Something. escrita por NowhereCams


Capítulo 3
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

Oi gente! Desculpa a demora, agora que as férias acabaram tá tudo bem corrido com essa questão de escola (isso porque ainda estou no 9º ano). Daqui em diante teremos capítulos novos toda terça! Não prometo soltá-los nesse dia, mas prometo tentar.

Agora sem mais enrolações, boa leitura!



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McCartney se aproximou de mim, carregando a incredulidade na face e sua voz saiu espantada:

— Você não se lembra da promessa?

Foi então que uma lembrança se projetou em minha mente.

Agora

*Flashback on*

Eu, Paul, John e George corríamos pela Strawberry Fields, tínhamos respectivamente 10, 8, 10 e 7 anos e como éramos crianças, ficava mais fácil correr por aqueles campos sem sermos vistos.

Estávamos pegando alguns morangos e ao mesmo tempo em que comíamos, colocávamos outros na sacola, mas um grito conhecido invadiu nossos ouvidos.

— É LOUISE! -exclamou Paul, correndo em direção ao grito da irmãzinha de apenas 4 anos. Havíamos deixado a pequena correndo atrás de algumas borboletas, mas parece que a situação não era mais tão simples.

Ao acharmos Louise, ela estava toda arranhada e seu joelho sangrava muito. Seus cabelos que antes estavam presos em um rabo de cavalo agora pareciam um ninho de rato.

John pegou a menina no colo, Paul tentou arrumar seus cabelos da melhor forma que pôde, eu peguei água para lavar seus machucados e George a fazia rir, assim ela não ligaria muito para a dor dos cortes.

Já na casa de Paul, Mary, sua mãe, cuidava dos ferimentos da filha de maneira adequada, como uma verdadeira enfermeira. A loirinha contava para a mãe como tudo aconteceu e a mesma não parecia zangada, até se divertia com a danadeza da pirralha.

George, John e eu já estávamos de saída quando McCartney nos propôs uma promessa que fizemos sem pestanejar: Jamais machucar e sempre cuidar da nossa menininha.

*Flashback off*

Sorri com a lembrança, mas o sorriso desapareceu na hora em que encarei o baixista.

— Eu lembro da promessa Paul, me desculpe, mas não tínhamos algo sério e...

— Você não entende nada de mulheres Ringo? -ele me interrompeu. - Elas se apegam, se apaixonam e esperam o melhor do parceiro! Mas esqueça isso, eu não vou te bater ou nada do tipo, apenas saiba que quando a poeira abaixar, você terá que fazer as pazes com ela e vocês nunca mais terão nada, entendido?

Respirei fundo, eu não conseguiria esquecer aquela jovem tão cedo. Eu sei que beijei outra, também sei que tudo isso é contraditório, mas ela me prende de uma maneira inexplicável.

— Paul... -tentei começar, pois eu queria explicar a ele esse sentimento, mas fui interrompido, de novo, por um berro.

— SAIA DAQUI ANÃO MISERÁVEL, EU NÃO QUERO SABER DE NADA! -vociferou. Lancei um olhar a ele, que parecia um pouco arrependido por me dizer aquelas palavras, mas em vez de esperar por algum outro ataque de raiva, saí do estúdio, deixando Lennon e Harrison com o furioso McCartney.

Paul

Observei Ringo sair. Eu estava tão irritado! Um de meus melhores amigos, meus tesouros, havia machucado a minha princesinha! A minha Louise! Mamãe disse que eu sempre deveria a proteger e defender, mas quando a deixo um pouco livre, ela se fere. Se eu tivesse prestado mais atenção no relacionamento daqueles dois, se ele tivesse cumprido a promessa...

— Macca! -John grita, tirando-me de meus devaneios. Faço uma careta. - Não fique com raiva, você sabe que aquele baterista irresponsável faz dessas... Diga a Young Macca que ela pode conseguir gente muito mais bonita e talentosa que aquele narigudo safado! Ela é jovem e bonita, vai sair dessa... E diga também que ela sempre pode contar o melhor amigo dela aqui! -sorriu e apontou para si mesmo como se dissesse ''eu sou o rei delas''. Soltei uma risada e George me acompanhou.

— Diga a ela que também pode contar comigo. -acrescentou Harrison, com um olhar distante e sonhador. - Não somos amigos, mas ficar ao lado dela nesse momento pode mostrar que temos potencial para sermos algo do tipo.

— Ok, eu mandarei o recado. -suspirei fundo.- Antes de ir, vou passar no mercado e comprar algumas coisas que serão úteis para ela. Tchau gente, qualquer coisa, me chamem no whatsapp. -avisei, fechando a porta.

[...]

Cheguei em nosso apartamento com duas sacolas na mão; em uma havia alguns remédios para cólica e absorventes (não me perguntem como foi comprar essas coisas, vocês já sabem a resposta), na outra tinha chocolate  e alguns filmes de romance água com açúcar que minha irmã tanto gostava.

Fui até o quarto onde a porta era decorada com fotos do The Rolling Stones (tentei não pirar) e bati de leve. De imediato, uma voz abafada me convida para entrar.

— Olá Paul -ela sorriu fraco, vindo ao meu encontro. Seus olhos estavam vermelhos, mas nada muito escandaloso. - O que tem nessas sacolas? -perguntou, confiscando as mesmas de minha mão e se dirigiu até a cama, que era coberta por uma manta com a foto do Mick Jagger (respira Paul). 

— Algumas coisas que eu comprei para você. -respondo enquanto ela esparrama os conteúdos pela cama.

— Chocolates! E... absorventes? -mostra ela, corando.

— É, eu vi que não tinha mais no armário e... bem... resolvi comprar. -coro também.

— Obrigada Paul. -ela recoloca tudo na sacola e assim que ela termina, eu a puxo, fazendo com que deite em meu colo.

— Agora conta pro irmãozinho Paulie o que você está sentindo. -ela ri, se aconchegando em meu colo, igual quando éramos crianças.

— Ah Paul, eu não quero falar sobre isso. -ela me lança um sorriso triste. - Não posso, pois aí eu começo a chorar e não consigo parar! -reclamou, alcançando um pedaço de chocolate na sacola atrás de mim.

— Ok, ok, -relutantemente, concordei. Quando Louise menos esperava, a peguei no colo e a levei para a sala. Ela me batia, me arranhava, me xingava, mas eu não me importava, pois o olhar triste ganhava um brilho de divertimento.

Deixei-a no chão e sentei no sofá, enquanto ela se aninhava em meu colo, dessa vez sem convite.

— Ligue a televisão. -apontei o controle para ela. - Podemos até assistir aquela sua série sem graça lá, como é o nome? Ah sim, Game of Thrones. - fiz drama, fingindo irritação. Ganhei um tapa no braço.

— Não, obrigada. -agradeceu meigamente, enquanto ''amaciava'' minha cara com uma almofada. Quando dei por mim, já estávamos no meio de uma guerra.

Após horas de batalha, sentei no sofá, ofegante e perdedor. Olhei para a minha irmã, que estampava um sorriso vitorioso, mas que logo deu lugar a lágrimas que caíam copiosamente e fiz a única coisa que estava em meu alcance, a abracei. 

Fiquei ali, mexendo em seus cabelos, como se aquele singelo gesto tirasse a dor de sua desilusão amorosa e assim, minha princesa dormiu e a expressão de dor sumiu, dando lugar a serenidade. Deposito um beijo em sua testa e relembro de algo que mamãe Mary sempre dizia e que se encaixa perfeitamente nessa situação: Deixe estar. Com essa lembrança, durmo feliz, na esperança de que minha doce flor se recupere logo.

 

 


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Notas finais do capítulo

Ai gente, queria ter uma irmão igual ao Paul, o meu é um estúpido! Obrigado por terem lido, vejo vocês na terça!



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