Dragões do Norte escrita por Snowfall


Capítulo 6
O Cavaleiro de Dorne




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Lorde Eddard Stark caminhava no Bosque Sagrado com uma expressão cansada, fazia dias que não dormia direito. Desde de que o corvo chegou da Ilhas dos Ursos. Lady Mormont informava que o navio que levava seu filho não havia chegado a ilha.
Ned experimentou uma sensação que nunca mais pensou que sentiria. Desespero. Nunca devia ter mandado Jon embora. O arrependimento o corroía, sabia que o lugar do menino era em Winterfell mas Catelyn e o bebê corriam perigo e não podia aborrecê-la mais. Por isso cedeu. Achou que o tempo resolveria a situação e que quando a criança nascesse tudo ficaria bem. Mas agora o filho podia está morto e não havia ninguém para culpar a não ser a si próprio.
Seus pensamentos se voltaram para a mãe do garoto. Como Shaena devia está desapontada, onde quer que ela estivesse agora. O filho deles, pelo qual ela havia sacrificado tudo, provavelmente estava morto agora. Ele não conseguia lidar com o fato de falhado com ela, de ter falhado com os dois.
A culpa e a falta de notícias o mantinham acordado a noite. A atual situação só o fez perceber o quanto faltara como pai e o pior era que quem sofria as consequências era Jon.
Quando se aproximou do represeiro viu que alguém já se encontrava ajoelhado em frente ao rosto na árvore. Quando chegou mais perto se surpreendeu a reconhecer Miestre Lwin. Ned nunca tinha visto o miestre rezar, o amigo era um homem de razão, não de fé.
Esperou o miestre terminar em uma distância respeitosa. Quando o velho senhor ergueu a cabeça, Ned percebeu seu semblante cansado, pelo jeito ele não era o único que o sono havia abandonado.
—Me desculpe meu lorde, não percebi que estava aí.
—Não sabia que tinha adotado a religião, Miestre Lwin.
—Quando nos encontramos de mãos atadas, não custa nada pedir ajuda de alguém acima de nós.
O lorde não soube o que dizer, era a primeira vez que via o outro assim.
—Eu nunca acreditei nos deuses, sempre busquei explicações lógicas para tudo. Mas Jon acreditava, e ele está além do meu alcance mas não do deles. Por isso eu escolhi ter fé.
Eddard suspirou e sentou no lugar de sempre junto a árvore.
—Sente-se Miestre Lwin.
Quando ele se acomodou. Ned não pôde deixar de notar a acusação mal disfarçada no rosto do outro homem. Nada que ele não merecesse. Tinha visto muito esta expressão em várias pessoas recentemente.Em Jory, Mikken e vários outros servos que tinham contato próximo com Jon. Apenas Ser Roddrik o olhava diferente, com a simpatia que se deve aos enlutados.
Não gostava dessa última. Preferia a acusação a pensar que o filho havia morrido por causa de uma decisão sua.
—Ainda não há respostas de Bosque Profundo e os homens que mandei até lá ainda demorarão dias para chegar- falou quebrando o silêncio que se estabeleceu entre ele e o miestre.
—Não chegarão a tempo de ajudar.
—Não, por isso suas orações são muito bem vindas. Está tudo nas mãos dos deuses agora.
O homem apenas concordou enquanto virava um pequeno barco de madeira nas mãos.
—Sei o que pensa Miestre Lwin. Que eu mandei meu filho para a morte. Sei que é isso que todos estão pensando.
— O senhor fez o que achava certo, meu lorde.
—Mas não o que o senhor achava certo. Foi bem claro quanto a isso, antes de eu tomar minha decisão.
—Nunca tive filhos meu lorde, Jon era filho do meu coração e dói saber que ele pode ter encontrado um fim terrível.
—O senhor foi mais pai dele do que eu. Falhei com o meu filho e ele pode ter morrido pensando que eu não o queria. Daria tudo para poder voltar atrás.
—Mas não pode- ele agarrava o barquinho com força agora.
—Não, agora só me resta esperar por um milagre. Se os deuses me derem uma nova chance corrigirei as coisas.
—Ele só tinha seis anos e todos nós falhamos com ele meu lorde. Era só uma criança que precisava ser protegida e todos nós o desapontamos.
Com isso ele se afastou deixando Ned com seus arrependimentos.
Ele se lembrava da primeira vez que estivera com um filho ao pé de um represeiro. Era uma lembrança agridoce. Na época estava divido entre a alegria de se tornar pai e o luto e tristeza que sentia pela morte de sua pequena esposa. Como ele a amara e em algum lugar dentro dele ainda amava.
Sua vida com Catelyn era abençoada em vários aspectos, eles haviam construído uma vida juntos. O amor pelos filhos e as responsabilidades que compartilhavam haviam unido os dois e o amor se formou a partir do respeito mútuo. Ás vezes Ned sentia que era abrigado a amá-la. A opção era conviver para o resto de sua vida indiferente a sua esposa.
Nada que se comparasse ao que havia sentido por Shaena.Sua pequena princesa.Uma coisinha baixinha que pegou Ned completamente de surpresa com sua ferocidade e coragem. Coragem essa que sempre cruzava a linha da imprudência.
Ele, que nunca havia se permitido ser imprudente na sua vida, simplesmente se embriagou naquela mulher. Era jovem e foi seduzido facilmente por aquela princesa e a liberdade que ela oferecia. Ned pensava,em alguns momentos, que amá-la foi a única coisa na sua vida que fez por ele mesmo, simplesmente porque queria. Não houve deveres e obrigações ou honra envolvidos. Só ele e a mulher que amara sem motivo nenhum para amar a não ser o fato que ele sentia o coração pular no peito toda vez que ela olhava para ele com aqueles olhos violetas absurdos.
Eles estavam em lados opostos da guerra. A família dela tinha feito um mal incalculável a dele mas Ned, em um ato completamente egoísta, se entregou ao sentimento que lhe tirava o fôlego e ainda tira, depois de todos esses anos, quando se lembra. Se recordava com clareza que quando enxergou a princesa Targaryen escondida por trás da tinta preta no cabelo e das roupas de camponesa já era tarde demais. Ela podia ser filha do pior demônio do sétimo inferno que não faria a menor diferença para ele.
Quando a guerra terminou e Robert finalmente se sentou no trono de ferro. Ned estava pronto para deixar tudo para trás e construir uma vida nova com Shaena nas cidades livres. O reino estava em paz novamente, Catelyn havia dado à luz a um filho que herdaria Winterfell e sob a supervisão de Benjen, o garoto cresceria e seria um ótimo Guardião do Norte. Ele nunca quisera o título mesmo, isso tudo sempre foi de Brandon por direito de nascença e Ned, em um ato de rebeldia incomum para ele, decidiu pensar na própria felicidade uma vez na vida.
É claro que os deuses tinham planos diferentes e o castigaram por seu egoísmo. Levaram Shaena antes mesmo que ele a visse por uma última vez. Ás vezes ele se perde pensando na vida que poderiam ter tido. Nunca contou para ninguém de sua quase fulga. A única pessoa viva que sabe de tudo é Reed e o amigo vem fazendo um ótimo trabalho em guardar seu segredo.
No fundo ele tem certeza de que Catelyn percebe a verdade. Que essa não é a vida que ele almejava. E que a tristeza que ela percebe algumas vezes em seus olhos é saudade da mãe de Jon. Isso só aumenta a distância entre eles. Todo o esforço que fazem para se amarem o deixa cansado de vez em quando.
Suas frustrações são escoadas em horas em frente a árvore coração. As de Catelyn eram descontadas em Jon. Pensar no filho fez seu peito contrair.
Se distanciara dele por vários motivos que lhe parecem imbecis neste momento. Não quisera trazer mais conflitos para debaixo do seu teto. Por isso não fez nada quando Catelyn afastou o garoto completamente do resto da família. Tudo que queria era paz e nunca se aproximava muito do menino com a desculpa de que não queria chamar atenção para a criança, o que seria perigoso, mas o motivo escondido era que toda vez que olhava para ele se lembrava da mãe e da vida que lhe foi roubada. A vida que Ned queria ter tido.
Eddard sempre pensou que sempre existiria um amanhã para recuperar o tempo perdido com a criança. Tempo para fazer as coisas certas para Jon. Mas os deuses o castigaram novamente e lhe levaram o filho.
Ned olhou o rosto na árvore e não soube o que fazer. Devia pedir para os deuses protegerem o filho já que ele havia negligenciado essa tarefa. Ou pedir desculpa por ter sido um pai incompetente. Não sabia.
Na primeira vez que esteve com Jon em frente a uma árvore coração foi no caminho de volta a Winterfell. Eles já haviam cruzado a fronteira com o Norte e foram surpreendidos por uma pequena nevasca. Nada que impedisse verdadeiros nortenhos de chegarem em casa. Avançavam com cautela e dificuldade mas avançavam. O único problema era o choro da criança. Ned riu da lembrança.
“A pequena caravana avançava contra o vento em silêncio. Mas o choro da criança cortava o ar. Havia começado a chorar quando a neve começara a cair e não parava mais. Ned começou a ficar preocupado. O menino não era uma criança barulhenta, além dos barulhos que fazia quando sentia fome ou precisava ser trocado, o seu garoto era quieto.
—Vou ver o que o menino tem. Você segue em frente e ver se encontra um lugar para passarmos a noite-disse a Reed.
Quando alcançou a carruagem que trazia seu filho e a ama de leite. Abriu a porta e identificou de imediato o que incomodava seu filho.
—Não sei o que se passa com ele milorde-a mulher tremia, era dornesa e claramente nunca tinha visto neve em sua vida. Estava coberta da cabeça aos pés com camadas e mais camadas de roupas e tinha feito o mesmo com o pobre menino que estava fadigado.
—Está coberto demais. Está cozinhando o garoto- disse Ned enquanto tirava o filho das mãos dela e começou a descobri-lo.
—Mas, milorde, está frio.Ele pode pegar um resfriado ou outra doença qualquer.
Ele olhou para a mulher e lhe sorriu compreensivo. E lhe explicou o óbvio.
—Essa criança tem sangue Stark. É preciso muito mais que isso para ele sentir frio. Ele pertence ao Norte.
Como prova de suas palavras, Jon parou de chorar no momento que se livrou das cobertas. Não queria devolvê-lo a mulher, então o pôs na sua frente na sela e avançou até o começo da fila. Logo a frente viu que Reed desmontara e falava com uma velha na beira da estrada.
—Essa mulher oferece pernoite em sua casa meu lorde.
Ned olhou a mulher com mais atenção. O rosto enrugado tinha olhos que lhe pareceram meio maníacos, negros e brilhantes. Estava vestida em trapos e cheirava a chá de raízes. Ela não olhava para ele e sim para Jon a sua frente.
—Esperava pelo senhor e a criança.
Jon se atentou para as contas de metal que ela usava no cabelo e se curvou no cavalo para arrancá-las. A mulher deu a criança um sorriso sem dentes.
—Tenho tudo preparado. Venha senhor, a neve vai piorar.
Ela se afastou antes que Ned pudesse dizer qualquer coisa.Ele achou melhor não perder a oportunidade de passar a noite com um teto sobre sua cabeça.Afinal tinha que pensar na criança e nos seus homens que se arrastavam no frio.
A casa da mulher era mais uma cabana, construída a poucos metros de um represeiro.
Quando entraram Ned sentiu o cheiro gostoso de ensopado de carneiro. O fogo ardia forte em um canto onde a panela fervia. A casa era humilde e tinha um cheiro diferente que vinha das ervas secas presas no teto.
A mulher se apressou em lhe oferecer uma cadeira. Ele pôs Jon em seu colo mas o garoto logo fez força para ir para o chão e passou a engatinhar atrás do gato da mulher.
—O pequeno príncipe em breve estará andando.- disse a velha.
—Como...
—Essa é uma conversa para depois senhor-cortou ela, lhe oferecendo uma bandeja com pão e sal. Ned ficou mais tranquilo depois que comeu. Essa mulher com certeza seguia as leis antigas e agora estavam protegidos por elas.
Depois que a noite caiu e seus homens se encontravam alimentados e dormiam espalhados no chão da sala da pequena cabana. Ele pegou Jon e se dirigiu ao represeiro. A criança estava cheia de energia, se recusava a dormir e não dava sossego a pobre ama. Por isso decidiu levá-lo para fora enquanto o sono não chegava. Os deuses sabem que a mulher precisa de descanso.
Jon engatinhava por todo lado e de vez em quando parava para pôr na boca algo que encontrava no chão. Depois que Ned tirou uma pedra da boca do filho, decidiu dá a bainha da espada para ele. Felizmente ele se entreteu o suficiente para o homem aproveitar um momento de paz.
Logo a paz foi interrompida. A velha senhora se aproximou e se acocorou em frente a eles. Seus olhos seguiam os movimentos de Jon.
—Como a senhora sabia que estávamos a caminho?
—Os deuses veem tudo senhor. Essa criança é observada de perto por muitos. Ela foi esperada por muito tempo.
Ned não sabia o que responder. Seu primeiro extinto foi pegar Jon e sair correndo dali.
—Por quê?
—Porque toda vez que o mal desperta, o bem se ergue para combatê-lo.
Essa era uma maneira irritante de responder uma questão sem realmente respondê-la. Jon se aproximou dela atraído pelo brilho das contas e se ergueu nas duas pernas para puxá-las. Ele achou melhor mudar de assunto.
—A senhora mora aqui sozinha?
—Sim. Tenho apenas os deuses por companhia e é claro o gato. Prefiro assim.
Não preferia nada,pensou. Ned reconhecia uma pária quando via uma. Essa mulher fora excluída da comunidade e ele descobriria por quê.
—E a senhora vive de quê?
—Sou parteira. Sempre ganho alguma coisa para trazer crianças a esse mundo.
E também para impedir que venham. Agora obteve a sua resposta. Era uma bruxa da floresta. Mulheres desse tipo eram procuradas por outras mulheres que não desejavam os filhos que cresciam em seus ventres.
Eddard lutou contra o impulso de arrancar Jon de perto dela.
—Não se preocupe milorde. Nunca faria mal ao seu filho. Ele é o príncipe que foi prometido. Os deuses tem um destino para ele.”
Enquanto se recordava Ned foi acometido com a certeza que o filho ainda estava vivo. Perdido, capturado e até ferido mas vivo.
.....
Mas tarde naquela semana, um homem chegou com notícias. Ned o recebeu no grande salão, o homem era velho, o rosto enrugado parecia assustado.
—Estava no navio com meu filho?
—Sim milorde, sou... era marinheiro no Bem Aventurado.
— O que aconteceu?
—Piratas senhor, Nascidos de Ferro.
Eddard sentiu a raiva se forma no seu peito.
—Ele levaram toda a carga e mataram todos que entraram no caminho.
— E Jon, mataram ele também?
—Só vi o garoto quando o velho Otto o arrastou pela cabine.Depois pulei no mar antes que me matassem. Mas não acho que mataram seu menino milorde.
—E por quê não?- Ned quase sentiu esperança.
—Levaram os mais jovens como prisioneiros senhor.
—Prisioneiros?Para quê?
—Para vendê-los nas cidades livres.
Agora outro tipo de terror tomou conta dele. Que destino terrível podia esperar o seu filho.
—Até Jon? Ele só tem seis, não tem idade para trabalho escravo.
—Tem a idade certa para os imaculados milorde.
Com isso Eddard empalideceu.
—Sinto muito senhor.
—Obrigado por sua ajuda, vá com Jory, ele o recompensará.
Lorde Stark se virou para o lado e viu Catelyn segurando a pequena Sansa pela mão. A sua senhora tinha o rosto duro.
—Sansa vá procurar a septã, está na hora de sua lição.Quando a garotinha se afastou. Ela se voltou para ele.
—Sei que me culpa pelo o que aconteceu mas saiba que sinto muito pelo menino.
—Se engana, não culpo ninguém pelo que aconteceu a não ser a mim mesmo. Tentei salvar um filho e acabei condenando outro.
—Ned...
—Deve repousar minha senhora, não pode se cansar.
Com isso ele se afastou. Não sabia onde ir.Quando deu por si estava na parte leste do Castelo onde sabia que o quarto do filho ficava. Nunca tinha ido até lá por isso teve que se informar do lugar exato.
Quanto chegou ouviu soluços, abriu a porta e se deparou com uma das criadas chorando sentada na cama segurando uma caixinha e uma carta. Quando o viu se levantou de imediato. Algo caiu no chão.
—Milorde.
—O que faz aqui?
—Só vim arrumar o quarto. Encontrei uma carta de Jon.
—Você sabe ler?- não era comum as criadas conhecerem as letras.
—Sim milorde, Jon me ensinou.
—Deixa eu ver- a mulher estendeu a carta. A letra era fina e bem feita mas claramente infantil.

“Querida Jocelin,
Quero que fique com essas moedas, estava juntando para comprar o Cavaleiro de Dorne, mas agora que vou embora não tenho tempo para conseguir todo o dinheiro. Você pode usar para comprar algo bonito para você.
Quando você achar essa carta já terei ido então eu queria agradecer por todas as vezes que trouxe comida escondido para mim. E as roupas que me fez. Nunca vou esquecer de você.
Jon Snow “
O lorde observou a caixinha e estendeu a mão para ela. A moça lhe entregou. Dentro haviam 17 moedas de cobre.
—O que é esse Cavaleiro de Dorne?
—Um brinquedo milorde.
—Brinquedo?
—Sim senhor, Jon esteva juntando dinheiro para comprar. O velho Klint cobrou um veado de prata por ele.
—Entendo- devolveu a carta e a caixa a mulher. Antes que saísse ela falou:
— Ele era um bom menino senhor- Ela se abaixou para pegar o objeto que caiu. Era outro barquinho igual ao de Miestre Lwin.
—Onde conseguiu isso?
—Jon me deu. Ele fez um monte desses para brincar na fonte. Antes de partir eles distribuiu alguns para algumas pessoas.
Quando a criada saiu olhou o quarto do filho, era pequeno e não tinha lareira. O castelo estava cheio de aposentos confortáveis e o menino dormia em um cubículo frio. Mais uma prova do próprio descaso. Era por coisas como essa que ele não ganhara um barquinho de madeira. Mas não aconteceria de novo.
Saiu daquele quarto decidido. Encontrou Miestre Lwin primeiro.
—Quero que envie cartas para Porto Branco e todos os portos do Norte, quero que vasculhem o mar atrás desse navio que levou Jon. Diga que a recompensa será grande para quem me trazer o meu filho.
Depois foi até a Vila de Inverno, onde ficava o atelier do velho Klint. Ele fazia os melhores móveis da região, era muito habilidoso com as mãos.
—Milorde, que honra- o velho se apressou em recebê-lo.
—Procuro um brinquedo Klint.
—Qual senhor?
—Um cavaleiro de dorne.
O homem lhe mostrou, era um cavaleiro montado em seu cavalo vestindo uma armadura dornesa pintada de amarelo.
—É muito bonito.
—Veja meu senhor, ele se mexe.
Klint animado acionou uma alavanca na plataforma do cavalo e o braço do cavaleiro se mexeu erguendo uma cimitarra.
—Quanto quer por ele?
O velho exitou.
—Qual é o problema?
—Prometi a Jon Snow que não o venderia para mais ninguém, o garoto está trabalhando duro para conseguir o veado de prata que pedi pelo brinquedo.
Lorde Stark suspirou e se pôs a explicar.
Quando Ned voltou para casa mandou preparar um quarto na parte principal do castelo. Depositou o brinquedo numa mesinha e o olhou.O filho nunca lhe pediu um brinquedo, na verdade Jon nunca foi até ele para pedir nada. Sua garganta se fechou.
Quando o filho voltasse o compensaria por tudo isso. E talvez o filho lhe perdoasse um dia e ele fosse ,enfim, digno de um barquinho de madeira.


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