Aconteceu escrita por Alanna Drumond


Capítulo 73
Capítulo 73




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— Sério? – eu perguntei e ele assentiu. Rafael não falou nada, só olhava para Pedro fixamente.
— Ana, essa é a hora em que ele pensa em como vai arrancar as minhas bolas? – antes que eu pudesse respondê-lo Rafael se pronunciou.
— Não vou arrancar suas bolas.
— Mas antes que você queira arrancar outras partes do meu corpo, precisa saber que foi um acidente. Não planejamos isso. Não agora – então Pedro abriu um sorriso – Mas pra falar a verdade, foi a melhor coisa que me aconteceu.
— Parabéns – eu disse.
— Obrigado – ele sorriu, mas o sorriso murchou quando ele olhou pra Rafael – cara fala alguma coisa, me bate, surta, sei lá, mas faz alguma coisa. Você tá me matando.
— Você disse que não vai mais pedir a mão dela. – disse Rafael pausadamente.
— Não disse isso. O que eu disse é que eu queria pedir a mão dela no aniversário dela. Mas ai a gente descobriu a gravidez e sei lá cara. Me deu vontade de casar no mesmo segundo – ele disse sorrindo.
— Você não tem que se casar com ela só porque ela está grávida. – disse Rafael.
— Eu sei disso. Mas eu quero fazer isso do jeito certo. E ia ser bom se o meu futuro cunhado aprovasse o meu pedido e não quisesse arrancar as minhas bolas. Saiba que eu pretendo ter mais filhos um dia – ele disse nervoso.
— Já disse que não vou arrancar as suas bolas. Tem certeza de que quer se casar com ela? Você sabe como a Marcella é. – pelo tom de voz de Rafael eu soube que ele não estava bravo, só estava disfarçando.
— Sei. Mas eu amo a Marcella. Ela é louca e provavelmente vai me enlouquecer e eu vou querer arrancar os cabelos antes dos 40 anos, mas eu amo sua irmã. Eu sou doido por ela. E ela vai me dar um filho – o sorriso dele ficou ainda maior – eu sempre quis ter um filho. Uma família. Com ela. É tudo o que eu sempre quis.
— Levanta – disse Rafael com tom autoritário se aproximando de Pedro que se levantou.
— Se você for me dar um soco, pega leve. Eu pretendo me casar em breve e minha noiva não vai gostar se eu estiver com o olho roxo nas fotos do casamento. – disse Pedro. Rafael o puxou para um abraço.
— Não vou arrancar as suas bolas. Mas pra isso tem que me prometer que vai cuidar bem dos dois. Vai fazê-los feliz, caso contrário eu vou cuidar para que você não seja feliz.
— Com um pedido carinhoso desse... – Pedro disse e nós rimos.
— Parabéns. Essa criança vai precisar de um adulto responsável por perto pra cuidar dela. Pode contar com o tio. – Rafael sorriu largamente. Ele estava feliz, e eu estava feliz por ele.
— Vamos precisar que você troque algumas fraldas. – ele riu – obrigado, cara. Achei que você fosse me matar. – Pedro disse sincero – Agora que eu sei que posso viver tranquilamente e que minhas bolas não estão em perigo, eu vou nessa. Tenho um pedido de casamento para fazer. Torçam por mim. Divirtam-se pombinhos. Qualquer coisa que precisarem é só me ligar. – ele se despediu de mim e foi pra a porta de entrada.
— Ei Pedro. – disse Rafael o chamando de volta. – Seja bem-vindo a família. – Pedro sorriu e foi embora.
— Coitado Rafael. Vou torturou o homem.
— Eu só estava me divertindo. – ele sentou do meu lado e começou a fazer carinho na minha coxa. – Quem diria? Marcella agora é mãe. Como foi que isso aconteceu?
— Quer mesmo que eu explique?
— Não – ele disse rindo – é que até ontem ela era um bebê, e hoje vai ser mãe.
— Ela só é um ano mais nova que você.
— Mesmo assim – ele resmungou fazendo um bico de lado. – A Marcella não sabe cuidar de si própria. Como vai cuidar de um bebê?
— É por isso que você ofereceu seus serviços como tio dedicado?
— Claro que sim.
— O que foi que mudou?
— Como assim?
— Você disse que não estava pronto para ser pai quando a Sabrina engravidou nas duas vezes. E agora parece bem mais seguro.
— Ah é diferente. Eu não sou o pai da criança. Acho que deve ser mais fácil cuidar de um sobrinho do que de um filho. Mas de qualquer forma, vai ser novidade para mim. Pode ser um treinamento para quando eu for pai.
— Então você quer ter filhos?
— Quero. Um dia. E você? – ele perguntou
— Um dia. Mas eu quero ter pelo menos dois. Ser filho único é horrível. É muito solitário.  – ele me jogou no sofá e se deitou por cima de mim.
— É uma boa ideia. Assim um faz companhia para o outro enquanto eu me divirto com você. – disse baixinho no meu ouvido brincando com minha orelha e me fazendo estremecer.
— Ah então você vai ser o pai dos meus filhos? – isso o fez parar e ele se apoiou sob os cotovelos para me olhar.
— Bem... – ele disse nervoso e eu quase me arrependi de ter dito isso – eu não pretendo deixar você escapar de mim nunca mais. E se tudo der certo... Com o tempo... Talvez... Um dia – eu sorri e passei a mão pelo seu rosto, ele estava de fato nervoso.
— Um dia – eu repeti e ele me beijou.
— Dizem por ai, que esse negócio de encomendar um bebê com a cegonha é muito burocrático e demorado. – disse beijando meu pescoço – existem outros métodos, mas requer muito treino.
— Bom – eu disse passando minhas pernas ao redor da cintura dele – dizem por ai que a prática leva a perfeição. Acho que a gente deve começar esse treinamento imediatamente – Rafael sorriu e começou a contornar o desenho da minha boca com o polegar.
— Eu adoro essa sua boca. Dela saem às palavras mais inteligentes que eu consigo ouvir. – segurei a sua mão e chupei o polegar dele.
— É só por isso? – o sorriso dele se alargou e ele puxou meu cabelo erguendo minha cabeça para alcançar meus lábios.  


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