A Chuva de Rani (EM REVISÃO) escrita por Elle Maria


Capítulo 5
Capítulo cinco – Uma reza, uma pequena chama.




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As horas se passou fazendo o sol surgir no horizonte. Rani só percebeu que o dia havia surgido quando só raios de luz possaram sobre seus olhos vermelhos de tanto chorar, ela tinha passado toda noite chorando e rezando, acreditando que tudo que estava passado era uma punição por um pecado que nem ela mesma sabia.

Sobre todo o apartamento reinava um silêncio tão grande que era possível ouvir o pingar da torneira do banheiro. Rani ainda estava na mesma posição da noite passada, agachada de costas para porta abraçando as pernas, o medo a paralisava. Se levantando Rani abriu a porta sentido um aperto no peito e as pernas bambas e doloridas, um vento frio coberto de lembranças do passado passou tocando seu rosto em direção a sala. Sala que havia uma tempestade sobre ela, era estranho pensar que Rani podia senti-la e tocá-la, como elas eram frias e tinham um estranho gosto salgado como água de mar.

Seus olhos castanhos circularam por todos os lados, procurando a visão de Derek ou simplesmente sua presença, entretanto, só solidão se fazia presente, velha conhecida e uma relação insuportável. No lugar do homem de sorriso encantador se via várias e várias partituras espalhadas por todo o chão encharcados, notas das músicas do misterioso homem chamado Derek. Rani colheu uma por uma e colocou sobre a mesa da sala, é ali se sentou olhou para o chá frio, não tinha com encarar todo o fato ocorrido como mais uma de suas ilusões, o cheiro dele ainda estava em sua mão. Ela sabia que ele não estava em nem um legar por entres aqueles cômodos, entretanto a possibilidade voltar a vê-lo a fazia tremer. Se levantando seguiu até o banheiro onde jogou uma água no rosto, o velho rosto deprimido apareceu no espelho, olhos inchados e olheiras profundas e escuras, uma pele tão pálida quase sem nem uma vida. Rani se sentia uma fracassada que não conseguia se levantar de um poço que ela mesma havia se jogado. Rani pegou seu guarda-chuva vermelho mesmo sabendo que não choveria naquele dia e saiu, ela precisava pensar na sua vida e como poderia ajeitá-la, pensamentos incômodos de Derek oferecendo ajuda em troca de ajudá-lo, surgiu. Como poderia aceitar, era um fantasma como os outros, eles não ajudam apenas atrapalham.

Na sua caminhada solitária e sem rumo uma visão ainda distante de uma igreja apareceu, era antiga, velha, pequena e afastada da cidade, ficava em um bosque longe. Lembranças de sua infância surgiu, lembranças de quando esse tipo de lugar lembrava família e reuniões, e não cemitério, funerais com tristes e dolorosas despedidas. Pequenas margaridas amarelas circulavam a pequena igreja, a tinta branca descascada parecia não ter fez de tão bela que era, os raios de luz parecia que surgia especialmente para aquele lugar era lindo. Rani ficou assim admirando sem ousar se aproximar, era como uma sagrada demais para se quebrada, estava guardando em sua memória cada detalhe, como o anjo de belas asas rezando na frente. Um coral de voz podia se ouvi era suave e belo, cantavam algo em latim, então as vozes se calaram e um pequeno grupo de pessoas sairão de dentro a maioria idosos ou mulheres com seus filhos pequenos. Uma senhora de cabelos curtos e grisalhos e vestido alegre florido ao perceber a presença da jovem de olhos castanhos sorriu e aceno com a mão. Tão incomum.

— Ola! - Gritou a senhora com um sorriso no rosto. Rani por outro lado tentou se esconder atrás dos arbustos, seu rosto estava vermelho.

— Vamos! - Encorajou a mulher para que Rani aparece-se. — Você não me parece uma criança assutada, embora que seus olhos sejam infantis. - Disse a senhora se aproximando e afastando os arbustos da frente.

— Eu não queria atrapalhar. - Disse Rani acanhada, enquanto apertava as mãos em claro nevrosismo.

— Atrapalhar? E como uma linda jovem poderia atrapalhar? - A senhora de rosto luminoso parecia conhecer a jovem de feição deprimida. — Não seja boba Rani, posso te chama assim, apenas Rani? - Perguntou de repente surpreendendo a pobre jovem.

— Como sabe o meu nome? - Perguntou obviamente assustada, se perguntando como uma desconhecida sabia seu nome.

— Sinto muito, não era minha intenção assustá-la. - Se desculpou a velha dando dois passos próximo a Rani. — Sou Margarida, mulher do zelador. Você nunca me viu, mas, eu sim te via.

— Me desculpa, eu tenho que ir… - Rani recuou, procurando um jeito de sair dali. A desconfiança era heranças de dias presas no hospício, as lembranças tinham um gosto amargo, pois, as pessoas que a trairão tinham um belo sorriso.

— Não seja medrosa, menina, eu não sou nem uma bruxa. - Disse a senhora sorrindo. — Venha vamos conversar um pouco ali. - Apontou então para um banco de praça de cor branca, de frente para um pequeno lago verde.

Os raios amarelos caia delicadamente sobre todos os lugares não deixando nem uma sobra para as sombras. Estava quente o que era bom para maioria das pessoas que esperavam ansiosas por um pouco de calor, depois de vários dias frios e chuvosos.

As duas ficaram ali, assistindo o brilho da luz refletindo no lago, enquanto algumas crianças jogavam pedrinhas nele e admiravam as ondas que se formavam.

— Então, o que queria me falar? - Perguntou Rani com o olhar baixo.

— Sobre você, não é saudável ficar tanto tempo sozinha sem conversa com alguém. - Disse a Senhora chamada Margarida, tocando gentilmente a mão de Rani.

— Não precisa se preocupar, estou bem…

— Um dos maiores pecados e mentir para si mesmo. - Disse a senhora em tom de repreensão. — Quando você estive mais à vontade comigo, me conte a história daquelas caixas que estão no seu quarto. - Concluiu a senhora docemente.

Aquelas caixas continham as memórias mais belas que Rani já teve, e no mesmo tempo o motivo para a sua chuva. Entretanto, não foi isso que surpreendeu Rani, as memórias eram constantemente reviradas por ela em seu quarto, e sim foi saber que a senhora havia visto o que tinha dentro.

— A senhora… - Rani estava surpresa e por isso gaguejava como uma criança assustada. — A senhora, a senhora não deveria ter mexido nas minhas coisas…

— Eu sei, sinto muito, mas são feridas que não se curam sozinhas. - Disse a senhora Margarida. — Me diga, isso faz quanto tempo?

— Isso faz três anos.- Respondeu nervosa olhando para os seus sapatos escuros. Seus olhos começaram a se encherem e seu coração a apertou, estava sentindo a mesmo dor que sentiu anos atrás. A ferida nunca se fechou, ficou lá todos esses anos coçando e inflamando. A ferida nunca a deixou.

Rani estava de volta a três anos atrás, vendo as ferragens de um carro destruindo com os corpos de um homem e de uma mulher de mão dadas no meios dos ferros retorcidos. A polícia cercava o local com sua frieza, enquanto varia e várias pessoas viam a cena, passavam seus olhos do acidente para Rani. “Coitadinha.” Sussurravam um para o outro.

— Rani, Rani. - Chamava Margarida aflita.

Rani então se curvou no banco sentindo uma forte dor na barriga. Dona Margarida preocupa se aproximou acariciando seus cabelos enquanto tentava dizer palavras de consolo. A pobre garota suava e se tremia, sua cor que já era tão pouca estava sumindo ainda mais.

— Rani, por favor me responde. Me deixe te ajudar. - Dizia a mulher que acariciava seus longos cabelos como uma mãe preocupada.

Umas das crianças que brincavam no parque acabou caindo enquanto corria, logo começou a chorar. Rani ao escutar o som do choro colou suas mão sobre as orelhas de uma forma escandalosa, como se escutasse um som apavorante. Sem nem uma explicação começou a correr de volta ao seu apartamento, lá estaria segura.

(…)

Estava só, como sempre esteve a solidão tinha gosto, cheiro e forma, era quase possível vela caminhando perto de Rani de mãos dada. Ela poderia lhe dar um nome se já não tivesse um.

Rani estava no canto do lado do sofá, estava encolhida, respirava com dificuldade tentava esconder abafar seu choro, mas não tentava contê-lo. A sala agora tinha uma iluminação azulada, as cores frias a perseguiam e combinavam perfeitamente com seu estado melancólico.

A garota de cabelos negros ensopados escutava as gotas da estranha chuva cair por todo seu corpo trêmulo, apesar de triste lhe causa um certo consolo, as gotas lhe causava uma sensação de dormência, o que era bom no estado que se via.

“Rani deixe eu te ajudar.” Sussurrava uma voz melodiosa em sua cabeça, não era malvado, era carioso e preocupado. “Deixe eu segurar sua mão, me deixe te tirar dessa escuridão. Eu preciso de você Rani, preciso que você também me salve.”

Rani levantou sua vista em direção a aquele homem que tinha o sorriso mais bonito que já viu, aquele homem de aprecia quente e gentil que estava ali a olhando pronto chorar também e compartilhar de sua longa chuva. Ele estava bem ali com a mão esticada lhe oferecendo uma ajuda e pedindo ajuda. O mundo lá fora já não existia, não se escutava som de carros e de pássaros, talvez bem longe uma melodia de um piano que soava como gotas de chuva no telhado. Ele não estava tão longe ela só precisava alcançar sua mão, porém Rani não precisa de uma mão. Ela enxugou suas lágrimas na manga da camisa e em um movimento desajeitado se jogou nos braços de um desconhecido. Era quente e tinha um cheiro de perfume de flores suave, entrava em sua narina lhe trazia bons momentos de sua infância e na mesma onda tinha lembranças tristes. Ali abraçada com aquele homem no meio de uma pequena sala, estava segura verdadeiramente segura. Não importava se era uma ilusão ou um fantasma, ele estava ali ela podia senti-lo, tocá-lo. Sentia o calor de seu corpo e bater de sue coração que era como tocar de um tambor que soava acelerado e mesmo assim no ritmo de alguma música, era bom está ali, era bom sentir. Lagrimas brotaram uma por uma até surgir um riu desgovernado, seus braços fortes era como um cais que a muito tempo seu barco precisava, pois estava perdido no meio de uma tempestade sem ver nada além de escuridão, era também seu farou. Seu coração começou a bater fortemente em seu peito ao ponto de senti dor, porém não era ruim, era bom, lhe causava a boa sensação de estar viva.

 


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Notas finais do capítulo

Desculpe pela demora em postar o novo capitulo. Espero que tenha gostado, não se esqueça de deixar sua opinião assim poderei escrever melhor. beijos e muito obrigado ♥



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