Aconteceu escrita por Alanna Drumond


Capítulo 31
Capítulo 31




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— Ana... – ele fez carinho em meu rosto, me puxou e me beijou. Foi um beijo diferente de todos os outros. A paixão ali era real e pela primeira vez eu senti o amor em um beijo.

Eu nunca senti isso. Quando namorava Gustavo eu achava que realmente o amava. Mas não. Nunca senti nada mais forte por homem nenhum do que eu sinto por Rafael. Eu não sei explicar, eu só sei sentir. E eu adoro isso.

— Sentiu isso também? – perguntou e eu assenti.
— É melhor a gente tomar cuidado. Amanhã uma foto nossa pode aparecer em algum jornal.
— Eu não me importo.
— Não? – ele negou com a cabeça e sorriu.
— Depois de muito tempo está é a primeira vez que eu me sinto feliz. Muito feliz. Obrigado. – disse sorrindo – Obrigado por ser quem você é e por me fazer sentir coisas que eu achei que nunca mais sentiria. – então ele me beijou de novo e, bom, eu não resisti.

No caminho para casa o clima estava leve e agradável, eu tentava reprimir o sorriso enorme que insistia em ficar no meu rosto, e vez ou outra via que Rafael fazia o mesmo. Só de pensar que amanhã estaríamos juntos, indo para outro país, longe de tudo e todos mesmo que apenas por três dias, borboletas se agitavam em meu estômago. Mas ai eu lembrei que teria que reservar o hotel ainda, o que significava que eu teria que dar uma boa pesquisada para achar um lugar à altura de Rafael.


— O que foi? – disse Rafael quando eu suspirei um pouco frustrada.
— Nada, eu só lembrei que não consegui reservar o hotel ainda. Mas não se preocupa, vou fazer isso assim que eu chegar em casa.
— Não se preocupa, eu esqueci de te falar mais cedo. Eu tenho uma casa lá. Vamos ficar bem. – é claro que vamos.
— Você vai... – fui interrompida pelo celular dele.
— Desculpa.
— Tudo bem, pode atender.
— Oi Dan – silêncio – não, tô levando a Ana pra casa. Tivemos uma daquelas recepções hoje. – silêncio – o que está fazendo ai? – silêncio – ah, ótimo. Já estamos chegando. Resolvemos isso mais tarde. – silêncio – ok, tchau. – desligou e olhou pra mim – o Daniel tá na sua casa. Disse que quer falar com a gente.
— o Dan? O que será?
— Não sei. Mas ele tá bem acompanhado lá né.
— Está sim, Alice já deve ter colocado ele pra assistir nossa série de vampiros preferida.
— Eles estão juntos há quanto tempo? – eu olhei pra ele e tive a certeza que ele sabia.
— Não era pra você descobrir.
— Eu sei que não. Mas Daniel não fez exatamente questão de esconder.
— Eles não queriam que você os demitisse.
— Não faria isso só por que estão apaixonados. Faria se isso atrapalhasse a Duarte, mas não ia ser de uma hora pra outra. Eu ia alertar primeiro.
— Como descobriu?
— O Dan e eu temos um amigo de faculdade que nos convidou pra ir beber e ver umas strippers, o Dan recusou na hora sem nem pensar duas vezes. O problema não foi a recusa, foi a desculpa que ele deu, embora nosso amigo tenha aceitado, eu descobri a mentira uma hora mais tarde.
— O que ele disse?
— Que a mãe dele estava doente e que ele tinha que cuidar dela. Quando eu cheguei em casa, ela estava lá jantando com minha mãe e minha avó e com uma saúde de ferro.
— Você já contou pra ele que sabe?
— Ainda não, vou contar daqui a pouco lá na sua casa. Mas eu quero me divertir antes com ele e a Alice um pouquinho.
— Isso não parece legal. – ele riu.
— Não é pra ser. Ninguém esconde nada de mim por muito tempo. O pior é que eu nem fiz força pra descobrir a verdade. Só aconteceu.
— A relação de vocês é mais forte do que eu pensei.
— Daniel é da família.

Não tinha gostado nem um pouquinho de saber que ele estinha recebido um convite pra ver strippers, e apesar de dizer pra mim mesma que aquilo não importava, eu não conseguia evitar a curiosidade e tive que perguntar.

— Você aceitou?
— O que? – disse fazendo um sinal para o motorista do carro ao lado mostrando que ele ia mudar de pista.
— O convite do seu amigo.
— Ah, – ele sorriu – não. Preferi jogar truco com a minha avó. – um alívio percorreu toda a minha espinha e acalmou meu coração. Não haveria resposta que me agradasse mais.
— Parece um bom entretenimento.
— Na verdade ela ganhou todas, eu fiquei zangado e fui pro quarto dormir – disse rindo – na verdade, não tão zangado assim. 
— Você fala dela com muito carinho
— Ela é quem mais me entende no mundo. Também é quem eu mais amo.
— Ela é uma mulher de sorte. – ele estacionou há uns cem metros de distância da praia, e com o olhar questionador, eu perguntei – não estávamos indo pra minha casa?
— Que tal um passeio? – disse sorrindo.


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