Aconteceu escrita por Alanna Drumond


Capítulo 12
Capítulo 12




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   Sem me iludir e criar expectativas demais fui pro salão e segui o conselho de Marcella, pedi para fazerem um penteado que deixassem meu pescoço a mostra, fui para casa e fiz uma maquiagem leve, (isso também não tem nada a ver com o fato de Alice ter dito que Rafael não gosta de maquiagens carregadas). Resolvi fazer um lanche antes de sair de casa, eu não faço ideia do que as pessoas ricas costumam comer nesses coquetéis chiques, mas tenho certeza que empadinha e coxinha não eram opções.

— Amiga, cheguei – disse Alice gritando da porta. Sai da cozinha que era apertada demais e fui ao encontro dela
— Uau, caramba. Acho que nunca te vi tão ... tão ... não sei que palavra usar.
— Acho que é um bom sinal então.
— É sim. Com certeza. Rafael vai adorar.
— Alice! – ela ergueu as mãos em sinal de rendição.
— Ele tá te esperando lá em baixo.
— Ele? Mas ele disse que ia mandar o motorista.
— Bom, mas é ele quem está lá. E ele tá muito gato também.
— Melhor eu descer então né. – segui para a porta, mas antes que eu saísse ela me chamou de volta.
— Desculpa por mais cedo. Você sabe que às vezes eu não me controlo.
— Não tem que pedir desculpa. – dei um beijo na bochecha dela.
— Vai, e eu li seu horóscopo.
— Não me conta, deixa as coisas acontecerem.
— Ah, mas elas vão acontecer minha amiga. Não se preocupa, não deve demorar.

            Desci as escadas e parecia tão nervosa que mais de uma vez pensei que ia cair. Estava agarrada ao corrimão como se minha vida dependesse dele. Rafael estava de costas e não viu quando eu me aproximei. Senti seu perfume de longe, e fiquei um pouco fora do ar. Mesmo de costas, vi que não usava um terno qualquer. Esse, sem dúvidas, era mil vezes mais caro e mais elegante que os que ele usava normalmente.

— Boa noite – disse saindo do transe e fazendo ele se virar. Ele estava ainda mais bonito. Ele tirou a barba, e agora que eu pude, finalmente, ver seu rosto de verdade fiquei completamente encantada. Nunca pensei que uma barba pudesse fazer tanta diferença em uma pessoa.
— Boa... boa... noite. – ele estava desconcertado – você tá incrível, deslumbrante – corei.
— Obrigada. E você também. Quase não te reconheci sem a barba.
— Ah, minha irmã e minha mãe insistiram para que eu tirasse.
— Que bom que elas fizeram isso.
— Você prefere assim? – se antes eu estava corada, agora eu estava com o rosto em chamas, mas assenti e ele sorriu. Meu deus. Que sorriso. Agora sem aquela barba, o sorriso dele estava hipnotizador.
— Vamos? Temos um caminho longo pela frente.
— Claro. – ele colocou a mão na minha cintura e me conduziu ao carro, e que carro.

Assim que ele deu a partida um silêncio um pouco constrangedor se instalou. Eu não sabia onde colocar as mãos (que suavam muito), não sabia para onde olhar, ou sobre o que conversar. Eu já estava prestes a falar sobre o clima para tentar fugir do desconforto, mas fui salva por uma ligação que Rafael recebeu e apareceu a foto de Marcella no visor multimídia do carro. Ele atendeu e eu ouvi tudo.

— Fala maninha
— Cadê o Tadeu?
— Eu o liberei hoje. A filha dele passou mal na escola, parece que teve uma intoxicação alimentar.
— Ah, mas você não ia à premiação?
— Estou indo, só que eu estou dirigindo. – com isso eu presumi que Tadeu era o motorista
— Que Deus proteja os outros motoristas e os pedestres. – segurei o riso, mas até então Rafael estava dirigindo bem.
— Quer mais alguma coisa ou só ligou pra me difamar? Posso te processar sabia?
— Engraçadinho, até parece que faria isso. Mamãe te mataria. Queria saber se já viu a Ana, ela escolheu um vestido muito lindo – ele olhou para mim (e não para o vestido)
— Lindo mesmo. – corei, e agradeci com um sorriso.
— Eu gostei dela, fez uma boa escolha meu irmão. Ela parece ser uma boa mulher.
— Ela está te ouvindo Marcelinha.
— Obrigada Marcella. – me pronunciei.
— Ah, imagine querida, só falei a verdade. Não deixe que meu irmão a importune muito hoje. Quero que se divirta muito.
— Pode deixar.
— Eu não importuno ninguém – Rafael se defendeu. – apenas você, mas irmãs caçulas servem para isso.
— Vou ignorar esse infeliz comentário. Tenham uma boa noite meus queridos.
— Boa noite – respondi e Rafael desligou a ligação.


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