Aconteceu escrita por Alanna Drumond


Capítulo 65
Capítulo 65




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Fui pra lanchonete conversar com Alice um pouco, ela me fez comer um pouco apesar de eu dizer que estava sem fome. Na verdade, as últimas horas foram tão difíceis que eu não consegui me lembrar a ultima vez que comi e meu estômago roncou muito alto quando eu vi o sanduiche de peru que Alice comprou pra mim e percebi que estava com fome sim.

Ela me atualizou de todos os últimos acontecimentos enquanto eu estive fora. O fim de semana na casa de praia de Rafael com Daniel, segundo ela, havia sido maravilhoso. Uma foto minha e de Rafael passeando no parque acabou vazando na imprensa e agora todo mundo falava do casal do momento. Ela me criticou por eu não ter contado a ela desde o princípio como eu e Rafael ficamos juntos, mas aceitou minhas desculpas na condição que eu contasse tudo o que aconteceu nos mínimos detalhes.

Alice me contou, também, que Juliana continuava foragida e que ninguém tinha notícias dela, mas que a polícia continuava a procura. Daniel a convenceu de que para a nossa segurança seria melhor a gente mudar de bairro, e com a ajuda dele, Alice fez a nossa mudança para um bairro mais perto da Duarte – o que permitia que dormíssemos meia hora a mais. Fiquei chateada por não ter sido comunicada e nem por ter ajudado na escolha, mas era uma emergência e desde que estivéssemos em segurança estava tudo bem. A vantagem, segundo ela, é que a cozinha do novo apartamento agora cabia mais de uma pessoa e o preço do aluguel continuava o mesmo.

Daniel voltou da delegacia e segundo ele, o infeliz do tal do Júlio já tinha sido deportado. Dan disse que ele parecia arrependido do que fez, mas não revelou quem o tinha mandado matar Rafael. Mas Dan garantiu que ele ficaria preso por muito tempo. Quando Dan voltou eu dei um jeitinho de colocar eles para dentro do quarto de Rafael. Aleguei que Alice era minha irmã, e Dan seu marido, portanto, na condição de família eles poderiam entrar. Que Deus me perdoe por tantas mentiras envolvendo matrimonio nos últimos dias. Quando voltamos ao quarto, Rafael já estava acordado e conversava com Marcella, sua expressão era tensa, e pude perceber que ele estava nervoso. Eles nem perceberam nossa chegada.

— Só pode ter sido ele. Quem mais ia querer fazer isso?
— Ele está preso Rafa. – disse Marcella
— Isso não significa nada. Ele já fugiu uma vez, esqueceu? – Rafael retrucou.
— Sobre o que vocês tão falando? – Dan disse.
— Vocês não deviam estar trabalhando essa hora? – disse Rafael para Dan e Alice, sorrindo e mostrando que toda a tensão tinha passado.
— Devia – respondeu Dan – mas meu chefe é um idiota, não vai reparar se eu tirar umas horinhas de folga. – ele se aproximou e abraçou Rafael que estava sentado na cama.
— Como você está chefe? – perguntou Alice ao lado de Dan.
— Quase bom. Só preciso da minha cama e uma comida decente para ficar 100% - disse sorrindo – e Alice, por favor, não precisa me chamar de chefe toda hora.
— Foi mal.
— Mas diz ai, sobre o que vocês estavam falando? – Dan perguntou novamente e percebi que Rafael trincou os dentes.
— O Rafael acha que foi o André que tentou mata-lo. – disse Marcella e eu não fazia ideia de quem seria esse tal de André.
— Ah, não foi. O assaltante já foi preso, fui certificar isso pessoalmente. Além do mais, o André não poderia fazer isso, porque ele morreu.
— O que? – Rafael e Marcella perguntaram juntos.
— Ele foi transferido de presídio. Vocês sabem que além de assassino ele também era estuprador e ... bem, os outros presos não foram muito tolerantes com ele.
— Mataram ele? – Marcella perguntou e Daniel assentiu. Rafael fixou os olhos em mim.
— Então quem foi que fez isso com meu irmão?
— Um tal de Júlio Lima – eu falei pela primeira vez. – pelo que eu soube, ele não era holandês e entrou foragido no país. Não disse muita coisa pra polícia e já foi deportado.
— Você conhece esse Júlio, Rafael? – minha amiga perguntou e ele negou com a cabeça ainda olhando pra mim. Por que ele me olhava daquele jeito? Ele estava estranho, parecia que ele queria falar alguma coisa, mas não soubesse como.
— Vocês podem me deixar a sós com a Ana, por alguns instantes?
— É claro. – Dan disse – deve estar doido pra dar uns beijinhos né moleque?! – ele completou bagunçando o cabelo de Rafael.
— Vamos estar ali fora. – disse Marcella, se inclinando na cama e dando um beijo estalado na bochecha dele. Eles saíram e eu dei a volta na cama ficando do lado dele.

Ele ficou em silêncio por um tempo e eu passei a mão pelo seu cabelo, colocando os fios que Dan bagunçou no lugar, dando o tempo que ele quisesse para falar. Mas eu era curiosa, e estava ficando impaciente.

— Como tá se sentindo? – disse pra puxar assunto e porque queria realmente saber como ele estava.
— Bem, estou bem... – ele pegou minha mão que estava em seu cabelo e a puxou para seus lábios, onde plantou um beijo na parte interna de meu pulso. Eu senti como se uma corrente elétrica passasse por todo o meu corpo. Mas eu também senti que ele estava tenso novamente e, eu posso estar ficando doida, mas eu poderia jurar que vi uma sombra de medo em seus olhos.
— O que tá acontecendo Rafael?
— Preciso te contar uma coisa. – eu assenti e então ele começou.


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