Aconteceu escrita por Alanna Drumond


Capítulo 55
Capítulo 55




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— Sério? – ela parou de andar.
— Sério.
— E...
— E ele gosta de você. Quer que eu seja feliz, então ele apoia.
— Ah que bom. Fiquei com medo dele cair na mesma ideia da Juliana.
— Que ideia?
— De que eu sou uma aproveitadora, que só quero o seu dinheiro... essas coisas.
— Não. Ele não pensaria isso.

Um vento forte soprou os fios do cabelo de Ana em todas direções e balançou o seu vestido vermelho de alcinha me dando uma melhor visão de suas coxas. Ela ficava muito bem naquela cor. Na verdade ela ficava ainda melhor sem nada. Eu estava em um péssimo dia com um péssimo humor e Ana ainda não tinha percebido que a única coisa que me animaria seria ela. Eu não precisava de mais nada a não ser de seus beijos doces, sua pele macia em contato com a minha, seu perfume enlouquecedor. Eu precisava dela. E foi pensando assim, que continuamos a caminhar pela propriedade até chegar na piscina. Era uma área mais afastada da casa e geralmente não tinha empregados lá, o que era perfeito para a ocasião.

— Que tal um mergulho? – perguntei a Ana, libertando sua mão e tirando minha camisa polo.
— Eu não trouxe roupas pra nadar – ela fez um biquinho.
— E quem disse que precisa de roupas? – ela me olhou abismada enquanto eu tirava meu short junto com a cueca e pulei na piscina.

Depois de um mergulho, voltei a superfície e vi que ela me olhava sorrindo. Provavelmente me achava um louco, mas no final das contas eu era. Louco por ela.

— Você vem?
— Rafael, alguém pode nos ver.
— Ninguém vem aqui com frequência. Eu garanto. – ela hesitou e começou a olhar para os lados para ter certeza de que eu estava falando a verdade. Por fim ela me olhou e pude ver que ela ponderava se devia fazer aquilo ou não. Se devia se jogar em meus braços ou se ficava me olhando.
— Prefere se livrar do seu belo vestido ou eu terei que dar um fim nele? – perguntei e então seu olhar mudou.

 A mesma nuvem de desejo que eu amei conhecer noites atrás estava lá acompanhando o olhar mais malicioso que ela já me deu. Ela tirou os chinelos e se aproximou da borda da piscina, levou as mãos aos ombros e com um simples e delicado puxão as alças do vestido escorregaram por seus braços e o vestido veio abaixo revelando uma lingerie branca de renda tomara que caia.

— Quer se livrar das últimas peças? – ela perguntou.
— Vou deixar pra você essa honra. – eu disse com a voz extremamente rouca e com o meu corpo ardendo de desejo.

Ana olhou em volta novamente e se aproximou da escada. Quando teve certeza de que não tinha ninguém, além de mim, tendo o prazer de ver aquela cena, ela levou as mãos até as costas e o antes mesmo de trazê-las para a frente do corpo novamente, o sutiã se afrouxou e por fim caiu perto dos pés dela. Suas mãos foram para os quadris e de lá removeram a única peça que faltava. O contato visual não foi quebrado um instante sequer e então ela deu inicio aquele caminhar lento e irresistível.

— Ana – sussurrei sabendo que ela não me ouviria. Eu soltei a respiração que eu nem havia percebido que estava presa. Ela não fazia ideia de como aquele caminhar me afetava. Eu seria capaz de explodir ali apenas olhando pra ela.
— A agua está fria – ela disse se aproximando de mim.
— Eu te esquento. – ela sorriu dando os últimos passos até ficar a um palmo de distância.
— Quando foi que eu passei a precisar tanto de você assim? – eu disse acabando com a distância e a segurando em meus braços. Não era uma pergunta que precisava de resposta. Eu sabia que nenhum de nós a teria.

Ela gemeu, eu não soube se era pelo contraste de meu corpo frio contra o dela ainda quente ou se era porque havia sentido o quando eu a desejava no momento em que minha ereção tocou um pouco acima do ventre dela.

Precisávamos um do outro. Mais do que nunca. Estávamos mais rápidos, mais exigentes, mais excitados, mais desesperados que nunca, mas mesmo assim o beijo de Ana foi gentil e aos poucos fui sentindo que ela estava amolecendo e ficando cada vez mais flexível em meus braços. Eu a puxei pra cima para que ela envolvesse a minha cintura com as pernas e eu não soube se era a água ou se era Ana que deixou aquela posição bem mais íntima que o normal.

Depois de libertar meus lábios dos dela, me dediquei a seu pescoço e colo enquanto ela arranhava as minhas costas. A água fez arder um pouco, mas isso só fez aumentar o meu desejo.

— Você tem certeza... que ninguém vai pegar... a gente né? – ela disse ofegante.
— Você confia em mim? – disse com a voz abafada contra sua clavícula.
— Você sabe que sim.
— Então não se preocupa. – disse voltando a atenção para os lábios dela.
— Eu quero você – ela murmurou contra meus lábios.

Eu também a queria. Eu a queria desesperadamente. E foi assim, desesperado, que mordi a pele sensível do seio esquerdo dela fazendo gemer um pouquinho alto demais. Como se percebesse isso, ela tirou uma mão dos meus ombros e levou a própria boca e a mordeu para abafar os sons que emitia enquanto eu continuava a saborear seus seios.

Eu sabia que geralmente ninguém ia ali naquela parte da casa que era a mais afastada de toda a propriedade, mas isso não significa que eu ia dar a oportunidade de nos flagrarem em um momento tão intimo. Por isso, tudo o que aconteceu foi bem mais rápido, em contrapartida, tudo foi bem mais intenso.

Uma das coisas que eu mais amava em Ana era a forma como ela me fazia  sentir tantas coisas ao mesmo tempo. Eu me sentia diferente ao lado dela, um diferente bom. Ela era incrível. Eu amava a forma de como ela me fazia rir, a forma de como ela implicava comigo, a forma como ela conseguia dissipar o meu estresse constante, a forma como ela me fazia querer ser melhor. Melhor pra mim e melhor pra ela.

Ana tinha um vulcão dentro dela. Ela sabia exatamente onde me tocar pra me tirar do sério. Ela sabia me levar do céu ao inferno em um piscar de olhos. Eu ainda estava aprendendo sobre ela. Todo dia eu descobria uma nova faceta dela e me apaixonava ainda mais. Conhecia um pedacinho novo dela que sempre me surpreendia. Em matéria de Ana Siqueira, eu sempre seria um aprendiz. Mas seria o mais dedicado e o mais agradecido deles.


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