Aconteceu escrita por Alanna Drumond


Capítulo 49
Capítulo 49




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A atmosfera do quarto estava pesada. Ana sabia exatamente o que iria acontecer dentro de alguns minutos, mas ainda assim parecia nervosa. Ela tentava olhar pra qualquer coisa menos pra mim. Ter que dividir a atenção dela com a mobília do meu quarto foi um pouco frustrante.

— Seu quarto é bem mais simples que o meu.
— Minha mãe gosta de agradar os hóspedes. Não vejo muita razão em ter tanta coisa dentro de um quarto. Uma cama, a lareira e a banheira já bastam pra mim. – ela riu. Sem dúvidas não foi uma risada legitima. Foi um riso nervoso, e eu diria que até um pouco forçado.

Resolvi não competir com a mobília. Ver ela me evitar, por mais estranho que fosse me pareceu um jogo bem interessante. Ela poderia fazer isso o quanto quisesse, pois mais tarde, eu não ia deixar que ela se afastasse de mim.  

Quando ela pareceu cansada de olhar tudo aquilo ela me encarou. Riu, e ficou séria novamente. Mas ela não tirou os olhos de mim. Ela sentiu o clima no ar, sei disso porque seus olhos ficaram ainda mais sombrios do que eram, e eu sabia exatamente porque estavam assim. Era desejo. Ela mexia as mãos sem parar. Ficava alternando o peso do corpo em um dos pés a cada 30 segundos, mas ela não desviou os olhos de mim. E nem eu seria tolo o suficiente de não fazer o mesmo.

Eu, sinceramente, não sabia o que aquela troca de olhares significava, mas eu gostava. Deixa o clima mais tenso, mais pesado, mais excitante. Ela parecia entender isso. Ela mordeu o lábio inferior e caminhou até mim lentamente. Eu já a desejava. Antes mesmo de entrar naquele quarto. Antes mesmo de dizer a ela que estava apaixonado. Antes mesmo de beijá-la pela primeira vez. Eu me dei conta de que a desejava desde o momento em que a vi sentada na recepção da Duarte esperando pra ser entrevistada.

Mas aquele caminhar. Deus! Nunca vi nada como aquilo. A cada passo que ela dava, mais o meu corpo ficava rígido, mais eu a desejava. E eu pensei que não havia como deseja-la mais do que eu já havia desejado. Mas eu me enganei.

Quando ela chegou perto de mim ela fez um carinho no meu rosto e contornou o desenho da minha boca com a ponta da unha do dedo indicador. Tomei sua mão e chupei aquele dedo ainda sem desviar os olhos dela. Se os olhos dela já estavam sombrios antes, eu não sei dizer como ficaram agora. Mas eles brilhavam com uma intensidade absurda. Uma nuvem de escuridão passou por eles e eu soube que era o desejo. Ela também me queria. E foi o que bastou para mim.

Virei sua mão e plantei um beijo na parte de dentro de seu pulso. Tracei uma trilha de beijos do pulso a seu pescoço, ela se arrepiava com meu toque. Quando eu cheguei em seu pescoço, afastei seu cabelo para o lado e fui inebriado pelo perfume que misturava sabonete e lírios. Aquele se tornou o meu perfume preferido. Ela ofegava enquanto eu beijava seu pescoço e inclinava cada vez mais a cabeça para que eu tivesse mais acesso a ele.

Eu continuei subindo a trilha de beijos até seus lábios. Nosso beijo foi diferente de todos os outros. A paixão e o desejo eram cada vez mais evidenciados pela exigência e a entrega daquele beijo. Nossas línguas se movimentavam como se estivessem no meio de uma dança sensual nunca experimentada antes. Eu a abraçava e apertava de encontro a meu corpo. Conseguia sentir cada pedacinho do corpo dela. Mas eu queria mais.

Minhas mãos estavam em todos os lugares. Passeavam pela parte nua de suas coxas, contornavam o macio traseiro, massageavam os seios ainda que por cima do vestido. Ela levou suas mãos aos botões da minha camisa e com muita agilidade e habilidade ela logo foi parar no chão. Ela passou a mão pelo meu peito e suspirou.

— Exatamente como eu me lembrava.
— Quando foi que você me viu sem camisa?
— Quando fui na sua casa pela primeira vez. Você estava arrumando alguma coisa na cozinha da sua mãe.
— Ah, sim – disse me lembrando – você tem uma boa memória. Isso já tem muito tempo
— Eu jamais poderia esquecer – disse olhando no fundo dos meus olhos me fazendo sorrir. Eu a girei para que ficasse de costas pra mim. Beijei sua nuca e sua tatuagem atrás da orelha. Brinquei com a sua orelha e descobri que era um ponto sensível.
— Enquanto você tinha lembranças – sussurrei baixinho fazendo – a se arrepiar – eu só tinha a minha imaginação fértil. Mas eu acho que tá na hora de mudar isso – disse levando minhas mãos ao zíper do vestido preto em suas costas. Ela ofegou de novo.

Enquanto abria o vestido, continuava brincando com sua orelha. Ana tentava falar alguma coisa, mas não conseguia encontrar as palavras, o que me fez sorrir. Ela se apoiou na cômoda que tinha na sua frente, como se pudesse cair a qualquer momento e não confiasse na força de suas pernas. Com o vestido totalmente aberto e frouxo, afastei as alças e as deslizei por seus braços. Enquanto o vestido escorregava por seu corpo eu o acompanhava, beijando cada pedacinho de pele revelada, de modo que eu estava de joelhos quando ele chegou ao chão. Ela levantou um pé e depois o outro e eu logo me livrei do vestido. O corpo dela era incrível. Ela tinha muitas curvas. Eu sinceramente não sabia pra onde olhar diante de tamanha perfeição.

— Vira pra mim. – ela obedeceu ainda se segurando na cômoda. A visão que tive agora era ainda melhor, me fazendo sussurrar seu nome em um gemido rouco. – Não. Definitivamente minha imaginação não é tão boa assim.

Eu peguei o pé direito de Ana e tirei as sandálias plantando um beijo nele, e fiz o mesmo com o pé esquerdo. Comecei outra trilha de beijos subindo devagar, tentando gravar em minha mente cada detalhe do corpo dela.

— O que você... Ah – ela começou dizer alguma coisa, mas parou, arfando, quando eu beijei sua região íntima por cima da calcinha preta de renda.
— O que ia dizer? – disse beijando sua barriga, subindo cada vez mais.
— Hã? – ela disse de olhos fechados, passando as mãos por meus ombros e braços.
— Você ia dizer alguma coisa – disse mordiscando o seio direito dela por cima do sutiã preto.
— Ia – ela suspirou.
— O que era? – disse voltando minha atenção para seu pescoço de novo. Ela não disse nada, mas embora eu estive adorando o fato de que ela não estava conseguindo pensar direito eu estava curioso. Mordisquei a orelha dela e sussurrei – Fala Ana. – ela puxou meu cabelo me afastando dela o suficiente para que eu pudesse ver seus olhos.
— O que você imaginou? – eu passei as mãos por suas costas, seu traseiro, suas coxas e a tirei do chão colocando-a sentada na cômoda que ela segurava antes, me encaixando entre as suas pernas. Assim meus olhos ficavam no nível dos olhos dela já que ela era bem mais baixa que eu.
— Eu imaginei muitas coisas, mas nada, ouça bem, nada que se compare a realidade. Você é a mulher mais linda que eu já vi. – ela riu e desviou os olhos. Não foi como se ela tivesse ficado sem graça pelo elogio, era mais como se ela não tivesse acreditado em mim. Eu não esperava por isso. – Ei – levantei seu rosto – Tudo bem? – ela assentiu. – Por que eu não acredito em você?
— Acho que é por que eu não acredito em você. – eu fiquei confuso.


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