Dragões do Norte escrita por Snowfall


Capítulo 21
Um caminho de fogo.




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Jon passou o dia inteiro inconsciente. Ou pelo menos foi o que pareceu ao pai que sentava em uma cadeira ao seu lado quando acordou. Mal sabia Lorde Stark que ele estava mais do que consciente.
Na verdade, passara o tempo todo se revezando entre Fantasma e um agitado Morghon. Que, como uma criança, se aproveitava de sua condição de ferido para exigir sua atenção.
Retornou ao seu corpo apenas quando Varla lhe assegurou que estava tudo sobre controle. Rochedo Castely continuava em sua posse e o exército que os atacara se retirava como....Bem, como se um dragão os perseguissem.
Quando estava em suas peles, não podia se comunicar, mas sempre mostraria ao seu povo que estava com eles. Mesmo que seu corpo físico estivesse a milhas e milhas de distância. Sentia conforto em saber que as perdas não foram tão grandes ao Povo Livre. Os anos de treinamentos além da Muralha mostraram-se valiosos.
Uma vez em seu corpo o preço do seu esforço fez-se presente. Sua cabeça parecia que havia sido atingida pela clava de um gigante. Sua garganta estava seca e Jon se ergueu para alcançar a água colocada em mesinha a sua esquerda.
O movimento fez a tontura voltar e o conteúdo do seu estômago se revirar e tentar subir pelo esôfago.
— Não se esforce. Tem que permanecer deitado – advertiu Lorde Stark, rapidamente enchendo um copo de água para ele.
Depois que tiveram seu caminho umedecido, as palavras finalmente conseguiram sair.
— Pegamos Tywin Lannister.
— O que disse?
De todas as coisas que o pai esperava ouvir, essa não era uma delas. A julgar pela sua reação, o senhor esperava por notícias terríveis.
— Os nossos homens deram perseguição aos remanescentes dos inimigos quando tentaram deixar o campo de batalha. Conseguiram capturar Lorde Lannister antes que chegasse a Lannisporto.
Lorde Stark ficou calado enquanto ponderava as repercussões dessa reviravolta. Por certo, muita coisa mudaria a partir desse momento. Tywin Lannister liderava o inimigo, suas táticas e estratagemas levaram a guerra até ali. Com ele preso, os adversários se debateriam como um corpo que acabou de perder a cabeça.
Se soubessem como fazer, estariam de volta ao Norte vitoriosos antes da mudança da lua.
— O senhor deve ir a Forte do Pavor e prosseguir com o plano e recuperar sua cadeira em Winterfell. Gaothrax está vindo de Correrrio e o levará junto com alguns lordes em segredo até o Norte.
— Vai descer com o outro dragão até Rochedo Castely – não foi uma pergunta.
O vinco entre as sobrancelhas do pai ficou mais proeminente.
— Tenho muito o que resolver. O ataque causou muitos problemas que não podem ser deixados para depois.
— Essa ideia não me agrada.
— Pode tomar Winterfell sem mim. O plano funcionará, basta que jogue as iscas corretamente.
— Não me agrada que vá lidar com Tywin Lannister sozinho – esclareceu Lorde Stark – não nas condições que se encontra.
— Não se deixe impressionar com o desmaio e o sangramento nasal. Aconteceu muitas vezes no passado e nunca deixou sequelas. Os dragões exigem muito do meu controle, mas posso lidar com isso.
— Por certo já disseram que se parece muito comigo – começou o outro se recostando na cadeira com um sorriso que Jon não soube interpretar.
Nada disse. Desde que descera da Muralha só o que ouvia era o quanto se parecia com o pai.
— Se parece comigo em mais aspectos que a aparência. E é fácil entender você em alguns momentos porque é como se visse um reflexo.
— Onde quer chegar?
— A fúria louca que sentiu ontem veio de sua mãe. O Sangue do Dragão, dizem.
Jon quase nada recordava do que havia dito ou feito enquanto Morghon era atacado. Mas assumia que não havia sido nada que pudesse se orgulhar.
— Mas essa fúria que sente agora, mais controlada e duradoura, veio de mim – continuou o pai – A senti apenas algumas vezes em minha vida, mas sei o que é ter uma tempestade de inverno irrompendo dentro de si.
Jon baixou a vista para as mãos e notou que elas tremiam levemente.
— Ele tentou matar o meu dragão – disse esperando que o pai entendesse.
Quando entrou nessa guerra cogitou que poderia perder muitas coisas, inclusive a própria vida. Mas nunca um dragão. Perder uma das suas peles era uma ideia que nunca lhe passara pela cabeça. Um tolo que fora, ninguém está seguro nesse jogo.
— Não pode matar Tywin Lannister.
Ergueu os olhos e encarou o rosto sério do pai.
— Me pede demais.
— Eu sei. Todos estamos pedindo demais de você.
— Entende que para mim ele não poderia ter cometido um crime maior, não entende? Morghon é parte de mim.
— Apenas um homem pode acabar com essa guerra e é Tywin Lannister. Se ele morrer, Cersei assumirá o comando e ela é muitas coisas, menos sensata. Levará essa disputa até o último homem. Tywin tem visão o suficiente para admitir sua derrota e procurar um acordo. Se ele morrer, muitas vidas se perderão por causa da insensatez da coroa.
Ou eu posso simplesmente queimar todos eles. O mundo seria muito melhor sem Lannisters.
De vez em quando, Jon tinha pensamentos como esse. Pensamento perturbadores que suprimia com afinco.
— Quando chegar no Rochedo decidirei o que fazer com o prisioneiro.
Lorde Stark assentiu, percebendo que era o máximo que obteria daquela discussão.
A noite chegou e Jon deixou o quarto sentindo-se um pouco mais mestre de si mesmo. Sua mente voltara a funcionar com um pouco mais de precisão.
As pessoas o encararam quando passava, houve até alguns dedos apontando. O episodio da noite anterior por certo causara certa comoção no castelo. Só imaginava os boatos que deveriam está correndo a seu respeito.
Chegou ao lado de fora a tempo de vê Gaothrax pousar na esteira espessa de plantas aquáticas que cobria o rio quase que completamente.
Pode sentir certo desassossego em seu dragão que não lhe era comum. Certamente sentia a dor do irmão ferido. Os dragões compartilhavam um vinculo forte. Valkius passara o dia expressando seu descontentamento de forma espalhafatosa, para o terror dos moradores do pântano.
— Criaturas magníficas – disse uma voz atrás dele.
Jon soltou um leve suspiro de frustração. Não desejava ser incomodado naquele momento. Queria ficar sozinho com seus dragões.
Devia ter projetado seu descontentamento porque Gaothrax usou o corpo para bloquear o caminho de Lorde Reed, ao mesmo tempo que mostrava os dentes e protegia Jon entre a asa e o pescoço.
Rowland Reed pouco reagiu, apenas parou e encarou o dragão. Essa era uma das coisas que deixavam Jon desconfortável na presença do Lorde da Água Cinzenta. Nada parecia abala-lo.
— Estou curioso, Lorde Reed. Ninguém que conheço demonstrou tamanha apatia diante de um dragão. Diga, acredita que eles não lhe farão mal ou é um daqueles corajosos que já perderam o medo da morte?
— Nem uma coisa nem outra, meu príncipe. Apenas conheço o dia do meu fim e não é hoje.
— É tal conhecimento uma benção ou uma maldição?
— Ainda não decidi.
— Já conheci pessoas como o senhor, meu lorde. Confesso que nunca as compreendi completamente.
— Pessoas como eu?
— Aqueles que tem visões do que há de vir.
— O que não compreende?
— O futuro que é mostrado a vocês me parece volúvel e incompleto. As respostas nunca são claras ou precisas.
— As coisas que vemos são como uma tapeçaria em que está faltando vários pedaços. Conseguimos ver a partes, mas nunca o todo. Muitos tentam preencher os espaços vazios com suas próprias interpretações e acabam cometendo erros. Erros terríveis.
— Me parece que seria melhor que guardassem suas visões e deixassem que a vida aconteça como tem que acontecer.
— Assumo então, que não deseja que eu fale o que vi sobre você, meu príncipe?
— Não. Sei que qualquer coisa que tenha a me dizer, não é a resposta para a pergunta que tenho.
— Como pode ter certeza?
— Os deuses nunca simplificaram minha vida, não vejo porque começariam agora.
Pela primeira vez, viu Lorde Reed rir. Uma risada desajeitada de alguém que teve poucos motivos de graça em sua vida.
— Se não quer saber da visão, posso lhe dar um conselho.
— Por favor.
— Existem duas naturezas dentro de você. Gelo e fogo. Você sempre ignorou uma em favor da outra por ser mais seguro. Mas as duas são você, Jon Snow. E precisará das duas para nos guiar na Grande Noite.
O homem deu meia volta e começou a voltar ao castelo, quando Jon atentou para uma coisa.
— Por que me chama de príncipe?
Lorde Reed não se virou quando respondeu:
— A explicação é uma daquelas visões que você não quer ouvir.
............

Se Jon alguma vez temera pela própria sanidade, nunca fora com tanto pavor como quando avistara de cima a devastação em Rochedo Castely.
O castelo em si sofrera danos mínimos. As grandes paredes de pedra ofereceram proteção o suficiente. Mas os arredores eram uma história totalmente diferente.
Das naus Greyjoys só restaram uns poucos escombros boiando a esmo. Do exército Lannister sobrou apenas um campo coberto de cinzas.
O que assustava mais a Jon era uma pequena parte em sua cabeça que dizia que havia sido pouco. Que deveria ter queimado tudo.
Às costas de Valkius podia ver o Povo Livre celebrando. Tal expressão de contentamento e satisfação não podia representar um contraste maior com aquilo que sentia naquele momento.
Valkius rumou para as colinas onde as infames catapultas estiveram uma vez.
Grande Jon e Varla se distinguiam facilmente no topo da colina. Toregg, um pouco atrás, era acompanhado pelo Miestre do Rochedo.
Uma vez no chão, pode notar que as correntes do homem tremiam. Os eventos recentes abalaram seus nervos.
Os outros três eram mais difíceis de interpretar.
Varla parecia estar preocupada, mas ela fazia a mesma cara quando estava com raiva. Então não podia ter certeza.
Grande Jon estava furioso e talvez assombrado. Uma reação justificada levando em conta a situação.
Toregg o tranquilizou um pouco. O irmão abriu o mesmo sorriso despreocupado de sempre como se a batalha não houvesse acontecido.
Lorde Umber não esperou as cordialidades de praxe para expressar seu desagrado.
— O que estava pensando, moleque? – bradou – Podia ter queimado a todos!
Jon, que tinha prioridades, resolveu ignorar a pergunta.
— E Tywin Lannister?
Alguma coisa em seu tom fez Lorde Umber deixar suas acusações para outro momento.
— Capturado – informou – Com os navios destruídos, não teve escolha a não ser fugir por terra. Não chegou muito longe.
Com Lorde Lannister em seu poder, Jon indagava quem comandaria o inimigo agora.
— Falarei com ele em breve, tenho preocupações maiores nesse instante – disse enquanto se afastava.
Os outros o seguiram alguns passos atrás.
— Miestre, tem acesso aos cofres do Rochedo?
— Meu Lorde?
— Os Lannisters são aclamados como a casa mais abastada de Westeros. Gostaria que o senhor me informasse onde guardam todo esse dinheiro.
— Não posso... – começou o ancião.
Jon parou e encarou o homem.
— É melhor poder, Miestre. Se não, qual serventia o senhor teria?
Miestre Creylen engoliu em seco. As argolas tilintavam como guizos à medida que o homem se encolhia, tremendo.
— Os cofres ficam dentro do Rochedo, nas criptas. Mas estão praticamente vazios.
— Vazios, você diz.
— As minas secaram. O ouro se esgotou. A fortuna se mantém através dos juros dos empréstimos concedidos em tempos mais prósperos.
— A coroa, presumo eu.
— Sim, meu senhor, Robert Baratheon era um dos principais devedores.
— Varla? – chamou – quero que reúna um grupo de confiança e vasculhe o castelo.
— Pra quê?- o tom dela era irritado e desconfiado. Até aí nada de novo.
— Tire de lá tudo que possa ter valor.
— Vai saquear o castelo? – questionou Lorde Umber, surpreso.
Até aquele momento não havia permitido que o castelo sofresse muitos danos. O Rochedo era mais valioso intacto por dentro e por fora. Mas logo isso não importaria mais.
— Não. O senhor vai. Acompanhará Varla e garantirá que não haja tumulto.
Se aprovava ou não, Grande Jon se absteve de comentar.
Desceram o suficiente para alcançarem uma pequena área descampada.
O coração de Jon batia descontroladamente. Temia o que tinha a frente.
Soltou um suspiro de alívio quando Morghon ergueu a cabeça para fora da cratera que cavara para dormir.
Os olhos o acompanhavam enquanto se aproximava.
Mais de perto notou que o dragão não estava sozinho em seu ninho. Fantasma deitava ao seu lado como uma sentinela.
Seu lobo veio ao seu encontro e sentiu-se em paz.
Morghon tocou seu ombro com o focinho e Jon estendeu a mão pode sentir o calor incomum que irradiava.
Podia sentir a dor do seu dragão. Não tão aguda quanto na noite anterior, mas ainda forte o suficiente para que Morghon ficasse no chão.
Os dardos o perfuraram em dois lugares. Um havia transpassado a membrana mais fina da asa esquerda e o outro atingira o encontro da asa com o tronco.
Se esse projétil tivesse atingido um ponto uns vinte centímetros a direita, Jon estaria hoje com um dragão a menos. Tal pensamento lhe esfriava o estômago.
— Diga Miestre. O que acha desses ferimentos?
— Vossa graça?
— Os ferimentos. Acha que devem ser ponteados ou deixamos como estão?
O sangue estancara e uma crosta de sangue seco cobria os talhos, mas não tinha certeza se deveria interferir ou deixar que se curassem sozinhos.
— Espera que eu trate um dragão?
O homem empalidecera ainda mais, se é que era possível.
— Não tocará no meu dragão, Miestre. Tudo que estou pedindo é sua opinião.
O alívio que espalhou no rosto do mestre era palpável.
— O ferimento no dorso pode ser deixado como está, mas o da asa deve ser costurado para que não arrebente toda vez que voar.
Um pensamento coerente.
— Obrigado, Miestre. O senhor já pode ir. Reúna os criados de Rochedo Castely e diga para me encontrarem em minha tenda ao anoitecer.
Quando o homem estava longe o suficiente, Varla chegou mais perto e aconselhou:
— Passe raiz de ursi nas feridas e faça com que o dragão beba um pouco do sumo também.
Raiz de ursi era usada para tratar envenenamentos. Uma boa sugestão. Ninguém sabe se os dardos estavam limpos.
— Farei isso imediatamente – Até então envenenamento não havia passado por sua cabeça, mas agora seu temor se renovara. O perigo poderia não ter passado ainda.
Tratou do dragão com ajuda de Varla. O que se mostrou uma tarefa difícil, já que Morghon insistia em lamber completamente a mistura de ursi e mel espalhada nas perfurações.
— Qual seu plano, garoto? – questionou Lorde Umber, uma vez que o trabalho havia terminado e Morghon dormia junto do irmão e Fantasma.
— Se tudo correr como o esperado, essa guerra acabará em alguns dias, Lorde Umber.
O tom taciturno de Jon não agradou ao senhor.
— Percebe a gravidade o que você fez aqui?
Percebia. A fumaça ainda não se extinguira em alguns lugares. O campo desolado se estendia por toda parte. Jon com certeza sabia o que havia feito.
— Tive uma reação infeliz a uma situação difícil.
— Reação difícil? Reação infeliz você diz. O que aconteceu aqui foi o sétimo inferno trazido a terra.
— O inimigo foi derrotado. Um inimigo que armou para matar um dos meus dragões. Não pedirei desculpas por tê-lo aniquilado.
— Homens meus foram levados pelas chamas. Bons homens.
— E também homens do Povo Livre. Igualmente bons. O senhor não vê nenhum dos meus vir aqui me acusar pelo que aconteceu.
— Escute aqui...
— Não, o senhor escute. Não sei se notou, mas estamos lutando uma guerra com dragões. Ninguém fez isso desde a Conquista. O que aconteceu ontem foi inesperado e trágico e eu não posso garantir que não acontecerá novamente. Por isso se acha que o risco é alto demais para o senhor e seus homens, compreenderei se decidir voltar a Correrrio.
Grande Jon ficou calado. Uma reação incomum e enervante se tratando do senhor da Última Lareira.
— Mas posso garantir ao senhor que continuarei tentando. Que meu controle será amanhã, melhor do que é hoje.
Lorde Umber o estudou por um instante antes de falar.
— Agora que temos Tywin Lannister – começou o outro lentamente – retomamos a dianteira.
— Ficaremos em uma situação melhor ainda quando expulsarmos os leões do Norte.
— Qual será nosso próximo passo então?
Ver que o homem ainda se incluía nos planos de Jon, trouxe certa tranquilidade. Lorde Umber não ficaria se não confiasse nele ou o visse como louco.
— Primeiro falarei com Tywin Lannister.
.........
Três dias depois, Jon decidiu que estava centrado o suficiente para lidar com o prisioneiro. Já sabia exatamente o que devia fazer.
E quando fizesse, ninguém nunca mais apontaria uma arma, qualquer que fosse ela, contra seus dragões. Ele mandaria uma mensagem para todos os Sete Reinos.
Miestre Creylen veio encontra-lo em sua tenda.
— As cartas foram enviadas? – perguntou acariciando as orelhas de Fantasma.
— Sim, Vossa Graça. Três copias de cada para garantir que as mensagens cheguem aos seus destinos.
— Muito bem.
Com um meneio de cabeça, o Miestre fez menção de se retirar.
— Está a muito tempo nesse castelo, Miestre Creylen? – perguntou antes que o homem saísse.
— Cheguei em Rochedo Castely quando Lady Joanna engravidou pela primeira vez, meu senhor.
— Então, pode responder a uma pergunta.
— Farei o melhor que puder, Vossa Majestade.
Jon não sabia até que ponto podia confiar naquele homem, mas tinha muito pouco a perder.
— O que seriam os Lannisters sem toda sua fortuna? Que tipo de pessoas se tornariam?
O idoso pensou um pouco e depois se aprumou um pouco para responder.
— Minha mãe costumava dizer que a juba faz o leão, Vossa Graça. Um leão sem garras nem presas não passa de um gato.
Havia certa voracidade nessas palavras. Os Lannisters o ofenderam em algum ponto.
— Obrigado, Miestre. Por favor informe a Lorde Tywin que o receberei nessa tarde.
— Imediatamente, Vossa Graça.
Jon não teve muito tempo para refletir sobre as palavras do Miestre já que Lorde Umber adentrou a sua tenda com pouca cerimônia.
— Tudo que tinha algum valor no castelo foi enviado para Correrrio. Os malditos Lannisters terão que cagar muito ouro para recuperar o que perderam.
— É o suficiente por enquanto.
As coisas de valor teriam que bastar diante dos cofres vazios de moedas. Os veados de prata e dragões de ouro que conseguiram encontrar não eram nem de longe a quantia que esperava mas serviriam.
Grande Jon puxou uma cadeira e sentou-se perto de Fantasma. O lorde se sentia estranhamente confortável perto do lobo gigante. Mas estranho ainda era que a simpatia era mutua.
— Separou a quantia que pedi? – inquiriu enquanto observava Fantasma deitar-se entre os dois.
— Sim – Lorde Umber confirmou – Ainda não me disse para que quer esse dinheiro.
— As moedas serão divididas entre o exército igualmente. São muitos homens, mas espero que se contentem com o que oferecemos.
— A maioria desses homens nunca viu um Dragão de Ouro. Tenho certeza que ficarão satisfeitos.
— As famílias dos que morreram também devem receber sua parcela. Nenhuma quantia pode devolver a vida aos parentes mortos, mas...
— Pelo menos não sentirão que foram esquecidos.
— Miestre Creylen distribuirá uma pequena quantia entre os servos do castelo antes de dispensá-los. Não serão mais necessários.
Os dois ficaram em silêncio por um tempo.
Lorde Umber agitava uma perna incessantemente. Obviamente queria dizer alguma coisa e procurava as palavras certas.
Curioso já que o homem não era conhecido por medir as palavras antes de vocifera-las aos sete ventos.
— Não devia ter acusado você daquela maneira, garoto – começou ele encarando a porta da tenda – Está fazendo o melhor que pode.
— O melhor que posso nem sempre é o suficiente.
— Essa não é minha primeira guerra e provavelmente não será a última. Sempre há perdas de ambos os lados. Mortes tolas e desnecessárias. É o preço da guerra.
Parecia a Jon um preço caro demais. Mas coisas são como são. Não se deve negar uma verdade só porque é dura demais.
A vida de muitos estavam em suas mãos, e ele pôs todas em risco quando decidiu descer ao Sul.
— Estou prestes a fazer algo que nunca pensei que faria. Não, nessas circunstâncias pelo menos. Estou prestes a me tornar como os Targaryen.
— Ótimo – disse Lorde Umber para a surpresa de Jon – Os Targaryen ganharam.
Não soube o que fazer com essas palavras.
— Seja lá o que for fazer, garoto. Tem meu apoio. Já chegamos até aqui, não voltaremos sem a vitória.
— Agradeço sua lealdade, meu lorde.
— Então, tenho alguma participação nesse seu plano?
— Deve ordenar aos homens que levantem acampamento. Deixaremos Rochedo Castely essa noite.
— Não é bom começar uma viagem na escuridão.
— Não se preocupe, haverá luz o suficiente. Agora se me der licença – disse se levantando – preciso me preparar para tosquiar um leão.
Recebeu Lorde Tywin com um tabuleiro de Cyvasse.
O homem que sentou a sua frente tinha a aparência que todo grande lorde deve ter. Os dias na cela não levaram em nada sua autoridade.
A primeira coisa que Jon pode perceber era que aquele era alguém acostumado a intimidar. Uma fera que causa medo e respeito com sua mera presença.
Jon, sem dúvida, seria mais afetado se já não estivesse estado na presença de criaturas mil vezes piores.
Os olhos verdes eram duros e avaliativos. E quando sentou a sua frente não parecia nem um pouco um homem que acabara de sofrer uma derrota catastrófica.
— Não sabia que Cyvasse era um jogo popular entre selvagens. É um jogo que exige certo requinte – disse o Lorde fitando o tabuleiro.
— Ás vezes o requinte pode ser esperado de selvagens assim como selvageria pode ser esperada dos requintados.
Algo tilintou nos olhos de Lorde Tywin.
— Me acompanharia em uma partida, meu lorde – convidou Jon.
O outro apenas assentiu levemente com a cabeça.
Com o tabuleiro posicionado entre os dois. O jogo começou.
O senhor de Rochedo Castely era um adversário paciente. Dando espaço a Jon para fazer seus movimentos e adaptando suas defesas a cada jogada, sempre à espera de um erro que viraria o jogo a seu favor.
— Nunca imaginei que um menino criado por selvagens mostraria tamanha proficiência em uma guerra. Confesso que esperava um passo em falso de sua parte. Juventude e impulsividade caminham lado a lado.
— Eu dei um passo em falso, meu senhor. Por causa dele está aqui.
Seu oponente levantou as vistas do tabuleiro e ergueu uma sobrancelha para Jon.
— Quando ataquei Porto Real, hesitei em usar Morghon. Queimar o porto foi um dano calculado. E mostrou que dos meus dragões, ele seria aquele que mais temeria usar em batalha. O senhor percebeu isso e resolveu que ele seria o melhor alvo para aquela sua arma engenhosa.
— Todavia, foi uma ação infrutífera.
— Infrutífera para o senhor, talvez. Para mim, foi muito esclarecedora.
O tabuleiro se encontrava razoavelmente divido. Jon tinha controle das partes norte e oeste, enquanto o adversário das partes sul e leste.
As jogadas esfriaram enquanto um esperava o outro cometer uma ação ousada que o deixasse exposto.
Lorde Tywin esperava tal atitude de Jon. Juventude e impulsividade dissera ele.
— Morghon é uma palavra valiriana – comentou o lorde inesperadamente.
— O que tem isso?
— Outro detalhe sobre você que não faz sentido.
— Outro detalhe? Por favor, meu lorde, diga o que mais não faz sentido.
— Um bastardo nortenho com dragões é no mínimo inesperado. Criado por selvagens, mas com a educação de um bem-nascido. Jovem, mas experiente nos assuntos de guerra. As discrepâncias não cessam.
— Algumas delas podem ser facilmente explicadas. Me preparo para a guerra desde criança. Não para essa guerra, veja bem, mas o conhecimento pode ser transferido. E embora tenha vivido boa parte da vida do outro lado da Muralha, Lorde Stark certificou-se que eu recebesse a melhor educação durante o tempo que morei sob seu teto.
— Quanto aos dragões...
— Para eles não tenho explicação. Tento, há mais de uma década, achar uma. Mas até agora não cheguei a nenhuma conclusão, a não ser que os dragões estão aqui porque são necessários – os olhos de Jon divagaram com a lembrança do nascimento dos seus dragões – Muitas coisas inexplicáveis aconteceram na minha vida, Lorde Tywin.
— Quem era a sua mãe?
— Como?
— Ned Stark obviamente fez você em alguma mulher. Quem era ela?
Tudo que Jon não precisava era que Tywin Lannister descobrisse a identidade de sua mãe. Se dependesse dele ninguém descobriria.
— Provavelmente uma mulher comum. A maioria delas são.
Sua resposta vaga não convenceu.
— De alguma forma duvido muito disso.
As tropas de Jon estavam cercadas. Ele resistiria por algum tempo, mas perderia no fim. Ou pelo menos era o que Lorde Tywin esperava.
— Sua excursão para recuperar o Rochedo, me ensinou algo muito importante, meu lorde.
— Que seria?
— Que para se conquistar alguma coisa tem que se agir como um conquistador. – respondeu enquanto trazia três miniaturas de dragões ao tabuleiro.
— Eu estava pensando de maneira errada, Lorde Tywin. Estava me reprimindo, tentando fazer o mínimo de estrago possível. Me despusera a jogar um jogo de forças com o senhor quando podia ter acabado com essa guerra no primeiro mês. Estava tão disposto a não me tornar um monstro que dei espaço para o senhor tentar matar meu dragão. Isso não pode se repetir.
Só os deuses sabiam como estariam se o esquema de Lorde Tywin tivesse sido bem-sucedido. Dessa vez, os dardos não tinham sido envenenados, mas se o inimigo continuasse tentando, mais cedo ou mais tarde, conseguiriam um meio eficaz de matar os dragões.
— O senhor, mais do que ninguém, conhece a necessidade de mandar uma mensagem quando seu poder é questionado. Os Reyne sempre vêm à mente daqueles que pensam em se rebelar contra os Lannisters. O que fez foi uma monstruosidade, mas foi eficaz.
— O que vai fazer? – o tom era impenetrável, mas o Lorde empurrou sua cavalaria para frente no tabuleiro.
Jon conseguiu atingir a outra ponta da mesa e cercar o exército inimigo.
— Vou deixar bem claro que meus dragões não serão tocados. Certamente achou que reunião serviria para negociarmos. Pensou em oferecer Winterfell, o único resquício de vantagem que lhe resta.
A infantaria inimiga se despedaçou e os dragões cercaram a cavalaria.
— Talvez há uma semana, eu estaria ávido por uma negociação. Mas eu mudei nesses últimos dias.
— Se pretende me matar...
— Não, meu lorde. A sua morte não teria nenhum proveito para mim no momento. Na verdade, pretendo soltá-lo logo após terminarmos essa conversa.
Ver o espanto tomar conta do rosto de Lorde Tywin trouxe uma satisfação inigualável.
— Ainda tenho os meninos Stark – lembrou.
— Um problema de Lorde Stark, não meu. E duvido muito que seu irmão aja sem seu comando e o senhor não fará nada enquanto tivermos o seu filho.
— O que acontecerá com Jaime?
— Ficará onde está. Até que achemos por bem realocá-lo.
Os olhos de Lorde Lannister recobraram sua agudeza.
— Deve pensar nesse momento no exército que mandou as terras do rio para resgatar Ser Jaime.
— Como... – a pergunta morreu em sua garganta.
— Como sei disso? – concluiu Jon – Muito cedo aprendi a fazer as minhas contas meu lorde. O senhor contava com um exército de mais de cinquenta mil homens, sem contar as forças das Ilhas de Ferro. Quinze mil homens subiram ao Norte com seu irmão, o senhor usou os Nascidos de Ferro em seu ataque aqui. Posso concluir que o grosso de seu exército está se dirigindo a Correrrio.
Com todos os generais de Tywin Lannister cercados, o jogo acabou.
— Quando chegarem lá encontrarão nosso exército esperando.
— Com a adição das forças Greyjoy nossos homens superam os seus.
— Mais uma vez o senhor esquece o meu dragão. Gaothrax está pronto para transformar seu exército em pedras de gelo se for preciso. – Levantou-se - Agora se puder me acompanhar, por favor.
Do lado de fora da tenda o sol terminava de se pôr. A escuridão já começava a ressaltar as luzes nas barracas do acampamento.
— Pode trazer o cavalo de Lorde Tywin – pediu Jon ao soldado Umber que fazia guarda a frente de sua tenda.
Morghon voava em círculos acima de Rochedo Castely, suas escamas refletindo os últimos raios de sol.
— Tentou tirar algo muito precioso de mim, Lorde Tywin.
O homem também mirava em Morghon. O senhor do Oeste ficava tão impressionado na presença dos dragões como qualquer outro.
— Nunca mais tentará algo parecido novamente.
— Então por que está me soltando?
— Para o senhor terminar essa guerra. É o único com poder suficiente para tal coisa.
— Que garantias pode ter que farei isso?
Jon voltou-se para o homem ao seu lado.
— Dracarys – disse em um tom calmo.
As chamas irromperam com força. Morghon compartilhava da mesma satisfação de Jon naquele momento.
Rochedo Castely foi envolvido em um manto esmeralda e suas paredes e muralhas derretiam como cera de uma vela.
— Hoje é Rochedo Castely, amanhã será Lannisporto. Depois Toca Funda e Solar de Prata. Assim por diante até que eu chegue a capital. Não deixarei um castelo em pé até que a coroa se renda. Não haverá um lugar que sua família possa se esconder. O senhor perderá tudo a não ser que me dê o que quero.
A luz verde deixou Lorde Tywin com um semblante pálido e doentio.
— Deve acabar com essa guerra. Antes que reste do reino apenas o fogo dos meus dragões e o seu sangue espalhado na terra.
O homem o encarou de forma estranha.
— O que você quer?
Era essa pergunta que Jon esperava. Tudo mudaria dali em diante.
— Eu quero o Norte.
Depois que Lorde Tywin partiu, Jon também deixou o Rochedo. Como dissera o caminho estava bem iluminado.
Uma tocha de luz esverdeada guiou seu caminho até o amanhecer.
............
Quando Tywin chegou na capital, as notícias já haviam alcançado a cidade.
As pessoas deixavam Porto Real aos milhares. As filas de carroças, cavalos e homens abarrotavam as estradas.
Tyrion esperou o pai na entrada principal. Pensou que se fosse receber uma reprimenda por deixar o pânico tomar conta da população, preferia que acontecesse quando estivesse sozinho.
— Reúna o Pequeno Conselho – disse o pai logo que o viu.
— Não prefere descansar um pouco depois de uma viagem tão exaustiva. O senhor não aparenta está em sua melhor forma.
O pai lhe lançou um olhar cortante, e Tyrion se contentou por tê-lo irritado mesmo que um pouco. Irritar Lorde Tywin em tal circunstâncias podia não ser a mais sensata das ideias, mas não conseguia evitar.
Tyrion já havia reunido todos os conselheiros na Sala do Pequeno Conselho quando o pai chegou.
Tudo que o senhor de Rochedo Castely precisou para recuperar sua imponência foi um banho e uma troca de roupa.
Lorde Tywin não aparentava nem um pouco um homem que havia corrido até ali fugindo da destruição dos dragões de Jon Snow.
O pai assumiu a cadeira na cabeceira da mesa, o broche de Mão do Rei encrustado em seu peito.
— Alguma notícia do exército mandado a Correrrio? – perguntou depois de percorrer todos com os olhos.
— Os homens não chegaram ao castelo, meu lorde – respondeu Pycelle – Os nortenhos atacaram enquanto atravessavam o rio. O dragão de gelo congelou as águas e os soldados.
O que aconteceu não foi realmente uma batalha. Foi mais massacre. Das dezenas de milhares homens mandados as terras do rio, apenas uma dúzia de milhar é esperada que retorne.
— Há boatos de muitos de nossos homens virando a casaca – informou A Aranha – Podemos contar que as fileiras inimigas sofreram grande aumento depois dessa derrota.
O pai permanecia impassível, mas uma veia em seu pescoço estava saltada.
— E Kevan?
— Não há nenhuma notícia de Winterfell – respondeu Tyrion – nenhum corvo que mandamos obteve resposta. As mensagens estão sendo interceptadas.
— Meus passarinhos não informam nenhuma mudança – Lorde Varys confidenciou – Podemos concluir que Lorde Kevan mantém posição.
— Não por muito tempo – cortou Oberyn Martell – Eles estão fora do nosso alcance. É impossível que resistam por muito tempo.
A Víbora parecia satisfeita. Tyrion tinha certeza que a única razão para o príncipe ter aceitado a cadeira no Pequeno Conselho foi para assistir à queda dos Lannisters de perto.
— Onde estão as tropas que Príncipe Doran prometeu? – inqueriu o pai, pelo jeito também desgostoso pelo sorriso no canto da boca de Oberyn Martell.
— Nenhum soldado deixará Dorne para lutar em uma guerra perdida.
— Sabe que isso pode ser caracterizado como traição? Ousa recusar o chamado do seu rei? – A irmã que estivera incomumente calada, estava lívida.
— O que você chama de traição, eu chamo de sobrevivência.
Cersei abriu a boca para retrucar, mas foi calada pelo pai.
— Essa reunião está encerrada. Voltaremos a nos reunir amanhã. Cersei, Tyrion fiquem.
Uma vez sozinhos, o pai serviu-se de vinho.
— Rochedo Castely se foi. Nosso assento no Oeste, foi destruído.
— Um castelo pode ser reconstruído – lembrou a irmã.
— O que custaria um dinheiro que não temos – ressaltou Tyrion.
A real situação era que os cofres da coroa estavam vazios. Nenhuma ajuda viria dali.
— Talvez possamos negociar. Aplacar a fúria de Jon Snow por algum tempo, enquanto buscamos uma alternativa.
— Não há fúria para ser aplacada – retrucou o pai – O garoto não está fazendo tudo isso por raiva.
— Mas pensei que essa destruição toda fosse retaliação por seu ataque a Rochedo Castely.
— Sim, mas não está fazendo inconsequentemente. Ele está fazendo tudo isso, mas se certificou de deixar bem claro o porquê.
— Varys confirmou que cada castelo recebeu uma carta avisando do ataque.
Tyrion pensou que esse foi um ato de benevolência, para dar tempo as pessoas de fugirem. Mas agora que parava para pensar...
— Está jogando a culpa em nós – concluiu - Nossos vassalos nos culparão por atrair os dragões até suas casas.
E por que não culpariam. Suas moradas estavam se tornando tochas em um caminho de fogo traçado por Jon Snow para chegar até eles.
— Então não há nada que possa ser feito?
— Nada a não ser nos render- o pai parecia maquinar alguma coisa – pelo menos por enquanto.
— Perderemos o Norte e o Tridente – observou Tyrion – Mais da metade do reino.
— Mas ganharemos tempo. Alguns anos para nos reerguemos e acharmos uma fraqueza em Jon Snow.
Ocorreu a Tyrion que o pai havia conhecido Jon Snow pessoalmente.
— Como ele é?
— Parece com o pai. Mas há algo mais. Algo que penso já ter visto no passado.
Seja lá o que fosse esse “algo”, perturbava Lorde Tywin.
— O garoto não será derrotado facilmente. Ele sabe o que está fazendo. É jovem, mas não é tolo.
— Cuidado, meu pai. Falando assim parece que o admira.
Tyrion esperou que o pai o lançasse mais um de seus olhares, mas a resposta que recebeu foi a mais desconcertante.
— Se ele fosse meu filho, mesmo que bastardo, eu me livraria de vocês, seu irmão e todos os parentes mais próximos e o colocaria em minha cadeira no Rochedo.
Cadeira que não existe mais, pensou em lembrar. Mas estava chocado demais para falar.
— Se estiver certo em minhas suspeitas, Jon Snow representa uma ameaça maior do que pensávamos.
— Me custa acreditar que nossa situação possa piorar.
— Quero que descubra quem era ou quem é a mãe de Jon Snow.
— Esse não seria um trabalho para Varys?
— A Aranha não é confiável.
— O que importa qual puta Ned Stark engravidou? – questionou Cersei.
— Porque seu filho nunca estará seguro no Trono de Ferro se Jon Snow tiver nascido do ventre certo.
Só havia um sangue que arriscaria a coroa de Joffrey. Mas não podia ser.
Olhou para o pai e esperou que ele respondesse com uma negativa a sua pergunta silenciosa.
— Que os deuses nos ajudem – disse em voz alta quando não obteve a resposta que queria.


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Notas finais do capítulo

Acho que devo uma explicação. O capítulo demorou dois meses mais do que o previsto. Havia prometido ele para outubro e realmente tinha um capítulo pronto mas quando fui editar não fiquei satisfeita e deletei tudo. Preferi começar de novo a postar algo que considerei ruim.
Antes de começar dragões do norte já sabia começo e fim da historia mas como diria Martin o diabo está nos detalhes. Enfim, empanquei. Sabia o que queria que acontecesse mas não conseguia botar no papel.
Resolvi deixar a história de lado para ver se expiração voltava. Até comecei a escrever uma ideia de fic do Harry Potter que venho pensando a algum tempo. E enfim, depois que fiquei de férias consegui escrever um capítulo que me deixou contente.
Sobre a historia, acho que está na hora de colocarmos outro trio de dragões e sua Mãe mais no jogo. No próximo capítulo teremos Winterfell e Danny.
Mais uma vez obrigada pela paciência, espero que entendam que essa fic não é fácil de escrever.
Podem esperar um novo capítulo até o fim do mês. Nas férias tenho mais tempo.