Nero DD Dark Diamond - Primeira Saga escrita por Samuel Stanford


Capítulo 5
Capítulo 4




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/737516/chapter/5

Os olhos de José Alfredo se abriram lentamente, ele olhou em volta vendo que estava preso dentro de uma jaula em uma estranha sala. Havia apenas uma janela com grades; uma porta de aço; os tijolos naquela sala não eram de cor lavander e sim cinzentas; e havia uma grande mesa no centro da sala acima de um símbolo de pentagrama. Randall e Raymon estavam perto daquela mesa esperando José Alfredo acordar, então, o Imperador fantasma se aproxima da jaula dizendo:

— Está pronto Comendador José Alfredo?

— Pronto pra que...? – Perguntou o Comendador olhando furioso.

— Para entregar seu corpo a mim, e deixar sua alma vagar presa aqui no castelo pra sempre. – Respondeu Randall.

— Never que vou deixar você fazer isso!

O Imperador suspirou virando-se de costas e indo até a mesa, ele fez aparecer um livro com um símbolo de hexagrama na capa colocando-o em cima da mesa. Raymon observava tudo em silencio até que percebeu uma presença vinda do lado de fora, e rapidamente desapareceu e apareceu do lado de fora da sala. O mesmo se surpreendeu ao ver ele.

— V-Você... É o...? – Raymon estava tão espantado que mal conseguia falar uma palavra direito.

— É um prazer conhecê-lo também, Raymon.

Raymon ficou calado ainda surpreso.

— O que foi Raymon? – Disse ele com um sorriso diabólico. – As formigas comeram sua língua?

O demônio com aparência de tamanduá lentamente se ajoelhou em posição de reverencia.

— O que o senhor que aqui... Nero?

Nero olhava para Raymon com um olhar e sorriso diabólico, e logo respondeu:

— Vocês estão com algo que me pertence... - A voz de Nero parecia um tom calmo, mas ao mesmo tempo passava uma sensação para Raymon de que ele estava bem irritado.

— E o que seria...?

— O Comendador!

Raymon nada respondeu sua voz mal conseguia sair de sua boca. Nero era o demônio mais poderoso de todos, os demônios abaixo dele o temiam e muito, os únicos que não o temiam muito eram os príncipes do Inferno.

— Podemos negociar senhor Nero?

— Chame o Imperador fantasma. – Ordenou Nero.

Assim Raymon obedece desaparecendo e reaparecendo na sala, ele se aproximou de Randall cochichando em sua orelha sobre a vinda de Nero e que o mesmo queria falar com ele. José Alfredo ficou observando sem entender o motivo da reação dos dois olharem para ele e voltarem a olhar um para a cara do outro. Seu olhar seguiu os dois até a porta, Randall abriu a porta olhando para o Comendador com um olhar esquisito e após fechou a porta, Zé deu um suspiro e abaixou sua cabeça.
Randall ficou parado em frente à porta com o olhar para baixo, não queria ter muito contato visual com Nero para não demonstrar medo diante dele, mas infelizmente isso se tornava meio que impossível.

— Olá Imperador fantasma. É um prazer conhecê. – Falou Nero com aquele mesmo tom de voz calma, mas que deixou a sensação de que ele estava bem irritado. – Não tenha medo, não irei machuca-lo e nem joga-lo no Inferno... Ainda... Caso você não me entregar o que eu quero.

O Imperador respirou fundo e olhou para Nero cara a cara, e perguntou a ele com um meio sorriso:

— E o que o senhor Nero deseja?

— Que solte o Comendador! – Respondeu Nero dessa vez bem sério.

— Não podemos fazer um acordo?

Nero ficou olhando para Randall esperando por mais de suas palavras, mas sua resposta já estava na ponta de sua língua.

— Eu mato o Comendador podendo ficar com o corpo dele, e o senhor poderá ficar com a alma dele. O que o senhor acha?

Nero começou a sorrir segurando a gargalhada.

— A resposta sobre a sua proposta é... Não!

— O-O que? – Diz Randall e Raymon em uníssono

— Comendador anda me desafiando muito, sem dizer que ele acha que pode me subestimar, eu quero mostrar a ele todo o meu poder e mata-lo. Ter o prazer de sentir sua carne rasgando, e seu sangue escorrer em minhas mãos!

Randall olha para Raymon e volta a olhar para Nero.

— Então... Me entregue o que eu quero!

— S-Sim senhor, Nero. – Disse Randall quase abrindo a porta até ser interrompido.

— Ah, e não diga a ele que eu estive aqui, pois se dizer eu irei saber... E virei atrás de você.

O Imperador fantasma balança a cabeça como um sim de forma tensa, entendendo muito bem o aviso, até que Nero desaparece do local. Randall entrou fechando a porta lentamente respirou fundo e soltou o ar um pouco aliviado por Nero ter ido embora, ele se virou olhando para o Comendador e após se aproximou da jaula. Zé Alfredo percebeu que Randall abria a jaula, estranhando tal ato ele pergunta:

— O que houve?

— Mudei de ideia... Irei lhe soltar, e tentar arrumar outro jeito de voltar a ser uma pessoa viva. – Respondeu Randall abaixando a cabeça parecendo um pouco triste.

— Você não gostar de ser um fantasma?

Randall olhou para o Comendador, sorriu e voltou à expressão de quem estava meio chateado.

— Gosto muito de fantasmas, mas não quero ser um. Sei que há algumas vantagens em ser um fantasma, mas quero ser vivo novamente e não assustar mais ninguém.

— Sinto muito por isso... Como você virou um fantasma? E se tornou um Imperador?

— Eu sempre fui filho de um rei e ainda não morávamos no Brasil. Nós éramos da Inglaterra, meu pai é quem era o Imperador da Fluorita, e certo dia ele resolveu se mudar para outro continente, para outro País, já que na Inglaterra estava sendo difícil ser um rei.
Nós navegamos meses pelo oceano, até que um dia ocorreu uma tempestade e o nosso navio acabou saindo da rota em que deveríamos ir, então, acabamos parando aqui no Brasil no ano de 1499, creio que foi um pouco antes dos portugueses chegarem nesse País. Meu pai resolveu explorar um pouco o lugar, até encontrar um bom local para construir seu castelo que é bem aqui nesse lugar que você conhece como parque abandonado. O lugar era ótimo para o meu pai governar, pois, não havia ninguém para tentar derruba-lo de seu posto de rei, e nunca havia guerra nenhuma.
Só que certo dia meu pai se encontrou com outro Imperador... E bem, talvez você não vá acreditar em quem ele era.

— Quem era o outro Imperador? – Comendador perguntou prestando bem atenção na história.

— Ele era o Imperador dos diamantes...

— O que? Mas como? – José Alfredo fica surpreso e chocado com o que acabara de escutar. - O Imperador dos diamantes não sou eu?

— Sim, mas eu não sei o que houve exatamente com ele, só sei que ele era sim o Imperador dos diamantes e dizia ser o primeiro daquele lugar e o único Imperador.... Nós não sabíamos se ele tinha um castelo, povos á quem dar ordens, e exércitos de guerreiros. Mas ele tinha um demônio que o acompanhava e os dois acabaram matando o meu pai quando eu já tinha 25 anos de idade.
Meu pai passou tudo pra mim, eu nunca pensei que me tornaria o Imperador da Fluorita, quando eu me tornei o rei de tudo Raymon apareceu e como eu havia dito tivemos uma batalha e nos tornamos parceiros, até nos tornamos amigos, o Imperador dos diamantes havia sumido por um bom tempo após ter matado meu pai. Eu permaneci aqui nesse local até os dias em que os portugueses estavam aqui no Brasil, então, um dia aquele mesmo Imperador retornou e era minha chance de me vingar dele, porém... Ele conseguiu me derrotar e o final você já deve saber. Por isso até hoje eu ainda governo esse lugar só que como fantasma e com os fantasmas.

— Nossa... Quantos anos você tem mais ou menos?

— Acho que uns 539 anos de idade.

— Você é uns dos primeiros Imperadores mais velhos que eu vi então... Você deve ter sido o segundo Imperador daqui, não é?

— Não tenho certeza já que sou de origem Britânica.

— Isso não importa, você governou aqui há bastante tempo. E você me disse que o primeiro Imperador foi aquele que era dos diamantes, não é? Qual era o nome dele?

— Não me recordo direito, só sei que parecia começar com a letra J, e sabe... Ele lembrava um pouco você, Comendador.

José Alfredo ficou em silencio pensando no que o Imperador tinha dito, mas ele não sabia se queria pensar aquilo, não sabia se tinha certeza.

— E você tem quantos anos? – Perguntou Randall.

— 53...

— 53? Mas você parece tão jovem...

— Um demônio me deixou jovem de novo com um feitiço.

— E quem era esse demônio?

— Nome dele é Nero. – Respondeu Zé Alfredo já ficando irritado só de falar o nome.

Randall olha para Raymon que também o olha, Nero estava mesmo dizendo a verdade sobre o Comendador e era melhor não desobedecê-lo. O Imperador tirou as correntes das mãos de José Alfredo dizendo:

— Te levarei até a saída.

Zé Alfredo se levantou saindo com um olhar desconfiado, nunca se sabia se ele estava planejando dar um golpe mortal e dissera que desistiu apenas para seguir com seu plano em diante, mas a intenção de Randall era não acabar ficando preso pra sempre no Inferno por causa do novato no mundo dos poderes.
Saíram da sala caminhando por um longo corredor escuro por um longo tempo, enquanto caminhavam Zé faz uma pergunta ao Imperador fantasma.

— O que aconteceu pra você ter mudado de ideia?

— Nada demais... Talvez... Seu corpo não seja bom o bastante pra mim. – Respondeu Randall cobrindo toda a verdade.

José Alfredo ficou em silencio continuando a seguir Randall e Raymon pelo corredor, não comentou nada sobre a resposta do Imperador da Fluorita para não o aborrecer e fazê-lo mudar de ideia de novo. Finalmente chegaram á saída, havia uma escada que levava até para cima onde tinha uma porta, Zé Alfredo ainda desconfiava de Randall e perguntou só para ter certeza de que aquilo não era um truque:

— Tem certeza mesmo de que essa é a saída?

— Pode ter certeza que sim! Quando sair siga reto na floresta que você logo encontrara a saída dela.

O rapaz já subia os degraus quando é interrompido.

— Espera! Só posso te perguntar algo?

— Diga...

— Podemos ter uma revanche algum dia? Quando você estiver mais forte?

Comendador deu um sorriso e respondeu.

— Claro!

— Ótimo! Então, boa sorte com o Nero e até algum dia!

Comendador estranhou um pouco, ele não havia falado muita coisa sobre o Nero para Randall.

— Bem... Obrigado! E até algum dia também. – Ele agradeceu voltando a subir os degraus.

Levou alguns minutos subindo aquela escada, até que finalmente se deparou com a porta de saída, isso é se era mesmo a saída, mas o Comendador já estava preparado para qualquer coisa que estivesse do outro lado, sendo a saída ou não. Segurou a maçaneta da porta, respirou fundo, e soltou o ar lentamente, então girou a maçaneta abrindo a porta bem devagar, um clarão quase o cegou e quando viu estava no mesmo lugar em que havia caído na floresta.
Zé Alfredo olhou para trás e a porta havia sumido, olhou para frente com um pouco de dificuldade, pois, estava muito escuro, lembrou-se do conselho de Randall de seguir apenas reto, ele não sabia se deveria mesmo confiar muito no conselho, mas mesmo assim resolveu arriscar e seguir em diante. Ele caminhava devagar e reto a trilha sem tentar sair de seu percurso, quando de repente ele parou.
Havia um barulho vindo atrás dele, galhos no chão se quebrando e passos que pisavam nas folhas ao chão. Ele olhou para trás devagar ainda escutando os passos se aproximando cada vez mais para perto dele, quando lá naquele breu da floresta avistou dois olhos vermelhos aparecerem e um som de rosnado como de um cachorro ou lobo. Comendador não ficou ali parado para pensar e começou a correr ainda em linha reta o mais rápido que pode, enquanto o que parecia ser um gigantesco cachorro negro de olhos vermelhos corria atrás dele com um sorriso estampado no rosto mostrando os dentes afiados. O cachorro media o tamanho de uma casa e era um corredor bem ágil, José Alfredo continuou correndo ofegante não saindo de sua trilha e desejando encontrar logo a saída e Ellen o mais rápido possível.

— Isso só pode ser coisa do Nero! – Disse Zé Alfredo suspeito de que Nero mandara aquele cachorro para persegui-lo e desvia-lo de seu percurso, ou, quem sabe o cachorro fosse o próprio Nero.

Finalmente o Comendador chegava próximo á saída, ele deu um super salto até ele quase ser pego pelo cachorro e caindo direto no grande parque. Ele olhou em direção á floresta enquanto se levantava e apenas escutou o que parecia ser uma risada diabólica. Zé Alfredo estava bem ofegante e ao mesmo tempo estava aliviado, finalmente havia saído daquele castelo e retornara para o parque. Ele caminhava pelo gramado olhando para os lados não conseguindo avistar nenhum sinal de Ellen, ficou pensando se talvez ela não houvesse conseguido achar ele e resolveu ir embora. Quando de repente a moça demônio aparece bem na sua frente.

— Zé! Onde você estava?

Zé se surpreendeu um pouco quando Ellen apareceu do nada na sua frente, mas logo se acalmou. Respirou fundo e contou tudo o que havia ocorrido enquanto caminhavam saindo do parque. No final da história Ellen ficou bem pensativa sobre a história que escutou, Zé ficava olhando para Ellen, os olhos dourados dela brilhavam na escuridão deixando-a mais linda e assustadora.

— Muito esquisito esse tal poder que apareceu em você do nada... E você não conseguia controlar?

— Isso mesmo...

Ellen ficou olhando fixamente para Zé Alfredo por um longo tempo enquanto estavam parados perto do carro, o rapaz percebendo que ela não parava de olhar para ele começou a ficar meio incomodado.

— O que foi?

— Ah, nada não... Só achei esquisito, e eu não lembrava que o Imperador fantasma vivia por essas redondezas... – Ela abaixou a cabeça ficando corada e logo abraçou o Comendador bem apertado. – Me desculpe te-lo deixado sozinho, eu não consegui te achar porque bloquearam o meu poder de teletransporte... Eu não quis de jeito nenhum fazer você perder a confiança em mim...! Eu fiquei com medo de que acontecesse algo com você... – Disse ela meio envergonhada e se achando uma tonta.

— Tudo bem Eliane... – Ele respondeu acariciando a cabeça de Ellen. – Eu entendo, pode ficar tranquila que não perdi a confiança em você.

Ellen sorriu tímida ao escutar aquilo, soltou-se devagar de Zé prosseguindo:

— Bem, que ótimo que me entende. Fico feliz por isso.

José Alfredo sorriu para ela.

— Agora vamos ter que esperar amanhecer para poder continuar o treinamento.

— Preciso descansar... E trocar de roupa. – Falou Zé mostrando que sua camisa estava meio rasgada.

— Posso dar uma dica? – Pergunta Ellen olhando para o tórax de Zé e ficando corada.

Ele ficou olhando a moça esperando por qualquer coisa que ela fosse dizer.

— Treine sem camisa, fica bem melhor... Treinar assim... E assim você não perde mais nenhuma camisa.

— Ah... Entendi... – Ele deu um sorriso malicioso.

— O que foi? – Perguntou Ellen olhando desconfiada para ele.

— Oxente... Nada não. – Respondeu voltando a ficar sério.

Josué saiu do carro vendo os dois e perguntou:

— Já acabou o treinamento?

— Não teve muito tempo para treinar, Zé meio que se perdeu na floresta.

— O que houve com suas roupas, Comendador?

— Uma longa batalha com o Imperador fantasma. E depois fui perseguido por um cachorro gigante.

— Você não me contou sobre esse cachorro. – Falou Ellen.

— Ele tinha olhos vermelhos, era todo negro, e tinha o tamanho de uma casa, e quando consegui escapar dele, ele meio que deu uma risada diabólica.

— Será que era o Nero?

José Alfredo bufou irritado:

— Esse demônio só sabe me incomodar... – Abriu a porta do carro e olhou para Ellen. – Acho que vou dormir no carro mesmo. Boa noite Eliane.

— Boa noite Zé.

Ele entrou no carro e fechou à porta, Josué também abriu a porta da frente e desejou boa noite para a moça.

— Boa noite. – Falou Ellen vendo Josué entrar e fechar a porta do carro.

Como demônios não dormiam como os humanos, Ellen resolveu dar um passeio, adentrou o parque e no centro dele avistou um homem, ela chegou um pouco mais perto para ver quem era.

— Você é...?

— Randall, o Imperador fantasma.

— E o que faz aqui?

— Nada demais... Só vim esperar pelo amanhecer, a senhorita se importaria de esperar junto comigo?

— Sem problema nenhum! – Ela respondeu sorrindo e se sentou em uma pedra.

Randall sentou em outra pedra ao lado de Ellen.

— Você vem sempre aqui? – Perguntou Ellen.

— Ás vezes sim... Até que o parque tem uma vista boa. Você é quem treina o Comendador?

— Sim, eu mesma. – Ela deu uma curta gargalhada. – Mas como você sabe?

— Ah... Ele meio que me contou sobre você. – Respondeu ele meio que mentindo, já que viu os dois treinando através de câmeras.

— Nossa, que bom que ele falou de mim... – Ela deu um sorriso tímido e corado.

Os dois ficaram ali sentados conversando sobre diversos assuntos por um longo tempo até o amanhecer chegar. Era uma manhã de sábado do dia 16 de Fevereiro, Zé acordou devagar, era umas 6:30 da manhã, abriu a porta do carro e caminhou devagar para dentro do parque procurando por Ellen. Ele encontrou a mesma sentada em uma pedra, se aproximou dela e perguntou:

— O que está fazendo?

— Estava esperando o amanhecer acompanhada ao Imperador fantasma.

— Ele estava aqui?

— Estava sim, Ficamos conversando e vimos o nascer da manhã.

— Ah, certo... – Zé pareceu ficar com um pouco de ciúmes.

Ellen se levantou dizendo para eles continuarem a treinar, Zé tirou sua camisa rasgada enquanto Ellen ficou olhando corada, mas era melhor ela não se distrair muito. Começaram treinando um pouco com os golpes, mas Ellen achou que Zé não estava muito bem nos golpes, então, deu uma parada e disse ao Comendador:

— Você está muito descontrolado. Precisa concentrar sua Aura.

— Aura?

— A Aura é sua fonte de energia, se concentre bem nela e em seus poderes psíquicos.

— Ah, fala sério! To sendo ensinado por uma paixão do meu passado e na forma demônio ainda por cima?! – Falou Zé desacreditado, suspirou e se sentou no gramado fechando os olhos e ficando em silencio.

A única coisa em que José Alfredo conseguia pensar naquele momento era em seu diamante rosa, e de ficar muito mais poderoso que o Nero o mais rápido possível. O barulho de pássaros levantando voo fez Zé Alfredo se desconcentrar e ao abrir os olhos levou um susto ao ver Ellen bem perto de seu rosto.

— Não está se concentrando o bastante e direito. – Disse ela de olhos cerrados.

— Vou tentar me concentrar o melhor que eu posso. Não parece ser tão fácil como eu pensava... E eu não consigo parar de pensar no meu diamante rosa.

— Apenas fique calmo! Você vai conseguir seu diamante rosa de volta.

José Alfredo voltou a ficar de olhos fechados tentando se concentrar o máximo que podia. Ellen olhava para Zé e bem devagar atentamente em volta do local, Ellen estava pressentindo algo de muito ruim no ar. Zé levou mais ou menos sete horas para conseguir se concentrar totalmente em sua aura, quando finalmente ele pode ver.

— Eliane... Por acaso essa luz que estou vendo... Seria a tal da minha aura?

— Hum... Talvez sim. De que cor ela é?

— Meio índigo, ou, azul... Não tenho certeza.

— Então, essa é sua aura, mais chamada de Indaura. – Ela explicou. – Como está a energia de sua aura?

José Alfredo resolveu surpreender Ellen, abriu os olhos e com o seu poder psíquico quase conseguiu tirar os pés de Ellen do chão.

— Nossa, que rápido! – Se surpreendeu com a força da energia que sentiu sair de dentro dele. – Você é realmente muito poderoso Comendador.

— Mas é claro que sou! Afinal, sou o Comendador José Alfredo Medeiros. – Ele se levantou dizendo isso com muito orgulho. – Tenho que ser muito poderoso mesmo.

— Só tome cuidado para não acabar deixando sua energia muito baixa tão rapidamente, pode ser um problema.

De repente em um estalo perceberam uma presença, a presença de alguém que desagradava muito á José Alfredo.

— Nero... – Disse Ellen.

O Comendador se virou lentamente com os olhos fechados, desacreditado que aquela peste voltara principalmente para atrapalhar o seu treinamento. Abriu os olhos e estava cara a cara com Nero, e o olhar de José Alfredo era de raiva e descontentamento.

— Bom vê-lo de novo, Nero! – Ele disse em um tom bem irônico.

— É bom vê-lo novamente também, jovem Comendador! – Falou Nero com um sorriso malicioso.

— O que você quer aqui? – José Alfredo perguntou furioso.

Nero estava lá para apresentar uma pessoa ao Comendador, talvez ele fosse até gostar de conhecer essa pessoa. Essa tal pessoa aparece ao lado de Nero, tinha a mesma aparência e altura do Comendador de 22 anos de idade, a diferença era que seus olhos eram de íris castanhas avermelhadas; o cabelo era castanho escuro do mesmo estilo que o cabelo do Comendador; ele não usava um anel igual ao de José Alfredo; e suas vestes eram uma camisa social preta de gola com mangas dobradas até a altura do cotovelo, e calças jeans escuras.

— Q-Quem é ele? – Perguntou Zé Alfredo um tanto surpreso.

— Meu nome é Chaytan, sou o ajudante fiel de Nero.

Chaytan não era de sorrir, sua expressão era sempre fechada, olhar sério e frio; também não é de conversar muito, como se preferisse pensar mais e falar menos. Pelo seu jeito parecia ser bem mais poderoso que Nero, assim como Josué era fiel ao Comendador, Chaytan era fiel á Nero.

— Mais um com a mesma aparência que a minha? – Esbravejou Zé desacreditado naquilo. – Só pode estar de brincadeira comigo?!

— Vi que você controlou bem rápido sua energia de poder, gosto de pessoas assim como você. – Disse Chaytan interessado. – Comendador José Alfredo, quero ter uma luta contra você! – Desafiou.

— Lutar? Acabei de sair de uma luta ontem e hoje de madrugada!

— Ah, não está com medo? Está, Comendador? – Disse Nero provocando o Comendador.

— Tá pra nascer o cabra que vai me colocar medo! Ainda mais demônios como vocês dois! – Esbravejou o rapaz de preto.

— Que pena! Nossa luta vai ficar pra uma próxima vez, Comendador! – Nero olhava para o Comendador com um sorriso malicioso enquanto Zé o encarava com muita raiva, sentindo uma grande vontade de atacar Nero.

— Ainda irei acabar com você Nero!

— Ah, claro, Comendador... – O tom de voz dele saiu com sarcasmo. – Então... Acho que vou lutar contra outra pessoa. – Falou ele olhando diretamente para Ellen.

Ellen rapidamente virou o rosto para o lado se sentindo bem incomodada com o olhar dele. Zé Alfredo olhou para Ellen percebendo que Nero provocava algum tipo de incomodo nela, mas por que ela se incomodava tanto?

— Você está bem Eliane? – Perguntou ainda olhando para ela.

Ellen olhou para Zé Alfredo ficando corada e respondeu rapidamente deixando a timidez de lado:

— Estou bem! – Voltou a olhar séria para Nero. – Vai ser bom lutar contra você, Nero!

— Se puder, tente pegar o diamante rosa. – Pediu Zé em tom de voz bem baixinha.

— Claro! Vou tentar o possível e o impossível. – Respondeu Ellen também em tom de voz baixa.

Nero aparece com velocidade em frente à Ellen jogando-a para bem longe dali com um poderoso golpe. A poeira no chão se levantou quando ele voou com toda a velocidade até onde Ellen foi lançada. José Alfredo olhava impressionado, nunca havia visto tal coisa em toda sua vida normal, voltou à expressão séria para começar a luta contra o tal fiel ajudante de Nero.
Chaytan havia desaparecido da vista do Comendador, mas ele conseguiu sentir a presença do mesmo e se esquivou rapidamente de um dos golpes de Chaytan, após se afastou dele rapidamente com um olhar bem sério.

— Não pense que irá me superar tão de pressa, José Alfredo. – Disse Chaytan avançando rapidamente até o Comendador.

Com um poderoso golpe José Alfredo rodopiou sobre o ar, em seguida capotou várias vezes no chão. O comendador estava caído sobre o solo, sujo de terra e com alguns ferimentos leves, resmungando de dor, o soco de Chaytan lembrava ao Comendador o golpe que recebeu de Nero no primeiro encontro deles.

— Você é realmente forte? – Perguntava Chaytan se aproximando do Comendador. – Ou eu estava enganado?

Zé Alfredo tentava se levantar para ataca-lo, até o instante em que sente uma forte pancada nas costas. O golpe de Chaytan foi tão forte que o chão se abriu em uma média cratera.
Do outro lado do parque abandonado, Ellen estava apanhando feio para Nero, recebendo vários golpes em sequencia, os golpes de Nero eram realmente mais fortes que o dela e Ellen tentava usar todos os golpes; poderes mágicos, qualquer técnica para derrubar Nero, porém, nada daquilo parecia funcionar.

— O que foi “Eliane’’? Não consegue me dar um único golpe... – Falava Nero enquanto golpeava Ellen tanto com chutes quanto com socos. -... Mais forte... – O ultimo golpe manda Ellen contra uma rocha. -... DO QUE ISSO? – E sorri maldosamente observando a rocha se quebrar e a pedras caírem por cima de Ellen.
A moça lentamente se levanta do monte de pedras, ela estava bem ferida, mas permanecia forte para continuar a luta.

— Eu sempre esperei por esse momento, em que um dia eu iria lutar contra você! E me vingar pelo que me fez no outro Mundo, Nero. – Ellen parecia ofegante, cansada, mas isso não a faria desistir do que queria, ainda estava muito determinada a continuar em frente.
Longe da luta entre Nero e Ellen, podia se escutar vários barulhos de explosão que era no local onde estava Zé Alfredo e Chaytan. Ellen olhava ofegante e preocupada para a direção onde estava ocorrendo às explosões, ao mesmo tempo em que ela queria ajudar José Alfredo, pois ele não tinha treinado o suficiente, Ellen também queria derrotar Nero e recuperar o diamante rosa para Zé.

— Hum, parece que está preocupada com o Comendador, não é mesmo?

Ellen ficou em silencio e sem respostas.

— Vai fugir da luta só para ajudar ele... Tudo bem... Pode ir! – Disse Nero com olhar de quem não se importava.

Ela olha sem entender e desconfiada para o que acabara de escutar, e pensava se talvez Nero estivesse planejando alguma coisa.

— O que foi “Eliane”? – Perguntou ele dizendo o nome de quando ela era humana em um tom sínico. – Não confia em mim?

— O que está planejando? – Perguntou ela com olhar cerrado e bem desconfiado.

— Planejando? Não estou planejando nada. – Respondeu Nero com expressão inocente. – Melhor ir logo, antes que o Comendador morra!

As explosões foram ficando cada vez mais fortes, Ellen não conseguia mais ficar ali parada, ela queria de qualquer jeito ajudar Zé Alfredo, então, correu a toda velocidade até o outro lado. Nero abriu um sorriso diabólico, é bem óbvio que ele tinha um plano maléfico.
Ellen encontra ambos com ferimentos, mas José Alfredo estava bem mais ferido do que Chaytan, Ellen tirou a espada de sua bainha, a espada era toda prateada e ela continuava a correr.

— Eliane, cuidado! Atrás de você! – Gritou José Alfredo enquanto se levantava.

A moça olhou para trás vendo Nero com uma grande esfera de fogo na mão indo em direção a ela. Ellen logo desviou se teletransportando para o lado de Zé Alfredo.
Nero para ao lado de Chaytan e apaga a esfera de fogo, logo dizendo:

— Vamos tentar aquela técnica que combinamos, Chaytan.

— Droga...! – Ellen praguejou.

— O que? O que eles vão fazer? – Perguntou Zé olhando com angustia.

Nero coloca sua mão ao lado da mão de Chaytan, os dois começam a formar uma esfera negra que vai aumentando a cada minuto. O céu foi escurecendo, descargas elétricas vermelhas passavam por entres as nuvens, e por volta da esfera negra haviam várias descargas elétricas vermelhas também que ficavam cada vez mais fortes conforme a esfera crescia. Assim que a esfera negra já estava bem grande, Chaytan e Nero correm em direção dos dois com a enorme e poderosa esfera negra, Ellen rapidamente tentou bloquear fazendo um campo de força assim que o ataque chegou até eles, porém, este campo de força não ia durar muito tempo, e foi se trincando até quebrar, assim, os dois acabam sendo atingidos pela esfera negra. Longe dali, Josué que estava dentro do carro avistou uma enorme explosão acontecer no centro do parque, aquela explosão o surpreendeu e o assustou na hora.

— O que será que aconteceu? – Se perguntou ele tirando os seus óculos escuro.

Conforme acontecera aquela explosão, uma ventania de ondas chega até o local em que o carro do Comendador estava. Aves voaram assustadas, e o alarme do carro dispara com a força das ondas da explosão, várias árvores ao redor havia sido derrubadas e até a parte da grama foi arrancada do chão.
Josué correu em direção em que viu a explosão acontecer, encontrou José Alfredo e Ellen desacordados em uma enorme cratera no chão. Josué se aproximou dos dois tentando acordar o Comendador, olhou em volta e não havia ninguém além deles, olhou para o lado vendo Ellen se levantar enfraquecida.

— A guria está bem? – Perguntou Josué com seu sotaque gaucho.

— U-um pouco... Ficarei bem logo, mas... José Alfredo... – Ellen lentamente vai até perto de Zé Alfredo. -... Ele está quase morrendo, a aura dele está muito fraca. Precisamos que alguém o cure.

Ellen tentou se acalmar e pensa em algo para salvar José Alfredo e logo perguntou tendo uma ideia:

— Você conhece um curandeiro?

— Sim, tem um em Roraima...

— Ótimo! Vamos levar Zé até lá!

— Mas como vamos chegar a tempo até Roraima? – Perguntou Josué confuso.

Ellen estalou os dedos e com seu teletransporte chegaram rapidamente ao local em que o curandeiro vivia. O curandeiro era um homem com barba a fazer; cabelo grisalho preso á um elástico e fios meio bagunçados; vestia-se com roupas de cor cinza e branca, ele estava sentado em um banco de madeira fazendo algum tipo de medicamento quando se assustou ao ver os três aparecendo ali do nada.

— Como chegaram até aqui... Tão rápido?

— É uma longa história. Mas antes precisamos que salve o Comendador! – Falou Josué.

O curandeiro se aproximou de Ellen que estava ao lado do corpo de Zé Alfredo, então, o homem se espantou ao vê-lo. Lembrava que ele era o rapaz de quando foi levado até ele, e que Josué havia pedido sua ajuda para retirar a bala de revolver com o qual foi atingido. Desde aquele tempo para os dias de hoje, sua aparência não havia mudado nada por causa de alguns procedimentos que usava para não envelhecer.

— Acho que lembro... É aquele mesmo rapaz que havia levado um tiro, certo? Mas por que ele ainda parece jovem? Passaram-se muitos anos, não era para ele estar mais velho?

— Sim, mas é como eu disse... É uma longa história.

— Certo... O levem para dentro da cabana. – Disse o curandeiro caminhando até a cabana e eles o seguem levando Zé para dentro.

Após todo esse sacrifício, Ellen conta toda a história ao curandeiro que escutava tudo atentamente e com espanto. Ellen era um demônio e podia se recuperar bem dos ferimentos, mas José Alfredo não, mesmo tendo poderes ele ainda era apenas um humano.

— Então, você é um... Demônio?! – Falou o curandeiro.

— Sim, mas não sou má, juro pela vida de Zé Alfredo!

— Nunca vi algo do tipo em toda a minha vida antes. – Comentou ele.

— Por algum motivo não posso transformar Zé em um demônio, parece que seu corpo rejeita a isso e também... Acho que ele iria odiar muito se ele se transformasse em um demônio. Mas você... – Ela olha fixamente para o curandeiro. -... Você tem como transformar se me permitir.

— O-O que? Eu? Por quê? – Perguntava o curandeiro indignado.

— Não tem como um humano conseguir curar um golpe poderoso de um demônio, ainda mais um golpe feito por Nero. Para cura-lo tem que ser um demônio com o mesmo sangue que o meu, só que eu não sei como curar esse tipo de golpe...

— Se você não sabe, eu saberei muito menos! Não, não permito que me transforme em um deles! – O curandeiro se recusou.

Neste momento Zé Alfredo se contorcia de tanta dor que estava sentindo, ele estava acordado e ao mesmo tempo desacordado, podia sentir o efeito do ataque com descargas elétricas percorrendo pelo seu corpo.

— Por favor! – Implorou Ellen segurando o braço do curandeiro e se ajoelhando enquanto sua cabeça estava baixa em expressão de tristeza e desespero. – Ajude ele... Eu imploro...! Ajude José Alfredo!

O curandeiro olhava para Ellen com tristeza, percebia pelo jeito da moça demônio que ela realmente se importava com o Comendador, que realmente gostava muito dele, ele não tinha certeza se deveria realmente aceitar aquilo, olhou para Josué que diz á ele que se ele ajuda-se poderia dar uma excelente quantia em dinheiro. O curandeiro pensou duas vezes sobre tudo aquilo, e respondeu sério e decidido:

— Tudo bem! Já que não há outro jeito, eu irei aceitar, mas não posso jurar e ter certeza de que irei realmente conseguir salvar ele dessa vez.

Ellen olhou para o homem com um sorriso de alivio e esperança limpando as lágrimas de seu rosto e olhos.

— Muito obrigada!

Ela usou uma técnica em que o curandeiro poderia se transformar em um demônio com o mesmo sangue que o dela, Ellen era do tipo de demônio que podia curar qualquer ser, uma espécie de demônio curandeiro, porém, ela não tinha muita experiência e só conseguia curar ferimentos não muito fortes. Ellen cortou o seu pulso deixando o sangue escorrer em um pote, após, entregou para o curandeiro beber. Ele pegou o pote observando e pensando mais uma vez se deveria fazer tal coisa, olhou para Ellen com um pouco de duvida, viu nos olhos da moça algo que parecia ser esperança, ele não queria deixar a moça triste se então ela realmente tem sentimentos mesmo sendo um demônio, ele respirou fundo e bebeu todo o sangue do pote enquanto Ellen recitava algumas palavras em outra língua, assim, o curandeiro que antes era apenas um humano se transformou totalmente em um demônio. Tudo havia mudado nele após ter se transformado, seu cabelo grisalho preso a um elástico, muda para uma cor castanha e de comprimento médio, cobrindo a nuca e com fios compridos de cada lado da testa, os fios de seu cabelo agora estavam bem mais arrumados; continuava com barba a fazer; sua aparência estava bem mais jovem que antes; os seus olhos eram de íris de cor douradas como os de Ellen; e ele segurava um cajado de ferro e aço na mão.
Ele se aproximou de José Alfredo, respirou fundo e soltou o ar bem devagar, olhou para Ellen e Josué dizendo:

— Me desejem boa sorte!

Ellen e Josué balançaram positivamente a cabeça, Ellen desejava muito que o curandeiro conseguisse salvar o Comendador. Ela fechou os olhos colocando as mãos juntas uma na outra, e mais uma vez pedindo novamente para que salvasse a vida de José Alfredo. 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Nero DD Dark Diamond - Primeira Saga" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.