso nos lábios ao perceber que a garota o encarava com uma expressão de poucos amigos.

— Por que você não vai ouvir teus indie, Lupin, e me erra pelo menos uma vez? – respondeu ao levar suas mãos até o rosto dele e tirando seu fone do ouvido dele em um ato grosseiro.

— Você sabe qual a sua primeira aula? – Black perguntou antes que os dois começassem mais um de suas discussões, ou como eles gostavam de chamar: debates.

— Biologia.

O menino de cabelos castanho claro soltou um murmúrio e encarou a garota com um sorriso sarcástico nos lábios.

— Vamos, você vai estudar biologia comigo. – Remus comentou ao se colocar ao lado da menina e passar a mão por seus ombros. – Ah, Dora, você vai adorar passar todo o seu dia comigo. – disse com um sorriso sarcástico nos lábios.

— Nos seus sonhos, Rem. – riu levemente e começou a andar com os dois rapazes. – James não veio hoje?

— Treino de futebol. – o primo dela respondeu com uma careta.

— Não sinta ciúmes, ele irá voltar.

Sirius revirou os olhos e entrou em sua sala, deixando Tonks e Lupin andando pelos corredores com alunos, o rapaz puxou novamente o fone de ouvido dela e ajeitou-o em sua orelha, lhe dando um pequeno sorriso antes de ver que tocava alguma música do OneRepublic.

— Seus gostos mudam muito rapidamente, Dora, é difícil de acompanhar.

— Você, quieto é um poeta. – murmurou antes de levar seus lábios na bochecha do amigo e riu. – Conseguiu resolver aquilo com seus pais? – indagou ao virar junto com ele enquanto caminhavam calmamente para um dos laboratórios.

— Nop, faltei a sessão e não tive êxito nenhum em convencê-los a ficar. – respondeu dando os ombros e empurrou o ombro da menina levemente, fazendo-a encarar a porta. – É essa sala.

 

[...]

 

Emmeline colocava a senha no cadeado seu armário, os cabelos cacheados escondidos sob o capuz da jaqueta e seus olhos estavam marejados, não seria possível que as pessoas realmente pensassem tudo aquilo dela, somente por ela ser quem era, gostar do que gostava, quando a porta abriu em um baque a garota deu alguns passos para trás olhando para todos os objetos que se encontravam no chão e dentro do pequeno cubículo onde ela guardava seu material escolar.

Não tinha ninguém presente no corredor da escola há não ser ela e a aluna nova que havia pedido para ir ao banheiro no meio da aula, a garota de cabelos cor de rosa observou os objetos no chão, perplexa.

Vibradores de todos os tamanhos e cores. Inúmeras camisinhas. E era possível ver alguns outros itens achados em qualquer sex shop da cidade. Nymphadora suspirou e balançou a cabeça negativamente ao começar a caminhas até a menina negra pouco a frente, mas antes que pudesse se aproximar o sinal tocou e então fechou seus olhos como se amaldiçoasse alguma coisa.

Em questão de minutos o corredor ficou lotado de alunos que observavam e riam de Vance e dos itens jogados aos seus pés, Dora pegou seu celular rapidamente e mandou uma mensagem para Remus pedindo que ele levasse sua mochila para a sala que ela teria a próxima aula, porque ela tinha tido um pequeno imprevisto, e em questão de segundos a novata estava em frente a outra, segurou-lhe o braço, fechou a porta do armário, colocando o cadeado novamente e puxou-a.

As duas andaram rapidamente pelo corredor e Tonks entrou no primeiro banheiro feminino que achou, puxando Emmeline consigo, ficou de frente com a menina e levou suas mãos aos ombros dela em alguma forma de consolo.

— Você está bem? Não, que pergunta estúpida, é claro que você não está bem. Tente manter a calma sim, tem alguém que você queira que eu chame ou algo do tipo?

A outra negou com a cabeça, encarou a estranha e então seus olhos lacrimejados não aguentaram mais. A garota começara a chorar em silêncio e a novata abaixou a cabeça, sem saber o que fazer. Até que ambas ouviram um barulho vindo de uma das cabines de banheiro, olharam para a direção do barulho e viram três meninas em frente a porta, batendo de forma exasperada.

— Abra essa merda, MacDonald, ou eu juro que irei chutar essa porta até que ela estrague. – a menina de cabelos louros começou a falar.

— Tente ser doce, Marls. Você sabe que ela só vai abrir se você for doce com ela. – disse a outra loira encarando a amiga com um olhar leve.

— Mary, estamos realmente preocupadas com você. Abra essa porta, por favor. – a voz da ruiva se fez presente e ela começou a observar o banheiro, seus olhos caíram sobre as outras duas adolescentes ali e um sorriso presunçoso tomou conta de seus lábios ao encarar a menina que mais cedo havia colocado seu nome no papel do coral. – Oi, não sei se já fomos apresentadas. Eu sou Lily Evans. – apresentou-se de longe e a garota de cabelos coloridos acenou com a mão. – Essas são Marlene e Dorcas.

— Nymphadora Tonks. – sorriu e apontou para a cabine. – A amiga de vocês está bem?

— Alguns babacas do último ano começaram a zombar a aparência de Mary nos últimos dias e ela tem tido... Problemas, se você me entende. – Marlene falou com pesar ao levantar o braço e subir dois dedos de sua mão, tentando fazer as outras duas garotas entenderem o que ela queria dizer.

— O sexo masculino aqui tende a ser bem babaca, uh? – Tonks perguntou com o timbre irritado e enfiou a mão no bolso de sua jaqueta, retirando um chiclete.

Deu alguns passos até a porta que elas estavam e abaixou-se, levou sua mão até a parte debaixo da porta que ficava aberta e mostrou o chiclete para quem quer que estivesse ali.

— Pegue um e saía, estamos todas aqui para te ajudar. – sussurrou e sentiu o chiclete ser pego.

Ela se levantou e foi novamente para o lado de Emmeline que aparentava estar mais calma e lhe dava um sorriso fechado.

 

[...]

 

A semana estava chegando ao fim quando ela teve coragem de entrar na sala do coral pela primeira vez. Depois de todos aqueles dias andando com as meninas, Nymphadora havia percebido o que sua mãe lhe falava há tempos: o banheiro feminino servia, muitas vezes, para que garotas conseguissem se ajudar e com isso criar vínculos umas com as outras. Ela encarou as quatro meninas que estiveram com ela naquele banheiro, Mary aparentava estar melhor (mesmo que tendo uma ou outra recaída), Emmeline ainda sofria muito por conta dos comentários maldosos feitos a ela sobre sua sexualidade e as outras três meninas estavam como Dora, exaustas.

— Você deve ser Nymphadora Tonks. – o professor Specter comentou, sério, enquanto se sentava em uma das cadeiras do fundo do coral. – Fique à vontade para nos mostrar o porquê deveríamos aceitar você em nosso grupo.

Ela mordeu os lábios ao encarar seu primo e seus amigos. James tinha os dois polegares para cima e lhe dava um sorriso idiota em apoio, Peter a encarava com um leve sorriso nos lábios, Sirius tinha um olhar orgulhoso enquanto seus braços estavam cruzados em frente ao seu corpo e Remus a encarava com um sorriso que beirava o orgulho e o sarcasmo brincando em seus lábios, o que era típico dele.

Coloque para tocar.

E então a música começou a tocar.

— All our friends, they're gettin' on, but the girls are still staying young. – começou a cantar. – If I get caught being rude in a conversation with a child bride on her summer vacation... – andou pela sala e ouviu as meninas cantando consigo. – No matter how hard I try to be just one of the guys there's a little something inside that won't let me. – fechou os olhos e movimentou a cabeça enquanto ouvia a melodia. – No matter how hard I try to have an open mind there's a little voice inside that prevents me.

— Uh, uh, uh. – Marlene cantarolou levemente.

— How I live, it got me here, locked in this bathroom full of tears. – abriu seus olhos. – And I have begged for you and I have borrowed but I been the only sister to my own sorrow.

— No matter how hard I try to be just one of the guys there's a little something inside that won't let me. – a voz dela se juntou com a dos outros alunos. – No matter how hard I try to have an open mind there's a little clock inside that keeps ticking.

Nymphadora andou até ficar em frente a uns meninos que ela tinha visto rir de Emmeline.

— There's only one difference between you and me when I look at myself, all I can see I'm just another lady without a baby. – murmurou com um sorriso ácido e enfiou a mão nos bolsos ao começar a andar pela sala.

— No matter how hard I try to be just one of the guys there's a little something inside that won't let me. – a voz das meninas pôde ser ouvida novamente. – No matter how hard I try to have an open mind there's a little cop inside that prevents.

— I'm not gonna break for you. I'm not gonna pray for you. I'm not gonna pay for you. That's not what ladies do. – cantou sozinha enquanto as meninas levantavam-se e começavam a cantar no meio da sala com ela.

— Oh when you break. When you break. Oh when you break... Oh when you break.

E quando a melodia acabou Tonks levou seus braços para os ombros de Emmeline, abraçando-a carinhosamente o que fez com que as outras também se abraçassem. Sirius assobiou animado e Marlene o encarou com um sorriso doce nos lábios.

— Aparentemente foi unanime. – o professor deu uma leve risada satisfeita ao ver as garotas segurando as mãos umas das outras.


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Notas finais do capítulo

Obrigada por ler até o final, não esqueça de deixar reviews ♥
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see ya, xx.



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