Aconteceu escrita por Alanna Drumond


Capítulo 80
Capítulo 80 (Últimos Capítulos)




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Eu olhava para Rafael, olhava para o anel, e olhava de novo para Rafael. Eu não sabia o que dizer, eu não sabia o que aquele anel significava. A única coisa que eu sabia era que eu estava extremamente maravilhada com sua beleza, mas também estava nervosa pela situação. Estava ventando muito e o cabelo de Rafael que estava um pouco grande caia sobre seus olhos que brilhavam com expectativa. Ele tinha o sorriso mais lindo do mundo nos lábios. Eu abri a boca para falar alguma coisa, mas nenhuma palavra saiu.

 
— Você gostou? – ele perguntou parecendo nervoso também.
— O que é isso?
— Ora, é um anel. – ele riu – fica tranquila. Não estou te pedindo em casamento. – eu prendi a respiração – Ainda não. – eu soltei.
— Então você vai pedir?
— Um dia
— Um dia – repeti me lembrando do dia em que conversamos sobre ter filhos e dissemos a mesma coisa.
— É só um presente. Eu queria algo bonito e algo que te fizesse lembrar de mim, que você pudesse usar sempre de forma que saberia que eu sempre vou estar com você. – eu olhei para o anel e vi que a esmeralda era do mesmo tom dos olhos de Rafael – Alice me ajudou a escolher. Ela disse que parecia com os meus olhos e que você não ia resistir – ele disse rindo.
— Ela tem razão. É lindo. A coisa mais linda que eu já vi. Mas isso é demais Rafael. Eu não posso aceitar.
— Alice me disse que diria isso.
— O que mais ela disse?
— Que era pra eu te beijar quando dissesse isso. – ele se aproximou do meu rosto e com o dedão contornou o desenho da minha boca – ela disse que você ia perder o raciocínio e não ia conseguir recusar.
— E você acredita nela? – ele sorriu com os lábios a centímetros dos meus de forma que eu pude sentir seu hálito fresco.
— Digamos que eu vou seguir o conselho da sua melhor amiga. – e então ele me beijou.

De fato eu não conseguia raciocinar. Eu me derreti nos braços de Rafael e me entreguei totalmente a ele. E, ah puxa... era tão bom. Eu o amava tanto e o queria tanto. Parecia surreal esse sentimento. Eu senti um gelado em meu dedo anelar da mão direita e sabia que, enquanto me beijava, Rafael colocava o lindo anel na minha mão. Não havia discussão. Eu o aceitaria, eu sempre o aceitaria. Sempre aceitaria Rafael.

No caminho para casa, Rafael não foi para a mansão nem para a minha casa. Ele me levou para um apartamento perto da praia. Disse que dividiu o apartamento com Dan um tempo antes de se casar com Sabrina. O apartamento tinha definitivamente a cara deles. Era o típico apartamento de dois universitários solteiros que não queriam muito estresse. Tinha cor, tinha vida, ao contrario da mansão ou do escritório. Em cada pedacinho conseguia ver a personalidade dos dois.

Rafael me pegou pela mão e me conduziu ao seu quarto de solteiro. Eu esperava uma coisa totalmente diferente do que eu encontrei. No quarto tinham velas espalhadas para todos os cantos, pétalas de rosas para todos os lados. Um balde de gelo com um champanhe e duas taças no criado mudo convidava para um brinde. Ao lado dele estava a cama.

Tinha uma espécie de linha do tempo, esquematizada por fotos, na cama de Rafael. Todos os momentos da minha vida estavam ali. Desde o meu nascimento até hoje. Alice com toda certeza deu aquelas fotos para Rafael.

— Rafael... que coisa mais linda. É uma linha do tempo... Tá tudo aqui... – eu peguei uma foto de quando eu era bebê, no meu primeiro aniversário no colo de minha mãe. – Mãe... que saudade... – eu me virei pra ele que estava segurando outra tulipa de plástico amarela sorrindo abertamente. Ele me estendeu a flor e àquela altura eu já nem tentava conter as lágrimas
— Não é uma linha do tempo.
— Não?
— É um mapa. – ele me pegou pela mão e me girou pra que eu ficasse de frente para a cama novamente e pudesse ver melhor o tal mapa me abraçando por trás – toda a sua vida tá aqui. Todo o caminho que percorreu até chegar aqui. - ele pegou a minha mão e começou a apontar as fotos – O primeiro aniversário... os primeiros passos... a escola aos cinco anos... o balé aos nove anos... o primeiro beijo aos treze... o primeiro namorado aos dezoito... – ele torceu o nariz ao apontoar a foto com Gustavo e eu ri – a aprovação na faculdade... o primeiro apartamento com a Alice... um dos setenta e cinco empregos que teve... a Duarte – disse apontando para a foto que saiu na imprensa quando eu o acompanhei pela primeira vez em um evento social, o mesmo que Marcella me presenteou com um maravilhoso vestido e então ele apontou para a ultima foto, aquela em que estávamos no Parque na Holanda e ele me beijava – nós dois.
— Um mapa que me levou até você – eu conclui.
— Tudo isso te trouxe pra mim... Cada momento desse foi fundamental para que fossemos o que somos hoje e me mesmo te conhecendo a apenas um ano e meio, eu sou grato por cada um desses momentos. – eu me virei de novo e passei meus braços pelo pescoço dele.
— Encontrei o caminho que leva a você e eu não quero sair nunca mais daqui.
— Ah, mas você vai sair. Você é grande Ana. E esse mapa não representa nem metade do seu caminho. Você ainda tem muitas coisas pra viver, muitos momentos pra acrescentar nesse mapa e eu quero estar com você em cada um deles.
— Eu te amo. Eu te amo muito. – ele beijou uma lágrima que escorria pela minha bochecha e não precisou que ele dissesse que me amava também. O cuidado, o carinho, os beijos e o amor presente em toda a noite demonstravam isso.

Ele me levou pra cama e me deitou sobre o mapa. Ele fez amor comigo olhando nos meus olhos, ele me amou. Como ele me amou... como eu o amei. Não tinha uma única célula do meu corpo que não o amava. E naquela noite eu soube, o meu mapa se uniu ao de Rafael Duarte para sempre e agora só tínhamos um caminho a percorrer, um caminho que percorreríamos juntos.


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