Aconteceu escrita por Alanna Drumond


Capítulo 89
Capítulo 89 (Últimos Capítulos)




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— Ela podia ter te matado aquele dia também mãe, poderia ter matado Ana como queria. – ele disse
— Mas não fez nada disso. – eu disse e me abaixei também. Limpei uma lágrima que escorria de seus olhos vermelhos. – nós estamos aqui com você. Vivas. Tivemos uma nova chance, você teve uma nova chance. Não a desperdice amor. Não fica remoendo esse sentimento de culpa dentro de você, pois não é culpado de nada.
— Se alguém tem que sentir culpa Rafa, é essa louca. Ela sim é culpada. – disse Marcella – você só tem culpa de roubar os doces da mamãe na geladeira de madrugada e me culpar – ela brincou – elas têm razão. Vamos aproveitar essa nova oportunidade e viver, ser feliz. Depois de tudo o que nós passamos, nós merecemos ser felizes.
— Você não está chateada comigo? – Rafael perguntou olhando pra mim.
— Por que eu estaria? Eu devo ficar chateada por você ser a melhor coisa que me aconteceu nos últimos anos? Devo ficar chateada por você me fazer sentir coisas que eu nunca imaginei que sentiria? Devo ficar chateada por ser a mulher mais sortuda do mundo por estar com você e ser digna do seu amor? – ele se acalmava com cada palavra que eu dizia e parou de chorar – Não. Eu não estou chateada. Eu te amo, e eu não me arrependo de nada. Não me arrependo de te amar.
— Ei – Marcella chamou – ainda estamos aqui.
— Não estraga Marcella – resmungou Camila e Rafael abriu um tímido sorriso.
— Vocês estão aqui – ele disse e estendeu a mão para a irmã que não se abaixou por conta da barriga, mas se aproximou o suficiente para que Rafael a abraçasse e encostasse a cabeça em sua barriga. Camila e eu nos aproximamos também e os abraçamos. – Vida – disse Rafael beijando a barriga da irmã – Vamos viver a vida.

Um mês depois...

A cada dia que se passa, menos certezas eu tenho. Depois do julgamento, a vida de Rafael virou um inferno. Aonde ele ia, aonde nós íamos, aparecia alguém querendo uma declaração sobre tudo o que aconteceu. Mas o que Rafael poderia falar? Ele estava focado em deixar tudo isso para trás e viver a vida. Ao meu lado. Todos os dias ele me dava vários motivos de porque me escolheu para ser sua companheira, sua parceira em tudo... eu o amava, eu o amava tanto. Ver todo aquele sofrimento o qual ele foi submetido e não poder fazer nada me matava. Mas eu fazia o que Camila me disse para fazer: eu o amei. E o amava com todo o meu ser... no fim das contas ela tinha razão. A verdade é que não era só Rafael que precisava superar tudo o que aconteceu. Eu também precisava. E nosso amor foi essencial no processo.

Um dia desses eu estava no final de uma aula quando ele me mandou uma mensagem:

“Estou com saudades, esse escritório não é o mesmo sem você. Preciso da sua luz! Me daria a honra de um almoço na sua companhia Senhorita Siqueira? R.”

“Eu também estou. E sim, eu lhe concedo a honra Rafael Duarte. Me pega na faculdade? XoXo A.”

“Na verdade eu já estou aqui fora te esperando, não aguentei. Eu precisava te ver.”

O professor nem tinha terminado a aula e eu já estava correndo para fora do campus, correndo para ele. E lá estava ele. Encostado no carro, com óculos escuros mexendo no celular despretensiosamente e atraindo os olhares de todas as universitárias. Ele ergueu a cabeça e sorriu para mim, tirou os óculos enquanto eu me aproximava e era sufocada por seu perfume de madeira.

— Olá Senhorita Siqueira – disse me envolvendo em um abraço e parando os lábios a centímetros dos meus
— Só me beija Rafael. Me beija, por favor – eu pedi sem necessidade, pois eu sabia que ele faria isso.
— Seu desejo é uma ordem minha princesa.

Ele me levou para o restaurante e no caminho fomos falando sobre tudo. Com a faculdade eu mal tinha tempo para ficar com ele e eu sabia que ele sentia tanta a minha falta como eu sentia a dele. Por isso em cada momento que tínhamos, fazíamos de tudo para ser inesquecível e único, pois eram realmente únicos.

Nos sentamos em uma mesa mais afastada que nos deixou bem a vontade e com privacidade. Rafael, do meu lado, não soltava a minha mão nem por um segundo e nem parava de sorrir. Era como se depois de muito tempo ele recuperasse a paz que perdeu e agora pudesse viver plenamente. E isso me deixava tão feliz, mas tão feliz....

— Eu preciso conversar com você – ele disse quando acabamos a sobremesa e eu sujei o rosto dele de chocolate só pra ter o prazer de limpar com a boca.
— Que voz mais séria. Aconteceu alguma coisa?
— Eu sinto a sua falta. Cada vez mais.
— Eu sei. Eu sei que as coisas estão difíceis e eu juro que estou tentando conciliar tudo da melhor maneira possível, mas não está dando... – ele me interrompeu.
— Você está conseguindo... é que... - ele brincou com o anel de esmeraldas em meu dedo que foi um presente de aniversário - demorei 32 anos para te encontrar Ana. Eu não quero perder tempo, já perdi demais. E eu tô muito orgulhoso por você estar conseguindo realizar seus sonhos e me sentiria péssimo se por algum momento você tiver que escolher entre eles e eu. Eu, mais do que ninguém, quero que você seja feliz e realize tudo que tiver vontade. Mas é por querer aproveitar cada segundo com você, é por querer ficar do seu lado todos os dias, em todos os momentos que eu tenho uma proposta pra você.
— Rafael...
— O que você acha de vim morar comigo? Eu sei que pode parecer cedo ou precipitado, mas... trinta e dois anos sem você já é o suficiente para que eu queira passar o resto da minha vida com você. Como eu disse, não quero perder tempo. Quero começar o resto de nossas vidas logo, porque eu não consigo mais me imaginar sem você.


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